quarta-feira, 22 de maio de 2013

Kiss - Creatures of the Night

O álbum Creatures Of The Night lançado pelo Kiss em 1982 foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord


Ok, não se trata de uma banda de “heavy metal”, mesmo porque, o Kiss surgiu antes desse termo virar “moda” (ou antes de ser considerado um gênero musical). 
Estou postando o Creatures of the Night porque creio que seja o disco mais “pesado” e possivelmente o menos entediante do Kiss, não que eu conheça muito da discografia desta banda: Além de músicas que tocaram no rádio, ouvi apenas este disco, o Destroyer e uma coletânea.
 O álbum abre com a faixa título, que em termos de Kiss, até é um “rock pauleira”, com uma dose moderada de agressividade em seu ritmo. 
Saint and Sinner é mais parada e ocasionalmente apresenta breves gritos bregas em seu decorrer. 
Keeping Coming traz mais um pouco do ritmo e vocais cafonas, típico da época. O refrão até que chega a ser grudento, mas esta música não deve agradar quem está esperando por um rock pesado ou veloz... 
Rock and Roll Hell tem uma boa introdução... mas poderia se desenvolver de uma maneira mais interessante. Na verdade uma das partes mais paradas onde pode-se ouvir o som do baixo, acabou me lembrando Manowar... 
E falando em Manowar, para mim o Kiss é seu equivalente no mundo do Rock and Roll / Hard Rock. Pois as duas bandas parecem ter grande preocupação com suas imagens, em outras palavras, ambas são bandas cheio de pose. E para mim, bandas cheio de pose são... Posers. 
A diferença (além do estilo musical) é que os integrantes do Manowar acreditam que o heavy metal não é música e sim o tal estilo de vida. Já o Kiss é formado por negociantes natos e negociantes se interessam por dinheiro / grana / bofunfa! Apesar dos pesares, esses fatores não impedem que uma banda consiga criar músicas boas... Podem até atrapalhar com certa frequência, mas não podem impedir. 
Ah... eu estava falando das músicas desta grande “business band”... Danger... legal, mas talvez por causa de seu nome, esta música deveria ser mais pesada ou veloz. 
Love It Loud: Esta música sozinha carrega o álbum nas costas! Talvez até carregue toda a discografia do Kiss. Sem dúvida a melhor do álbum e talvez a melhor entre todas músicas feitas por esta banda. Genial! 
I Still Love You é a romântica do álbum. Pelo menos o som a lá tecladinho da parte “morta” da música me pareceu trilha sonora de um dos jogos da série Ninja Gaiden. Enfim, não sou fã deste tipo de música depressiva. 
Killer é uma boa música e War Machine encerra o álbum “segurando a bronca”. 

Creatures of the Night 8,0 
Saint and Sinner 6,0 
Keep Me Comin' 6,8 
Rock and Roll Hell 6,3 
Danger 6,5 
I Love It Loud 9,8 
I Still Love You 5,8
Killer 7,8 
War Machine 7,4 

 Modificadores: 





 Nota final: 7,3


The Magician
K.I.S.S - "Knights in Satan's Service" no blog Metalcólatra!
Depois de uma verdadeira "era" de existência do blog, os americanos emplacaram uma resenha em nosso fórum. Essa demora se deve principalmente à ideia que o KISS é uma grande influencia do Metal, mas não seria integrante desse gênero propriamente dito, flutuando naquela antiga zona de intersecção entre o HM, Hard Rock e Rock Clássico (acho que o Scorpions sofre de um problema parecido).
A banda tem muita história, talvez seja a banda com mais história em toda a cena e por isso se torna muito mais interessante escrever sobre o grupo, ao invés do álbum exposto, obviamente. 
Mas focando apenas o "Creatures of the Knight" percebemos que se trata daqueles lançamentos com apenas um superhit + 2 ou 3 bons sons e com miolo de pão preenchendo o resto. Não é nem preciso dizer que o grande  hit é "I Love it Loud", realmente um ponto fora da curva se destacando não apenas como um sucesso da banda, mas como um grande som dessa época (louros ao Gene Simmons). Como boas músicas do CD seguem a faixa título e a música "Keep me Coming'" as outras não fedem nem cheiram, talvez possa ser detectada alguma criatividade em "War Machine", sendo que "I Still Love You" é uma bosta completa.
Percebe-se  também no seu decorrer que "Creatures of Night" possui uma variação razoável nos estilos das canções, com certeza essa característica da produção reflete o simples fato da interferência de vários músicos/produtores envolvidos, são nada menos do que oito assinaturas de compositores nos créditos da obra.
No fim o resultado sai com os temperos básicos da banda, ou seja, como descrito acima: um mix do HM+Hard Rock+Rock Clássico.
Como performance o disco é bem equilibrado, sem nenhum desfile virtuoso ou (fora I Love it Loud) momento brilhante, na verdade se trata do esperado e recorrente nos trabalhos do KISS já que se trata de músicos polivalentes, mas sem nenhum especialista presente.
Fato é, que fora aqueles sucessos acima do bem e do mau que a banda criou, tenho uma impressão bastante reticente quanto à qualidade das músicas do KISS, que foi por muitos e muitos anos a menina dos olhos da indústria fonográfica norte americana. A imagem da banda com seus figurinos caricatos e mascarados (roubados sim senhor, do grupo brasileiro "Secos e Molhados") é a personificação do Show Business, uma imagem vitrificada do Rock Star egocêntrico e espalhafatoso, herói, anti-herói ou vilão; produzida em série, enlatada, colocada em prateleiras e vendida para as massas. 
Um produto estritamente comercial como esse dificilmente vai carregar conteúdo realmente significativo, seja qual for o nicho em questão.
Mas admito que é ponto para o KISS quando o assunto é (ou foi)  atrair o público mais jovem e adolescentes para o Rock n Roll... nisso o grupo realmente compete.
Fora isso é isso mesmo.
Nota 6.7 ou \m/\m/\m/  

The Trooper
3Kiss parece ser uma daquelas bandas de coletânea, mas não tenho propriedade para afirmar pois só conhecia uma coletânea e o álbum em questão. Uma coisa eu posso afirmar: os caras podem não acertar o tempo todo, mas quando acertam, se segura que vem bomba na orelha. 

Neste trabalho eu acho que acertaram em pelo menos quatro faixas: Creatures of the Night, I Love it Loud, Killer e War Machine. Os créditos vão para as pancadas que Eric Carr distribui pelo álbum, algumas linhas de baixo e distorções de guitarra somadas a vocais manjados que se encaixam bem na maioria das músicas.

As letras como de se esperar, não possuem muita representatividade, dividem-se nas manjadas "endemonhadas", putanheiras ou melosas.

Outra característica da banda (que pode ser considerada qualidade por alguns), é sua capacidade de misturar o pop com o pesado e conseguir chegar até os ouvidos de pessoas sem afinidade com heavy metal ou mesmo rock.

Por fim, recomendo que você procure todas as músicas legais dos caras em sua discografia e monte uma mega coletânea, espero conseguir fazer isso eu mesmo, um dia desses.

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.: Já que o Magician citou os créditos, segue trecho da wikipedia abaixo:

Track listing

No. Title Writer(s) Lead vocals Length
1. "Creatures of the Night"   Paul Stanley, Adam Mitchell Stanley 4:02
2. "Saint and Sinner"   Gene Simmons, Mikel Japp Simmons 4:50
3. "Keep Me Comin'"   Stanley, Mitchell Stanley 3:55
4. "Rock and Roll Hell"   Simmons, Bryan Adams, Jim Vallance Simmons 4:11
5. "Danger"   Stanley, Mitchell Stanley 3:54
6. "I Love It Loud"   Simmons, Vinnie Vincent Simmons 4:15
7. "I Still Love You"   Stanley, Vincent Stanley 6:06
8. "Killer"   Simmons, Vincent Simmons 3:19
9. "War Machine"   Simmons, Adams, Vallance Simmons 4:14
Uncredited musicians Vinnie Vincent – lead guitar, backing vocals on "Saint and Sinner", "Keep Me Comin'", "I Love It Loud", "Killer", and "War Machine" Bob Kulick – lead guitar on "Danger" Robben Ford – lead guitar on "Rock and Roll Hell" and "I Still Love You" Steve Farris – lead guitar on "Creatures of the Night" Mike Porcaro – bass guitar on "Creatures of the Night" Jimmy Haslip – bass guitar on "Danger"

 Hellraiser
3Minha banda do coração ! Pelo menos nos anos 80 ! 
Essa é a banda que me introduziu no mundo do Rock e Metal, assim que vieram ao Brasil, em 1983. 
Esse foi o primeiro LP que tive em minha vida. 
Isso é totalmente nostálgico para mim, e confesso que sendo assim, eu AMO de paixão isso. 
É farofa, sim, é !!! 
Mas aqui a banda passeia FACILMENTE pelo Heavy Metal, talvez um dos discos mais pesados do Kiss, juntamente com seu secessor, o ``Lick it Up``. 
Porem foi o álbum que jogou o Kiss em definitivo na mídia, sendo que a banda estava em baixa, por causa de alguns lançamentos bem inferiores, vinham caindo muito nas vendas, no publico, então resolveram lançar um disco com volta as raízes, sem experimentalismos, puro Rock`n`Roll pesado e fazer uma longa turnê de divulgação do disco. 
Tiro e queda !!! 
O show aqui do Brasil reuniu o maior publico do Kiss até aquela data. Recorde absoluto ! 
E os caras não fizeram por menos, sendo que seus shows são verdadeiros espetáculos pirotécnicos. 
Quanto ao disco em questão, .....a faixa titulo, ``Rock´n´Roll Hell``, a excelente e mega conhecida ``I Love it Loud``, a rápida ``Killer`` e a excelente e pesada ``War Machine`` fazem desse trabalho, um digno álbum de Hard/Heavy do mais alto gabarito das bandas dos anos 80. 
A banda na sua MELHOR fase !!! 
PS: Ace Frehley aparece creditado na capa, porem já perdido em drogas e descontente com seus companheiros de banda, não gravou nenhuma musica, sobrando para o guitarrista Vinnie Vicent, o qual veio junto com a banda ao Brasil, e também gravou o álbum seguinte ``Lick it Up´´. 
Nota 8,5

terça-feira, 7 de maio de 2013

Crimson Glory - Transcendence

O álbum Transcendence lançado pela banda Crimson Glory em 1988, foi escolhido para análise pelo MetalMercante




Phantom Lord

Mais um álbum de uma banda classificada como "progressive metal" dos anos 80... 
 O álbum inicia-se com a música Lady of Winter, um bom heavy metal com "pitadas melódicas"... e segue com músicas diversificadas mas nenhuma longa viagem... Em outras palavras, nada muito progressivo, o que para mim está bom... 
 Acredito que os destaques sejam as faixas Burning Bridges (talvez a faixa mais "prog" deste disco) e Eternal World, que além de interessantes, mostram que a banda não se perde enchendo suas músicas com quebras de ritmos desconexas (gracias!). 
A sonoridade deste disco do Crimsom Glory, parece variar de Led Zeppelin ao Queensryche contendo pitadas de heavy metal a lá Judas Priest com uma inclinação melódica... Ou seja, pode-se notar a influência de várias bandas nas músicas do Transcendence, mas como eu já devo ter afirmado em outra resenha, não há problemas quando os músicos conseguem criar algo inovador a partir de sonoridades ou canções já existentes. 
 Afinal o importante é que não fique parecendo cópias descaradas... Neste caso, os caras do Crimsom Glory, acertam bastante, exceto pelas faixas In Dark Places (parece Perfect Strangers em vários momentos) e Masque of Red Death (esta última é nitidamente "Powerslaved"!!). 

Lady of Winter 7,7 
Red Sharks 7,5 
Painted Skies 7,5 
Masque of Red Death 7 
In Dark Places 6,2 
Where Dragons Rule 7 
Lonely 6,9 
Burning Bridges 7,8 
Eternal World 8 
Transcendence 7,2 

 Concluindo: Este não é um álbum do tipo porrada nem muito pesado, mas para quem curte "progressivo acessível" ou "rock/metal dos anos 80", vale a pena conferir! 

 P.S.: Acho que um segredo para achar músicas boas no fim do disco é ouvir ele em ordem aleatória uma das vezes ao menos, como eu fiz um vez com o Trascendence. 

 Nota: 7,4  

The Trooper
3Mais um álbum de progmetal no blog, o que acontece com o Mercante ultimamente? Wake of Magellan, Awaken the Guardian, Chameleon (!!?!?!?) e agora Transcendence, será que é isso, ele transcendeu sua existência como "true" metaleiro epopéico? Ou será que depois de seu casamento, seu coração de pedra amoleceu? Que meigo!
Patifarias à parte, ao contrário de Awaken the Guardian, do Fates Warning, Transcendence é bom, pelo menos no começo do álbum, a banda faz um progmetal dinâmico, com certa velocidade, talvez até flertando com power metal. O vocalista é muito bom, me lembra Savatage ou Queensryche, e a banda no geral também. Não sei por que, mas gostei mais do álbum quando ouvi com meu fone de ouvido que intensifica os graves, a linha de baixo fixou bem legal, em Masque of The Red Death, alguns trechos me lembram até Iron Maiden. Os solos de guitarra também são um destaque, o começo de Where Dragons Rule me trouxe boas lembranças de Blind Guardian.
O álbum dá uma desacelerada da quinta faixa (In Dark Places) em diante, e quando volta a acelerar em Eternal World, a penúltima, o faz de maneira caótica, com várias quebras de ritmo (comuns no progmetal e metal melódico), mas com exceção de alguns refrãos que parecem que a agulha do toca-discos pulou, essa é a única quebra de ritmo que aparece. Portanto as melhores faixas do álbum são as quatro primeiras, que seguraram a nota do álbum, com um destaque especial para Red Sharks, a melhor do álbum (aliás, acho que o Mercante escolheu este álbum só por causa da letra dessa faixa, para me cornetar). E por falar em letras, a maioria é bem viajante, e os temas variam bastante, mas no fim se trata de uma obra lírica razoavelmente melancólica.
Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
A Wikipédia coloca a banda americana "Crimson Glory" ao lado do Queensrÿshe e do Fates Warning como uma das progenitoras do gênero de Metal Progressivo norte-americano, eu incluiria nesse ilustre grupo de bandas o Savatage, que inclusive, teve membros que tocaram projetos ao lado de músicos do Crimson Glory. 
Logo percebemos que Merchant (nosso querido critico super-criterioso) tem particular afinidade com as bandas desse micro-núcleo do Heavy Metal, e que com sua generosidade e sabedoria, procura sempre que pode compartilhar deste conhecimento conosco.  
Obrigado professor Merchant... eu não conhecia o trabalho da banda, e confesso que embora o estilo de música não traia este movimento de metal prog no qual não sou exatamente fã, o resultado final do trabalho me surpreendeu.
O vocalista "Midnight" (falecido em 2009, era chegado numa cana...) era um ponto fora da curva, com uma capacidade de alternância na voz que era simplesmente fora de série, com certeza registrou as linhas de maior destaque no CD em questão. 
O trabalho instrumental é muito bom, desde o baixo e bateria até as linhas de guitarras, que em seus momentos de maior criatividade criaram uma trinca de alta qualidade: "Lady of Winter", "Lonely" e "Masque of Red Dead". O disco com certeza não se resume a isto, mas com certeza esta é a crista do álbum, que está exatamente no meio do trabalho e serve afinal para "trazer o ouvinte" para dentro do CD e criar o interesse para que continue escutando até o final. 
O que infelizmente me incomodou bastante e acho que foi determinante para colocá-lo na "vala comum", foram os fatores da produção; desde a equalização muito linear, com todos canais competindo nas mesmas frequências e alturas, quanto a pasteurização das passagens em geral que deixou a sonoridade meio chocha e sem personalidade. Acabou inibindo o potencial da obra, ou por falta de um produtor bom, ou por que algum bacana achou que esse tipo de mixagem ia melhorar a impressão sobre a sonoridade (meu palpite é que faltou um cara bom mesmo).
Com o fechamento desta disciplina "Metal-Prog-Americano" lecionada pelo Prof. Mercante, minha conclusão é que o Metal norte americano dos anos 80 chegou a sinalizar uma vertente promissora de heavy metal que fizesse frente ao estilo Speed/Power europeu, mas tropeçou nas próprias pernas devido o virtuosismo almejado e desmedido, e esbarrou também na concorrência interna do seu mercado de música pesada.
Pena..., pois se essas bandas de fato tivessem virado nessa época nos EUA, hoje com certeza teríamos uma cena muito mais forte e duradoura no Metal Melódico mundial.

Nota \m/\m/\m/ ou 6,9.