segunda-feira, 11 de abril de 2016

Guadaña - El Grito del Silêncio

O álbum El Grito del Silêncio lançado pela banda Guadaña em 2012 foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord
Há uns anos atrás ouvi este disco de heavy metal cantado em castelhano e achei interessante, mas praticamente o deixei "no congelador". Agora, quase cansado de heavy metal, mas sem interesse em qualquer novidade de qualquer estilo musical, trago esta joça a este blog. Uma joça bem trabalhada, com uma dose perceptível de criatividade espalhada pelas músicas que apresentam um heavy metal tradicional de qualidade, com suaves aproximações de outros subgêneros deste "ramo" musical (thrash, prog, death etc). 
Como o gênero predominante em El Grito del Silêncio é o heavy metal, nota-se que o objetivo da banda não é fazer o ouvinte viajar apesar de existirem algumas quebras de ritmo e solos "esmerilhantes"... Inclusive creio que o ideal seja ouvir este álbum em um volume alto, como tantos outros trabalhos de heavy e/ou thrash que passaram pelos metalcólatras, não por ser bom ou ruim, mais pela (suposta?) proposta do disco de fazer o ouvinte "banguear". 
A vocalista alterna entre vocais médios, semi-grunhidos e mais rasgados/gritados aparentemente sem mergulhar em estilos extremos. Num primeiro momento pensei que o vocal em castelhano soaria mais bizarro, mas para quem já ouviu criaturas cantando em japônes, chinês e russo, o idioma ibérico já não incomoda tanto. 
O interessante é que depois de uns 2 anos, eu passei a gostar mais deste álbum só em minha quinta audição (a "audição" para postar a resenha aqui neste dia 11/04/2016), pois apesar de alguns momentos de sonoridade bate-estacas, percebi melhor as "nuances" das faixas 4, 6, 7/8 e 11. Nuances que vão desde as suaves aproximações de subgêneros que eu citei no começo desta resenha até as aparentes influências da banda (Judas, Metallica, Blind, Purple e outras?) Ah sim, também passei a dar um pouquinho mais de crédito à produção do disco, mas só um POUQUINHO. 
Conclusão: É um bom álbum de "heavy metal pedrada da zoreba com qualidade técnica". 

Sin rostro 7 
Secreto confesional 6,9 
Tras el cristal 6,8 
Innombrable 7,5 
Heavy Metal 7,6 
El grito del silencio 7,5 
Éxodo (intro) - En la brecha 7,7 
Impulsos 6,9 
Tu propio final 7,2 
Ya no son los mismos 7,8 
Reencarnación 7,6 

Nota Final: \m/ \m/ \m/ (7,3)


The Magician
Tá aí... banda espanhola no blog é nova...

Bom, se eu deixar de lado meu preconceito com o idioma derivado do latino no Heavy Metal (e no caso do espanhol, fora do Metal também..) o som no geral, até que agrada bastante.

O que mais chamou a atenção é a consistência das composições mesmo atuando em abordagens bem diferentes nas diversas faixas. Ou seja, a banda experimenta bastante durante o decorrer do disco, mas quando muda o estilo não faz feio em nenhum deles, e posso exemplificar: "Tras el Cristal" utiliza as profundas imersões do bumbo duplo para explorar uma composição que em alguns momentos lembra até Death Metal, já em "Innonbrable" o grupo desvia o percurso para um estilo quase Power Metal que se perde nos desafiadores solos de guitarras de Jacob García, para na sequência pegarem pesado no estilo pragmático do Heavy Metal clássico (na faixa homônima do gênero), e enfim, surpreenderem no estilo Nu Metal em "Impulsos".

Essa variação toda de estilos dentro de um mesmo álbum se tornou ainda mais interessante pelo motivo de a banda possuir dois vocalistas atuando - um homem e uma mulher - que se revezam nas diversas passagens em momentos bastante oportunos das canções. A voz de Salvador Sanchéz cansa um pouco mais, pois insiste no estilo rasgado e agressivo mesmo quando tem que preencher riffs mais melódicos. 

Sobre os instrumentistas não há o que reclamar. Passam o tempo todo sendo simplesmente competentes, e quando são um pouco mais exigidos com certeza dão conta do recado. O guitarra manda bem nas bases e confesso que me surpreendeu em alguns solos; o baterista é um pusta de um pedrerão ignorante (no bom sentido, está no estilo certo), e o baixista dá o ar da graça em algumas músicas. Logo há qualidade de fácil reconhecimento nas músicas.

O que prejudicou um pouco foi a longevidade do CD (com menção especial a exageradíssima faixa "Ya No Son Los Mismos" com seus 14:39 minutos de duração, pra que isso véio????) que desgasta um pouco o material, e o já citado idioma dos gatidanos. No resto, bom trabalho.

Nota 6,9, ou \m/\m/\m/.


The Trooper
3
Demorei bastante para conseguir resenhar este álbum, talvez porque a primeira impressão foi péssima. Não, o trabalho não é ruim, a impressão nem foi em relação à primeira audição, mas à primeira faixa. Lá pelos 3 minutos, a banda usa um estilo cadenciado, lento, que faz minha mente se lembrar de algumas bandas underground modernas que fazem um som muito bom, mas estragam a música com essas paradas lentonas que eu não sei se vieram do new metal ou do death.

É gosto pessoal mesmo, não consigo ouvir isso sem ficar desmotivado ou com raiva, estraga tudo quanto é riff bom que possa existir na música. Enfim, isso não é a característica dominante no álbum, mas ela se repete, lá pelos 5 min. de 'En La Brecha', lá pelos 3 min. de 'Impulsos' e logo de cara em 'Tu Propio Final'.

Relevando essas características de som pesado, lento e cadenciado, dá pra constatar que os caras são competentes e criativos (que é a parte mais difícil), principalmente os instrumentistas. Os vocalistas seguem um estilo que não me agrada muito. Eu confesso que não sei diferenciar quando é o rapaz ou quando é a moça cantando, exceto quando o vocal limpo é utilizado em momentos mais lentos, aí eu posso afirmar que eu prefiro a moça (Gloria Romero). Se a moça canta apenas esses trechos lentos, ela canta muito pouco, deveria predominar. Se ela canta junto com o rapaz (Salva Sánchez), então ela tem a proeza de desaparecer, mas creio que minha primeira hipótese é a verdadeira.

O estilo, como Magician afirmou, varia bastante, 'En La Brecha', por exemplo, lembra Metallica nos trechos distorcidos, e Iron Maiden nos trechos lentos, 'Impulsos' consegue lembrar Sepultura e Dream Theater na mesma música ... O.o ... 'Ya No Son Los Mismos', Sabbath e Purple. Mas tudo isso sem parecer cópia.

A temática parece interessante, mas como meus conhecimentos do idioma são parcos, não posso afirmar com certeza. Além disso, o preconceito com a língua, como diz o Magician, também me afeta, certos sotaques e linguagens soam engraçadas ou estranhas aos meus ouvidos.

Enfim, é um trabalho interessante, no mínimo para se conhecer. E o talento dos caras (e mina) também deve ser reconhecido, mas se vai continuar na minha coleção eu já não sei.

Destaque para a faixa-título.

Nota: \m/\m/\m/