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segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Roberto Carlos - Em Ritmo de Aventura

 O álbum Em Ritmo de Aventura, lançado por Roberto Carlos em 1967, foi escolhido por Trooper para análise.

01-Eu Sou Terrível; 02-Como É Grande Meu Amor Por Você; 03-Por Isso Corro Demais; 04-Você Deixou Alguém A Esperar; 05-De Que Vale Tudo Isso; 06-Folhas De Outono; 07-Quando; 08-É Tempo De Amar; 09-Você Não Serve Pra Mim; 10-E Por Isso Estou Aqui; 11-O Sósia; 12-Só Vou Gostar De Quem Gosta De Mim




The Trooper
3
Olá. Vou começar fazendo uma confissão: às vezes eu espero algum metalcólatra postar até o último dia do mês, daí venho aqui quando não postam, posto no primeiro dia do outro mês e mudo a data para o último dia do mês passado. Meu irmão disse que sou corruptível, taí a prova.
 
Daí vem a pergunta mais importante: 'cara, que diabos você postou desta vez?!'
 
Tenho outra confissão a fazer como resposta: é uma homenagem a senhora minha mãe, que partiu para outros planos de existência. Saudades, uma incrível jornada para a senhora.
 
'Tá, pelo menos é rock?' Pergunta controversa, é indiscutível que Roberto Carlos está envolvido nos primórdios do rock no Brasil, sugiro que faça uma pesquisa na wikipedia pelo menos, existem outros precursores, e eu não vou julgar o mérito ou a importância do velho Robertão.
 
Como opinião pessoal, nunca fui fã do cara, mas ele reflete bem o povo brasileiro em sua maioria, que vive fora da discussão profunda política do país. A ideologia política dominante não seria dominante se grande parte do povo não fosse influenciada por ela, como disse o carinha do PCO, ou seja, a situação e educação do povo está diretamente ligada ao poder das elites. (Claro que todo este parágrafo foi dedicado ao tal do episódio de elogios à Pinochet).

Por quê 'Em Ritmo de Aventura'? Olha, creio que 'Roberto Carlos Canta Para a Juventude', de 1965, e até mesmo 'Eu Te Darei O Céu', de 1966, são mais rock & roll do que este álbum, mas ambos já possuíam faixas intragáveis (para mim, claro) como 'Não Quero Ver Você Triste' e um excesso de baladas românticas. Acho que só ouvi esses 3 de cabo a rabo (minha vontade não é de ferro). O motivo é que este discão morou em casa por anos e anos. Seu dono, tio Hélio (que está bem mal no hospital, good vibes pra você, tio!), tocava a bolacha com frequência em seu AIKO, que também morou anos e anos em casa. Eu ouvia, e nem sabia que estava ouvindo rock (em algum nível).

A própria escolha de Roberto Carlos como homenagem também foi questionável, porque dentro do rock minha mãe gostava de Beatles, mas vou fazer a terceira e última confissão do post: dei uma olhada no nome das faixas da discografia dos Beatles e bateu um desânimo. A verdade é que esses artistas pra mim lançam 1d4 faixas boas por álbum, ou seja, eu só vou curtir coletâneas.

Mas eu recomendo que vocês ouçam esses 3 álbuns do Robertão. Caras, é um mergulho fantástico no passado ... As gírias, as letras zoeira ... É impagável.

A primeira faixa, 'Eu sou Terrível' vai até fazer você pensar que você vai ouvir um álbum inteiro de rock 'Eita! E esse solo de gaita? Deixa The Wizard no chinelo!' (Zoeira, mas é legalzinho). Mas a segunda faixa puxa você pra realidade, o álbum deve ser mais de 50% meloso (a coisa fica realmente impossível quando a década de 70 começa e o Robertão vira cantor romântico).

Se você, como eu, tem horror a baladas românticas, ouça só meus destaques.

Destaque para as faixas que parecem rock: 'Eu Sou Terrível', 'Você Não Serve Pra Mim' e 'O Sósia'.

Talvez devido à lavagem cerebral na infância eu consigo ouvir essas faixas melosas de boa: 'Como É Grande O Meu Amor Por Você', 'Por Isso Corro Demais', 'De Que Vale Tudo Isso' (essa lembra Doors ... kkk) e 'Quando' (tá, essa tem um ritmo mais rápido). O resto dá muito sono.

Nota: \m/\m/\m/ (a nota não faz parte da homenagem)




Phantom Lord

Bom... Ouvi tal álbum algumas vezes porque havia parentes em casa que curtiam tais músicas. Pode soar nostálgico, e portanto com algum apelo sentimental, mas como o som do véio Beto Carlos alterna entra um rock'n roll clássico ou rockabilly brazuca com "pop", nunca se tratou do tipo de música que mais me chamou atenção. Alguns sons cafonas, além de nostálgicos, são engraçados... Só mesmo escutando esse símbolo da década de 60 do século 20. 
As letras variam entre românticas e umas poucas superficialidades de jovens daquela época distante, então não há muito o que discorrer sobre. Na verdade, das não (tão) românticas, parece que só a música Você não serve mais para mim tem alguma profundidade (eu nem discutiria se as "mais" românticas têm ou não).

Os destaques são previsíveis: Eu sou terrível, De que vale tudo isso, Quando, Você não serve pra mim e O sósia. Eu poderia incluir nos destaques também a faixa Como é grande meu Amor por Você e Por isso corro demais, mas aí teria que ser alguma versão regravada ou tocada mais recentemente com mais recursos sonoros. 

 1. "Eu sou terrível" 6,8 
2. "Como é grande meu Amor por Você" 5,5 
3. "Por isso corro demais" 6,4 
4. "Você deixou alguém a esperar" 6 
5. "De que vale tudo isso" 7 
6. "Folhas de outono" 5,7 
7. "Quando" 6,6 
8. "É tempo de Amar" 5 
9. "Você não serve pra mim" 7,4 
10. "E por isso estou aqui" 5,2 
11. "O sósia" 7 
12. "Só vou gostar de quem gostar de mim" 4,8 

 Dúvida: O que é o ritmo/ estilo musical de "E por isso estou aqui"? Quiqui é issu? 

 Nota Final: 6,1

terça-feira, 3 de novembro de 2020

Van Halen - 5150

 O álbum 5150 lançado pela Van Halen em 1986, foi escolhido por Phantom Lord para análise.

Faixas: 01-Good Enough; 02-Why Can't This Be Love; 03-Get Up; 04-Dreams; 05-Summer Nights; 06-Best of Both Worlds; 07-Love Walks In; 08-5150; 09-Inside;



Phantom Lord
Hullo, friends! 

Houve uma cobrança no blog para que alguém postasse um álbum. Como eu estava sem criatividade pensei em fazer um post homenagem... Bem clichê e tal... Mas na verdade nem sequer tive a iniciativa, pois nosso amigo Pirika publicou esta postagem do Van Halen. 

Ao ouvir o álbum eu até pensei em fazer como o Magician fez em seu próprio post do Deathroll Crew is bubblesdrubbles, ou seja, fugir, tomar chá de sumiço e tal, mas criei coragem e decidi escrever.

Bom, chega de enrolar. Tentarei resenhar o 5150: 

Esta é minha primeira audição deste possível clássico do Van Ralo... Como vi as faixas “Why Can't This Be love” e “Dreams”, pensei: Deve ser bão o álbum. 

Tsc tsc.. 

O álbum começa com a fanfarrísima (provavelmente machista) Good Enough (To F...). Instrumentalmente a faixa caí naquele buraco que o André Mattos chamaria de “video aula”: O guitarrista é bom, mas se empolga ao tentar mostrar sua habilidade sobrepondo todo resto da banda em solos masturbatórios e a letra eu nem vou comentar (eu espero não ser algo do nível das falas do presidente eleito no Brasil em 2018, mas vide o “to f...” no fim da música) 

É possível notar a clara influência de ZZ Top no instrumental de Best of Two Worlds, mas nada super impressionante... 

Enfim os destaques ficam para 5150 e as faixas “radio friendly” Why Can't This Be love, Dreams e Love Walks In, sendo ao menos duas destas, regidas por teclados oitentistas. O mais impressionante é que Dreams é uma das melhores músicas do Van Halen e o teclado nesta música é de longe o instrumento mais nítido quase sobrepondo os demais instrumentos. Bom... uma prova que não basta ser o super bonzão na guitarra para fazer um bom rock. 

As demais músicas não são ruins, mas não me chamaram atenção. Obviamente os fãs de Van Halen devem gostar de mais faixas ou de todas as faixas... 

Enfim, ao ver resenhas deste e de outros álbuns do Van Halen, notei muita gente afirmando que o Lee Roth era mais dark ou que deixava a banda mais original, mais metal... TUDO ASNEIRA, meras opiniões empurradas como (pseudo) verdades. Pois em 5150 ainda existem as faixas que seguem o estilo fanfarrão virtuoso praticamente idêntico à fase em que Lee Roth estava nos vocais. Melodicamente e tecnicamente as faixas “românticas” não devem em nada para outras faixas, a menos que você esteja completamente apegado ao estilo funkeado (metal, dark? Fala sério!) ou às letras boêmias, machonas etc. 

 

1. "Good Enough" 6,5 

2. "Why Can't This Be love" 8,7 

3. "Get Up" 6,8 

4. "Dreams" 9,5 

5. "Summer Night" 6,7 

6. "Best of Two Worlds" 6,3 

7. "Love Walks In" 7,0 

8. "5150" 7,2 

9. "Inside" 6,1 

Enfim, este post foi praticamente uma escolha aleatória, afinal eu já planejava abandonar o blog. Adios Amigos. Acho que daqui em diante só resenharei se for um álbum muito bom... e olhe lá. 

Nota: 7,1

Pirika 

Cá estamos nós para uma tardia homenagem do Eddie Van Halen, pessoa que fez parte da formação de qualquer roqueiro nesse planeta. Todos nós sabemos do exímio e visionário guitarrista que o Eddie foi então entendo que seria melhor deixar uma análise mais aprofundada sobre esse assunto para nosso querido Magician.

O cd em questão abordado pelo Phantom não poderia ser melhor para espelhar o momento que o Eddie e a banda viviam na metade dos anos 80. Primeiramente com o álbum 1984 que ficou em 2 na Billboard atrás do álbum Thriller do Michael Jackson  no qual Eddie participou da Beat it. 2 anos depois o Van Halen alcança o topo da Billboard com o 5150 então não tem muita discussão quanto ao valor do Van Halen nessa época.

Quanto ao álbum, realmente se faz jus a todo sucesso que fez. O cd possui 3 clássicos que estão espalhados por diversas coletâneas de rock, além da própria 5150 que é a hidden gem do álbum. O resto do álbum segue um bom nível com exceção da música Summer Nights que foi a única que não me agradou.

O Van Halen é o clássico exemplo da banda que transcendeu o rock tendo sua música por pessoas de diversos nichos musicais, a obra de Eddie jamais será esquecida. Rest in Peace.


Top 3: Why Can't This Be Love, Dreams e 5150. Shame Pit: Summer Nights.

Nota:  7,8

"There's still some fight in me
That's how it'll always be
Hold your head up high, look 'em in the eye
Never say die!"


The Trooper
3
Van Halen novamente. Essa é a segunda vez que a banda aparece no blog, a primeira foi há 8 anos, em 2012.
 
Desta vez ela aparece em um contexto especial, como homenagem ao falecido guitarrista. Espero também fazer uma resenha um pouquinho melhor do que a que fiz lá em 2012, mas não garanto nada.
 
Em primeiro lugar, sobre a discussão Lee Roth x Sammy Haggar, pra mim ela é completamente inócua, os dois são quase o mesmo em meus ouvidos, agradam em grande parte do tempo e me irritam na outra parte, iguaizinhos.
 
Acho que a discussão sobre Van Halen sempre vai cair na guitarra, não tem como evitar, a banda tem como alma a genialidade do guitarrista. A discussão rock x metal também é inútil aqui, todo mundo sabe que é rock (embora dê pra encaixar Get Up no heavy metal facilmente).
 
Então vamos lá, guitarra: com exceção das músicas mais transcendentais, que atingiram popularidade estratosférica (todo mundo sabe que estamos falando de Dreams), pra realmente saborear este álbum você precisa botar um fone de ouvido foda (ou o equivalente em caixas acústicas) e prestar atenção no instrumental (com foco na guitarra, claro), deve inclusive, ignorar letras e vocais muitas vezes.

Se você faz isso, vai perceber que a porra da guitarra sempre aparece fazendo alguma firula ou algum trecho devastador que sempre vai fazer valer a pena ouvir a música, mesmo que ela tenha uma letra idiota ou esteja cheia de gritinhos. Em alguns momentos eu até desejei que a música fosse instrumental (e acredite, eu não tenho saco nenhum pra ouvir um álbum instrumental).

Fecho aqui sendo forçado a admitir que Eddie Van Halen realmente vai fazer falta, que a energia criativa captada por sua mente volte ao estado bruto para que um dia, quem sabe, mais alguém venha ao mundo usando a mesma antena.

Destaque para Dreams, claro, o tecladinho só serviu para disfarçar que a guitarra estava por ali, foi um decoy, o tecladinho ficou tankando a música toda e quando a guitarra apareceu no primeiro solo, foi um backstab one hit kill ... que porra de solo é esse, véi? (fora que é uma daquelas poucas que os caras acertam a mão na letra)

Destaque secundário para Get Up, realmente bacana, álbum de rock precisa de pelo menos uma porrada, e para 5150, pelo instrumental (presta atenção, que foda).

Enfim, não é metal mas você precisa ouvir antes de morrer.

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
Como o Trooper lembrou que houve postagem anterior relacionada ao Van Halen aqui no blog em 2012, fui correndo lembrar das besteiras que escrevi na época, para (é lógico) corrigir nessa nova oportunidade, e quando não houver alternativa, insistir no erro para manter a coerência..

Mas me surpreendi, afinal aquele post do Van Halen diz muito sobre o que acho da carreira sintetizada do falecido holandês (link), e mais do que isso, traz muita informação sobre seu estilo e obra também (não estou me gabando, afinal ser um Metalcólatra implica em escrever besteira e se manter firme nessas besteiras..).

Logo, não há muito a acrescentar fora o que escrevi naquela ocasião sobre Van Halen e sua banda. A diferença talvez, é que se analisarmos esta obra de 1986, a formação do grupo era ligeiramente diferente. Sobre isso, estou na mesma página do que o Phantom e o Trooper escreveram acima, a mudança de LeeRoth para S.Hagar não faz nem cócegas na sonoridade do álbum que é conduzido pelo estilo do guitarrista e nada mais. Aliás, é notório que Van Halen escolheu durante sua carreira vocalistas que tinham similaridade nos tons médios e que não interpretassem os versos principais nos limites de suas tessituras, de modo a evidenciar mais ainda seu estilo de tocar bastante distorcido. Embora eu admita que ambos possuem agudos altíssimos e solfejos em seus repertórios; VH utiliza bastante uma técnica blueseira de "duelar" sua guitarra com seus vocalistas em diversas passagens dos seus álbuns (coisa que pegou de B. Gibbons e Angus Y. e passou adiante para pupilos como D.Dimebag).

Sobre a coleção composta para "5150" acredito que é o bastante para sustentar um bom álbum de Rock n Roll/ Hard Rock. Três grandes hits foram escritos para essa obra: "Why Can't This Be Love", "Dreams" e "Love Walks In", e dos demais sons, que não foram selecionados como canções de divulgação, há de se destacar "Get Up" e "Best of Both Worlds".

Desses sons que formam o 'esqueleto' do álbum, pode-se dizer que "Why Cant..." é uma das melhores composições da banda, e embora apresente grandiosas linhas de guitarra, não depende delas para se emancipar como uma ótima música; 

Dreams também demonstra certa maturidade de composição da banda, evolui principalmente sobre os teclados (por opção de Edward, lógico) mas trouxe à luz a maior jóia dos solos de Van Halen em minha opinião - o segundo, não o primeiro solo da música. Essa pequena contribuição de Ed aparece nos últimos versos da música quando a mesma já está em seu auge, e apresenta-se simplesmente com a guitarra cantando a frase principal da música concatenada a um lindo ligado de tappings finalizado com um bend que o músico preferiu não sustentar por muito tempo. É um grade exemplo como Evh já se continha em algumas situações, preferindo dar valor à composição como um todo. 

Por fim "Love Walks In" é uma das músicas mais exaustivamente tocadas nas rádios, da banda (não sei como os demais Metalcólatras nem sequer citaram essa balada). Uma composição bem chiclete mesmo, que servia para a banda se manter nos topos das paradas musicais que davam muito valor às baladas hard farofa ou estilo "pop sessão da tarde" - que muitas vezes nos referimos aqui no Brasil. A banda era muito boa em utilizar a matéria prima "Love", assim como o KISS e o White Snake faziam na época.. 

Em minha opinião esse álbum demonstra muito bem o que o Van Halen mais fez em sua carreira, aproveitar o prestigio que a guitarra tinha no mainstream naquela epoca, para entregar algumas valiosas composições de hard rock entre álbuns recheados de farofa-pop criadas por um dos maiores estudiosos da guitarra de todos os tempos. 

Sabemos da história do Heavy Metal, da guitarra e do Rock, e sabemos que da forma que as coisas se desenrolaram, Van Halen se tornou uma espécie de padrinho do Hard Rock, e principalmente um dos papas da guitarra, ...... mas fico aqui espiando linhas paralelas de realidades, procurando por alguma em que Ed Van Halen escolheu trilhar o caminho das composições de Metal... imagina o estrago que a criança ia fazer... (fica pra vocês, o exercício de imaginar a canção 'Get Up', aonde Alex colocou um belo bumbo duplo para trabalhar, mas infelizmente Eddie limitou sua imaginação colocando alguns insignificantes acordes suingados, ao invés de destruir com um groove britado.. ¬¬') 

Nota 7, ou \m/\m/\m/\m/.   




segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Rush - Counterparts

O álbum Counterparts, lançado em 1993 pelo Rush, foi escolhido por The Trooper para análise.

Faixas: 01-Animate; 02-Stick It Out; 03-Cut To The Chase; 04-Nobody's Hero; 05-Between Sun And Moon; 06-Alien Shore; 07-The Speed of Love; 08-Double Agent; 09-Leave That Thing Alone; 10-Cold Fire; 11-Every Glory




The Trooper
3
Saudações, mais um ano terrível se passa. Ficamos devendo uma postagem em dezembro, culpa do Magician, ele tentou convocar yuguloths mas acabou escravizado por eles, hoje está cerca de 14 horas por dia em algum plano inferior.

Coube a mim não deixar mais um mês passar batido neste decadente blog. O incentivo foi prestar uma homenagem póstuma ao grande baterista Neil Peart. E dentro do meu gosto limitado, resolvi postar o álbum que mais gosto dos caras: Counterparts.

Eu já havia dito isso no outro post de Rush feito pelo Phantom Lord e volto a reforçar, este é o melhor álbum dos caras, o mais pesado (na faixa Double Agent, minha mãe entrou no quarto e falou 'que baruiada filho') , o mais bem produzido, enfim, ouça aí para concordar (uma opinião de quem não ouviu nem 1/5 da discografia).

O baixo é o instrumento que traz mais peso ao álbum, mas ele (o álbum) é um espetáculo nos instrumentos como um todo. Preste atenção nas sacadas do Neil Peart (ouve a batera de Between Sun And Moon), nos riffs base do Lifeson. O baixo eu já citei que é minha paixão neste trabalho, mas os vocais suaves do baixista, Geddy Lee combinaram perfeitamente para fazer este um dos melhores álbuns de rock and roll que já ouvi (ou rock progressivo ... ou seja lá que classificação irrelevante você use).

A faixa instrumental (Leave That Thing Alone) é fodida, principalmente por causa do baixo, e Cold Fire dá aquele gás final antes do cd acabar, digo isto porque Everyday Glory é light demais para o álbum, não que seja ruim, mas lembra mais R.E.M. do que as outras faixas que estão mais próximas do heavy metal. Se não fosse pela última faixa e pela levemente sonolenta The Speed of Love, minha nota estaria próxima do máximo.

Destaque para Animate, Stick It Out e Nobody's Hero.

Nota : \m/\m/\m/\m/



Phantom Lord
Counterparts do Rush foi um dos meus álbuns favoritos por volta de 2010 a 2014... 
O pesado álbum (ao menos para os padrões de Rush) mostra bem a competência da banda canadense. A banda esbanjou qualidade musical ao longo de sua carreira e não é diferente com o álbum Counterparts lançado na 1ª metade dos anos 90. 
No momento só não posso opinar sobre o conteúdo de todas as músicas (letras) porque só lembro das poucas que eu li. Também me lembro que eu sempre cornetava Pirikitus e alguns outros colegas que defendiam Pink Floyd como o maior ícone da história do progressive rock. Eu posso tirar meu chapéu para consciência social de integrantes do Floyd, como Roger Waters, mas a sonoridade dos trabalhos do Rush deve continuar incomparável. Acredito que meu gosto permanece o mesmo porque o Rush faz músicas mais "digeríveis" do que o Floyd, portanto "menos progressivas". 
Falando do "peso" das músicas, ele aparece mais na faixa Stick it Out e em alguns trechos aqui e acolá do Counterparts, mas o Rush não precisa de peso para fazer boas músicas... 

Enfim, foi bacana ouvir este álbum novamente depois de vários meses e interpretar novos significados para algumas canções/ letras, mas vou encerrar a resenha aqui por falta de linearidade do meu pensamento. 

1. Animate 8,0 
2. Stick It Out 8,5 
3. Cut to the Chase" 7,2 
4. Nobody's Hero 7,1
5. Between Sun & Moon 7,1
6. Alien Shore 7,4 
7. The Speed of Love 6,8 
8. Double Agent 7,6 
9. Leave That Thing Alone 7,5 
10. Cold Fire 7,7 
11. Everyday Glory 7,2

P.S.: Sobre a relação letra e sonoridade, a música que impediu que eu desse o selo "Solid" para este álbum, The Speed of Love, tem um conteúdo interessante, mas não me chamou atenção melodicamente... Ao menos ainda não, mas talvez um dia. 

Nota: 7,5 


Pirika
"When we are young 
Wandering the face of the earth 
Wondering what our dreams might be worth 
Learning that we're only immortal For a limited time..."

Dessa vez não tivemos uma homenagem do clubista Magician, mas temos aqui mais um álbum do progressive power trio canadense em justa forma de homenagem e respeito a Neil Ellwood Peart, inegavelmente um dos maiores bateristas que o mundo já viu (para mim, o melhor) e principal letrista da banda, que nos deixou no último dia 07.

Counterparts com certeza está inserido naquele grupo de bons/ótimos cds do Rush. Ele veio naquela reviravolta dada pelo Rush no começo dos anos 90 após uma metade de década nada bem sucedida da banda com e conta com 3 hits que a banda levou até o seu fim com Animate, Nobody's Hero e Cold Fire, entre outras ótimas músicas e algumas longe disso.

O álbum começa com Animate que tem um riff de baixo bem forte, instrumento este que se encontra com presença marcante por todo o álbum. O fato do Rush ser um power trio com músicos de alta qualidade contribui bastante pra isso, é uma banda sempre bem equilibrada que dificilmente deixa o peso nas costas de alguém. Além do riff o refrão também merece destaque, com certeza umas das melhores do álbum e da banda.

O álbum continua com a boa Stick it Out que deve ser a música mais pesada do álbum com bom solo do Lifeson apesar de curto. Cut to the Chase é de igual qualidade sendo uma música mais cadenciada e abre pro clássico instantâneo do Rush Nobody's Hero principalmente devido ao seu tema abordado.

A partir daí o álbum dá uma derrapada, normal já que o nível estava bem elevado até então. Between the Sun & Moon traz um bom instrumental padrão Rush, mas aqueles "Ah yes to yes" são osso. Peart e o solo "meio riffado" do Liefson se sobressaem aqui. Alien Shore para mim é o ponto baixo do álbum, que depois carrega as duas músicas que passam batidas até Leave That Thing Alone. É incomum você ver um álbum retomar a pegada a partir de uma música instrumental e por algum motivo o riff do Lifeson me lembra uma música do Sonic, mas enfim...é uma boa música. 

Cold Fire pra mim é o ponto alto do cd, uma das minhas favoritas do Rush, tudo nessa música me agrada. Ela é aquela turbinada final que o álbum precisa que até carrega Everyday Glory junto com ela, que é uma musica ok sem muitos destaques. Um bom cd de uma ótima banda de rock que possui o melhor baterista do mundo.


PS: Eu aproveitei para ler minha resenha do Moving Pictures feita em 2011 e na primeira frase da resenha eu falo que Rush não me agrada, só tenho a agradecer o Father Time por nos deixar menos tapado. Ao menos meu endeusamento ao Peart já existia naquela época, bom sinal de que existe uma espécia de sanidade estável na minha cabeça. 



Top 3: Animate, Nobody's HeroCold Fire. Shame Pit: Alien Shore.

Nota: 7

Curiosidade: Nos dois últimos álbuns tivemos um "Lee" com composições fodas. O baixo do Geddy é bom demais de se ouvir.

Pra finalizar, deixo um vídeo tributo ao Neil Peart com a última música do último álbum do melhor baterista da história. 

Rest in Peace, Neil.



"Suddenly, you were gone 
From all the lives you left your mark upon..."




The Magician

Concordo em grande parte com a maioria das coisas que os três metalcólatras acima escreveram (com exceção da escolha descabida do shamepit do Pirika), inclusive sobre a introdução do post do Trooper que cita meu embate corrente com demônios das profundezas do Abismo. Portanto, podia me isentar dessa postagem que sob muitas perspectivas se faz desnecessária, mas acredito que o saudoso Peart ficaria chateado comigo caso optasse pela omissão...

 Na longa carreira dos canadenses muita coisa boa foi produzida, mas acho que destacar esse trabalho diante de grande parte dos demais da discografia do Rush não seja um exagero, e por isso endosso a escolha do Trooper como uma grande homenagem não somente ao N.P (rip), mas sim como uma grande homenagem à própria banda, que encerra suas atividades oficialmente com a morte do seu baterista.

O resultado do álbum Counterparts se avaliado como 'peça única' é genuinamente fiel ao estilo mais Rock'n Roll do Rush, que passou por algumas outras sonoridades meio "diferentes" na sua trajetória prévia, que o torna um trabalho bastante acessível para diferentes grupos de ouvintes, desde que apreciadores de boa música. E é importante frisar este ponto, pois mesmo com a utilização do modelo circular popular na composição da maior parte das músicas (V-B-R,- solo -V-B-R,.....), o Rush coloca realmente MUITA matéria prima sonora em cada estrofe.  Ou seja, não é um álbum preguiçoso, e as músicas apresentadas com estruturas de versos, bridges e refrãos mais comerciais - como "Cold Fire" - são construídas com detalhismo e certa complexidade nas pautas instrumentais, rebuscando e qualificando o produto como um todo.

Outro ponto digno de nota (e citado pelos demais metalcolatras acima) é o peso geral do álbum. O Rush fabrica esse peso sonoro bem mais pela escolha das melodias - quase sempre utilizando intervalos menores e progressões melancólicas - do que pelas escolhas dos timbres ou interpretações. Em outras palavras, não escutamos o Lifeson britando grooves rachados em uma guitarra super distorcida ou Lee usando cavalgadas no baixo, muito menos Neil impondo excesso de bumbos duplos, mas mesmo assim, a noção de peso nas músicas fica clara para a maioria das pessoas. Dá quase pra falar que é heavy metal sem "apelar".

Mergulhando nas composições, tem muita coisa digna de nota pra imprimir tudo nesse post, por isso vamos direto ao ponto: o baixo de Lee é o verdadeiro frontman protagonista na maior parte das canções, com destaque para seus rápidos ligados e nos agressivos slides em "Animate" e "Stick it Out", com certeza as músicas mais 'fortes' do disco, e em especial na maravilhosa música instrumental "Leave That Thing Alone". Alex é o mesmo guitarrista inteligente que citei lá em "Moving Pictures" e adapta as suas linhas para a guitarra não oprimir os demais instrumentos (o que facilmente acontece em power trios mais descuidados) se usando de versatilidade surpreendente com interpretações tanto de baladas em 'Nobody's Hero', como de rock clássico em 'Animate' e 'Between Sun and Moon' e até postura hardcore como nos riffs de 'Cut to the Chase". Aliás, sobre este ultimo som, vale a pena destacar o solo de guitarra nervoso que o guitarrista canadense criou, em um estilo de fraseado que lembra muito o mestre alienígena Joe Satriani, que inclusive deve ter sido homenageado também na faixa 'Alien Shore' - a MELHOR composição de guitarra de Alex Lifeson nesse trabalho!!!!!! - com um riff introdutório e interlúdio de guitarra encharcado de veneno, e finalizados com um harmônico maravilhoso!

Sobre Neil Peart nesse trabalho..... 'who am I' pra escrever qualquer coisa aqui??? O cara era um mestre, cada música de Counterparts tem uma característica atmosférica que na verdade é ditada pelos tempos e pela intensidade da bateria de Peart; sua bateria falava, e se você dúvida, escute aí novamente a faixa "Leave That Thing Alone". Lembro do documentário do Rush que Peart conversava com um batera clássico de Jazz, e nessa conversa os dois refletiam que a fluência da composição de bateria não deveria girar em torno da pontuação temporal (unidades de tempo marcadas pela batida da bateria, mínimas, semimínimas, fusas, etc..), mas sim era focada nos intervalos de pausas e contra tempos, mais ou menos como enxergar uma foto no negativo, ou como o laser do código de barras que na verdade lê somente os intervalos em branco..... sei lá... tô viajando aqui... quem sou eu pra entender a aplicação desse conceito?...

É isso aí coleguinhas, Couterparts é trabalho de gênio (3 gênios, específicos) quase que sem pontos fracos (não gostei de Speed of Love, pra falar a verdade) e com muitos pontos fortes. Obra cravada na história do Rock, assim como o nome de seus criadores.... um deles inclusive já partiu dessa realidade para se tornar mitologia.
Nota 8,4 ou \m/\m/\m/\m/.





segunda-feira, 10 de junho de 2019

R.I.P. Andre Matos

The Magician

Sou de uma geração de Metaleiros que teve sua formação e seus gostos musicais moldados entre os anos de 1997 a 2002, quando estava entre meus 15 e 20 anos de idade (digamos que os 5 anos iniciais de imersão no rock são mais "profundos" do que os conseguintes, devido ao volume e à frequência em que acessamos novos conteúdos do gênero nesse período). Nesse intervalo de tempo lá estavam os heróis desbravadores do panteão Rock/Metal para me guiar nessa jornada, assim como fizeram com tantos outros garotos dessa geração (e também, de outras gerações): Metallica, Iron Maiden, Bruce Dickinson (na época, fora do Maiden), Ozzy, DIO, Sepultura, Megadeth e Helloween.

O som desses caras me fez procurar por mais coisas do tipo, coisas que obviamente, me lembrassem a sonoridade desses heróis do panteão do Metal. Naquela época, eu - como muitos - não tinha acesso irrestrito à Internet, que devido às tarifas telefônicas (conexão discada) era realizado somente quando possível em PC's de amigos durante as madrugadas, já que o PC da minha casa nesse horário, era monopolizado pelo irmão mais velho do ninho (o Trooper). Aliás, pode-se dizer que nem mesmo a Internet tinha 'acesso à Internet', já que os buscadores ainda não possuíam a capacidade espantosa que possuem hoje.

Por causa disso, de longe, a melhor fonte de conhecimento e pesquisa para o acervo do Metal até então, eram os amigos "mais experientes" propagando os trabalhos por meio do processo de divulgação "boca a boca", e também usando as raras visitas à galeria do Rock na Rua 24 de Maio em São Paulo (que também dependiam de dinheiro para condução até o centro da cidade). 

Essas vias estreitas de acesso ao material de Heavy Metal me conduziram na ocasião à uma rádio pirata da região da Zona Leste paulista, que 'funcionava' entre 1997 e 1998 - a Rádio Expresso FM - com seu conteúdo exclusivamente direcionado para o gênero Rock/Heavy Metal. Em um de seus programas - "Os Brutos Também Amam" - onde algumas baladas do gênero eram diariamente selecionadas entre uma lista não tão extensa de sons, escutava-se bandas como Scorpions, Whitesnake e Led Zeppelin, e de repente entre essas, surgiu a banda Angra, com seu "mais novo hit" 'Make Believe'. Tenho que dizer que aquilo elevava as baladas para outro nível: As marteladas no piano na introdução, os violões sincronizados no solo, as guitarras pesadas nos refrãos, e é claro.... sobre tudo o que podia se escutar na música, se derramava aquela voz quase feminina de Andre Matos com seus tons altos "descabelantes", e com sua interpretação que emociona à cada palavra cantada.

A partir desse momento pode-se dizer que minha estante de repertório musical foi alterada para sempre. Eu poderia simplesmente escutar aquela balada, gostar do som, e colocar os caras em um radar que eu revisitaria durante os anos seguintes de forma gradual, assim como fiz com o Stratovarius, Manowar, Savatage e Grave Digger, por exemplo, que são grupos de Power Metal aos quais tive contato antes do Angra; mas definitivamente não foi o que aconteceu. Como descrevi na postagem do Pentelho em Holy Land, saí correndo pelos sebos do bairro para encontrar um disco dos caras onde estaria a tal balada...  e depois de me deparar com o CD "Angels Cry" e com "Freedom Call" (que ainda não estavam na minha mira), lá estava ele - por 12 reais - Holy Land, com o hit do momento "Make Believe".

Tudo desde esta simples aquisição se desenrolou como uma avalanche para mim, que ao longo do tempo ofereceu cada pedra que utilizei para construção de minha formação musical baseada no Angra. É claro que em paralelo conheci muitas outras coisas boas do gênero Heavy Metal, mas nenhuma foi tão próxima quanto à essa experiência com a minha banda favorita, brasileira.

Aliás toda essa admiração de fã parte dessas duas células:  do fato de ser uma banda nacional e devido a presença do Matos no grupo. Um turbilhão me vem à mente ao tentar analisar minha relação com o Angra à partir desse ponto...

Quando comprei Holy Land, a primeira coisa que me recordo é que não sabia nem que a banda era brasileira, descobri lendo o espalhafatoso encarte do CD, que inclusive ao ser desdobrado traz o mapa mundi renascentista (o que foi bastante empolgante para um garoto RPGista, como eu era). A segunda coisa que me recordo é que o visual do Andre Matos na única foto do encarte me lembrava bastante o visual do Bruce Dickinson, ídolo máximo da minha geração metaleira (tínhamos um "Bruce brasileiro" que cantava demais! \o/). Ao saber em seguida, conversando com amigos que esse mesmo Andre Matos "quase tinha substituído" o próprio Bruce anos antes, "pirei"... o Brasil poderia mesmo gerar um dos áses do Metal mundial??? e ainda por intermédio do Angra?? (Putz! que pusta CD comprei! de uma pusta banda de Metal, que ainda tinha repercussão internacional!!!).

Em seguida assistindo regularmente a MTV naqueles meses descobri que naquele ano de 1997 o Angra disputava o prêmio da "escolha da audiência" no VMB Brasil, justamente com o videoclipe de "Make Believe"; perdeu, mas levava o Metal para um nível de popularidade e exposição (ao lado do Sepultura, na época) que fazia com que no mínimo, eu conseguisse conversar com os colegas do colégio sobre uma de minhas bandas favoritas. Descobri também pela MTV, que o Angra já tinha dividido o palco com gigantes como o OZZY em grandes festivais como o Monster of Rock de 1994. 

Foi nessa mesma época tive um sonho que até hoje me lembro claramente: eu fazia um dueto super agudo com Andre Matos cantando o refrão de "Nothing To Say" no palco de meu colégio, e finalizava com um super mosh insano sobre a galera.

Nessa minha jornada de imersão no som do Angra, parte de minha escassa economia começou então a ser direcionada para aquisição de seu material, comprei os CD's "Angel's Cry" e "Fireworks", na mesma época em que comecei a tocar e estudar violão, e quando também começava a consumir material musical relacionado à este instrumento. Na medida em que tocava violão com novas pessoas o interesse pelo Angra só aumentava, dado que foi estudando guitarra e violão que percebi que o Angra era muito mais do que a potência vocal de Andre Matos - os 3 primeiros álbuns da banda são verdadeiras enciclopédias sobre riffs e solos de guitarra; não consigo desvincular a imagem de minha primeira guitarra - uma Washburn de série - com meus dedos sofrendo para executar o riff introdutório de Carry On (aliás adquirir uma 'Washburn' de meu amigo Maurock, foi influência direta de Kiko Loureiro).

Depois disso, por volta de 2000 passei a frequentar anualmente os ExpoMusics de São Paulo, local onde tive meu primeiro contato visual próximo com os caras do Angra - Mariutti, Kiko, Confessori, Rafael e Matos - devido aos Workshops que faziam nessas feiras. Foi surreal, mas como os caras eram super assediados, era realmente difícil se aproximar deles na época. Foi nessa época também que subi a pirâmide do fluxograma do Angra para chegar no VIPER, particularmente nos dois primeiros CD's que Matos gravou - Soldiers of Sunrise e Theater of Fate -, e por força maior, também fui obrigado a descer essa mesma pirâmide das ramificações do Viper/Angra; pois o Angra se desmantelava em 2001, criando o subproduto "Shaman", com Andre nos vocais. 

Fiquei feliz. Duas super bandas nacionais!!!

Mas o Shaman e o Andre continuaram sendo parte essencial na minha relação especial com o Heavy Metal, já que o primeiro show de Metal em que estive em minha vida foi uma apresentação dos caras, em 2002. A emoção de um primeiro show é inesquecível, Via Funchal, casa cheia, qualidade de som exímia, meu amigo Mercante ao meu lado...., até abri uma roda em "Nothing To Say"!

Há de se dizer que nesse meio tempo, Andre Matos havia sido também convidado para o Metal Ópera do Avantasia, um baita motivo de orgulho na época (sim, EU sentia orgulho), é como se tudo se convergisse em uma carreira ascendente, na medida em que o próprio Heavy Metal crescia como um movimento musical na Europa e no Brasil, com a proliferação de inúmeras bandas de Power Metal nos dois lados do Atlântico. Escutar o primeiro verso de "Inside" cantado pelo Andre, até hoje me tira de sintonia... . Eu achava que muito disso estava na minha cabeça por causa da relação próxima que eu tinha como fã do Angra, mas quem como eu esteve no primeiro show do Avantasia no Brasil, e viu o Andre discursar por 10 minutos com uma bandeira gigante do Brasil sobre como foi importante para ele chegar ali naquele ponto da carreira, sabe que o cara brigava incansavelmente para colocar o rock nacional em uma posição de música digna e emancipada, livre de qualquer preconceito conservador, coisa que até hoje, convenhamos, não aconteceu efetivamente em um nível de mainstream aqui no país.

E os anos se passaram rapidamente como tinha que ser..... continuei um fã "próximo" do Andre e do Angra, na medida que essa minha vida "super produtiva" de trabalho me permitiu, é lógico; ao longo desses quase 23 anos como fã, vi ao vivo o Angra comemorando seus 20 anos em um show conturbado cheio de convidados, vi o Andre Matos começar e terminar com o Shaman, o vi em seu primeiro show de retorno tão esperado com o Viper (maravilhoso!), também junto ao Tobias Sammet em Avantasia, encontrei pessoalmente o Rafael Bittencourt em uma conversa rápida sobre criatividade com minha turma do IG&T, acompanhei uma espécie de "decadência" desse núcleo musical com o Andre no Symfonia e com o Edu naquele fatídico show do Rock n Rio, depois um "renascimento" com o Kiko Loureiro chegando a um patamar nunca alcançado por nenhum outro guitarrista nacional, e com o ressurgimento do Angra e do Shaman, com Lione e Matos respectivamente nos vocais (e os bons trabalhos do Almah também com o Edu), até chegar no fatídico ultimo final de semana do dia 8/6/2019.

Foi quando Andre Matos morreu.

Eu já tinha comprado os ingressos para o show do Angra, que à noite se apresentaria no 'Templo', aqui na Mooca em São Paulo, mas também já esperava que a banda cancelasse o show devido ao falecimento do co-fundador. E então os caras anunciaram uma homenagem ao invés do show... .  

Em clima de velório, o Paulo Baron, o Rafael Bittencourt e o Fabio Lione disseram algumas palavras, para em seguida rodar um vídeo de homenagem ao Andre, e ao final desse vídeo, surpreendentemente o Rafael e a banda desceram no meio da galera para fazermos uma "roda de violão", sem microfones, cantando alguns versos de músicas do Andre Matos. Eu, o Rafael e talvez mais umas 50 pessoas (por favor, me permitam colocar com esse meu protagonismo) embalamos praticamente à capela as músicas Angels Cry, Carry On e Reaching Horizons, e quando Rafael já finalizaria com mais algumas palavras, o pessoal pediu para ele tocar..... é claro, Make Believe.

Eu não tive a oportunidade nessa vida ordinária de dar um mosh depois de cantar o refrão de Nothing to Say ao lado do Andre Matos, como vislumbrei em meu sonho.... . Mas posso falar que fui presenteado pelo destino como nunca poderia imaginar em nenhum de meus sonhos, pois depois de todos esses longos anos acompanhando e torcendo pelo Angra, tive a glória de junto com o Rafael e com outros colegas, poder cantar em uma roda de violão minha balada favorita em memória da obra de 'meu amigo' Andre Matos. 

.....Foi algo muito estranho, transcendente e sublime que me colocou uma perspectiva de realidade que eu não conhecia; além da recompensa pela fidelidade de fã de longa data, foi como ver um filme próprio em minha cabeça, que começa com um moleque de 16 anos empolgado lendo o encarte de Holy Land com cheiro de novo, enquanto escutava as músicas de sua banda favorita no longínquo ano de 1997. Esse mesmo filme termina 23 anos depois com o mesmo "garoto" chorando a morte de um deles, junto dessa mesma banda como se fossem irmãos...

Depois disso, sou testemunha de que o melhor de minha vida, da sua vida, e da vida do Andre Matos pode ser contado no final das contas, como bonitas obras com começo, meio e fim..., embaladas aos lindos acordes de sons como "Make Believe", "Reaching Horizons", "Carry On", "Stand Away", "Deep Blue", "Lisbon", "Fairy Tale"... pode acreditar.

Obrigado Andre Matos. Por tudo. Descansa em paz meu brother.....

Nota pra sua carreira 10, ou \m/\m/\m/\m/\m/.

Vídeos da homenagem: 




 

domingo, 17 de janeiro de 2016

Motorhead - Bad Magic

O álbum Bad Magic lançado pela banda Motorhead em 2015, foi escolhido para análise.


Phantom Lord
O último lançamento da banda de quase meio século (40 anos?), Motorhead, segue bastante seus "padrões" conhecidos: os onipresentes vocais roucos do frontman, ritmo acelerado num geral e predominantemente "rudimentar". É um estilo simples que flutua entre o rock e o thrash metal que em minha opinião poderia ser um pouco mais explorado ao longo da carreira da banda, apresentando um pouco mais de inovação. 
Mas apesar de possíveis limitações, o Motorhead trabalhou muito bem dentro de seu estilo em Bad Magic. Além das características básicas, pode-se notar em alguns trechos que Lemmy estava bastante baqueado, apesar de sempre apresentar um vocal rouco, desta vez ele pareceu meio esganado e cansado, naturalmente devido a idade e as condições de saúde... Ainda assim as músicas continuam com a marca registrada do Motorhead e o álbum pode ser um prato cheio para os fãs. 

Destaco as músicas Victory or Die, Evil Eye e Tell me Who To Kill com trechos que lembram vagamente No Remorse do Metallica e com um baixo marcante num estilo rock n roll escrachado. 

No fim das contas Bad Magic até me surpreendeu positivamente. Acredito que para os fãs, o Motorhead encerrou a carreira com chave de ouro (ou de prata ao menos) e para aqueles que não são muito chegados no estilo desta banda, ainda pode ser um disco bacana que vale a pena possuir! 

"Victory or Die" 7,7 
"Thunder & Lightning" 7
"Fire Storm Hotel" 6,9
"Shoot Out All of Your Lights" 7 
"The Devil" 6,9 
"Electricity" 6,2 
"Evil Eye" 7,6 
"Teach Them How to Bleed" 7,2 
"Till the End" 7 
"Tell Me Who to Kill" 8 
"Choking on Your Screams" 7,1
"When the Sky Comes Looking for You" 7,6

"Sympathy for the Devil" (The Rolling Stones cover) - 

Nota Final: 7,3

Hellraiser
3 Taí uma banda que apesar de gostar muito, acho bem difícil de comentar sobre. 
O Motorhead segue (seguia) 40 anos fazendo o mesmo tipo de som que os fizeram conhecidos mundialmente, desde seu álbum de estréia até seu último trabalho, o aqui comentado ¨Bad Magic¨. 
Aquela velha mistura de Rock n Roll com Punk Rock, com aquela boa velocidade e agressividade que deu origem ao estilo Thrash Metal. 
A banda foi influência para uma infinidade de outras bandas, e até estilos mais extremos. 
Porém voltando aos dizeres do primeiro parágrafo, os discos do Motorhead ao meu ver, são divididos entre os que tem aquelas músicas que te chamam muito a atenção, ou aqueles que soam apenas (muito mais ) repetitivos e acabam sem dar aquele ¨tcham¨. 
É inegável que Lemmy e o Motorhead escreveram seus nomes no mais alto patamar da história do Rock e do Metal, porém tanto aqui neste último registro do Motorzão, quanto no anterior ¨Aftershock¨, Lemmy e cia. conseguiram encerrar a carreira com chave de ouro. 
Um bom disco do Motorhead para fechar seu ciclo.

R.I.P. Lemmy 

Destaques : Victory or Die 
Shoot Out All of Your Lights 

Nota: 6,5

The Magician
Missão cumprida. 

Não são muitos que podem terminar a viagem por esse globo azul miserável e encher a boca pra dizer "missão cumprida". Foram 22 discos de estúdio lançados no decorrer de 38 anos (primeiro em 1977 - último 2015), o que dá a incrível média de um lançamento a cada 20 meses, ou um disco a cada 1,7 anos, lembrando que estamos falando de um grupo com aproximadamente 40 anos de carreira em estúdios - muitas bandas no auge não possuem fôlego para manter este padrão de obstinação e comprometimento.

Mais de 15 milhões de exemplares vendidos, casas lotadas por onde passaram, reconhecimento quanto à participação na consolidação do gênero de música pesada, citação recorrente como grande influência do Thrash Metal, recordes, e muita, muita história mesmo pra contar. A banda inglesa que encerra sua participação no Rock'n Roll devido o falecimento de seu líder pode ter uma certeza: cumpriu sua missão.

Desses 22 capítulos de sua história musical, foi escolhido o último deles pelo colega "Phantom Lord" para celebrar a despedida da super banda - Bad Magic.

Dentre os "lingotes" que saem dessa fornalha do Motorhead, alguns estão lá para honrar a história da banda e o compromisso de fidelidade com os fãs; riffs fortes conduzindo os versos viciados que são interpretados pela voz oxidada de Kilmister em velocidade quase constante de 120 a 140bpm. Mas o legal é que mesmo sem a necessidade de entregar algo novo e diferente, em alguns momentos de Bad Magic percebe-se que a banda se arrisca em campos menos "ortodoxos" no seu estilo de tocar. Seja nas variações de tons em "Shoot Out All Of Your Lights", na cadência quebrada de "The Devil", na reinvenção dos vocais graves de Lemmy em "Evil Eye" e em "Choking On Your Screams", ou ainda na bela balada melódica "Till The End" (na minha humilde opinião, a melhor balada ja feita pelo Motor), os caras conseguiram ir um pouco além do básico e apresentar agradáveis surpresas.

Não é preciso falar sobre consistência nos discos dos ingleses, mas Campbell e principalmente M.Dee não só mantiveram a transmissão da corrente que sustenta esse motor funcionando, como em alguns momentos forneceram belas "descargas elétricas" que levaram a musicalidade a picos de potência. 

Confesso que quando li 11 títulos de sons no disco em questão, fiquei receoso. Mas o fato de nenhuma dessas músicas ultrapassar 4:05 de duração transformou a audição do trabalho em uma agradável revisita aos grandes momentos dos caras.

Por fim, se pudesse dizer algo ao Sir Ian Kilmister diria que foi uma bela escolha para selar o fim de uma obra. "Bad Magic" entrega exatamente o que foi a música do Motorhead ao longo de sua bela carreira compilando 40 anos em 38 minutos... nada mais Motorhead que isso. 

Vale citar o verso sincero retirado da letra de "Till The end" e da cabeça de Lemmy:

"There ain't no rules to follow
You can't predict tomorrow,
I know just who my friends are
The rest can turn to stone ..."

Pode cravar na lápide do homem.

Uma bela dose de Whiskey sem gelo, uma boa mão no poker, 38 minutos de Motorzão na caixinha..., ou  40 anos de carreira.... 

É um piscar de olhos negada, tudo passa. 

Cheers Mr. Ian (brinde com Jack Daniel's). Nota 7,5 ou \m/\m/\m/\m/.


The Trooper
3
Eu pensei em postar o Bad Magic aqui na data de falecimento do Lemmy, mas acabei desistindo ... eu iria fazer inevitáveis comparações com o álbum Inferno, o que iria diminuir a importância do Bad Magic e minar qualquer tipo de homenagem.

Bem, muito tempo depois, posso escrever mais tranquilo sobre este álbum...

É besteira querer fazer homenagem com um álbum perfeito, aposto que o Lemmy era o cara que mais cagava para essa merda de perfeição ... ele fazia o que gostava e foda-se o resultado.

E o resultado taí, não é o melhor álbum dos caras, mas é bom, pesado, bacana e variado.

Eu não me reconheço como fã do Motorhead, aliás já critiquei com conhecimento raso a discografia dos caras por achar "tudo igual". Uma vez uma banda cover entrou no "palco" pra tocar Motorhead no Manifesto e eu não lembro se consegui reconhecer alguma faixa.

Contudo ... tudo que foi postado dos caras aqui no blog eu curti, e curti bastante. Bad Magic incluído.

Destaque para Shoot Out All of Your Lights ...

E boa jornada pelo cosmos, Lemmy ... ficamos agradecidos pelo legado.

Nota: \m/\m/\m/\m/