sábado, 24 de agosto de 2019

Ed Guy - Mandrake

O álbum Mandrake, lançado pela banda Edguy em 2001, foi escolhido para análise por Phantom Lord.



Phantom Lord
 
Anos e anos se passaram desde a criação dos metalcólatras e finalmente chegamos num momento ideal de comentar o álbum Mandrake. 
Existem álbuns que falam de clichês de estilo musical, álbuns que falam de fantasia, que criticam a religião, que falam sobre os rumos da humanidade, que fazem críticas sociais, que criticam o sistema... e existe o Mandrake. 
Embora existam temas básicos como questões em torno do destino (Wash Away My Poison e All the Clowns) e fanfarronice sem nexo (Save Us Now) o cerne de Mandrake parece girar em torno de críticas à corrupção da humanidade, seja com teor mais religioso (como em The Golden Dawn) ou com um teor (semi) histórico / econômico (Tears of a Mandrake). Estas críticas feitas de maneira aparentemente peculiar, se deve ao fato da banda (ou algum integrante dela) possuir um repertório esotérico/ mítico/ religioso, o que também explica o fato do vocalista Tobias Sammet ter trabalhado o projeto Avantasia mais ou menos na mesma época em que lançava o Mandrake. Acredito que este conjunto de características seja raro de se achar em um só álbum, o que acaba dando um grande potencial ao Mandrake... 
Musicalmente falando, é um álbum de "power" ou "melódico" competente, mas que em minha opinião, vai deixando de chamar atenção entre o meio e o final (faixas 7 a 10). 
Talvez a banda contesse (ou ainda contém?) um membro da Ordem Hermética da Aurora Dourada, ou da Rosa-cruz. Só espero que não seja da ordem dos amiguinhos do Treebeard. 

01-Tears of a Mandrake 8,5
02-The Golden Dawn 7,8
03-Jerusalem 10,0
04- All the Clowns 7,4
05-Nailed to the Wheel 8,0
06-Pharaon 7,7
07-Wash Away My Poison 7,2
08-Fallen Angels 6,7 
09-Painting on the Wall 7,0 
10-Save Us Now 6,7 
11-The Devil and the Savant 7,2 

Nota: 7,6

Apesar do Mandrake mostrar um grande potencial, o projeto paralelo de Tobias deve ter ofuscado este álbum do Edguy... Convenhamos, The Metal Opera foi gravado por uma "super banda", e acabou se tornando uma obra prima dos gêneros mais espadinha-piripimpim do metal (nosso blog confirma: Avantasia - The Metal Opera deve ser o álbum mais bem avaliado desde 2010 até este momento). 


The Magician
Este álbum é de um nicho e de uma época em que, na opinião deste modesto metalcólatra, tudo que era produzido era bom.

As bandas europeias de Speed e Power Metal estavam extremamente inspiradas, no auge de suas carreiras e dando contornos a um movimento que, embora não fosse novo (existente desde o início dos anos 80), ainda conseguia mostrar qualidade sonora sem soar datado ou repetitivo em demasia. Dentro dessa ilustre turma figuravam bandas como Sonata Arctica, Raphsody, Blind Guardian, Angra, Stratovarius, Hammerfall e Edguy.

Esta última banda não nega nem sua origem e nem suas referências, calcadas directamente do grupo metaleiro "sênior", o Helloween - os mestres do gênero Power Metal germânico. O Edguy, que o nosso amigo fantasmagórico escolheu para resenharmos nessa postagem, segue a linha exata definida e construída pelos cabeça de abóbora: cantos super melódicos em tempo integral, bastante uso dos famosos agudos vocais e de backing vocals em coros, músicas longas progressivas e com alternâncias rítmicas em excesso..., ou seja, toda aquela choradeira gostosa que nós fãs de Metal Melódico adoramos... 

Tem muita coisa boa pra destacar nesse álbum, e eu diria que somente com o que foi composto da primeira à sétima faixa, esse é um disco poderia entrar facilmente para o seleto rol de trabalhos clássicos do acervo permanente do Heavy Metal melódico. Só que em compensação fico um pouco reticente de avaliar o resto do Cd (faixas 8 a 12). As últimas faixas são longas e definitivamente não apresentam exatamente algo novo - com exceção talvez de "Painting On the Wall", não porque eu tenha gostado muito desse som, mas sim porque ele preenche a cota de Hard Rock farofa desse trabalho do Edguy.

Sobre as primeiras faixas, alguns pontos que acredito ser dignos de destaque positivo da obra: A atmosfera  imersiva moldada com excelência na primeira faixa do álbum - peso recorrente durante os versos e bridges para desembocar em um refrão apoteótico e super marcante - adicionalmente com a letra super pesada e 'pra baixo', que preenche muito bem as pautas do som (acredito inclusive que nosso coleguinha Metalcólatra Mercante tirou sua alcunha dessa música... poderia fazer o mínimo de vez em quando, e dar as caras aqui para resenhar esse disco); os licks melódicos solfejados pelas guitarras em consonância aos riffs pesados executados em "Golden Dawn" - essa é a nata desse subgênero metaleiro; o interlúdio épico cantado em "The Pharaoh" ("Don't you see that it's coming...") por um coro que interage e serve de base para uma camada solista da voz de T.Sammet - molde que forjou o "The Metal Ópera" do Avantasia; e por fim o trabalho de composição muito bem feito como um todo em "Jerusalem" e "Wash Away The Poison". Apesar desses destaques, tem muito mais o que escutar nas sete primeiras - excelentes - faixas desse álbum.

Uma coisa que gostaria de adicionar à esta resenha é um comentário sobre a personalidade de T. Sammet, que deixei passar em resenhas passadas aqui do blog. Ele é um cara extremamente engajado e antenado sobre os trabalhos e o movimento de Heavy Metal, e não digo isso somente por ter sido o autor do pretensioso projeto Avantasia; em entrevistas e em outras oportunidades ele demonstrou saber o que está exatamente acontecendo nesse meio (me lembro em um show que fui em que ele disse em bom português [brincando] para os fãs presentes: "Bon Jovi do Metal... vão se foder". Dada esta fina sintonia de Tobias Sammet com o movimento Heavy Metal, facilmente posso ver referências e homenagens nesse trabalho a outros grandes artistas do gênero; p.e. a faixa Jerusalém com o seu começo consistindo em acordes arranhados no violão acústico, para mim é uma alusão clara à música homônima de Bruce Dickinson (vocalista, que sem sombra de dúvidas guardas semelhanças quanto ao seu timbre de voz) lançada no disco "The Chemmical Wedding" - assim como existe uma referência clara e explícita no quarto verso de "The Devil and the Savant" ("Getting sight of a revelation forced: the chemical wedding day....."); entendo também que pelas características do canto e pelo próprio batismo da faixa "Nailed To The Wheel", não tem como não ser uma homenagem ao Halford... 

Bom trabalho, de uma época em que este gênero estava extremamente inspirado, pena que à partir da oitava faixa o álbum perde o fôlego. De qualquer modo, muito bom de relembrar.

Nota 7,5, ou \m/\m/\m/\m/. 
   

Pirika
O ano era 2000 e alguma coisa, a descoberta de músicas novas na internet ainda estava tentando se estabelecer e cada um se virava como podia para ampliar os horizontes dentro do metal. Na época eu assinava a Rock Brigade para isso e comecei a me deparar com um cd que mês após mês aparecia nas imagens de anúncio das várias lojas da galeria do rock que anunciavam na revista na época e este cd era nada mais nada menos do que Mandrake do Edguy, aquela banda do cara do Avantasia. Justiça seja feita, o Edguy já vinha fazendo cds consistentes desde o Vain Glory Opera porém foi com o Mandrake que eles atingiram um novo patamar encabeçando pela primeira vez turnê, gravando cd ao vivo e aproveitando o fim do contrato para assinar com uma gravadora maior (Nuclear Blast).

O cd começa com Tears of a Mandrake, possivelmente a melhor música do cd. Golden Dawn, Jerusalem (ótima) e All the Clowns mantém o nível alto do cd até chegar na Halfordiana Nailed to the Wheel. Para mim, ela e Wash Away the Poison são duas músicas que ficam meio deslocadas do resto do cd, o que não significa que são músicas ruins. The Pharaoh merece um senhor ponto de destaque pois isso aqui é de gigantesca semelhança com Avantasia. Fallen Angels é com certeza a música que eu mais ouvi desse cd e a minha favorita, transborda aquela melancolia do tempo que o metal ainda era um gigante universo a ser explorado.

Painting on the Wall é o ponto falho desse cd, seguida pela mediana Save Us Now. The Devil and the Savant é um alívio que não deixa o cd se encerrar de forma negativa, não entra no meu top 3 devido a qualidade das outras músicas mas ganha minha menção honrosa. Um álbum sólido de uma banda sólida que possui seus momentos de genialidade.

Top 3: Tears of a Mandrake, The Pharaoh e Fallen Angels. Shame Pit: Painting on the Wall.

"When they say you're a fossil
When their eyes nail you to the cross
Take their curse and join our way
Welcome my friend on the ship of the damned".

Nota: 7,5.




The Trooper
3
Confesso que ouvi este álbum com um alto grau de preconceito devido à grande quantidade de propaganda positiva que foi feita para o mesmo, principalmente pelo Mercante.

Mas o safado nunca postou o maldito fantástico álbum aqui, nem mesmo o colocou entre os seus dez álbuns favoritos, daí minha desconfiança e preconceito.

Nas primeiras audições até que meu preconceito estava prevalecendo, mas quando parei para prestar atenção não deu mais para negar que este é um ótimo trabalho do Bon Jovi do Metal.

Não vou me ater muito às faixas porque o pássaro infernal recém surgido do Tártaro resumiu bem o álbum, só discordo de achar que Painting on the Wall mereça um shame pit, ela até que é boa.

Então resumindo, concordo com os posts anteriores, o álbum é muito bom mesmo no lado A, e o lado B, embora caia um pouco o ritmo, ainda sim é bom. Mesmo o momento Helloween pastelão dos caras, Save Us Now, até que dá numa boa música, poderiam fazer um anime do Coelho Baterista e botar a música na entrada.

P.S.: Joe, the Barbarian, foi daí que você tirou inspiração para aquelas suas interpretações de personagem de desenho animado?

Nota: \m/\m/\m/\m/