terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Arandu Arakuaa - Kó Yby Oré

O álbum Kó Yby Oré lançado em 2013 da banda Arandu Arakuaa, foi escolhido por Venâncio para analise.


Faixas "T-atá Îasy-pe"; "Aruañas"; "Kunhãmuku'i"; "A-kaî T-atá"; "O-îeruré"; "Tykyra"; "Tupinambá"; "Îakaré 'Y-pe"; "Auê!"; "A-î-Kuab R-asy"; "Kaapora"; "Gûyrá" e "Moxy Pee Supé Anhangá".



Venâncio
A banda de Brasília, Arandu Arakuaa, traz uma proposta realmente interessante... heavymetal com características do folclore brasileiro.

Existem outras bandas que fazem isso, até ai nada de novo... agora fazer isso cantando em tupi-guarani alternando entre vocal limpo e gutural com certeza chamou minha atenção.

O nome da banda, traduzido para o português, significa “saber dos ciclos dos céus” ou “sabedoria do cosmos”.

Devo dizer que o tupi em conjunto com o vocal gutural traz uma agressividade inesperada mesmo quando a letra da musica não se expressa dessa forma (das que consegui achar uma tradução pelo menos).

Por não ser um apreciador dos estilos musicais nacionais, minha percepção delas se resume a identificar o que soa estranho ao rock/heavymetal... e com certeza posso dizer que não ficou ruim.

Forte: T-atá Îasy-pe , Aruañas , Tykyra , Auê!

Fraco: Tupinambá , Îakaré 'Y-pe

6 Cauim

The Trooper
3
Concordo com Venâncio quando ele diz que essa é uma proposta interessante. Realmente, manter gravações do idioma em áudio, fazer um folk metal brasileiro, colocar as lendas indígenas nas letras.

E daí eu tenho que avaliar o som. A fonética realmente encaixa com heavy metal, a voz da moça aliás, é bem bonita. Os trechos que parecem de viola, em Tykyra, ficaram legais.

E aí vem o famigerado vocal gutural, pior, gutural médio, não grave. E toda aquela discussão do vocal encaixar com a letra, que se perde completamente se você não entende o idioma. Não vou levantar essa bola de novo, já deu no saco.

Por fim, o instrumental: folk metal é foda, viking, indígena, o caralho que o for, se o folk tende menos pro heavy metal e mais para o folk, dificilmente descerá pela minha goela. A exceção até agora foi o álbum do Tyr que postaram por aqui.

O heavy metal apresentado neste álbum é extremamente progressivo, ou disruptivo, se permitem minha nova classificação de gênero musical: disruptive metal.

Enfim, vale a pena conhecer, vai ter quem goste, não é o meu caso.

Nota: \m/\m/\m/



Phantom Lord
Boas intenções às vezes não basta para se fazer algo bom... A banda canta em tupi, toca trechos de música brasileira, talvez não necessariamente tupi e... A parte "metal" do álbum é algum "Death" da vida. Ouvi este álbum duas vezes (um recorde para o gênero) e não sei se tem contexto, pois assim como os demais metalcólatras, não costumo pesquisar a fundo a origem, a discografia, história, conteúdo/letras das músicas das bandas... Por isso as resenhas acabam assim: Se o cara gostou, dá nota boa, caso não, senta porrada. Já dei minha opinião sobre Death metal e suas características, já devo até ter escrito muito sobre o que acho do "folk" em outras resenhas... Então, é o seguinte: Este álbum fica minimamente acima da média déti metal. Nota: 5,3

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Wig Wam - Wall Street

O álbum Wall Street de 2012 da banda Wig Wam foi escolhido por MetalMercante



The Magician
 
Primeiro de tudo; não confundir essa banda norueguesa aqui com a banda Wigwam finlandesa de rock progressivo (fazer o quê, se até as bandas de glam fanfarrão são dos países nórdicos hoje em dia... ¬¬').

Segundo que escrevi aí embaixo nos comentários (dia 22/12) que esse Cd deveria mesmo ser uma bosta, seguindo o comentário de meus colegas Metalcólatras Phantom Lord e Julião. Bom, como sempre não se confia em que um Metalcólatra escreve... (a não ser que seja você mesmo). Os motivos das picuinhas dos dois seletos membros são diferentes: Julião não gosta de nada que não seja Manowar to-be, e Phantom ressente e remói um 'não reconhecimento' de suas indicações Glam/HR aqui no blog (Pyromania e Trash). Portanto ambos comentários iniciais desse post soam como meros latidos ranhetas de pequenos cachorros pequineses...

Digo isso porquê o álbum é BOM, e depois de muito... muito tempo mesmo, o Merchant postou algo que preste! 

Ok, você terá que levar em consideração que é um pusta de um álbum oncinha/zebrinha, cheio de firulas e corinhos meiguinhos (bem bichescos mesmo), exatamente como foi feito e repetido no auge do Glam oitentista, mas existe muito cuidado no sentido musical, e as coisas não são jogadas aleatoriamente pelas pautas, sendo que cada riff é bem elaborado além de ter seu valor e seu próprio sentido nas melodias (mesmo o verso principal de "Wrong Can Feel So Right" que é na verdade, o verso de "Nâna Nenêm Que a Cuca Vem Pegar"). Aliás, a habilidade dos roqueiros nórdicos continuam me surpreendendo e ao mesmo tempo irritando, se a gente por aqui investisse em música desde a tenra idade como eles fazem por lá, não teríamos o Funk e o sertanejo universitário como principais motivos musicais nacionais... 

Enfim, as referências ao movimento oitentista são inúmeras e é uma colher cheia para quem curtiu muito aquela época farofa, inclusive a última musica do disco é uma homenagem merecida ao Alice Cooper (tá vendo Phantom, larga essa marra!). Mas no meu caso específico o que me arrebatou foi o trabalho das 6 cordas elétricas (12, no caso das gravações, já que tudo é overdubado), trabalhando em sincronia meticulosa os riffs pesados são memoráveis ainda que servindo de base para as maiores choradeiras e farofadas já escutadas, e os solos... virtuose é pouco! Esse tal de Trond Holter está definitivamente no meu radar (bronheiros de plantão, prestem atenção na última faixa instrumental: "Things Money Can't Buy"). Em outras palavras, as partes em guitarra fazem jus ao que eu sempre afirmei aqui no blog, que o Hard Rock contém os melhores registros guitarreiros do acervo do Rock e de suas vertentes, por um motivo que não consigo explicar com exatidão..... os maiores estiveram nessa pista e não no Heavy Metal: VanHalen, Steve Vai, Blackmore, Kotzen, Gilbert, Andy Timmons, Dokken, John Sykes, e por aí vai...

O que me deixa um pouco chateado é se tratar de mais uma banda 'Comedy', com alter egos, background falso e talz...  Isso é mais uma amostra que o Metal comercialmente não é mais levado à sério e por isso as bandas usam desse subterfúgio.

Bom Mercante, se zoeira ou não, você acabou por fazer uma ótima indicação para o final de ano dos Metalcólatras, por isso parabéns. Mas fica novamente a marca de sua personalidade contraditória, que em outras ocasiões ignorou, quando não menosprezou, bandas desse mesmo estilão..

Nota 7,7 ou \m/\m/\m/\m/.



Phantom Lord
Indicado por um cidadão que não resenha neste blog há "trocentos" meses, Wall Street da banda Wig Wam é um álbum de hard rock que flutua entre o cintilante glam rock e o heavy metal, com pitadas de sons eletrônicos em alguns trechos... Obviamente está mais para os gêneros mais leves do que para qualquer "metal", basta notar quantas vezes o suave refrão é repetido na faixa título por exemplo. O vocal limpo sobrepõe todos instrumentos, que mal apresentam algum peso... e passam muito longe de ritmos acelerados. Uma outra faixa (acho que a OMG!), que o imprestável do Mercante sequer identificou, segue um modelo similar a faixa título com um instrumental razoável com distorções e um refrão babaquinha e brega ressuscitando o tal glam, vulgo rock farofa dos anos 80. Enfim, é um álbum aproximadamente 50% escutável e 50% uma bostinha leve e pop, o que me traz a "dúvida": Qual seria a intenção do Mercante ao indicar essa joça para o blog? Mostrar que se bandas como os Titãs entraram no blog, o Wig Wam também pode entrar neste espaço? Cornetar o blog com algo que supostamente provoca algum dos metalcólatras? Não importa... Só sei que o álbum não vale mais do que este tanto de linhas de minha resenha. Nota Final: 5,8


The Trooper
3
Essa postagem foi uma clara provocação do Mercante à minha pessoa, pois eu estava xingando os metalcólatras no grupo de whatsapp (se não me engano, o xingamento utilizado foi 'bando de corno') para ver se 'animava' alguém a postar um álbum no último dia do mês, pois eu estava no serviço, e de lá havia pouco a se fazer para salvar mais um mês sem postagens. Então, diferentemente de Venâncio, não vou reclamar que o Mercante não fez a resenha (ainda) do próprio post.

Obviamente, Mercante postou o álbum pelo nome, só para provocar mesmo, é possível que ele nem mesmo tenha ouvido este álbum inteiro. Mas se ouviu, e gostou, ele quis manter seu título de mestre da contradição. Vou explicar por quê: o mesmo criticou a bonjovização do Ed Guy - nada é mais Bon Jovi do que este álbum; o mesmo desceu a lenha em City of Evil - há várias semelhanças entre este álbum e aquele (principalmente nos vocais); o mesmo criticou a discotecagem de All Hope Is Gone - discotecagem mais descarada do que One Million Enemies não há, lembrou até a trilha sonora de Turtles In Time do SNES ... vou parar nas contradições por aqui, pra não perder meu tempo.

E por falar em tempo, é inevitável uma reflexão: eu passo os dias da semana no serviço (9 horas mais 3 de transporte público), dormindo 8 horas para não ter dor de cabeça e saúde deteriorada, sobram 4 horas, em que você tem que tomar banho, cagar, lavar louça e o diabo que o for (sem contar as horas na faculdade), sobram apenas os fins de semana ... e aí?

Por que a reflexão? É inevitável pensar 'por que eu estou perdendo meu tempo resenhando essa merda?'

Vai se foder.

Enfim, o Magician está parcialmente correto, os caras sabem fazer música, o problema aqui é exatamente o que ele criticou em City of Evil: a escolha que os caras fazem com o talento deles.

Pra não dizer que foi uma perda de tempo completa, as duas primeiras faixas, embora possuam a profundidade lírica das músicas da Anitta (a profundidade é essa, rasa, pelo álbum todo), são bem legais, instrumentalmente falando, o resto é um pop 'gorfante' demais para mim.

Destaque para as guitarras de Wall Street e OMG!

Destaque negativo (de todo o ano de 2017 - a música campeã em ruindade) para The Bigger The Better, que além de ruim, tem uma das letras mais ridículas que eu já vi na minha vida.

Obviamente, lá pelo meio do álbum eu parei de ler essas merdas, e me esforcei em deixar o álbum tocando enquanto escrevia.

P.S.: Não tenho certeza se os caras quiseram se encaixar em comedy, etc, hein Magician? Os caras só entraram no glam mesmo.

P.P.S.: Consegui chegar até a faixa cover. Quando o cover é uma das melhores do álbum, é um sinal que você não está fazendo as coisas direito.

Nota: \m/\m/\m/ (fiquei com sérias dúvidas se as duas primeiras faixas conseguiam arrastar o álbum para a terceira mãozinha ... resolvi dar um boi)


terça-feira, 24 de outubro de 2017

Accept - Restless and Wild


O álbum Restless and Wild lançado pela banda Accept em 1982, foi escolhido por Hellraiser para análise.



Faixas :
1 - Fast as a Shark
2 - Restless and Wild
3 - Ahead of the Pack
4 - Shake your Heads
5 - Neon Night
6 - Get Ready
7 Demon´s Night
8 - Flash Rockin´ Man
9 - Don´t Go Stealing my Soul Away
10 - Princess of the Dawn


Phantom Lord
Um álbum que começa com a paulada Fast as a Shark realmente parece uma boa idéia para tentar despertar o blog na base do tranco. 
Restless and Wild é um clássico do Accept que eu descobri por curiosidade fuçando na internet quando ainda era fácil baixar álbuns... Algumas faixas mudam de ritmo repentinamente, como é o caso da Restless and Wild, mas não soam sem sentido nem irritantes. Há uma ou duas músicas paradonas, como Neon Nights, mas isto é compensado pelas demais músicas que trabalham um riffs bacanas, mostrando o bom repertório de idéias da banda para época. Mais precisamente, ao ouvir este álbum parece que diversos trechos de suas músicas serviram de inspiração para muitas bandas de metal: O caso mais notório é Flash Rockin`Man... Impossível acreditar que os caras do Maiden não piraram nesta música e inventaram 2 Minutes to Midnight. O álbum fecha com a curiosa Princess of the Dawn, com uma pegada ligeiramente ghotic rock. Não acho que Restless and Wild seja um álbum todo impressionante ou viciante, mas não tem pontos fracos e vale a pena ter para ouvir de vez enquando. O destaque, sem dúvidas, é a faixa de abertura, já citada aqui...

Fast as a Shark 8 

Restless and Wild 7,1 
Ahead Of The Pack 6,8 
Shake Your Heads 7 
Neon Nights 7 
Get Ready 7,3 
Demon's Night 7,4 
Flash Rockin' Man 7,6 
Don't Go Stealin' My Soul Away 7 
Princess Of The Dawn 6,9 

 Nota Final: 7,2

Hellraiser
3Buenas Caros Metalcolatras de plantão ! 
Primeiramente peço desculpas por meu (como dizem os bangers por aí) hiato aqui no blog. 
Infelizmente foi contra minha vontade e gosto (rsrs), mas cá estou diabolicamente de volta. 
Hellraiser para amedrontar toda poseragem e espantar aqueles Powerzinhos melodicuzinhos que meu irmão Magician insiste em ´´adorar´´. 
E sendo assim, em meu retorno, trouxe uma paulada de responsa, que fere ouvidos desavisados, e arrebenta vilarejos inteiros. 

Eu estava esperando meus amigos Metalcolatras escreverem primeiro, visto que, minha resenha com este petardo, seria apenas elogios. 
E vi que apenas, Phantom Lord já se atreveu a escrever sobre a bolacha,... Então sendo assim, não deixarei meu amigo sozinho nesta tarefa, e mandarei a minha visão sobre este álbum. 

Simples : Um dos melhores discos já lançados em todo sistema solar. 
Top 5 fácil para este que vos escreve. 
Nada, absolutamente NADA, era tão rápido e visceral quando isso foi lançado. Nem mesmo Motorhead tinha tanta velocidade assim. 
A faixa que abre o disco e começa com aquela musiquinha regional germânica, que na verdade, se trata de uma música infantil que era muito tocada na época do terceiro Reich, mas não se trata de uma marcha nazista, como muitos pensavam. 
Porém, o exército nazista começou a usar esta canção infantil em suas marchas,...PODE ISSO ?? 

Mas voltando ao foco, ..a faixa de abertura é um verdadeiro tapa nas ´´zoreias´´ de qualquer um que se aventure a escutar este disco. 
E pior, ...isso era só 1982.... 
Tudo isso serviu de inspiração e influência para tudo o que viria a vir depois, principalmente  o Speed Metal, e claro, o Thrash Metal. 
O disco tem muitas variações entre faixas mais rápidas e outras mais cadenciadas, ..porém, se destaca , pela infinidade de riffs presentes em toda sua extensão. 
O que mais se ouve neste disco, ..são os timbres ultra pesados e agressivos da guitarra de Wolf Hoffmann, já que Herman Frank foi até creditado no disco, porém não tocou. 
Os riffs de guitarra deste disco se sobressaem ignorantemente.... Vide a faixa título, ´´Ahead of the Pack´´ e ´´Shake your Heads´´ 

Temos até o que seria uma mega influência, como já citou o Phantom, sobre o riff de ´´Flash Rockin´ Man``... 
Porém, este riff ´´manjadaço´´ já havia sido usado por outras bandas, como Kiss.... E depois do Accept, uma infinidade de bandas usou, de maneira ´´meio´´ diferente, como Helloween, Saxon, Iron Maiden, entre outros. 

O disco fecha com a excelente, mais cadenciada, e figurinha marcado em todos os shows, ´´Princess of the Danw´´. 

Um disco totalmente influenciador, que serviu de inspiração pra várias bandas e até estilos... 

Pesado, certeiro, direto, ... 

Heavy Metal em toda sua essência. 

Obrigatório !! 

Único! 

No mínimo, nota 9


The Magician
Olá Metalcólatras e fãs, desculpe pela ausência recente... mesmo os magos poderosos possuem seus percalços.

Restless & Wild vem como proposta do Hellraiser pela solicitação deste que vos escreve, e se não conhecer alguns clássicos obrigatórios é pecado para um Banger, estou aqui a me confessar. Para mim, por puro preconceito ou falta de tempo disponível na minha concorrida lista de music player, por muito tempo o Accept foi "a bando do Udo", até me deparar com o Blood of The Nations de 2010. Desta forma tudo que escutara a respeito dos alemães e também quanto ao próprio material da banda era automaticamente traduzido como 'ACDC tobe'...

Naturalmente, hoje já não cometo mais esses erros de um Metaleiro jovem, e minha capacidade auditiva foi treinada para minerar a miríade de variações sonoras e harmonias produzidas em um trabalho de Heavy Metal enquanto eu defendo meu ranking do SF-IV do ps3 de um adversário level B+ (por exemplo).

De qualquer modo, o defeito que vemos com frequência entre os Metaleiros/Metalcólatras que se propõem a resenhar esporadicamente por aqui (e por aí também) não é somente a estupidez de jogar um álbum para um estereótipo padrão para descer a lenha no trabalho - como eu disse há pouco que fiz no passado. Um dos mais detestáveis defeitos é aquele orgulho incontestável  de uma ilusão ou devaneio do passado, é conhecido como "discurso de velho"; aquele negócio que seu avô ou pai costumava falar: "no meu tempo era bem melhor!" ou "isso lembra aquilo, e aquilo sim era música!...", o tipo de coisa chata que por mais que você coloque argumento para contestar, o lazarento do véio irá insistir em falar que o dele é bem melhor. Para quem interessar e para quem servir a carapuça: NÃO É PORQUÊ É VELHO QUE É BOM!" (vide minha resenha do Stained, disco fraco por sinal).

Dito isso abro caminho para este clássico do cenário Metaleiro.

Restless And Wild (R&W) começa muito intenso, e apresenta ao longo do trabalho um conteúdo consistente. Porém, as duas primeiras faixas - 'Fast As Shark' e a faixa título - podem criar uma expectativa ao ouvinte que no fim das contas acaba não sendo atendida, devido à sua velocidade e agressividade que é descontinuada no decorrer da obra. As faixas iniciais, que na minha opinião são as melhores, se destacam não somente pela boa qualidade, mas sim pelo peso, e no caso de FaS, pela velocidade (nada do que escutei lançado até 1982 possuía essa pegada frenética). Inclusive, é aceito pela comunidade do Metal que aqui está a germinação do Speed Metal, e com certeza não vai ser eu quem irá se opor à essa constatação. Aliás serve para coroar a careca do Wolff Hoffmann, um dos mais competentes compositores do Heavy Metal que foi obrigado por muito tempo à se manter na sombra do antigo famigerado vocalista.   

Ademais, é difícil destacar grandes títulos desse disco, mas fora as outras 6 faixas consistentes do álbum, acho que dá para apontar "Neon Nights" e "Flash Rockin' Man" como músicas no mínimo interessantes.

Valeu pela postagem meu caríssimo brô Hellraiser, mais um CDzim pra minha coleção de inúmeros trabalhos do Metal Alemão... com possibilidade até de entrar no meu top 50 germânico (mas ainda muito abaixo do Dark Ride). 

;)

Nota 7,1 ou \m/\m/\m/\m/.
  


The Trooper
3
É impossível refutar o peso e qualidade de Fast as Shark, é uma excelente faixa de abertura, um cartão de visitas de heavy metal. Entretanto paro por aí.

Restless and Wild é um álbum legalzinho, e não passa disso. As duas faixas que vem depois da primeiras são boas, mas Shake Your Heads é completamente 'sacal', e depois Neon Nights também não ajuda muito.

O álbum continua naquela pegada de metal de transição metal-rock-thrash, mas sem grande destaque para nenhuma das vertentes. Havia bandas melhores que já faziam um rock melhor e um metal melhor, para se ter uma ideia: este álbum saiu junto com The Number of The Beast, dá pra comparar?

Não, Iron Maiden era muito melhor. Black Sabbath já era muito melhor. E essa reivindicação de proto-thrash é o Venom quem faz, que convenhamos, é de um nível de qualidade não muito distante do Accept.

Enfim, Accept era uma banda de média para boa nessa época, nada além disso (não vou discutir outros trabalhos, o que tinha para escrever, escrevi na resenha de Blood of Nations).

Destaque para o guitarrista, que leva a banda nas costas.

Destaque negativo para o vocalista, absolutamente insuportável.

P.S.: Sobre o riff copiado por todo mundo: https://www.ultimate-guitar.com/articles/features/copycats_most_ripped_off_riff_in_metal-40508

Nota: \m/\m/\m/


quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Titãs - Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas

O álbum Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas lançado pela banda Titãs em 1987, foi escolhido por Phantom Lord para análise.



Phantom Lord
Já que o blog "sobreviveu" milênios, venho cumprir minha promessa que não foi exatamente prometida. Depois de ter que ouvir álbuns do Battle Beast, Faith no More, Slash, Type O Negative (que nem se tratam de heavy metal) e metais toscos como Hail to England, Kings Among Men, Violence and Force e Iron Blessings, nada mais justo do que trazer um rock mais punkesco. Afinal o Ramones quase entrou neste espaço no duelo de bandas que aconteceu há anos... Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas é um álbum (obviamente nada metálico) da banda brazuca Titãs, que emplacou diversos hits nas estações de rádio entre os anos 80 e 90 (Comida, Diversão, Desordem, Lugar Nenhum...) e por isto, várias de suas músicas fazem parte do meu repertório. É um álbum com músicas curtas e alguns temas "sociais" interessantes, ainda que geralmente expressando opiniões (claro). Nada mirabolante, mas bem criativo sem apelar muito para outros estilos musicais como acontece com diversas músicas de outros álbuns dos titãs. Em minha opinião o ponto forte deste álbum fica por conta de Lugar Nenhum seguida (literalmente) de perto por Armas para Lutar.

Todo Mundo Quer Amor 6,2

 Comida 7,2 
O Inimigo 6 
Corações e Mentes 6,7 
Diversão 7,1 
Infelizmente 7 
Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas 6,5
Mentiras 6,2 
Desordem 7 
Lugar Nenhum 8,1 
Armas Para Lutar 8 
Nome aos Bois 5,5 
Violência 6,5


 Nota Final: 6,9

Hellraiser
3Pois é….. 

Metalcolatras ….. Titãs !!! 

Meio esquisito isso por aqui… 

Mas confesso…. 

Gosto deste disco ! 

Tenho este CD… 

Isso bate em mim com total nostalgia, …numa época em que o Titãs era uma banda de altíssima qualidade, e ao mesmo tempo ´´porra louca´´. 

Uma meia sequência do já muito foda ´´Cabeça Dinossauro´´, onde a banda não deixou a peteca cair, e veio recheado com verdadeiros hinos do Rock brazuca como ´´Comida``, ´´Corações e Mentes``, ´´Diversão´´, a faixa título, ´´Desordem´´ e a super paulada ´´Lugar Nenhum´´. 

Época de ouro da banda. 

Não sei qual nota dar a isto, ..mas pela época, pelo saudosismo, e pela qualidade da banda, segue aí um 7 de boca cheia !!!! 

 
The Trooper
3
O Phantom aloprou ... essa é a verdade. E eu estou sendo o philodox de sempre na minha resenha. Porque não escondo que Titãs sempre foi minha banda predileta de rock nacional (antes de virar pop).

Para estabelecer paralelos na minha análise, enquanto eu ouvia este álbum no caminho para o trenzão, eu comparei essa postagem como se alguém que fizesse resenhas de heavy metal tivesse que fazer uma resenha do Billy Idol de repente.

A comparação é útil para excluir o fator de musicalidade regional da análise. Billy Idol toca um rock and roll muito diferente de heavy metal. E sim, eu sei que o blog não é apenas de heavy metal. A proposta na criação foi de postar rock/heavy metal, independente do nome ou das discussões imbecis que alguns, principalmente Barbarian e Pentelho, insistiram em trazer para as postagens.

Mas JNTDNPDB (nome cumprido da porra) é um álbum aberrativo para um blog que tem de 80 a 90% de postagens de heavy metal. Não estou dizendo isso querendo excluir o Phantom do blog, pois não sou xiita como Mercante/Barbarian, nem cago regras como o Magician e o Próprio Farofa Lord. Mas sim, para enfatizar a dificuldade de resenhar e dar nota para um álbum desses. (Tudo bem, Blood Kisses e outras merdas do tipo deveriam dizer algo sobre isso... mas se dizem, eu não entendo o significado)

Se fosse Titanomaquia a tarefa seria mais fácil (talvez até o Cabeça Dinossauro), porque embora tenha a usual porcentagem de maluquice própria dos Titãs, é um álbum muito mais pesado e que indiretamente está muito mais ligado ao heavy metal.

Mas enfim, chega de enrolação e vamos lá: é óbvio que tem várias músicas dos Titãs que são compostas enquanto os caras estão fumados (pra mim é impossível alguém compor algumas dessas maluquices sem estar doidão). Essa parte fumeta existe em várias bandas, e aqui no blog pode ser constatada em alguns posts, como Angel Dust do Faith No More, e o já citado Blood Kisses do Type O Negative.

As músicas fumetas, mesmo aquelas do Black Sabbath e Pink Floyd (e olha que eu gosto muito das músicas sóbrias dessas duas bandas), nunca conseguiram despertar minha atenção. Então eu só posso destacar as músicas 'sóbrias' da banda neste trabalho: Comida, Corações e Mentes, Diversão, Mentiras, Desordem, Lugar Nenhum, Armas pra Lutar, e Violência.

O legal de Titãs é que no meio do caos das letras você sempre tira algo muito bacana, que faz você refletir. Esse viés meio anarquista dos caras é bem próprio do rock, é um estilo de contestação, não tem como negar. Pode ter um merda de um nazista que ouve/toca algum tipo de rock/metal? Claro que sim, afinal ninguém espera de verdade que a humanidade tenha coerência. Mas eu realmente gostaria que aquele cidadão que faz questão de defender os 'valores' da família, da religião que ele acha que é a única correta, ou os 'direitos' do patrão, fosse ouvir um tipo de música mais 'chupa-bolas.'

Enfim, o destaque de verdade vai para o baixista (quando boa parte das músicas tem pouca distorção, o cara tem que saber tocar), e para Lugar Nenhum (essa música é realmente foda ... e também para refletir. E cuidado ao refletir, você não pode ter preguiça e parar no meio do caminho. Tem que fazer o caminho completo.)
Nota: \m/\m/\m/\m/


quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Dragonheart - Underdark

O álbum Underdark lançado em 2000 pela banda Dragonheart, foi escolhido por The Magician para análise.

Faixas: 1-Intro; 2-Arcadia Gates; 3-Battlefield Requiem; 4-Dynasty And Destiny; 5-Tied In Time; 6-Night Corsaries; 7-Sir Lockdünam; 8-Underdark; 9-New Milenium; 10-Mists of Avalon; 11-Gods of Ice.

The Magician
Essa postagem foi feita obviamente para corrigir o equívoco cometido no mês passado, quando por desinformação, indiferença ou ignorância mesmo, o Trooper postou aqui no blog o segundo álbum do Dragonheart, ao invés do épico debut dos curitibanos.

Pois aqui está, o primeiro disco de Power Metal declaradamente 'espadinha' do Brasil, Nerd Metal até os ossos, sem rodeios; se o Blind Guardian era responsável por carregar a bandeira Nerd à frente das demais bandas gringas na virada do século, eles o faziam de certa forma elitizada, estavam com obras literárias respeitáveis como base lírica. Já o Dragonheart foi direto ao assunto, pulando da literatura tradicional de fantasia direto para os cenários de RPG, tanto na capa quanto no conteúdo musical (conforme citado pelo Trooper na postagem anterior).

Oras, não é preciso dizer o que isso significava para os moleques RPGístas e metaleiros daquela época (e naquela época acreditem, se não haviam tantos metaleiros que eram RPGístas assim, o oposto - RPGístas que eram metaleiros - era praticamente 50%) e eu estava nesta área de intersecção, ou seja, M∩R = (The Magician). Era como se o "curso natural das coisas" finalmente tivesse convergido na concepção deste álbum, e posso afirmar que foi um sonho realizado para esse grupo de nerds: "enfim um CD feito exclusivamente para as trilhas sonoras de nossas sessões".

Além disso, naqueles dias posso afirmar que havia uma excitante sensação de futuro promissor para o gênero espadinha, com lançamentos badalados de bandas como HammerFall e Rhapsody. Logo, o Dragonheart seria a primeira de muitas bandas brazucas nesse gênero, serão álbuns e mais álbuns, um atrás do outro! e enfim o direcionamento do Metal ao encontro das histórias de fantasia será consoli........ sqn. Como sabemos todo esse cenário promissor secou e morreu até a raiz. E a despeito da não proliferação do estilo, particularmente para mim, ficou essa boa memória daquela época: o disco Underdark.

A produção é um pouco tosca com certeza, mas a atuação da bateria com participação providencial do bumbo, mais os riffs britados das guitarras fornecem um preenchimento que esconde um pouco o trabalho demasiadamente simples de equalização e mixagem. O vocal a princípio pode ser considerado bem fraco para este gênero pretensioso, ponto percebido nos tons que são sustentados por mais de 5 segundos, quando o vocalista só consegue mantê-los por meio de seus vibratos; mas ao escutar o trabalho por diversas vezes me acostumei com essas linhas chorosas, e acho até que é uma das assinaturas necessárias para identificação peculiar da obra.

Os instrumentos no quesito criatividade estão impecáveis, a ponto de entregar partes memoráveis em "Battlefield Requiem", "Tied in Time" e principalmente em "Dynast And Destiny", com o refrão épico sendo apresentado imediatamente após o brigde através dos licks de guitarra executados em perfeita harmonia à sequência de pedais duplos da bateria: 

final do bridge: "... across the tiiime!".
entrada dos licks de guitarra no refrão: "turu-ru-ru-rurúúúú, turu-ru-ru-rurúúúú, turu-ru-ru-rú, rú-rú-rú, rú-rú-rí-lú-léuuuum"
baterias: "pr-r-r-r-r--r PÁ; pr-r-r-r-r--r Pé-Pé""pr-r-r-r-r--r PÁ; pr-r-r-r-r--r Pé-Pé"
início dos vocais no refrão: "Dynast And Destiny!"

Essa bagaça é uma das melhores coisas que já escutei na merda da história do Heavy Metal mundial!

Além disso "Sir. Lochdänam" é uma excelente balada no melhor estilo bardo medieval, e de todas as faixas, é a mais imersiva e competente no sentido de criatividade na composição da melodia.

Em suma, o álbum da primeira à oitava faixa (a faixa título) é muito mais que agradável, mas após esse ponto começa a ficar um pouco cansativo, tanto pela voz meio desafinada quanto pela repetição de riffs metralhadora, e por isso Underdark poderia ser um pouco mais breve. 

Após 17 anos , minha memória foi reativada pela postagem errada do Trooper, o que me fez procurar o já encostado Underdark e me lembrar não somente das boas músicas, mas das incontáveis tardes e noites de jogo sob tal trilha sonora tocada no som da sala de Tadovsky, de forma vibrante e nostálgica....  

to ficando velho mesmo... ¬¬'.

Nota 7,7 ou \m/\m/\m/\m/.

p.s: Trooper, os caras do Dragonheart concordam com você sobre os vocais guturais; eles devem ser utilizados para interpretar criaturas grotescas (conforme início da faixa "Underdark").
         
Phantom Lord
Não tem jeito. Opinião e/ou gosto é viés... por inúmeros motivos. Duas postagens seguidas abordando a banda brazuca Dragonheart já é um sinal disto. O que temos aqui é um trabalho de potencial significante dos gêneros melódicos e/ou power metal. E o meu "viés" diz que é potencial porque o trabalho apresenta certa criatividade, mas tem algumas limitações nítidas. Além da produção simples (é claro, este é o debut dos caras), o vocal principal se arrisca neste gênero (ou sub?) do metal, e na minha opinião não alcança o mínimo necessário para se destacar. Não estou dizendo que é horrível, mas eu esperava mais de quem se propõe a este tipo de música. Não notei uma grande variação de "agudo - grave", nem alguma característica que me chamasse atenção, pelo contrário: Ao longo prazo os vocais me causaram momentos de distração e sonolência. A parte instrumental num geral é bem competente e criativa, melhor do que muitos manowars da vida, com certeza. No fim das contas,apesar do potencial, a banda fica um tanto limitada pelos vocais simplórios, e o álbum acaba se tornando cansativo.

Bom... Não há mais o que citar deste cd, então vamos abordar possíveis preferências musicais e vieses: O que fez nossos colegas metalcólatras debaterem sobre qual é o melhor cd da banda Dragonheart? Vamos começar pelo fato de que a maioria destes indivíduos eram nerds, jogadores de Role Playing Game. E que a maioria gostava de heavy metal e alguns de seus "sub gêneros". Só aí já temos 2 motivos iniciais: A maioria já estava inclinada a gostar do heavy metal que aborda temas nerds (fantasia medieval etc). Além disto alguns destes metalcólatras já gostavam de bandas que possivelmente serviram de inspiração para o Dragonheart, como Blind Guardian e Grave Digger... É preciso dizer mais? Era momento de formação de gosto musical e de repertório / personalidade para a maioria destes jovens (na época) nerds. Tais discos e/ou suas músicas agora fazem parte de seus repertórios e de suas personalidades, pois foram um "marco" dos bons momentos da juventude destas criaturas. Não adianta abordar "feeling" ou relevância do trabalho... "Mimimi, mas essa banda é true, aquele álbum é melhor, este nem tanto". É tudo blábláblá, puro besteirol existente em praticamente todos grupos, sejam de nerds, de playboys, de funkeiros ou de caralho à quatro.
Intro/Arcadia Gates 6,7
Battlefield Requiem 6,2
Dynasty And Destiny 6,9
Tied In Time 7,1
Night Corsaries 7
Sir Lockdünam 7
Underdark 6,8
New Millenium 6,8
Mists of Avalon 6,9
Gods of Ice 6,1
Nota Final: 6,7


The Trooper
3




O primeiro álbum do Dragonheart tinha uma dose considerável de amadorismo, é possível notar aquela pegada de banda iniciante que fazia covers e ainda não se desvinculou completamente disso, então sua criatividade fica diluída no caldo de empolgação com suas influências musicais.

Eles também ainda tinham algum problema com o inglês, tanto para escrever como para cantar. As letras abordam fantasia, o que é a verdadeira novidade em terras brasileiras, mas eram um tanto dispersas na maior parte do conteúdo.

O álbum começa com uma intro que não tem como não lembrar Grave Digger, e a primeira faixa, Arcadia Gates não tem como não parecer que a banda está fazendo um cover de Blind Guardian. Outro problema, é que a banda se arrisca a fazer mudanças de ritmo mirabolantes durante toda a extensão do álbum, e sem ser o verdadeiro Blind Guardian, isso é bem perigoso. Nem mesmo o Kai Hansen conseguiu fazer isso sem fazer meus ouvidos sentirem, como afirmei lá na resenha de Power Plant.

Mas até que os caras conseguem se safar nessa balbúrdia. A segunda faixa, Battlefield Requiem é relativamente simples, mas os caras estão com mais pegada própria, e daí você já consegue pensar que talvez eles sejam bons.

A terceira faixa chega, e com ela vem a trinca de músicas que é o ponto alto deste trabalho. Dynasty and Destiny começa com pedradas na bateria e encaixa um refrão extremamente grudento que é muito legal.

Tied In Time tem uma intro própria, e parece uma mistura de Viper (que parece ter influenciado em mais algumas faixas) com Blind Guardian. Uma mistura que deu certo! É mais uma música empolgante dos caras. O refrão cola bem, e o solinho de guitarra é bem legal (embora a segunda parte lembre Viper novamente).

E para fechar a trinca-destaque vem Night Corsaries, em que os caras estão com uma pegada própria, com uns riffs de guitarra base bem legais e uma letra que se não é um primor, é pelo menos bem bacana pra quem tem seu próprio grupo de aventureiros. E por fim a música ainda tem uma melodia bem legal um pouco antes do final (na parte dos seven seas e blábláblá).

Eu disse fechar o destaque, mas o impacto que a próxima música traz é maior do que meramente extinguir um destaque. Sir Lockdunam é uma balada. Eu fiquei tentando lembrar de onde esse nome é familiar, até que finalmente descobri: Lachdanan, personagem de Diablo. Até aí, tudo bem, usar um nome parecido, grande merda. Mas a música começa parecendo uma balada do Blind ... até aí, tudo bem de novo, foda-se. Mas aí chega chega aos 2:14 da música, e vem isso aqui:

How can I feel thousand battles I saw

Strong like a storm listening the called of war

My spirit is a drum that conclamed the warriors

Death is redemption to goes to Valhalla

Não, não é sobre a letra. É sobre a melodia. Bota aí, nos 2:14, e ouve ... eu espero.

Puta que pariu! Que clone é esse? Para quem conhece Blind Guardian, não tem como desvincular este trecho, de Bard's Song. Não precisava fazer isso, tava até indo bem. Não sei como o Phantom conseguiu dar 7 para esta música.

Enfim, essa brecha desanima um pouco de ouvir o resto. Se é pra ouvir cover eu vou num boteco e ainda encho a cara de cerveja. E os caras não se recuperaram muito dessa magia clone que usaram. A necromancia corrompeu o resto das almas até o fim do cd.

Ainda dá para dar um destaque para a faixa título, Underdark, que é sobre Forgotten Realms mesmo. Os caras citam Toril, o planeta do cenário de campanha onde existe esse mundo subterrâneo populado por drows, que também são citados, bem como sua deusa Lolth. E o vocal a la Grave Digger, é pra mim, o ponto forte dos vocais da discografia dos caras.

E o álbum termina com algumas músicas razoáveis, mas nada além disso. Portanto o fanatismo de Julião e Magician com este álbum, dois membros que gostam de expor suas mentes caóticas, só pode ser justificado por pura perda da razão. O que, com música, é totalmente apropriado, fico feliz que foram movidos de seus estados mentais medíocres com Underdark. Para mim, no entanto, quem errou na postagem foi o Magician, e não eu. Vengeance In Black é muito, mais muito melhor.

Destaque para a trinca que citei antes: Dynasty and Destiny, Tied In Time e Night Corsaries. As três faixas que puxam Underdark para a quarta mãozinha na minha humilde avaliação.

Por hora é só ... obrigado pela atenção ... ou não.

Nota: \m/\m/\m/\m/


segunda-feira, 31 de julho de 2017

Dragonheart - Vengeance In Black

O álbum Vengeance In Black, lançado em 2005 pela banda Dragonheart, foi escolhido por The Trooper para análise.

Faixas: 01 - Eyes of Hell; 02 - Silent Sentinel; 03 - Crusaders March; 04 - The Ancient Oracle; 05 - Queops Escape; 06 - Secret Cathedral; 07 - Heart of a Hero; 08 - Vengeance In Black; 09 - Calling the Dragons; 10 - Spreading Fire.



The Trooper
3
Antigos espíritos do mal, transformem este blog decadente em ... não importa ... o que importa é a vida eterna, para trazer tormento contínuo a vocês, humanos porcos...muahaha...

Ahem... continuaremos nem que seja com resenhas bimestrais. O álbum escolhido da vez é Vengeance In Black, do Dragonheart, banda brazuca meus caros ... e mereceu a honra de aparecer em nosso magnânimo blog principalmente pela persistência.

Eu tinha ouvido alguns cds ou músicas dos caras, não posso precisar quais porque sou caduco, mas com certeza a famigerada The Blacksmith ficou em nossas mentes por décadas "Hail the blacksmith! Hail the Blacksmith! Hail the Blacksmith! tararararan!" ... além disso esta capa aqui chamou nossa atenção pela boa escolha, mas também pela cara de pau:


O Jeff Easley só não processou os caras porque provavelmente é metaleiro ou os direitos eram da TSR, e hoje devem pertencer a alguma corporação maldita, tipo a Hasbro, que é gigante demais extraindo mais-valia, para perder tempo processando metaleiros brasileiros. Esta é a capa de uma das versões de Dungeons&Dragons:



E Underdark, é claro, é o nome do mundo subterrâneo de Forgotten Realms, e é utilizado em quase todos os cenários de D&D. Enfim, essas peculiaridades rpgísticas eram um atrativo, mas a sonoridade da banda também, as influências estão lá, até neste álbum, e são óbvias demais, bandas que são muito apreciadas pelos metalcólatras, se você não consegue reconhecer tal influência no som dos caras eu desejo uma morte lenta e dolorosa pra você.

Entretanto temos que admitir que a banda ainda estava crua, principalmente na produção. E é isso que surpreende em Vengeance In Black. E é aí que Eyes of Hell esfrega o dedo do meio na sua fuça, "Zoava nossa produção? Chupa cuzão!". A faixa inicial já dá um sopapo na orelha mostrando o que vem por aí.

Eu confesso que não prestei muita atenção das primeiras vezes que ouvi, sabe se lá porque, sou meio acerebrado. Mas pra fazer esta resenha, foi inevitável. A verdadeira porrada no cérebro vem com The Ancient Oracle, porra, que música foda, a melhor do cd. Se você não vai prestar atenção a partir desta faixa, desliga a merda do player e vá evacuar.

Queops Escape é outra música MUITO BOA, esse refrão é bem bacana, aliás os três "vocalistas" mandam muito bem durante o álbum todo, com estilos distintos que deixam um álbum muito mais legal de ouvir. 

Os instrumentos também estão bem representados, principalmente a base de guitarra, pesada/distorcida e os solos, bem legais, distribuídos por todo o trabalho.

Até a baladinha ficou bem legal, e pra completar, o Dragonheart fecha com chave de ouro em Spreadfire, arrebentando a porra toda.

Enfim, que bom que eu parei pra ouvir este cd mais vezes, agora fiquei com vontade de ouvir os álbuns mais recentes.

Destaque para as fudidas The Ancient Oracle, Queops Escape e Spreadfire (e porque não, Secret Cathedral).

Nota: \m/\m/\m/\m/


Julião

Dragonheart !!! Finalmente voltaram a postar banda boa aqui !! Brincadeira, confesso que faz um tempo que não acompanho o blog então nem sei o que andam postando. 

Mas Dragonheart é sempre bem vindo, afinal uma banda nacional que toca esse tipo de metal épico/medieval é algo bem raro. 
Como já mencionei nos comentários, eu prefiro o Underdark, mas este aqui é bom demais tambem.
Antes de começar a falar do album, contarei um "causo": muitos anos atrás eu comentei desta banda com um amigão meu que morava no Sul e ele me ouviu. (isso é raro). Umas semanas depois ele me ligou falando que estava indo num barzinho pois teria show dos caras. Ele foi, curtiu pra kct e ainda conheceu um mano que levou ele para conhecer os caras da banda e ganhar a baqueta do show, que ele me deu. Eu acho que esse mano tinha outras intenções com meu amigo, mas isso não vem ao caso kkkk.
Falando deste album em particular, ele muda bastante o estilo quando comparado ao Underdark. Realmente é notado um amadurecimento da banda como um todo. A primeira música já começa acelerando, mostrando a mudança e, embora o refrão seja bem bobinho a bridge é animal: "I am the fear..."
Silent Sentinel tem um riffzinho que gruda na cabeça e o vocal é bem parecido com Digger no começo da carreira. Como eu ainda não mencionei, vale a pena mencionar agora: Dragonheart é muito inspirado em Digger, talvez por isso eu goste tanto rsrs 
The Ancient Oracle é um dos pontos altos do álbum. Secret Cathedral é outro. "Nothing will stop me..."
Já é sabido que eu curto umas baladinhas, mas embora Heart of a Hero seja bastante agradável, ela é uma música meio vazia. Falta emoção.
A faixa título do álbum é outra que lembra o vocal Digger no começo da carreira. 
Calling the Dragons segue a mesma linha , mas tem um toque de anos 80 nela: "Uoooooo, ooooo, oooo, ooo"
Spreading Fire e Queops Escape ( que eu havia pulado) são músicas boas tbm, que ficam facilmente na cabeça. 
Resumindo:
O álbum é bem bom, tem alguns pontos altos, mas falta aquela música fora da curva (aquela música do caralho, em bom português). É um álbum bem fluído, mas que fica aquele sentimento de que ficou faltando algo. 

Nota: \m/\m/\m/ e meio

Phantom Lord
O Trooper tentou ressuscitar o blog com uma tática diferente a de Venâncio: Trazendo um álbum conhecido e "nostálgico" para os metalcólatras... 
Dragonheart é a banda que fazia parte da trilha sonora do covil de nerds rpgistas frequentado por muitos do metalcolatras num passado distante. Então fica difícil surgir uma avaliação negativa ou meramente mais crítica deste álbum no blog. 
Particulamente eu gostei deste álbum: Parece um "power metal" de qualidade, que lembra Grave Digger, mas também mostra criatividade e uma boa variação de "melodia"... 

Eyes of Hell 7,3 
Silent Sentinel 7,3 
Crusaders March 7,1 
The Ancient Oracle 7,7 
Queops Escape 7,5 
Secret Cathedral 7,4 
Heart of a Hero 7 
Vengeance in Black 7
Calling the Dragons 6,8 
Spreading Fire 7,5 

 Eu ouvi os outros 2 álbuns do Dragonheart citados pelos meus colegas, mas me lembro de pouco então não posso comparar com outros trabalhos da banda. Por fim... Vengeance in Black é um bom trabalho, estável, sem grandes altos e baixos. 

Nota Final: 7,3

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Mothership - High Strangeness

O álbum High Strangeness lançado em 2017 da banda Mothership, foi escolhido por Venâncio para analise.

Faixas: "High Strangeness"; "Ride the Sun"; "Midnight Express"; "Crown of Lies"; "Helter Skelter"; "Eternal Trip"; "Wise Man" e "Speed Dealer".

Venâncio
Olá amiguinhos... estava eu na noia de seguir as sugestões do youtube, quando me deparei com essa banda... sim eu sei que o correto seria escutar uma umas faixas, comprar o albúm e ai sim fazer uma resenha...resolvi pular a parte de comprar o albúm (não, não fiz download das músicas) e escutei-o pelo youtube mesmo... De qualquer forma, vamos aos detalhes: Mothership é um powertrio do Texas que segundo a wikipédia toca o estilo "Stoner Metal", estilo esse que seria uma variante do Stoner Rock que mistura elementos do Heavy Metal, Doom Metal, Psychedelic Rock e Acid Rock... só com um pouco a mais de Heavy.. (deus do céu, de onde vem tantos nomes... quem cria isso?...).

Voltando a obra em si, posso dizer com toda certeza que é muito agradável de escutar, é pesada (sem exageros) e viajante (tb sem exageros) contém solos na medida certa (para mim pelo menos).. isso pelo lado positivo... pelo lado negativo, se você estiver fazendo outra coisa e escutando o albúm facilmente pode deixar de perceber a transição de uma música para a outra.

Gostei especialmente da primeira faixa, uma excelente instrumental que consegue te colocar no clima do restante da obra...Ride the Sun, apesar de possuir um vocal sem destaques, não deixa a bola cair por assim dizer...em Midnight Express os irmãos Juett compartilham o vocal e aqui sou forçado a colocar que sou muito mais fã do vocal rasgado...

Resumindo o albúm inteiro é bom, seu uníco defeito(?) pode ser a falta de uma caracteristica mais marcante/impactante em uma ou outra de suas faixas.

7 whisky sem gelo.


Phantom Lord
Uma postagem literalmente vagando entre apática e antipática. Venâncio surge como um turista (não que o blog não tenha se tornado um mero ponto de "turismo" descompromissado) e posta um álbum, sem passar link nem arquivos para os demais Metalcólatras. 

Os vocais suaves com o ritmo variando do lento ao moderado com ocasionais distorções graves que tentam invocar algum peso, parece um (pseudo) retorno ao rock (não tão) pesado dos anos 70 e 80. E falando em vocais, eles parecem bem menos interessantes do que a parte instrumental... Justo eles, que praticamente tomam a frente em qualquer tipo de rock/metal. É possível fazer uma comparação meio rasa com outros trabalhos que passaram aqui pelo Metalcólatras: Os instrumentos lembram "Grand Magus - Iron Will" (o tal Stoner Metal ou Old-Black-Sabbath Metal) enquanto os vocais é uma versão meio "pop rock" do Ghost - Opus Eponymous. 

Confesso que vi algum potencial no Mothership e a parte instrumental parece até desperdiçada se comparada com os vocais monótonos (isto fica claro na faixa "Crown of lies", por exemplo). Tive a impressão de que os instrumentistas são bons, o vocal é "50% de sola" e que toda a banda ainda está preocupada em ser roots ou "retrô do rock". 

Enfim, pelo descaso como Venâncio postou este álbum aqui, só me resta fazer comentários sobre a capa: A mulher seria uma alusão a deusa/titânide grega, Rhea, esposa de Kronus (chamada de Cybele pelos frígios da antiga Anatólia)? Ela, como "mãe dos deuses" e titânide da fertilidade, geralmente era representada com leões, mas vestida...  Pensando bem... o artista deve ser um pós-muleke numa fase hormonal que só quis por na capa, uma "gostosona" cercada por um ambiente quase-psicodélico. 

 Nota Final: Fica difícil, sem os arquivos, mas: 6,7


The Trooper
3
High Strangeness é um álbum bem legalzinho, o Mothership lembra um pouco (mais do que um pouco, e obviamente, tratando-se do chamado stoner metal ...) Black Sabbath, mas lembra também Metallica, principalmente nos solos de guitarra, particularmente, os solos do Kill'em All.

Mas os caras até que são bem criativos, os riffs são bem bolados, o baixo e a batera bem legais. Mas nem tudo são flores, outra banda que Mothership lembra é Mastodon. Sim, aquela banda que o Pirikitus postou um álbum. Digo que não são flores, porque essa é uma pegada meio sonolenta. 

Entretanto, Mothership é mais pesado do que Mastodon, e é mais agradável para mim, ouvir algo mais pesado. Seguindo a linha 'sabática', High Strangeness alterna entre músicas pesadas e músicas viajantes, muitas vezes mesclando os tipos.

O álbum é bem curto, e poderia facilmente ser chamado de EP. Mas é bom, visto que se colocassem muitas faixas viajantes em um álbum de uma hora, ia ser insuportável. Mas isso suscita uma dúvida: os caras tem capacidade pra fazer um álbum longo e bom? Não sei, não ouvi a discografia, deixo pra você curioso, descobrir e postar aqui nos comentários.

Enfim, destaque para Ride the Sun (de longe, a melhor do álbum) e Helter Skelter.

Como ponto negativo, fica aquilo que o próprio Venâncio citou: falta aquela música fodástica e empolgante. E por causa disso faltou 0,1 para entrar na quarta mãozinha.

P.S.: A capa é bem legal. Pode-se notar que se trata de uma anárquica controlando a proto-matéria do limbo, criando dois leões de sentinela, que mataram suas vítimas e depositaram seus crânios a seus pés. :D
Nota: \m/\m/\m/


domingo, 26 de março de 2017

Blind Guardian - Imaginations From The Other Side

O álbum Imaginations From The Other Side, lançado pelo Blind Guardian em 1995, foi escolhido para análise por The Tropper.


Faixas: 01-Imaginations from the Other Side; 02-I'm Alive; 03-A Past and Future Secret; 04-The Script for My Requiem; 05-Mordred's Song; 06-Born in A Mourning Hall; 07-Bright Eyes; 08-Another Holy War; 09-And the Story Ends.




The Trooper
3
Eu estava tentando escrever minhas resenhas atrasadas, e embora tenha ouvido os álbuns, não consegui elaborar muito as ideias devido à falta de impacto que eles causaram em mim (mas vou escrever as resenhas, só vai demorar mais um pouco).

Entretanto, ouvi alguns álbuns que não escutava há algum tempo, e um deles sim, trouxe o impacto novamente, mesmo sendo ouvido exaustivamente no passado: Imagination From the Other Side.

Cada vez que eu presto atenção no álbum tentando outro enfoque levo uma pancada na mente, e este é o motivo de mais um álbum do Blind Guardian aparecer por aqui.

Eu já havia comentado em outro post que esse foi o primeiro álbum que ouvi dos caras e que botou a banda no meu top 3 logo de cara. E o motivo para mim, é que esse trabalho é uma obra-prima.

IFTOS é o último álbum em que Hansi toca baixo, e dá pra perceber que o cara tá nervoso, ele é um dos principais responsáveis pelo peso do álbum, um dos grandes momentos do baixo está em The Script for My Requiem.

Mas o baixo não é o protagonista do trabalho. O mesmo pode ser dito da bateria, que dá a impressão de ter que correr atrás dos outros instrumentos nos ritmos insanos dos trechos mais rápidos (o que faz com maestria, aliás), mesmo assim há um protagonismo da bateria em Born in A Mourning Hall, prestem atenção nessa pedrada de performance.

O protagonismo do álbum se dá pelas guitarras e pelos vocais. O peso da distorção das guitarras-base, com a voz soturna, raivosa e melancólica é a base monstruosa desse trabalho, que dá a sustentação para os absurdos solos de guitarra completarem a obra-prima.

Liricamente falando este álbum também é interessantíssimo, a faixa-título abre o trabalho e sua temática permanece até o fim do álbum. A temática da fantasia é muito manjada nos trabalhos do Blind Guardian, mas aqui ela aparece intercalada com trechos do mundo real, diversos trechos das letras protagonizadas por supostos personagens do mundo real, citam personagens da fantasia literária, principalmente em seus momentos de desespero e confusão.

Aliás, como disse antes, parece que Hansi estava nervoso aqui. O álbum é soturno e passa a impressão de confusão, tristeza, revolta e insanidade. Dentro desse clima soturno, em que fica difícil aparecer até os famosos corinhos ou riffs alegres, ainda aparece uma forte crítica social e histórica. Born In The Mourning Hall (algo como Nascido em uma Sala de Velório), por exemplo, faz uma crítica dura à religião vendida pela TV.

Enfim, o álbum possui uma balada melancólica (A Past and Future Secret), e uma sequência de pedradas pesadíssimas recheadas dos vocais e guitarras espetaculares de uma das bandas mais competentes da época.

Destaque para toda a obra-prima.

Nota: \m/\m/\m/\m/\m/


Phantom Lord
Há séculos, quando ouvi este disco pela primeira vez, pensei: Que coisa esquisitona. Mas como meus irmãos gostaram deste álbum do Blind Guardian, outros foram surgindo em nosso covil, via empréstimo é claro, e eu acabei admirando vários sons desta banda. Voltei a ouvir o Imaginations depois de anos e conclui minha teoria: Este álbum é o ápice do marcante metal Blind Guardianês: Não é o meu favorito por causa da transmissão bem presente de angústia, infelicidade, raiva e tormenta (quase tão desconcentrante quanto o Demons n Wizards), mas Imaginations from the Other Side é a explosão criativa que causou a primeira rachadura na mente de Hansi. Depois deste trabalho ele (o vocalista) começou a gradativamente despirocar e utilizar zilhões de canais para cantar junto de mais e mais Hansis. 
A distorção das guitarras e a produção dão o peso juntamente com algumas das letras e o ritmo das músicas é frequentemente bem acelerado, vulgo, pauleira na orelha. 
Enfim quem realmente não gosta de Blind, continuará não gostando, talvez provando apenas uma limitação na capacidade de perceber a melodia e complexidade técnica do trabalho da banda dos anos 90. Note que limitação é algo que todos temos, mesmo eu, o mais sábio deste blog e de todo cenário do metal mundial. 

 Imaginations from the Other Side 8,0 
I am Alive 8,5 
A past and a Future Secret 8,6 
The Script for my Requiem 8,3 
Mordred`s Song 7,7 
Born in Mourning Hall 8,7 
Bright Eyes 8,9 
Another Holy War 8,4 
And the Story Ends 7,0 

 Eu ia perguntar para que apelar trazendo este álbum ao blog, mas a verdade é que 99% dos participantes já abandonaram este espaço. Então faz sentido que o blog dos Metalcólatras torne-se o covil digital do "triunvirato" tão acusado e atacado pelo derrotado Metal Mercante (e por alguns outros também). 


 Modificadores: Solid +0,1 

 Nota Final: 8,4

The Magician

Mais um belo álbum do Blind Guardian, se me permitem a redundância.

O estilo é bem delineado no que começou em "Tales from the Twillight World" e evoluiu em "Somewhere Far Beyond" (me desculpe, mas os dois primeiros álbuns dos alemães fazem parte de uma outra discografia 'separada'..), culminando aqui em uma sonoridade mais progressiva com fortes contornos de epicidade. Embora mais progressivo e melódico do que os discos anteriores, "Imaginations From The Other Side" (IFTOS) não descarta aquela massa de som "cascuda" já conhecida da banda - de guitarras mega-pesadas e de bateria brutal - só que dessa vez dá pra perceber que à partir da terceira faixa eles tiraram um pouco o pé do acelerador, reduzindo as velocidades das músicas.

Ainda assim o IFTOS não é lento, e nem rápido, mas é longo e com certeza extremamente progressivo, com faixas polirrítmicas e diversas quebras entre as complexas viradas nas suas longas pautas (indiscutivelmente é o melhor trabalho de Thomem Stouch no Blind, os caras devem ter feito o coitado sangrar nas suas baquetas para acabar o diabo do disco). É uma abordagem que está presente em praticamente todas as faixas do álbum, e por isso é de se notar que aquilo que já era de difícil digestão para os metaleiros mais simples nos trabalhos anteriores, acaba de se tornar definitivamente inacessível para quem não tolera muitas alternâncias e suntuosidades (sim, eu sei, o Blind foi além depois disso). Para mim, essas características tornam esse disco uma estranha obra prima, de belas melodias criadas sobre caóticas e inconstantes linhas de base, com os sincretismos e experimentalismo pipocando por toda parte a todo momento.

Se essa peculiar assinatura de IFTOS não permite que o disco escale até o topo da discografia do grupo, ele pelo menos gera os momentos mais 'mindblowing' de toda carreira dos caras, como por exemplo: A introdução transcendente de "And the Story Ends" quando entram os harmoniosos vocais de Hansi em coro e quando eles retornam a cada refrão, os memoráveis 20 últimos segundos de "Another Holy War" (de onde os caras tiraram essa parada???), a introdução atmosférica de "Script for my Requiem" (o refrão também é épico), ou ainda os primeiros arrepiantes acordes das guitarras de "Mordred's Song" (PULTAquipariu véi). Mas acalme-se seu cérebro realmente vai explodir durante o bridge após o longo solo de guitarra em "Bright Eyes" (eu e Treebeard chegamos à conclusão determinada vez que este é o melhor riff de guitarra de todos os tempos).    

Dá pra concluir que as duas melhores músicas já escritas pela banda germânica também saíram desse álbum: "Bright Eyes" e "Past and Future Secrets".

Fica como ponto negativo apenas o nível extrapolado de progressão e imersão do trabalho, que exige como requisito você conhecer bem o som dos caras e já ser fã graduado do Blind Guardian. Afinal, eu como todas as pessoas normais, tive que escutar muito outros discos dos caras e do gênero pra chegar nesse aqui com certo nível de discernimento de qualidade para esse tipo de som mega-evoluído (diferente do Trooper).

Nota \m/\m/\m/\m/ ou 8,9.