domingo, 26 de março de 2017

Blind Guardian - Imaginations From The Other Side

O álbum Imaginations From The Other Side, lançado pelo Blind Guardian em 1995, foi escolhido para análise por The Tropper.


Faixas: 01-Imaginations from the Other Side; 02-I'm Alive; 03-A Past and Future Secret; 04-The Script for My Requiem; 05-Mordred's Song; 06-Born in A Mourning Hall; 07-Bright Eyes; 08-Another Holy War; 09-And the Story Ends.




The Trooper
3
Eu estava tentando escrever minhas resenhas atrasadas, e embora tenha ouvido os álbuns, não consegui elaborar muito as ideias devido à falta de impacto que eles causaram em mim (mas vou escrever as resenhas, só vai demorar mais um pouco).

Entretanto, ouvi alguns álbuns que não escutava há algum tempo, e um deles sim, trouxe o impacto novamente, mesmo sendo ouvido exaustivamente no passado: Imagination From the Other Side.

Cada vez que eu presto atenção no álbum tentando outro enfoque levo uma pancada na mente, e este é o motivo de mais um álbum do Blind Guardian aparecer por aqui.

Eu já havia comentado em outro post que esse foi o primeiro álbum que ouvi dos caras e que botou a banda no meu top 3 logo de cara. E o motivo para mim, é que esse trabalho é uma obra-prima.

IFTOS é o último álbum em que Hansi toca baixo, e dá pra perceber que o cara tá nervoso, ele é um dos principais responsáveis pelo peso do álbum, um dos grandes momentos do baixo está em The Script for My Requiem.

Mas o baixo não é o protagonista do trabalho. O mesmo pode ser dito da bateria, que dá a impressão de ter que correr atrás dos outros instrumentos nos ritmos insanos dos trechos mais rápidos (o que faz com maestria, aliás), mesmo assim há um protagonismo da bateria em Born in A Mourning Hall, prestem atenção nessa pedrada de performance.

O protagonismo do álbum se dá pelas guitarras e pelos vocais. O peso da distorção das guitarras-base, com a voz soturna, raivosa e melancólica é a base monstruosa desse trabalho, que dá a sustentação para os absurdos solos de guitarra completarem a obra-prima.

Liricamente falando este álbum também é interessantíssimo, a faixa-título abre o trabalho e sua temática permanece até o fim do álbum. A temática da fantasia é muito manjada nos trabalhos do Blind Guardian, mas aqui ela aparece intercalada com trechos do mundo real, diversos trechos das letras protagonizadas por supostos personagens do mundo real, citam personagens da fantasia literária, principalmente em seus momentos de desespero e confusão.

Aliás, como disse antes, parece que Hansi estava nervoso aqui. O álbum é soturno e passa a impressão de confusão, tristeza, revolta e insanidade. Dentro desse clima soturno, em que fica difícil aparecer até os famosos corinhos ou riffs alegres, ainda aparece uma forte crítica social e histórica. Born In The Mourning Hall (algo como Nascido em uma Sala de Velório), por exemplo, faz uma crítica dura à religião vendida pela TV.

Enfim, o álbum possui uma balada melancólica (A Past and Future Secret), e uma sequência de pedradas pesadíssimas recheadas dos vocais e guitarras espetaculares de uma das bandas mais competentes da época.

Destaque para toda a obra-prima.

Nota: \m/\m/\m/\m/\m/


Phantom Lord
Há séculos, quando ouvi este disco pela primeira vez, pensei: Que coisa esquisitona. Mas como meus irmãos gostaram deste álbum do Blind Guardian, outros foram surgindo em nosso covil, via empréstimo é claro, e eu acabei admirando vários sons desta banda. Voltei a ouvir o Imaginations depois de anos e conclui minha teoria: Este álbum é o ápice do marcante metal Blind Guardianês: Não é o meu favorito por causa da transmissão bem presente de angústia, infelicidade, raiva e tormenta (quase tão desconcentrante quanto o Demons n Wizards), mas Imaginations from the Other Side é a explosão criativa que causou a primeira rachadura na mente de Hansi. Depois deste trabalho ele (o vocalista) começou a gradativamente despirocar e utilizar zilhões de canais para cantar junto de mais e mais Hansis. 
A distorção das guitarras e a produção dão o peso juntamente com algumas das letras e o ritmo das músicas é frequentemente bem acelerado, vulgo, pauleira na orelha. 
Enfim quem realmente não gosta de Blind, continuará não gostando, talvez provando apenas uma limitação na capacidade de perceber a melodia e complexidade técnica do trabalho da banda dos anos 90. Note que limitação é algo que todos temos, mesmo eu, o mais sábio deste blog e de todo cenário do metal mundial. 

 Imaginations from the Other Side 8,0 
I am Alive 8,5 
A past and a Future Secret 8,6 
The Script for my Requiem 8,3 
Mordred`s Song 7,7 
Born in Mourning Hall 8,7 
Bright Eyes 8,9 
Another Holy War 8,4 
And the Story Ends 7,0 

 Eu ia perguntar para que apelar trazendo este álbum ao blog, mas a verdade é que 99% dos participantes já abandonaram este espaço. Então faz sentido que o blog dos Metalcólatras torne-se o covil digital do "triunvirato" tão acusado e atacado pelo derrotado Metal Mercante (e por alguns outros também). 


 Modificadores: Solid +0,1 

 Nota Final: 8,4

The Magician

Mais um belo álbum do Blind Guardian, se me permitem a redundância.

O estilo é bem delineado no que começou em "Tales from the Twillight World" e evoluiu em "Somewhere Far Beyond" (me desculpe, mas os dois primeiros álbuns dos alemães fazem parte de uma outra discografia 'separada'..), culminando aqui em uma sonoridade mais progressiva com fortes contornos de epicidade. Embora mais progressivo e melódico do que os discos anteriores, "Imaginations From The Other Side" (IFTOS) não descarta aquela massa de som "cascuda" já conhecida da banda - de guitarras mega-pesadas e de bateria brutal - só que dessa vez dá pra perceber que à partir da terceira faixa eles tiraram um pouco o pé do acelerador, reduzindo as velocidades das músicas.

Ainda assim o IFTOS não é lento, e nem rápido, mas é longo e com certeza extremamente progressivo, com faixas polirrítmicas e diversas quebras entre as complexas viradas nas suas longas pautas (indiscutivelmente é o melhor trabalho de Thomem Stouch no Blind, os caras devem ter feito o coitado sangrar nas suas baquetas para acabar o diabo do disco). É uma abordagem que está presente em praticamente todas as faixas do álbum, e por isso é de se notar que aquilo que já era de difícil digestão para os metaleiros mais simples nos trabalhos anteriores, acaba de se tornar definitivamente inacessível para quem não tolera muitas alternâncias e suntuosidades (sim, eu sei, o Blind foi além depois disso). Para mim, essas características tornam esse disco uma estranha obra prima, de belas melodias criadas sobre caóticas e inconstantes linhas de base, com os sincretismos e experimentalismo pipocando por toda parte a todo momento.

Se essa peculiar assinatura de IFTOS não permite que o disco escale até o topo da discografia do grupo, ele pelo menos gera os momentos mais 'mindblowing' de toda carreira dos caras, como por exemplo: A introdução transcendente de "And the Story Ends" quando entram os harmoniosos vocais de Hansi em coro e quando eles retornam a cada refrão, os memoráveis 20 últimos segundos de "Another Holy War" (de onde os caras tiraram essa parada???), a introdução atmosférica de "Script for my Requiem" (o refrão também é épico), ou ainda os primeiros arrepiantes acordes das guitarras de "Mordred's Song" (PULTAquipariu véi). Mas acalme-se seu cérebro realmente vai explodir durante o bridge após o longo solo de guitarra em "Bright Eyes" (eu e Treebeard chegamos à conclusão determinada vez que este é o melhor riff de guitarra de todos os tempos).    

Dá pra concluir que as duas melhores músicas já escritas pela banda germânica também saíram desse álbum: "Bright Eyes" e "Past and Future Secrets".

Fica como ponto negativo apenas o nível extrapolado de progressão e imersão do trabalho, que exige como requisito você conhecer bem o som dos caras e já ser fã graduado do Blind Guardian. Afinal, eu como todas as pessoas normais, tive que escutar muito outros discos dos caras e do gênero pra chegar nesse aqui com certo nível de discernimento de qualidade para esse tipo de som mega-evoluído (diferente do Trooper).

Nota \m/\m/\m/\m/ ou 8,9.