sábado, 24 de maio de 2014

EdGuy - Space Police

O álbum Space Police - Defenders of the Crown lançado pelo EdGuy em 2014, foi escolhido para a análise por The Trooper.


Faixas: 01-Sabre & Torch; 02-Space Police; 03-Defenders of the Crown; 04-Love Tyger; 05-The Realms of Baba Yaga; 06-Rock me Amadeus; 07-Do me Like a Caveman; 08-Shadow Eaters; 09-Alone in Myself; 10-The Eternal Wayfarer.

The Trooper
3Edguy não havia aparecido no blog ainda, e eu pensei "Por que não?", e aí está o último lançamento dos caras. O comentário do Mercante, contra a "bonjovização" do metal, levou-me a questionar "do que diabos ele está falando?", mas quando cheguei na faixa Love Tyger encontrei a resposta, um belo hard rock farofa, diferente da maior parte do álbum no entanto (com a óbvia exceção de Alone in Myself).
Eu ganhei o álbum Hellfire Club de presente de aniversário em 2005, e para ser sincero não vi nenhuma diferença abissal entre aquele trabalho e este, para mim, Edguy é isso, heavy metal, humor, riffs legais e uns ritmos alegrões que diminuem um pouco a chance d'eu gostar muito da banda. Um exemplo claro do que eu estou falando se dá na faixa The Realms of Baba Yaga, que começa com uns riffs de guitarra muito bons e entra em bridges e refrãos alegrões que acabam por deixar a música besta quando ela estava pesadona.
Enfim, é Edguy, o que significa músicas boas com partes entediantes, no geral eu achei legalzinho, pelo menos eu dei risada com a letra de Do me Like a Caveman.
Destaque para Sabre & Torch, a única porrada na orelha do início ao fim.

p.s.: Usando um artifício do Pirikitus: Shamepit para a faixa cover Rock me Amadeus.

Nota: \m/\m/\m/

Metal Mercante
Amadeus, Amadeus…Ô, Ô, ô Amadeus…

Ai meu Deus…pode onde começar nesse travesti de cd?

Escutei esse cd uma paulada de vezes, pois ele foi lançado um pouco depois do lançamento da expansão do Diablo III, então enquanto jogava D3 eu escutava esse troço e para um cara que tem um personagem de cada classe no nível máximo (algo que eu não tenho orgulho algum) isso significa muitas vezes no repeat.

A única música que chama atenção no álbum inteiro é uma que é um cover ridículo de uma música ridícula cuja única intenção é ficar repetindo uma palavra só por várias vezes e todo mundo sabe como isso é contagiante.

De resto é um monte de músicas com aquela pegada mais cômica que o Edguy sempre teve, mas sem nem chegar perto dos dias de glória do Mandrake ou das pauladas do começo da carreira da banda como “The Headless Game”, “Vain Glory Opera”, “How many miles” e por aí vai…

É difícil dar destaque para alguma música, talvez “Defenders of the Crown”…

PS: E essa capa? É um Freddie Mercury espacial sendo atacado por um alienígena?

Nota: 5,5 

Phantom Lord
De fato demorou para a banda do mentor do projeto Avantasia aparecer neste blog... 
Space Police é o segundo álbum do Edguy que eu escuto na íntegra e aparentemente apresenta diversas faixas de heavy e power metal com algumas poucas que saem deste eixo. As influências deste trabalho do Edguy são claras: Helloween (em diversos trechos tanto instrumentais como vocais) e algumas das bandas manjadas do NWOBM, como Iron Maiden (Tobias às vezes se aproxima muito do estilo do Bruce) e Saxon (o ritmo + distorção da faixa Sabre & Torch e a introdução de The Realms of Baba Yaga, por exemplo se parecem com algumas músicas/elementos do álbum Inner Sanctum). Porém existem algumas exceções: Love Tyger é um hard rock com forte influências de bandas que popularizaram-se durante os anos 80... Em minha opinião, muito próxima das músicas do Van Halen... Parece absurdo, mas esta música me pareceu mais inspirada do que as duas faixas anteriores, que quase caem na categoria do Powerless Metal (típico de várias bandinhas escandinavas que seguem o subgênero sem adicionar nada). Já o cover de Rock me Amadeus de um tal Falco... O que dizer? Pop rock "oitentista" com pitadas de Rap... Uma combinação das mais cafonas possíveis. 
Além destas esquisitisses, o teclado aparece em alguns trechos de diversas músicas, sendo que em algumas destas músicas, sua participação é notoriamente boba alegre e/ou brega. 

Concluindo, o disco apresenta o grande potencial da banda, porém não ultrapassa a linha do "apenas bom" e se eu não contasse "Rock me Amadeus" nesta avaliação, a nota final do Space Police - Defenders of the Crown seria significantemente melhor... 

Sabre & Torch 7,9 
Space Police 7,0 
Defenders of the Crown 7,0 
Love Tyger 7,3 
The Realms of Baba Yaga 7,2 
Rock me Amadeus [cover] 5,4 
Do me Like a Caveman 7,0 
 Shadow Eaters 7,5 
Alone in Myself 7,0 
The Eternal Wayfarer 7,2 

 Nota Final: 7,0


The Magician
Ótima proposta do Trooper! 

O Edguy faz parte da excepcional safra de bandas alemãs noventistas de Heavy Metal e já demorava para aparecer no nosso blog, que honrou presenças de bandas bem menos expressivas ou merecedoras.

Suas referências (do trabalho em questão e da banda) são claramente vinculadas às bandas alemãs de Power/Speed Metal como Helloween e Gammaray, mas com temperos fortes de Hard Rock (essa influência vem crescendo a cada lançamento) que faz o balanço do CD oscilar bastante em níveis diferentes de estilos, e consequentemente o transformando em um trabalho bastante dinâmico. 

A receita básica e infalível do Heavy Metal é respeitada em faixas como "Sabre & Torch", "Defenders of The Crown", "The Realms of Baba Yaga" e "Shadow Eaters", enquanto as fórmulas mais experimentais e mais populares são testadas nas faixas "Space Police", "Love Tyger" (totalmente Hard Rock), "Do me Like a Caveman" e no insólito cover "Rock Me Amadeus" (Falco). Mas independente do tipo ou do ritmo empregado nas canções, Tobias e a trupe continua com uma sensibilidade musical impressionante, pois não vejo músicas rifadas ou notas jogadas à toa, desperdiçadas ou fora de timing ou sem inspiração. É um trabalho muito bem definido e direto sem, no entanto, grande pretensões.

Isso quer dizer que a banda soltou sua criatividade, sem se deixar influenciar por qualquer tipo de pressão, ou absorver algum reflexo negativo que eventualmente o trabalho poderia ter sofrido devido ao sucesso do já rodado projeto Avantasia (mais sério e incontestavelmente mais sóbrio que as obras do Edguy).

Essa transparência da personalidade descompromissada do Edguy, que "brinca" durante vários sons (por exemplo com o "uh-uh-uhhhhhhhhh" no "Alone in Myself", a música mais Bonjovisada do álbum), é o que definitivamente me cativou. Tive a sensação diversas vezes enquanto escutava o CD de ainda ter meus 21 ou 22 e estar escutando um daqueles grandes trabalhos do Heavy Metal dos 90's, fase áurea do cenário europeu..

Disco para curtir - de verdade - o Heavy Metal criativo e também acessível, e melhor, sem ter que levar muito a sério, como afirmado pelo próprio Tobias Sammet.

Nota 7,3 ou \m/\m/\m/\m/. 

sábado, 10 de maio de 2014

Virgin Steele - Invictus

O álbum Invictus lançado pelo Virgin Steele em 1999, foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord
Se não me engano conheci a banda Virgin Steele pela música Great Sword of Flame do cd House of Atreus Act 1 por volta de 2004... Depois de alguns meses, Julião, "o bardo", deixou um cd da banda tocando "de fundo" durante uma bebedeira dos metalcólatras em um estacionamento de super-mercado. Assim, como Julião, a impressão que tive da banda, é de que se tratava de um Manowar mais técnico, competente e pomposo. Poucos anos depois, Venâncio me apresentou o disco Invictus, o que me despertou curiosidade sobre o Virgin Steele, fazendo-me baixar o Age of Conscent... Um disco de power metal infectado pelo glam rock. 

 Falando do Invictus, ao que parece, se trata de um disco da fase pseudo-épica, ou simplesmente pomposa da banda. Pelo que entendi, após passar pelos anos 80, a banda resolveu seguir o caminho do tal "power metal" com fortes tendências sinfônicas, se prendendo aos temas mitológicos e similares. Invictus é um álbum de metal desta época (power e/ou sinfônico) conceitual, focado em contar histórias... 
Acredito que todos integrantes da banda sejam competentes, porém a proposta do disco e sua produção não são grande coisa... Existem alguns momentos de destaque, e muitos momentos de "arroz e feijão" e de pompa (comum das vertentes sinfônicas), mas não posso deixar de citar: Entre as pompas mais estranhas estão os gritos melódicos gays utilizados ocasionalmente pelo vocalista. 
 Apesar dos pontos negativos, a qualidade de muitas músicas, principalmente do meio até o fim do disco, são muito boas, fazendo do Invictus, um álbum no mínimo, digno de se conferir. 

 Encerrando esta resenha com uma dica: se você gostou de alguns trabalhos do Manowar, porém se decepcionou com a banda ao longo dos anos, vá curtir um Virgin Steele, uma banda menos preocupada com a pose e mais preocupada com a música. 

Blood of Vengeance/Invictus 7,0 
Mind, Body, Spirit 7,2 
In the arms of death god/Through Blood and Fire 6,0 
Sword of Gods/God of our Sorrows 6,8 
Vow of Honour/Defiance 6,7 
Dust from the Burning 7,5 
Amaranth/A Whisper of Death 7,2 
 Dominion Day 7,7 
A Shadow of Fear 7,0 
Theme from the Marriage of Heaven and Hell - 
Veni, Vidi, Vici 7,8 

 Nota Final: 7,2

Metal Mercante

Esse post foi um dos mais inesperados dos últimos tempos… Em primeiro lugar porque não era esperado que o Phantom, de todos fosse escolher este álbum para resenha, mas também pelo fato de cada linha escrita pelo nosso amigo Phantom ser praticamente um tapa na cada de todo o bom metaleiro existente…


A primeira coisa que vem a cabeça ao ouvirmos Virgin Steele são as semelhanças do vocalista David DeFeis com o Eric Adams do Manowar (“POWA!!!”), mas as semelhanças acabam por aí. Comparar Virgin Steele com Manowar é vazio…fruto de uma resenha descuidada e descompromissada… (isso que dá escutar uma vez o álbum e achar que é expert no assunto!)

Os álbuns do Virgin Steele, principalmente a “trilogia” The Marriage of Heaven and Hell que contou com a Parte I, Parte II e o cd Invictus possuem uma pegada bem épica, com partes melódicas e sinfônicas, sendo que a última gera força faixas “mortas” no álbum para dar clima na obra o que as vezes chega a atrapalhar a escuta contínua da obra, porém não incomodam tanto quanto nos próximos álbuns da banda (House of Atreus), talvez porque o Invictus possui mais faixas memoráveis como:

“Invictus”, “Sword of the Gods”, “Whisper of Death”, “A Shadow of Fear” (na minha opinião a melhor do álbum) e “Veni, Vidi, Vici”…

Resumidamente, a proposta do Virgin Steele é bem mais complexa que o bom e velho “Other bands play, Manowar Kill!”, nem melhor, nem pior, simplesmente diferente e as vezes um nível mais avançado de complexidade nas músicas pode afastar alguns ouvintes, mas se você está disposto a escutar com calma e apreciar a obra de arte que é o álbum Invictus você não irá se decepcionar.

“I will be there when you DIE!”

Nota: 9,0

PS: Lembrei disso quando ao escrever este post...



The Trooper
3A “EricAdamização” do Virgin Steele começou em 1986, com o álbum Noble Savage, e desde então é impossível escrever algo sobre a banda sem comparar com Manowar, o vocalista, David DeFeis mudou seu estilo sim, até se tornar uma cópia completa de Eric Adams (no álbum The Marriage of Heaven and Hell, de 1995). 
A diferença ao ouvir o álbum Virgin Steele de 1982 e Guardians of The Flame de 1983 é óbvia. Tudo bem que a produção tosquíssima da época talvez atrapalhe na comparação, mas não a impede. Digo isso por quê? Porque da primeira vez que você ouve Invictus, você pensa “Caramba, esse cd do Manowar é bom, diferente da maior parte da discografia”, só que não é Manowar, resta então perguntar por quê? Por que faz isso David? 
Não precisava … a não ser que o cara pensou, “ok, meu timbre é parecido com o dele, e daí se ele usou o estilo gritado antes de mim? Nossa banda é muito melhor.” Pode ser cara, mas eu vou sempre pensar nisso como uma cópia, e daí não tem como, afeta minha avaliação aqui no blog (não que alguém tenha que se importar com isso além de mim, mas estou justificando minha metodologia). 
Enquanto o Manowar se afundava em poserismo (o último álbum decente é Louder Than Hell-1996), o Virgin Steele continuava se aprimorando em técnica e fazendo bom uso das possibilidades que a tecnologia oferecia para a melhoria da produção dos álbuns. O que vemos em Invictus é um álbum extremamente bem produzido, pensado do início ao fim, com riffs inspirados de guitarra, e ótimas linhas de baixo que garantiam a cozinha com a bateria. Claro que, sendo um álbum temático, você tem que ir preparado para ouvir esse tipo de som, se for, com certeza, não vai se decepcionar. Meu gosto pessoal clama por mais peso e menos partes desaceleradas, mas a qualidade deste trabalho é indiscutível. 
Destaque para “Mind, Body, Spirit”, “Defiance” e “Dust From The Burning”. 

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
Um trabalho de Power Metal super enraizado como não poderia deixar de ser, afinal as mais diversas características do disco se empenham nessa única direção. 
"Invictus" tem foco na ambientação histórica e na atmosfera épica das histórias suportadas pela mitologia greco-romana, e relembra a afronta da raça humana perante os deuses olímpicos. Defeis obviamente não fez nada novo no Heavy Metal quando decidiu narrar essa epopeia, mas tenho que destacar o empenho com que fez.
Para isso a banda se comprometeu de fato em expor a essência do trabalho homérico com elementos que de fato passassem a ideia de uma novela heroica: seguidas toadas de múltiplas vozes, camadas de pianos e teclados, interlúdios de baladas, retomadas de elevação, vocais eloquentes e as famosas e intensas cavalgadas nos versos dorsais das músicas. Não faltam os solos e as partes em guitarras que protagonizam as músicas mais compridas, que por sinal é um dos principais fatores que reforçam a proposta de clima ostentoso - são 6 músicas com mais de 6 minutos sendo que duas delas ultrapassam os 8 minutos de duração.
Para todas as partes inclusive, a banda e os produtores tomaram muito cuidado com o nexo e com a coesão dos elementos, mesmo se arriscando com diversos interlúdios e imersões, as ideias principais de cada faixa são respeitadas e retornam para seu tema principal com performance convincente.
Minha avaliação é que com todo esse esforço e entrega dos participantes em montar um trabalho seguro, com foco e super bem ambientado, Invictus consegue se firmar como uma obra competente e interessante, mas que por vezes sugere uma atenção maior do ouvinte quanto às suas letras e narrações, fazendo dele um disco não muito acessível ou fácil de escutar, correndo o risco de frequentar o temido quartinho do esquecimento dos Metaleiros.
Destaque para "Dust From the Burning", nota 7 ou \m/\m/\m/\m/.

P.S: É muito óbvia a semelhança do timbre e do estilo de canto de DeFeis com Eric Adams "do Manowar", ignorar este fato é tolice. O Virgin Steele abriu shows para seus colegas americanos em 1985 e 1986 na Europa e foram convidados novamente em 1995. Mas alguns fãs do Manowar, pelo simples fato de serem babacas e sustentarem uma ideia babaca que "ninguém pode ser como o Manowar", bloqueados pelos seus cabrestos, não conseguem enxergar a realidade de que ao lado de DIO a banda de DeMaio é a maior influência de Power Metal no mundo, sendo influência direta também para o Virgin Steele (ainda que sejam de épocas parecidas).

O Manowar se utiliza desse endeusamento imbecil de seus fãs, mas no fim das contas não pode negar sua influência e consequentemente sua popularização inerente.

Influenciou inclusive Paulo Miklos, ex-titã.



e muito provavelmente motivaram sua inspiração para criação do "hino da torcida" de um dos patrocinadores da Copa, onde toca baixo e canta junto com uma integrante do "Pato Fu"....

                                                  "Mostra tua força Brasil..."

...logo Eric Adams e Joe DeMaio foram possíveis influências negativas para a derrota catastrófica do Brasil nessa Copa do Mundo... e mais uma vez o Manowar caga no pau.



                           jogadores brasileiros desesperados durante o histórico 7 x 1