sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Battle Beast - Unholy Savior


O álbum "Unholy Savior" lançado pela banda Battle Beast em 2015, foi escolhido pelo MetalMercante para análise dos Metalcólatras.



  1. "Lionheart"   4:53
2. "Unholy Savior"   5:36
3. "I Want the World... and Everything in It"   4:37
4. "Madness"   4:01
5. "Sea of Dreams"   5:01
6. "Speed and Danger"   4:38
7. "Touch in the Night"   4:27
8. "The Black Swordsman"   1:15
9. "Hero's Quest"   2:30
10. "Far Far Away"   3:46
11. "Angel Cry"   3:33
12. "Push it to the limit" (bônus)
13. "Wild Child" (bônus)



Phantom Lord
De início o Battle Beast traz um Heavy Metal espadificado, ou seja, com presença de características power metal, porém com vocais femininos. Um fator batido e um detalhe raro ou inovador. Outros elementos perceptíveis nos primeiros momentos foram: O uso dos teclados, backvocals, letras "clichê-like"... ah nada inovador, então vamos às músicas: 
 As faixas 1 e 2 são boas, sendo que a primeira (Lionheart) seria um destaque, ou ao menos, mais interessante, se tivesse teclados mais discretos ou talvez, se não tivesse teclados. Tanto o instrumental como o vocal se mostram muito bons em diversos trechos... 
A faixa 3 que parecia ir bem, descamba para algo meio eletrônico quando surge o vocal grunhido, momentos definitivamente esdrúxulos deste álbum em minha opinião. 
A faixa 4 (Madness) segue numa pegada similar às duas primeiras músicas deste álbum... 
 Sea of Dreams começa como uma trilha sonora de Donkey Kong... Depois assume um estilo mais canção de ninar, e quando as guitarras surgem no ritmo baladinha, já se foi 70% da música... 
Daí vem Speed and Danger mostrando similaridades com Metal Militia e com alguma música do Manowar, mas os vocais e backvocals cagam em determinados trechos novamente "speed an danger, speed and danger"... Pqp... e... o que é esse teclado de festinha no meio de um quase-thrash metal?? Que mistureba é essa, molecada? 
 Aah... e... que porra é essa?? Vocês estão de zueirinha né? Falando em mistureba, surge Touch in the Night, um disco-soundtrack-power-pop-rock. Alguém explica isso ae!! ..
O álbum segue com mais algumas experimentações pós-modernosas repleta de tecladinhos em Hero Quest... 
 Então Far Far Away, surge parecendo 2 Minutes for Midnight e segue num ritmo metal básico comercial, exceto pelos trechos onde soa mais pop... 
 Enfim, Unholy Savior de início pode parecer mais um álbum power metal pós 2000, com vocais e instrumental de qualidade (alto potencial) em diversos trechos, mas a banda experimenta além do necessário bombardeando o ouvinte com meteoritos pops e eletrônicos... Em meio ao caos deste álbum, eu acabei prestando bastante atenção na sonoridade, pois tive dificuldade em cair na sonolência, exceto na última faixa que é "full-ballad"... 

 1. "Lionheart" 7 
2. "Unholy Savior" 6,6 
3. "I Want the World... and Everything in It" 5,7 
4. "Madness" 7 
5. "Sea of Dreams" 5,8 
 6. "Speed and Danger" 5,2 
 7. "Touch in the Night" 3,9 
 8. "The Black Swordsman" / 9. "Hero's Quest" 5,1 
10. "Far Far Away" 6,7 
 11. "Angel Cry" 5,9 . 

 Nota Final: 5,8 

The Magician
Bom, quem leu minha resenha do Elvenking postada no ano passado pode me cobrar coerência sobre a utilização de alguns recursos parecidos nesse curioso álbum do Battle Beast, que foi indicado pelo mesmo crítico "true metal" aqui do nosso blog, nosso querido Metal Mercante.

De fato, o disco em questão carrega algumas daquelas características que impulsionaram minhas críticas quanto ao Heavy Metal de hoje aceitar qualquer tipo de merda sob o disfarce do bumbo duplo, ou principalmente sobre o Metal "agregar" alguns pontos da música pop, particularmente aqueles que fornecem aderência ao trabalho. E neste aspecto, sem dúvidas a banda é muito menos discreta em revelar esse tipo de influência na sua música, a começar pelo seu clipe estilinho "bad dark girl" ( o Heavy Metal contrata coreógrafos, COM URGÊNCIA!!!) com demonstração de corpetes e cinta ligas de sobra, lembrando obviamente a diva do chicotinho (Schicotti!!), Madonna.

A banda perde as estribeiras nesse sentido quando teve "as manha" de gravar "Touch in the Night", que se por um lado pode ser uma homenagem a verdadeira dama do Metal (Rob Halford e sua "Touch of Evil"), por outro lado fez com que a recordação do boom pop nos 80's/90's da MTV representado pela banda Roxette estalasse em minha mente como um verdadeiro flashback!

De qualquer modo Unholy Savior conseguiu me agradar mais do que "The Pagan Manifesto", não pela qualidade consolidada dos dois CDs que quase se equiparam, mas principalmente pela proposta mais clara deste disco que fez no mínimo que esta resenha tivesse um perfil mais positivo de crítica.

Os caras meio que admitem sem problemas essa faceta "cor-de-rosa" da banda, e acrescentam todas influências (de Metallica em "Speed and Danger" a Within Temptation em "Sea of Dreams") sem perder o fio da meada já que duas características principais estão espalhadas por todo o trabalho fornecendo a identidade única da banda - os vocais rasgados de Noora Louhimo e as permanentes linhas de teclados.

Adicionalmente, os músicos são bem competentes sem exceções, com destaques para a expressiva guitarra solo que (mesmo assediado pelas meninas, como podem ver no vídeo acima) se apresenta de forma nada tímida.

Nota 6,9 ou \m/\m/\m/, pela sinceridade da banda em se prostituir. Destaque para "Madness", "Speed and Danger" e, sim... "Touch in the Night", que independente de ser boa ou ruim, é um destaque.

Ah sim pra quem não sabe do que estou falando quando cito Roxette:





Lembra, não lembra?


Metal Mercante
Quando escutei esse álbum pela primeira vez, diversos temas apareceram na minha mente, então acabei postando-o mais para poder explorar esses temas do que como uma forma de recomenda-lo aos meus amigos Metalcólatras...

Vamos aos temas:

1 – Como o Metal se encaixa na atualidade – Battle Beast é a geração Y do Metal, esses caras fizeram a lição de casa, pitadas de elementos de várias bandas aparecem lá e cá – “Speed and Danger” é até mais explícito:
Put your pedal to the metal
It's time to rock and ride!
Keep the engine roaring louder than hell
Machine guns are singing
Can you hear the dying screams?
Better to die with your boots on
Than beg for mercy


Madness pra mim encaixa bem dentro de “Wishmaster” e o cover de Wild Child encaixa perfeitamente nesse álbum...

Mas algumas coisas não são mais as mesmas em 2015 do que eram no passado, o melhor exemplo é o vídeo acima...

Em 1977 o KISS lança o Love Gun, seu sexto álbum, onde a faixa título foi tocada em todas as turnês do KISS até 2014 e foi uma música que o Paul Stanley escreveu como homenagem para o seu pau! Nessa época e nas décadas subsequentes, Metal era testosterona! Era coisa para macho, comedor, ogro, bárbaro, Conan, peludão cabeludo. Exemplos não faltam, nesse mesmo álbum temos o cover de Wild Child do WASP, que era famoso por esse tipo de letra...

Quase 40 anos se passaram, os caras do Battle Beast resolvem publicar um vídeo (bem comportado para nossos padrões carnavalescos) com mulheres e a internet fica doida com isso!!!

Great song, shitty video. First Mastodon, and now Battle Beast uses women as background decoration that have absolutely no relation to the song. The creativity of Metal bands must be rather low if women's sexy bodies are all they can think of for their music videos.”

Esse comentário aparece em primeiro após o vídeo, tem vários likes e comentários. Parece que em 2015 todo mundo esqueceu que Metal é Testosterona!


2 – Índice “I’m too old for this Shit” – O post do Trooper de algumas semanas atrás me fez refletir sobre o posicionamento dos EPs na economia mundial e na forma como nós consumimos músicas.

Convenhamos, se você tem 30 ou mais anos e é metaleiro, você adorava comprar CD, Discos, Fitas e curtia cada minuto de cada uma das obras que consumiu. O problema é que hoje o negócio é diferente, a forma como as pessoas consomem músicas mudou, são poucos os guerreiros que ainda consomem música como era antigamente e as vezes é melhor escutar 3 ou 4 músicas boas do que ter que escutar um álbum se arrastar por uma hora inteira...ninguém tem mais tempo para isso!

Esse álbum do Battle Beast tem momentos fantásticos, mas pecou fortemente por ter mais de 4 músicas, cada música que vinha depois do primeiro terço era como uma cagada nos meus ouvidos!

Por isso eu estava pensando em criar um índice chamado “I’m too old for this Shit”.

Esse índice basicamente compara a variação acumulada em torno da média do próprio álbum para tentar mostrar para o leitor como é que eu me senti ao ouvir esse álbum. Sempre que o valor cai abaixo da linha média é um momento de tristeza, sempre que está acima é um momento de felicidade.

O resultado segue abaixo:




Agora fica fácil ver como é sofrido ouvir esse álbum...

O começo dele é fantástico, até que me aparece a porra do “Sea of Dreams”. Eu estou de saco cheio de bandinhas “Nightwish-to-be” e mesmo com ela cantando mais “nervosa” no final da música essa música é uma decepção. Speed and Danger dá uma segurada, mas aí vem “Touch in the Night”...Isso é lambada!...daí pra frente é ladeira abaixo...até que vem o cover do WASP, mas aí já é tarde demais!

Nota: 6.5

Hellraiser
3Caros amigos, metalcolatras, telespectadores, internautas, rockeiros, noveleiros e afins, eu sinceramente achei que não iria nunca mais precisar escutar isso !! 
Engano meu !! 
baixei na época do lançamento, escutei rapidamente, fui ali vomitar, e por sorte ( ou não ) acabei esquecendo de jogar este arquivo fora ! 
E ai me aparece essa maravilha aqui no blog, por intermédio de meu amigo Mercante, o qual já se tornou meu desafeto musical aqui. ( ainda mais agora ) kkkkkkkk. 
Bom, brincadeiras a parte, vamos ao disco, ...ou melhor , vamos a ISSO !!!! 
Isso antigamente com certeza não era classificado como Metal,.... na minha época, a maioria das musicas deste álbum fariam parte da trilha sonora das novelas das 6, e hoje em dia caberiam fácil nas novelas da Record. 
Eu sinceramente tive uma guerra interna em tentar não comparar isso com coisas a la Bonnie Tyler com seu Total Eclipse of the Heart e Kim Carnes com Betty Davis Eyes, mas foi mais forte do que eu !! 
Os teclados sobressalentes em quase todas as musicas me enjoaram demais, ...lembrei de como passei mal na primeira audição, e corri pra tomar um Plasil e rezar para que tudo acabasse rápido e tranquilo. 
Os refrõeszinhos alegres e fortes, super bem cantados nunca fizeram meu gosto e acho que aqui são extremamente exagerados. 
Até que com muito esforço e paciência, consegui chegar na faixa Sea of Dreams , ...mas.... 
MA QUE PORRA É ESSA ?????? Enya ????? 
O Metal ta ficando muito fresquinho mesmo !!!!! 
Ai vem um baita som com Speed and Danger, ...guitarras pesadas, riffs legais, bumbos dobrados, ...seria uma salvação a este disco ?????? 
Aiiiiiiii...NÃO !!!!...chegou o refrão !!!! Por que ?????? 
Essa musica sem um refrão seria bem interessante !!! 
Touch in the Night, ....PQP !!!!!!!!!! Eletro music, ….Yazoo, Depeche Mode, Pet Shop Boys ?? 
Não !! Muito pior !! 
Acho que voltamos mais forte pra Bonnie Tyler e Kim Carnes. 
Sério que isso hoje em dia é Metal ???? 
Uma baladinha, e ai, .....tome tecladista em cima de um cavalo !! 
Far Far Away, ...mais uma tentativa de salvar o álbum ?? 
Riff legal, mas chegou mais um refrão igual a todos os outros !!...é uma pena !! 
Nossa, ...e por fim, mais uma baladinha sem graça pra fechar com chave de ouro. 
Nem vou comentar muito pra não criar discórdia interna, kkkkkkkk 
Chega, nem me arrisco a continuar nos bônus !
Nota 4,0 
 
The Trooper
3
Nome da banda pressão - Check

Capa Maligna - Check

Nome do álbum clichê - Check

Letras com: Glory, castle, sword, darkness, blazing, death... - Check

Resultado Final: meh

Battle Beast - Unholy Savior engana, engana bem, mas não passa de uma tentativa falha em misturar dois gêneros de música “tão parecidos, mas tão diferentes” ao mesmo tempo.

Deixando a brincadeira com o oscilante Metal Mercante de lado, tenho que recorrer à uma citação feita pelo membro bipolar do blog, The Magician: "Hoje em dia você pode jogar um bumbo duplo em qualquer merda e falar que é Metal.". Dentre seus ataques desprovidos de sentido à alguns álbuns e defesas de bom gosto duvidoso de outros, Magician aqui disse uma verdade que merece ser gravada em uma tabuleta de metal e pendurada em todo estúdio existente.

Battle Beast é mais uma dessas bandas que vieram para confirmar a tese de doutorado do Magician, a banda até se autointitula como banda de heavy metal, mas não ... não engana ninguém (talvez o Mercante durante uns 10 minutos).

De qualquer forma, não é uma banda ruim, longe disso, só pilantra, muito pilantra. Unholy Savior começa numa pegada power metal disfarçada, claramente mostrando sua veia pop enrustida através dos teclados. A banda apela para tudo que fez dinheiro no rock/metal até hoje: bumbos duplos, distorção pesada (aqui foram mais espertos que o Dragonforce), vocalista tesão, solinhos firulentos e rápidos, videoclipes cheio de mulheres gostosas (mesmo que não tenha nada a ver com a letra), letras sem sentido com frases de efeito, letras de acasalamento, etc.

O resultado final até que foi legal, mas extremamente comercial e longe de ser metal de verdade. Como um álbum de heavy metal eu tenho que estender meu repúdio em conjunto com o Hellraiser, mas como um álbum de música eu não achei o trabalho ruim não, você só precisa estar em um dia meio pop para ouví-lo (de preferência com um saudosismo do Roxette).

Destaque para 'I Want The World ... And Everything In It' (a música que mais chegou perto de ser heavy metal), 'Madness' (gruda como chiclete) e 'Speed And Danger' (outra que com letra tosca e rapidez quase chegou a ser metal de verdade).

Nota: \m/\m/\m/

Tenho trocentos post scripts:

p.s.:  Touch In The Night é extremamente pop e só serve para extravasar sentimentos de acasalamento por parte de todos os envolvidos (compositor, intérprete e ouvinte).
p.p.s.: Os riffs iniciais de The Black Swordman e Far, Far Away são um plágio DESCARADO! (não lembro de quem, Hammerfall e Dio talvez?)
p.p.p.s: Hero's Quest é a instrumental que o tecladista estraga e melhora ao mesmo tempo. O primeiro trecho de teclado é ridículo, mas o segundo é muito bom (meio Megaman?), e o terceiro meia-boca.
p.p.p.p.s.: A vocalista as vezes lembra a Doro.
p.p.p.p.p.s.: Como vocês podem descer a lenha no Battle Beast e venerar WASP? Espero que o álbum que vocês postem deles realmente justifique isso.


sábado, 7 de fevereiro de 2015

Faith No More - Angel Dust

O álbum "Angel Dust" lançado pela banda Faith No More em 1992, foi escolhido por The Magician para análise dos Metalcólatras.



1- Land of Sunshine; 2- Caffeine; 3- Midlife Crisis; 4- "RV"; 5- Smaller and Smaller; 6- Everything's Ruined; 7- Malpratice; 8- Kindergarden; 9- Be Agressive; 10- A Small Victory; 11- Crack Hitler; 12- Jizzlobber; 13- Midnight Cowboy; 14- Easy.

The Magician
Durante os anos 90 houve uma catarse no âmbito criativo do Rock e do Metal. Após ser explorado à exaustão o Rock gerou alguns movimentos alternativos nos Estados Unidos de bandas não convencionais que flertavam com o funk music, e suas apresentações mais lembravam “Jam Sessions” do que um show com começo meio e fim.

Desse meio vieram Jane’s Addiction, RHCP e Faith No More, que consequentemente tiveram seus trabalhos expostos ao grande público.

Embora eu não aprecie – com raras exceções - o que é encontrado na continuidade do rastro deixado por essas bandas, que termina nas opções do mainstream orientadas por este portfólio (bandas grunge e pós grunge, em geral), existem alguns trabalhos que eu tiro o chapéu.
É desse limítrofe que eu minerei o álbum “Angel Dust” do Faith No More, uma compilação muito mais do que peculiar...

Não acho que o disco tenha sido nem o mais influente da banda - como muitas resenhas por aí afirmam – tampouco acho que este contém os melhores hits de toda discografia do FNM (todos esses, encontrados em “The Real Thing”, em minha opinião). Porém, é espantoso como podemos apreciar partes geniais espalhadas por todo álbum, que em seu decorrer prima por várias qualidades, mas que cedo ou tarde serão compensadas por alguma característica sem nexo ou bizarra.

Acima de tudo, ficaram registradas partes instrumentais grandiosas em Angel Dust, eu diria histórica para todo o gênero quando avaliamos a interação dos teclados/guitarras/baixo e bateria; nada pode ser ignorado, pelo simples fato que cada linha foi gravada para chamar atenção e não somente por estar preenchendo espaço vazio. Ainda dentro dessa análise cabe dizer que a musicalidade paradoxal de Angel Dust deriva das sequências solenes e dos pseudo classicismos evocados pelos teclados de Bottum, confrontadas pelo peso descomunal das guitarras de J.Martin e pelas baquetas de Bordim, e completadas pelas linhas funkeadas do baixo de Gould, tudo isso com uma boa dose de virtuosismo e outra grande dose de insanidade.

 Sobre esse conjunto antagônico percorre a voz polivalente de Mike Patton com sua multi abordagem oscilante, que consegue ser ainda mais excêntrica que o próprio composto instrumental, variando do estilo death metal ao rap sincopado.

Ao aprofundar minha análise não consigo evitar decretar que a inconstância é a verdadeira assinatura genética do disco, que entra em um êxtase epilético com variações de humor que apresentam trechos épicos contrapostos por maluquices que parecem ter sido encaixadas propositalmente para rejeição do resto do conteúdo. Entre essas pérolas que podem ser identificadas como puro delírio febril de um colapso mental,se destacam: um monólogo de um bêbado em “RV” embalado por uma suave balada de circo; a explosão de risadas histéricas em “Land of Sunshine”; as partes apoteóticas de coro à lá Manowar (ô Ô ô) intercalando uma vibe swingada em “Crack Hitler”; cânticos indígenas em "Smaller and Smaller", um coro de criancinhas cantando o refrão de uma música que fala sobre sexo oral em “Be Aggressive”; entre outras inúmeras insanidades (sons de grilos, macacos, etc.)....

Pela escolha dos timbres e tons, pela qualidade de produção, e devido ao momento inspirado da banda na ocasião, vejo no conjunto da obra o disco “Angel Dust” do Faith No More como uma verdadeira obra de Metal Alternativo norte americano de grande destaque, que deve ser exaltado por algumas sequências e músicas grandiosas sem semelhantes nas demais discografias do gênero, mesmo percebendo que não era essa a intenção da banda – nem ser Heavy Metal e nem entregar grandiosas sequências.

Destaque para “Land of Sunshine”, “Caffeine” e “Small Victory”. Nota 7,5, ou \m/\m/\m/\m/.

P.S: Não dei ênfase para aquela discussãozinha surrada aqui do blog sobre o que é/não é metal. Basta pesquisarem referências externas, e resenhas mais específicas do Metal Archives, Sputinik, Allmusic, MetalHammer ou Kerrang!, aonde é inclusive apontado como um dos CD’s mais influentes do Metal...
Pode não ser um Salvo-Conduto, mas somente o fato do Helloween - banda “dinossaura” do Metal - ter feito um cover do Faith No More em sua coleção “Metal Jukebox”, já me diz alguma coisa.

Ah... sobre esse álbum tirar “as pregas” do blog para o acesso de qualquer outra coisa mais que se possa escutar, o álbum Chamaleon do próprio Helloween já tinha feito isso.

Phantom Lord
Faith no More foi uma das bandas mais significantes em minha formação musical pelo simples fato de que a primeira música que me atraiu para o rock e seus gêneros foi Falling to Pieces em 1990. Mais ou menos duas DÉCADAS depois decidi ouvir uma coletânea da banda e... Descobri que eles eram experimentais em demasia... 

Agora, aproveitando esta época carnavalesca, decidi re-escutar Angel Dust desta peculiar banda... Um disco que começa aparentemente esquisito e em seu decorrer se mostra literalmente uma fanfarra caótica... Em meio ao caos é possível detectar diversos trechos de música bem executados, mas o problema é que trechos bem executados mas desconectados entre si não formam uma música... Formam? 

Além de atirar em diferentes estilos do rock e seus subgêneros (como Helloween fez no álbum Chameleon), o Faith no More usou diversas quebras de ritmo e experimentações (como o Dream Theater usa em diversos de seus discos). Apesar de trabalhar ritmo e melodias durante maior parte do álbum, (sem descambar muito para falatórios e ruídos como algumas outras bandas) o resultado final disto tudo ainda só pode ser uma coisa: bizarro. 

 Land of Sunshine 6,1
 Caffeine 6,3
 Midlife Crisis 6,9
 RV 4
 Smaller and Smaller 4,2
 Everything is Ruined 7
 Malpratice 6
 Kindergarten 5,9
 Be Agressive 5,9
 A Small Victory 7,0
Crack Hitler 6,7 
Jizzlobber 5,6 
Midnight Cowboy 4,9 

 Uma observação: O "coro" de Be Agressive não deve ser de criancinhas, pois parece feito por garotas adolescentes, como as típicas líderes de torcida colegial. 

Nota Final: 5,7

Hellraiser
3Até que enfim voltei as tarefas metalcolatras, rsrs.
E o que logo encaro de frente é um album que eu classificaria como : ¨pra louco ¨ !
Confesso que sempre achei o Faith no More bem legal, muito criativo pra época dele, mas sinceramente o album Angel Dust nunca me chamou muito a atenção, ...bem diferente do The Real Thing. 
Nesse álbum em questão a sonoridade da banda vai do Countryzinho pra louco, até o Punk Hardcore pra doido. 
O álbum tem seus momentos altos, como o incio, que englobaria as faixas Land of Sunshine, Caffeine e a manjadona Midlife Crisis. 
Porem cai no que eu chamaria de ¨manicômio sonoro ¨. 
As faixas que seguem são pra la de doidas, e chegam a soar bem esquisitas, ...claro, nunca contestando a criatividade e o poder dos músicos em questão, ...mas é muita doidera prum disco só !!!!! 
O álbum volta a ter alguns pontos de lucidez em Kindergarten e na ( outra ) manjadona, A Small Victory. Daí pra frente voltamos a loucura insana com as 3 ultimas faixas deste trabalho (?), que diga-se de passagem, chegam ao cúmulo da doidera com a ultima faixa. 
Sempre soube porque foram escolhidas as duas faixas de trabalho na época, ....era por que não haviam outras que poderiam ser tocadas em FMs !
O trabalho é bem mediano, ...principalmente se comparado ao seu antecessor. 
Nota 5,9  

The Trooper
3
Há neste trabalho diversos trechos bacanas, um ou outro riff de guitarra, linha de baixo, etc. Mas eles raramente se unem para formar uma música agradável.

Aliás, acho que o objetivo dos compositores realmente não era criar músicas agradáveis, muito pelo contrário, em algumas músicas acho que a ideia era criar um ambiente desagradável mesmo para expor sua crítica social ou seja lá o que se passa na mente do compositor.

Outro problema é esse, está tudo criptografado para mim, e eu não sou muito fã de criptografia, pelo menos quando não sou eu criando.

O estilo varia do funk para o grunge, para o alternativo e até mesmo para o heavy metal, mas tudo em relação à trechos de músicas, talvez o estilo mais presente seja o funk.

Enfim, embora reconheça a competência e a criatividade dos músicos, esse não é definitivamente um trabalho palatável. Pelo menos para alguma coisa a mídia serve de vez em quando, e aqui ela filtrou bem (dentro do possível) o que iria tocar na rádio, e para mim seria suficiente ouvir o que a mídia escolheu.

Uma vez fui com minha prima em um bar na Praça Roosevelt no centro de São Paulo ver um festival de bandas independentes, a banda de um outro primo ia tocar mas acabou não indo, pra não perder a viagem a gente assistiu à algumas bandas. 

Dentre elas (nem me lembro mesmo se vi mais de uma), uma ficou na minha mente porque fez uma apresentação teatral e bizarra, com uma crítica social razoável e que no final me chocou por passar uma mensagem cristã explícita. 

Tudo isso em um ambiente escuro, cheio de correntes e sangue (falso, claro). Bem, valeu pela experiência, mas se você se identifica com a descrição que eu passei acima, este álbum foi feito para você.

Meu destaque vai para 'A Small Victory', solos muito bons, e no geral é uma música bem bacana. Eu quase classificaria 'Kindergarten' (essa e 'Midlife Crisis' tocaram no rádio se não me engano), 'Be Agressive', 'Land of Sunshine' e 'Caffeine' como boas ('Kindergarten' e 'Be Agressive' principalmente), mas elas são malucas demais para o meu gosto.

p.s.: Por falar em maluquice, não foi esse vocalista que comeu cocô no palco?

Nota: \m/\m/\m/