quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Visions - Stratovarius

O álbum Visions lançado pela banda Stratovarius em 1997, foi escolhido por Magician para análise.



Phantom Lord
 Se eu fosse o desaparecido Metal Mercante, provavelmente teria de começar esta resenha afirmando: Demorou demais para esta banda aparecer aqui! Finalmente! Mas como não sou... 
O que temos aqui é o retorno do metal melô ao blog. Mas não qualquer bandinha do quintal gelado da europa. Stratovarius é uma banda influente no cenário do heavy metal europeu! 
Conheci o trabalho desta banda através de uma coletânea que surgiu no covil há cerca de uma década... Nesta coletânea estavam presentes ao menos 3 ou 4 músicas deste disco: Visions. 
A técnica dos intrumentistas é indiscútivel. Apesar de existir um uso frequente do teclado nas músicas, a aparição deste instrumento até que se faz discreta. Os vocais... bem os vocais são suaves... as vezes podem parecer uma voz de bobo quase chorão mas com certeza está um nível acima de bandas como Sonata Arctica! Por esta razão, digo que a derrota do Sonata nos duelos destes blog, há meses atrás foi justa! Seria um ultraje aquela bandinha "minion-follower" dos grandes nomes do metal europeu, ganhar espaço antes de bandas influentes como o Stratovarius! 
 Voltando ao álbum... Temos duas faixas marcantes logo de início que já mostram bem o estilo musical da banda bem como sua qualidade! O orgão em Black Diamond ficou ótimo, para não dizer genial! Após estas duas faixas temos mais uma paulada de boas músicas (principalmente para quem gosta das vertentes mais melódicas do heavy metal): Em minha opinião, são ao menos 8 músicas sólidas até o disco se perder nas duas últimas faixas mais entediantes e/ou semi-progressivas. 
 The Kiss of Judas 8 
Black Diamond 9 
Forever Free 7,7 
Before the Winter 6,7 
Legions 7,7 
The Abyss of your Eyes 7,6 
Holy Light 7,4 
Paradise 9,4 
Coming Home 6,5 
Visions 5,8 

Nota / Média 7,6 

 The Trooper
 3A história do Stratovarius é longa e confusa, com diversas trocas de membros da banda (para se ter uma idéia, não há nenhum membro da formação original atualmente), portanto vou me ater ao 7° álbum (e os integrantes da época), aliás eu nem conheço muito da discografia dos caras.
O principal destaque para mim é Timmo Tolkki, parte dos riffs e solos de guitarra estão bem acima da média, mas isso não impede que faixas tediosas apareçam no trabalho, e aí o outro Timmo (Kotipelto, o vocalista), enfatiza o tédio, pois a voz do cara é muito melancólica (aliás as músicas nesse cd parecem muito tristes ou muito alegres), dá até pra comparar com o vocalista do Sonata! Tudo bem, não chega a ser tão ruim, o cara é afinado vai, e não parece que está com diarréia.

Outro problema do cd (e acho que do Stratovarius em geral) é o teclado. Cacete! Alguém ressuscite o Jon Lord e produza uma centena de clones, por favor! (Isso está ficando repetitivo nas minhas resenhas).
Mas enfim, tirando os pormenores, este álbum é um clássico do powermetal, no momento certo, ouvir Visions é uma grande escolha.
Destaque para as manjadas The Kiss of Judas, Black Diamond e Paradise. Com exceção de Before The Winter (chata pra dedéu) e Holy Light (um exemplo de como NÃO se fazer uma faixa instrumental de heavy metal, parece uma mistura de Dragon Force e Pink Floyd), o resto do álbum é razoavelmente bom, o que me faz desejar longa vida aos finlandeses, e que seu lugar completando a miríade do heavy metal nunca desapareça.
Nota: \m/\m/\m/\m/


The Magician
Em postagens passadas me arrisquei ao tentar trazer novidades para os conservadores metaleiros do blog, e acabei errando. Errei principalmente pela qualidade do que postei, e sou o primeiro a admitir isso, mas sinto principalmente pela enorme quantidade de boas opções que poderiam ter sido postadas e, embora já fossem conhecidas pelo grande público metaleiro, não deveriam em hipótese nenhuma serem deixadas para trás. 
E para me redimir com vocês, nosso fiel público de headbangers que contam os dias para novas postagens, eis que dentre essas opções lhes entrego uma relíquia de 1997, construída com extremo esmero por verdadeiros mestres artesões - Timo Tolkki & Cia. -: o artefato chamado "Visions".
Eu sabia que não haveria erro na escolha de Stratovarius (como sabido uma espécie de acrônimo para guitarra + violino), uma banda sólida de metal melódico que foi provavelmente a principal responsável por pavimentar o caminho que o Helloween desbravou e começou a trilhar anos antes; contudo, o que escolher em uma discografia longa e de qualidade como a dos finlandeses? Foi quando recapitulando cada um dos lançamentos da banda visualizei "Visions" e seu vasto repertório de músicas absurdas que fazem este CD mais parecer uma coletânea comemorativa do que apenas mais um simples release contratual.
Obra de raríssima e invejável qualidade que reflete acima de tudo a melhor fase e formação do grupo: de Johanson e Jörg, Kotipelto e ele: Tolkki, maestro e principal cérebro condutor da equipe. As individualidades são totalmente perceptíveis na sonoridade geral, e embora as canções sejam indiscutivelmente harmoniosas, os timbres são bastante contrastados de forma que a massa de som se mostre bem distribuída e menos encorpada. Em minha opinião essa fórmula expõe ainda mais o Speed Metal ante seu estilo-irmão "Power Metal".
Dentro de um gênero que costuma permitir algumas complexas viagens instrumentais, Visions surpreende e se mostra bastante sóbrio, eu diria que sob determinado aspecto até simples em demasia, e guarda apenas uma faixa para suas execuções exclusivamente exibicionistas - a faixa "Holy Light" (instrumental) - sendo que nas demais composições a musicalidade se atem aos temas propostos nos versos escritos e acabam se saindo muito bem. Logo, em uma leitura mais ampla sobre a obra percebe-se a concisão e clareza do material, já que o disco intercala muito bem músicas pesadas, músicas rápidas, músicas lentas, a faixa instrumental, e a conclusão em uma faixa épica, que devido sua proposta derradeira é a única que se permite ultrapassar a marca dos 6:30 min. 
Ou seja, não existe muito experimentalismo, sobre-progressões ou faixas polirrítmicas, e por opção tudo é muito bem separado pelos compositores e produtores em faixas que podem ser chamadas de singulares, exprimindo de forma muito objetiva o melhor que o metal melódico pode oferecer.   
Fora esses importantes fatores de produção e de layout já citados existe a capacidade criativa dos músicos em questão, que fizeram desse álbum um repositório referencial de inesquecíveis e simbólicas composições do Heavy Metal. E podemos pinçar apenas duas unidades para provar isso: talvez a mais marcante música da carreira do grupo: - "Kiss of Judas" - onde podemos contemplar a coerência instrumental com a leitura dos versos; e a contundente "Black Diamond" que apostou na até então inovadora fórmula do simulador de órgão clássico em conjunto com as guitarras distorcidas do Heavy Metal (se isso não é uma boa aplicação dos teclados no Metal, me desculpe, mas então não sei o que seria...). Ainda sobre "Kiss of Judas" gostaria de acrescentar mais dois pontos de destaque sobre a criatividade dos envolvidos, o scratch arrastado e contínuo da palheta na guitarra de Timmo no inicio da música que introduz uma atmosfera diferenciada à canção, e as geniais linhas de bateria nos versos principais - com o bumbo de Jörg executando tercinas muito mais do que providenciais - , que provam que não é necessário um "octopus" alucinado na condução das percussões metaleiras para a bateria ser participativa.
Entretanto escalar duas músicas desse composto de "Visions" não seria mais do que leviandade. 
O álbum histórico nos oferece nada mais nada menos do que diversas faixas clássicas (sim clássicas) e marcantes como "Coming Home", "Forever Free", "The Abyss of your Eyes" (animal!!!), "Legions" (pqp!!!), "Visions (Southern Cross)" e claro.... a famosa "Paradise", que abriu as portas para os ambientalistas do Metal Melódico.
Finalizando. Para cada faixa uma sensação e ambientação diferente, para cada faixa uma nova surpresa, para cada faixa uma abordagem e qualidade independente, e tudo isso se deve principalmente à genialidade de Tolkki, um daqueles guitarristas estruturais, que trabalha sobre os acordes e não dentro deles. Tolkki se preocupa antes de tudo com a coerência da musica e posteriormente com os floreios e virtuosismos, esse pensamento sistemático peculiar que também se reflete no corpo do disco (conforme já citado), é percebido dentro das músicas se focarmos alguns métodos curiosos do guitarrista gorducho: as bases são quase em sua totalidade rítmicas, sem fraseados, e a ênfase nos versos é na flutuação e técnica dos vocais, a guitarra simplesmente espera sua vez; quando a guitarra sola os demais instrumentos quase sempre se mantêm em linhas monotônicas e por fim os teclados também possuem bastante espaço no todo para apresentação de seus solos.
Como contraposição é importante lembrar que se você não gosta de metal melódico desconsidere tudo que escrevi aqui e não ouça este CD, mas caso não tenha preconceitos este é um dos GRANDES discos desse subgênero moribundo , entre os maiores da história. Nota 8,9 ou \m/\m/\m/\m/.

Nota: recentemente li que o ex-líder da banda Stratovarius T.T, então no Symphonia, repensou sua carreira após o mega fracasso da turnê da nova banda encerrada aqui em São Paulo. Confessou que deitado em uma cama (em um dos hotéis mais baratos da cidade, cfe. suas próprias palavras) reconsiderou a ideia de ser músico e questionou seus trabalhos e obra gravada. São Paulo tinha mesmo que ser o palco para uma merda dessa, com certeza um dos lugares mais deprimentes do mundo... mas o fato é que senti vergonha ao ler essa declaração de T.T, e refleti sobre as também recentes reclamações quase infantis de Edu Falashi. Podemos de fato sentir a fria sombra da morte do metal melódico e temo que seja um cenário irreversível... mas vou reescrever uma das minhas frases iniciais desse post com o intuito de criar um eco na mente dos que venham a ler, e sobretudo como um alerta: “, embora já fossem conhecidas pelo grande público metaleiro, não deveriam em hipótese nenhuma serem deixadas para trás”





Pirikitus Infernalis
Finalmente Stratovarius presente no blog e, em minha humilde opinião, logo com seu melhor cd. Uma banda que estranhamente possui um vínculo antigo com a família Metalcólatra, cada um a sua maneira.

Eu conheci essa banda ouvindo uma compilação chamada The Chosen Ones, juntamente com o ao vivo chamado Visions of Europe, simplesmente um dos melhores ao vivos que eu já escutei. Foi nesse momento que eu percebi a quantidade de ótimas músicas que a banda possui. Logicamente seu sucessor a ser escutado deveria ser o Visions.

O Stratovarius viveu um triênio mágico entre 96 e 98 com lançamentos de Episode, Visions e Destiny, todos ótimos cd. Desses 3, como dito anteriormente, para mim o Visions se sobrepõe. O álbum não possui UMA única música ruim, talvez Holy Light passe uma sensação de que um objetivo não foi traçado para aquela canção. Sem contar as mais que fenomenais Kiss of Judas, Black Diamond, Forever Free e Paradise.

Mas qual seria o motivo de tanto sucesso? Para começar, desde o seu álbum antecessor, a banda contava com Johansson (Malmsteen, Dio) nos teclados, e esse cara soube fazer um trabalho bem polido, sem soar extravagante. Jörg and Jari montam a cozinha de respeito, porém não é isso que faz o diferencial. Seria a técnica de Tolkki? Suas composições? A voz de Koltipelto? Eu na verdade creio que vá um pouco além. Lars Ulrich disse uma vez quando questionado sobre seu atual (des)preparo na bateria, óbviamente uma crítica, e o mesmo respondeu que o que importava era que ele conseguia unir a bateria com a guitarra de James Hetfield como ninguém. Tolkki possui uma técnica voltada para o melódico e ótimas composições, mas o que elevou foi o fato de a voz melancólica de Koltipelto cair como uma luva, tanto nas músicas rápidas como nas lentras (que diga 4000 Rainy Nights, Forever e aquele final megamelancólico de Destiny)

Um cd que realmente deixa um ar de satisfação. Lembrando da resenha do Magician, não dá pra saber se o Melódico vai se enterrar ou não mas, caso isso aconteça, deixará um bom legado.

Top3: The Kiss of Judas, Black Diamond e Paradise. Shame Pit: Holy Light .

Nota: 8,5


They can try to bind our arms,
But they can't chain our minds and hearts,
We will keep our faith inside our souls,
And never let it go.

We're Forever Free!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Show-ya - Hard Way

O álbum Hard Way, lançado pelo Show-ya em 1990, foi escolhido por Venâncio para análise.
01 - METALLIC WOMAN // 02 - Life Is Dancing // 03 - Switch Blade St. // 04 - 魔性 // 05 - 何故 // 06 - Make it up -どうにかしてよ- // 07 - ギャンブリング // 08 - BLUE ROSE BLUES // 09 - WAY YOU ROCK ME // 10 - うちにかえろう // 11 - 叫び.

Venâncio
 Sempre na busca do não usual, fora do eixo popular/usual do rock/heavy metal... blábláblá...

Trago agora uma excelente banda do outro lado do mundo, direto do país do sol nascente a banda feminina Show-ya.

Realmente, similar ao que aconteceu com Aрия não entendo uma palavra do que dizem mas isso não impede notar a força sentimental que Keiko Terada coloca nos vocais.

Em Metallic Woman (essa eu entendi kkk) temos um excelente começo desta obra, sendo pesada, marcada e bem trabalhada... Seguimos então para Life is Dancing que tem um começo bem loco, mas fica estranha na entrada dos vocais... ou talvez seja apenas por conta do teclado... de qualquer forma já a deixa inferior a faixa de abertura mesmo contendo uma ou outra parte mais empolgante graças ao baixo.

Switch Blade St é rock anos 80 total ganhando alguns pontinho comigo… 魔性 rápida, pelo menos o começo, mas falta algo nela, muito provavelmente falta peso. O que a deixaria realmente boa. 

何故 chegamos as viagens/baladas muito comuns nesta época com um tom melancólico e reflexivo.

Make it up -どうにかしてよ- meio álbum de analise chegando a algo mais “familiar”, uma música um pouco mais alegre lembrando abertura de animes, só peca pelo tempo, muito longa... ギャンブリングé o ponto alto da obra, a melhor concordância do vocal, backing vocals e instrumentos até agora... elas acertam tudo nessa, recomendo o clipe dela também. Blue Rose Blues antecede a decadência da obra sendo a ultima musica boa e deveria marcar como sua ultima faixa... Way You Rock Me é básica demais não acrescenta nada. Lembra sobre a as viagens/baladas que comentei? Bem deveriam ser uma por álbum e a deste já foi gasta lá atrás tornando うちにかえろう enfadonha a essa altura do campeonato.

Por fim temos 叫び que também não soma nada.

7 saquês e um pastel. 



Phantom Lord
 O Japão voltou ao blog... 
 Ao menos não é uma postagem redundante, pois Show-Ya é uma banda de rock com vocais femininos (na verdade a banda toda é composta de mulheres)... E é bem diferente do vocal feminino que passou aqui pelo blog (Tarja, do Nightwish), pois esta vocalista (Keiko) canta num estilo um pouco mais próximo da Doro Pesch. 

Metallic Woman não é um heavy metal pauleira, mas abre muito bem este álbum. Apesar de ter um ritmo consideravelmente pausado, esta música apresenta certo peso e “virtuose”. 
Life is Dancing tem um ritmo mais próximo do rock n roll clássico e do rock-blues... eu acho. Esta música soa bastante brega em alguns momentos, mas não é ruim. 
Switch Blade St. …Não é ruim, mas é entediante.
Fiendishness parece um bom “metal-trilha-sonora-de-game” com um solo de teclado razoável (poderia ficar ainda melhor se o solo fosse de guitarra?). É a melhor deste disco.
Naze: Longa e depressiva... 
Depois da faixa depressiva, o álbum vai gradualmente se “padronizando” sendo que as músicas Gambling e Way You Rock Me ficam um pouco acima da média... 
e Uchi ni Kaerou traz mais melancolia... Deveria existir uma lei proibindo todas as bandas de rock e metal de colocarem mais de uma faixa melancólica por álbum!! 
Sakebi encerra o álbum... Reforçando o que conclui sobre vocais japoneses, na resenha do Anthem – Eternal Warrior. 
Conclusão: A guitarrista toca muito bem. (Alguns momentos são absurdos!) Porém a vocalista deveria cantar em inglês e sem sotaque de japônes, assim o álbum como um todo seria realmente bom! 

Eu não uso letras do alfabeto japonês... Ainda bem que encontrei uma versão do álbum com os nomes em inglês: 
Metallic Woman 7,2 
Life Is Dancing 6,2 
Switch Blade St. 5,8 
Fiendishness 8,0 
Naze 5,8 
Make It Up -Dounikashite yo- 6,2 
Gambling 7,2 
Blue Rose Blues 6,0 
Way You Rock Me 6,6 
Uchi ni Kaerou 5 
Sakebi 5,5 

(Fiendishness... what a f@#%? A tradução para o idioma português seria Endiabradidão ou Endiabradice?) 

Modificadores: nenhum 
Nota: 6,3 

 The Trooper
 3Chato. Esta palavra poderia resumir minha opinião sobre este álbum, mas não é uma verdade absoluta, alguns pontos (principalmente no começo do álbum) chamam a atenção e causam uma reação boa. 

Eu diria que Show-ya varia de Chameleon do Helloween para Michael Jackson e chega até Deep Purple. Obviamente o que me chamou a atenção foram algumas linhas de baixo e pegadas parecidas com Purple, mas esses trechos correspondem a menos de 50% do álbum, logo, no fim eu achei um trabalho chato pra dedéu, que não vale a tortura de ver essa capa zoada toda vez que entro no blog.

Maldito Venâncio.
Nota: \m/\m/\m/

The Magician
Show Ya surge no blog como terceira amostra nipônica de Heavy Metal/Hard Rock (após as postagens de Loudness e Anthem meses atrás), de modo que possa dar a entender para o leitor do blog que ou o país oriental é uma potência do gênero, ou que temos entre nossos críticos-membros alguns descendentes da terra do sol nascente. 
Mas na verdade não ocorre nenhuma das duas coisas, (embora eu admita que é um mercado potencial de consumo do gênero) que me faz questionar os motivos  dessas escolhas e o curioso interesse dos críticos nessas postagens orientais.
OK, concordo que isso é resmungar sobre as postagens, mas o fato é que uma vez que eu já tenha abordado nos posts anteriores as motivações culturais do J-Rock, as características da linguística na música anglicista e suas influências sonoras, não me sobra muito onde discorrer. 
A novidade aqui é a formação completamente feminina, e o curioso fato da guitarrista da banda, Miki Igarashi explorar um vasto campo de texturas no decorrer do disco, multiplicando as camadas no que diz respeito a seus setups e cria colorações diversificadas sobre as diferentes músicas; mas ao tempo que se utiliza desta variação, na maioria das vezes experimenta nas linhas e fraseados de bases. 
Ou seja, a "moça" ilustra as faixas com patches pomposos, e mostra criatividade na configuração de seu equipamento, encostando um pouco aquele velho preconceito de guitarristas consagrados sobre a "autenticidade" dos timbres próprios (provavelmente um clichê machista do metal). Particularmente eu aprecio esta coragem, que no fim das contas dá certo fôlego às passagens do álbum. 
Sobre o trabalho da guitarra eu acrescento o ótima arquitetura das bases e colocações de licks, que caminham sobre o Blues, Hard Rock, Metal Clássico e até o Speed Metal, com personalidade e solidez. A guitarrista peca somente nos solos, muito modestos e por vezes tímidos que neste caso infelizmente não passam desapercebidos e sugerem certa inaptidão da autora das linhas.
Reforça o composto instrumental e o dorso das composições os teclados de M. Nakamura que aparecem por aqui e por ali, e invocam a inconfundível característica das interpretações de John Lord (e mesmo assim Trooper reclamou); não assumem responsabilidade solista mas reforçam a argamassa de Hard Way.
Como linha sobressalente se apresenta a voz da cantora Keiko Terada que tem certo dinamismo porém características  vocais um pouco estranhas aos moldes do Rock/Metal, àqueles que foram disseminados pelas intérpretes nórdicas ou europeias das bandas metaleiras.
O álbum Hard Way guarda características curiosas, como sua variação melódica e experimentação nos estilos de composição, mas é ainda, primordialmente, apenas uma "descontração" devido principalmente aos atributos "estrangeiristas" do CD.  

Nota 6.3 ou \m/\m/\m/.