segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Rush - Counterparts

O álbum Counterparts, lançado em 1993 pelo Rush, foi escolhido por The Trooper para análise.

Faixas: 01-Animate; 02-Stick It Out; 03-Cut To The Chase; 04-Nobody's Hero; 05-Between Sun And Moon; 06-Alien Shore; 07-The Speed of Love; 08-Double Agent; 09-Leave That Thing Alone; 10-Cold Fire; 11-Every Glory




The Trooper
3
Saudações, mais um ano terrível se passa. Ficamos devendo uma postagem em dezembro, culpa do Magician, ele tentou convocar yuguloths mas acabou escravizado por eles, hoje está cerca de 14 horas por dia em algum plano inferior.

Coube a mim não deixar mais um mês passar batido neste decadente blog. O incentivo foi prestar uma homenagem póstuma ao grande baterista Neil Peart. E dentro do meu gosto limitado, resolvi postar o álbum que mais gosto dos caras: Counterparts.

Eu já havia dito isso no outro post de Rush feito pelo Phantom Lord e volto a reforçar, este é o melhor álbum dos caras, o mais pesado (na faixa Double Agent, minha mãe entrou no quarto e falou 'que baruiada filho') , o mais bem produzido, enfim, ouça aí para concordar (uma opinião de quem não ouviu nem 1/5 da discografia).

O baixo é o instrumento que traz mais peso ao álbum, mas ele (o álbum) é um espetáculo nos instrumentos como um todo. Preste atenção nas sacadas do Neil Peart (ouve a batera de Between Sun And Moon), nos riffs base do Lifeson. O baixo eu já citei que é minha paixão neste trabalho, mas os vocais suaves do baixista, Geddy Lee combinaram perfeitamente para fazer este um dos melhores álbuns de rock and roll que já ouvi (ou rock progressivo ... ou seja lá que classificação irrelevante você use).

A faixa instrumental (Leave That Thing Alone) é fodida, principalmente por causa do baixo, e Cold Fire dá aquele gás final antes do cd acabar, digo isto porque Everyday Glory é light demais para o álbum, não que seja ruim, mas lembra mais R.E.M. do que as outras faixas que estão mais próximas do heavy metal. Se não fosse pela última faixa e pela levemente sonolenta The Speed of Love, minha nota estaria próxima do máximo.

Destaque para Animate, Stick It Out e Nobody's Hero.

Nota : \m/\m/\m/\m/



Phantom Lord
Counterparts do Rush foi um dos meus álbuns favoritos por volta de 2010 a 2014... 
O pesado álbum (ao menos para os padrões de Rush) mostra bem a competência da banda canadense. A banda esbanjou qualidade musical ao longo de sua carreira e não é diferente com o álbum Counterparts lançado na 1ª metade dos anos 90. 
No momento só não posso opinar sobre o conteúdo de todas as músicas (letras) porque só lembro das poucas que eu li. Também me lembro que eu sempre cornetava Pirikitus e alguns outros colegas que defendiam Pink Floyd como o maior ícone da história do progressive rock. Eu posso tirar meu chapéu para consciência social de integrantes do Floyd, como Roger Waters, mas a sonoridade dos trabalhos do Rush deve continuar incomparável. Acredito que meu gosto permanece o mesmo porque o Rush faz músicas mais "digeríveis" do que o Floyd, portanto "menos progressivas". 
Falando do "peso" das músicas, ele aparece mais na faixa Stick it Out e em alguns trechos aqui e acolá do Counterparts, mas o Rush não precisa de peso para fazer boas músicas... 

Enfim, foi bacana ouvir este álbum novamente depois de vários meses e interpretar novos significados para algumas canções/ letras, mas vou encerrar a resenha aqui por falta de linearidade do meu pensamento. 

1. Animate 8,0 
2. Stick It Out 8,5 
3. Cut to the Chase" 7,2 
4. Nobody's Hero 7,1
5. Between Sun & Moon 7,1
6. Alien Shore 7,4 
7. The Speed of Love 6,8 
8. Double Agent 7,6 
9. Leave That Thing Alone 7,5 
10. Cold Fire 7,7 
11. Everyday Glory 7,2

P.S.: Sobre a relação letra e sonoridade, a música que impediu que eu desse o selo "Solid" para este álbum, The Speed of Love, tem um conteúdo interessante, mas não me chamou atenção melodicamente... Ao menos ainda não, mas talvez um dia. 

Nota: 7,5 


Pirika
"When we are young 
Wandering the face of the earth 
Wondering what our dreams might be worth 
Learning that we're only immortal For a limited time..."

Dessa vez não tivemos uma homenagem do clubista Magician, mas temos aqui mais um álbum do progressive power trio canadense em justa forma de homenagem e respeito a Neil Ellwood Peart, inegavelmente um dos maiores bateristas que o mundo já viu (para mim, o melhor) e principal letrista da banda, que nos deixou no último dia 07.

Counterparts com certeza está inserido naquele grupo de bons/ótimos cds do Rush. Ele veio naquela reviravolta dada pelo Rush no começo dos anos 90 após uma metade de década nada bem sucedida da banda com e conta com 3 hits que a banda levou até o seu fim com Animate, Nobody's Hero e Cold Fire, entre outras ótimas músicas e algumas longe disso.

O álbum começa com Animate que tem um riff de baixo bem forte, instrumento este que se encontra com presença marcante por todo o álbum. O fato do Rush ser um power trio com músicos de alta qualidade contribui bastante pra isso, é uma banda sempre bem equilibrada que dificilmente deixa o peso nas costas de alguém. Além do riff o refrão também merece destaque, com certeza umas das melhores do álbum e da banda.

O álbum continua com a boa Stick it Out que deve ser a música mais pesada do álbum com bom solo do Lifeson apesar de curto. Cut to the Chase é de igual qualidade sendo uma música mais cadenciada e abre pro clássico instantâneo do Rush Nobody's Hero principalmente devido ao seu tema abordado.

A partir daí o álbum dá uma derrapada, normal já que o nível estava bem elevado até então. Between the Sun & Moon traz um bom instrumental padrão Rush, mas aqueles "Ah yes to yes" são osso. Peart e o solo "meio riffado" do Liefson se sobressaem aqui. Alien Shore para mim é o ponto baixo do álbum, que depois carrega as duas músicas que passam batidas até Leave That Thing Alone. É incomum você ver um álbum retomar a pegada a partir de uma música instrumental e por algum motivo o riff do Lifeson me lembra uma música do Sonic, mas enfim...é uma boa música. 

Cold Fire pra mim é o ponto alto do cd, uma das minhas favoritas do Rush, tudo nessa música me agrada. Ela é aquela turbinada final que o álbum precisa que até carrega Everyday Glory junto com ela, que é uma musica ok sem muitos destaques. Um bom cd de uma ótima banda de rock que possui o melhor baterista do mundo.


PS: Eu aproveitei para ler minha resenha do Moving Pictures feita em 2011 e na primeira frase da resenha eu falo que Rush não me agrada, só tenho a agradecer o Father Time por nos deixar menos tapado. Ao menos meu endeusamento ao Peart já existia naquela época, bom sinal de que existe uma espécia de sanidade estável na minha cabeça. 



Top 3: Animate, Nobody's HeroCold Fire. Shame Pit: Alien Shore.

Nota: 7

Curiosidade: Nos dois últimos álbuns tivemos um "Lee" com composições fodas. O baixo do Geddy é bom demais de se ouvir.

Pra finalizar, deixo um vídeo tributo ao Neil Peart com a última música do último álbum do melhor baterista da história. 

Rest in Peace, Neil.



"Suddenly, you were gone 
From all the lives you left your mark upon..."




The Magician

Concordo em grande parte com a maioria das coisas que os três metalcólatras acima escreveram (com exceção da escolha descabida do shamepit do Pirika), inclusive sobre a introdução do post do Trooper que cita meu embate corrente com demônios das profundezas do Abismo. Portanto, podia me isentar dessa postagem que sob muitas perspectivas se faz desnecessária, mas acredito que o saudoso Peart ficaria chateado comigo caso optasse pela omissão...

 Na longa carreira dos canadenses muita coisa boa foi produzida, mas acho que destacar esse trabalho diante de grande parte dos demais da discografia do Rush não seja um exagero, e por isso endosso a escolha do Trooper como uma grande homenagem não somente ao N.P (rip), mas sim como uma grande homenagem à própria banda, que encerra suas atividades oficialmente com a morte do seu baterista.

O resultado do álbum Counterparts se avaliado como 'peça única' é genuinamente fiel ao estilo mais Rock'n Roll do Rush, que passou por algumas outras sonoridades meio "diferentes" na sua trajetória prévia, que o torna um trabalho bastante acessível para diferentes grupos de ouvintes, desde que apreciadores de boa música. E é importante frisar este ponto, pois mesmo com a utilização do modelo circular popular na composição da maior parte das músicas (V-B-R,- solo -V-B-R,.....), o Rush coloca realmente MUITA matéria prima sonora em cada estrofe.  Ou seja, não é um álbum preguiçoso, e as músicas apresentadas com estruturas de versos, bridges e refrãos mais comerciais - como "Cold Fire" - são construídas com detalhismo e certa complexidade nas pautas instrumentais, rebuscando e qualificando o produto como um todo.

Outro ponto digno de nota (e citado pelos demais metalcolatras acima) é o peso geral do álbum. O Rush fabrica esse peso sonoro bem mais pela escolha das melodias - quase sempre utilizando intervalos menores e progressões melancólicas - do que pelas escolhas dos timbres ou interpretações. Em outras palavras, não escutamos o Lifeson britando grooves rachados em uma guitarra super distorcida ou Lee usando cavalgadas no baixo, muito menos Neil impondo excesso de bumbos duplos, mas mesmo assim, a noção de peso nas músicas fica clara para a maioria das pessoas. Dá quase pra falar que é heavy metal sem "apelar".

Mergulhando nas composições, tem muita coisa digna de nota pra imprimir tudo nesse post, por isso vamos direto ao ponto: o baixo de Lee é o verdadeiro frontman protagonista na maior parte das canções, com destaque para seus rápidos ligados e nos agressivos slides em "Animate" e "Stick it Out", com certeza as músicas mais 'fortes' do disco, e em especial na maravilhosa música instrumental "Leave That Thing Alone". Alex é o mesmo guitarrista inteligente que citei lá em "Moving Pictures" e adapta as suas linhas para a guitarra não oprimir os demais instrumentos (o que facilmente acontece em power trios mais descuidados) se usando de versatilidade surpreendente com interpretações tanto de baladas em 'Nobody's Hero', como de rock clássico em 'Animate' e 'Between Sun and Moon' e até postura hardcore como nos riffs de 'Cut to the Chase". Aliás, sobre este ultimo som, vale a pena destacar o solo de guitarra nervoso que o guitarrista canadense criou, em um estilo de fraseado que lembra muito o mestre alienígena Joe Satriani, que inclusive deve ter sido homenageado também na faixa 'Alien Shore' - a MELHOR composição de guitarra de Alex Lifeson nesse trabalho!!!!!! - com um riff introdutório e interlúdio de guitarra encharcado de veneno, e finalizados com um harmônico maravilhoso!

Sobre Neil Peart nesse trabalho..... 'who am I' pra escrever qualquer coisa aqui??? O cara era um mestre, cada música de Counterparts tem uma característica atmosférica que na verdade é ditada pelos tempos e pela intensidade da bateria de Peart; sua bateria falava, e se você dúvida, escute aí novamente a faixa "Leave That Thing Alone". Lembro do documentário do Rush que Peart conversava com um batera clássico de Jazz, e nessa conversa os dois refletiam que a fluência da composição de bateria não deveria girar em torno da pontuação temporal (unidades de tempo marcadas pela batida da bateria, mínimas, semimínimas, fusas, etc..), mas sim era focada nos intervalos de pausas e contra tempos, mais ou menos como enxergar uma foto no negativo, ou como o laser do código de barras que na verdade lê somente os intervalos em branco..... sei lá... tô viajando aqui... quem sou eu pra entender a aplicação desse conceito?...

É isso aí coleguinhas, Couterparts é trabalho de gênio (3 gênios, específicos) quase que sem pontos fracos (não gostei de Speed of Love, pra falar a verdade) e com muitos pontos fortes. Obra cravada na história do Rock, assim como o nome de seus criadores.... um deles inclusive já partiu dessa realidade para se tornar mitologia.
Nota 8,4 ou \m/\m/\m/\m/.