quinta-feira, 30 de junho de 2022

Wolf - Edge of the World

O álbum Edge of the World, lançado pela banda Wolf em 1984, foi escolhido por Pirika para análise dos Metalcólatras.




 Faixas: 1 - Edge of the World; 2 - Highway Rider; 3 - Heaven Will Rock'n'Roll; 4 - Shock Treatment; 5 - A Soul for the Devil; 6 - Head Contact (Rock'n'Roll); 7 - Rest in Peace; 8 - Too Close for Comfort; 9 - Red Lights; 10 - Medicine Man


Pirika


É comum em revoluções musicais como no caso da NWOBHM onde tivemos tantos ótimos lançamentos que cultuamos até hoje que coisas boas fiquem pelo caminho e se percam do conhecimento popular, Edge of The World é um desses exemplos.

É claro que aqui não estou fazendo nenhuma comparação com os melhores álbuns que justamente ocupam seus lugares no topo da história do metal mas o pessoal do Wolf conseguiu fazer um bom trabalho neste álbum, tendo destaque para as boas melodias, as guitarras e principalmente o vocal de Chris English que cai como uma luva nesse som que puxa para uma mistura de metal e hard rock, lembrando um pouco o que o Def Leppard também fazia.

O CD como um todo acaba alternando pouco em qualidade, mantendo o bom nível do início ao fim, a única música que eu não gostei de fato foi a Rest in Piece. De resto temos uma boa variação músicas de riffs rápidos (Shock Treatment, Red Lights), cadenciados (Edge of The World, Head Contact Rock 'n Roll) e a ótima balada A Soul for the Devil.

Infelizmente o Wolf só lançou esse cd e se desfez, o que é uma pena, mas fica mais um bom álbum pro conhecimento.


Top 3: A Soul for the Devil, Edge of The World, Red Lights. Shame Pit: Rest in Piece.

Nota - 7,4

"Heaven will Rock 'n' Roll,
Everyone dance and sing,
When will the devil know,
Heaven will Rock 'n' Roll."

The Magician

Disse um sábio certa vez: "Se não tem nada de bom para falar sobre algo, não se pronuncie...", no entanto, como sabedoria passa muito longe desse blog, aqui vou eu.

Eu compreendo que este é um álbum de meados dos anos 80, que nem a produção sonora e nem todos os padrões de qualidade de referência da música pesada haviam ainda sido definidos, mas são fatores que não isentam esse trabalho de se enquadrar em um patamar de heavy metal extremamente fajuto. 

A banda Wolf lançou esse trabalho em 1984, e basta dizer que já haviam sido lançadas obras magníficas como Power Slave, Van Halen, Heaven or Hell, Diary of Madman entre outras obras primas, portanto, me parece que ou a banda foi vítima de produtores extremamente amadores, ou quiseram de fato, dar uma sonoridade muito mais próxima a um hard rock pré (nwo)BHM, que se assemelha muito aos primeiros álbuns do Judas Priest e do Diamond Head, lançados de 10 a 5 anos antes desse debut aqui...

Logo, meu faro de detetive do Metal resgata críticas em resenhas que fiz anteriores, onde constato a "fresta" da porta que ficou aberta do mercado da música pesada, e que acabou passando algumas baratas e ratos para que espertalhões dos estúdios abocanhassem a demanda criada pelo movimento das bandas "de primeira linha" (acho que abordei isso em minha resenha do Testament, mas juro que não vou procurar, e no final das contas tanto faz).

Hoje em dia esse mesmo pensamento mesquinho e exploratório voltou a imperar, mas pior do que antes, pois dessa vez não se trata de ingleses sujos e desdentados que exploravam artistas para garantir sua aposentadoria, já que não possuíam efetivamente base de conhecimento para manter suas carreiras de "produtores" ao longo do tempo; dessa vez são os carniceiros de arte e de artistas do Spotify, o pior tipo de manifestação do mercado da música, mas o único capaz de se manter em um sistema capitalista predatório já estabelecido de fluxos concentradores de renda e de distribuição marginal mínima. Essa resenha é produto dessa armadilha em que o nosso querido passarilo metalcólatra caiu, sendo ele um cara de nicho que se alimenta desse alpiste de bandas raras e de época, teve o espanto de não conhecer esse trabalho (e aqui tenho que prestar meu respeito ao Pirikitus, ele é um profundo conhecedor de nosso querido gênero e de muitos outros), e acabou cometendo um erro duplo: compartilhou conosco aqui no blog, e deu mais prestígio à bosta do Spotify. 

Sobre o álbum, segue um resumo aos interessados: um trabalho de NWOBHM extremamente cru, que flerta com o Hard Rock mas que não ousa nem nas linhas de guitarra, nem na abordagem dos vocais e nem em nenhuma composição melódica, com os únicos ímpetos mais dignos vinculados totalmente à composições bem específicas de outros artistas famosos do gênero ( Heaven Will Rock n Roll é uma versão mais pobre de Long Live.. do Rainbow, enquanto "Red Lights" toma emprestada a linha vocal de Highway Star, e é claro, de uma forma bem mais vergonhosa).

Nota 5,5 ou \m/\m/\m/ e olhe lá.