terça-feira, 28 de abril de 2020

Iron Savior - Unification

O álbum Unification, lançado pela banda Iron Savior em 1999, foi escolhido por Phantom Lord para análise.



Phantom Lord

Quando eu estava buscando um álbum minimamente chamativo e não "mainstreamer" entre meus arquivos me deparei com este crássico do metal semi nerd! Este álbum apreciado pelo nosso colega desistente, o Metal Mercante, chegou a participar dos duelos de bandas há séculos aqui no blog dos Metalcólatras, mas perdeu e ficou de fora das resenhas... Até hoje. 


 Nos primeiros momentos Unification da banda Iron Saivor parece de certo modo um "power metal" instrumentalmente influenciado pela sonoridade do Judas Priest. Conforme passam as faixas é possível notar vagas influências de outras bandas, mas isso não importa, pois o trabalho todo é razoavelmente original e criativo. Unification é um álbum conceitual (ou temático, seja lá como se chama isso) que continua uma história de ficção científica baseada na lendária (ou não, para quem acredita ou para quem encontrou evidências de tal lugar) Atlântida, abordada no álbum antecessor que eu ainda não ouvi. 

Em relação ao tema não sei muito o que dizer. Até há pouco (uns meses) eu estava mais interessado nestas histórias de civilizações perdidas e possíveis formas de vida inteligente desconhecidas, mas hoje, massacrado demais pelos fatos da bizarra realidade humana, eu não ando muito curioso. Na verdade hoje acho mais útil histórias que tragam ao menos um pouquinho de esperança e muitas reflexões para melhoria da racionalidade e da sensibilidade (empatia), tão escassas em época de pós verdades, manipulações nocivas de tabus e gigantescas desigualdades de condições de vida. Como a história do Unification parece não acabar com destruição, escravização e tragédias afins, então pode ser que fala ao menos um pouco de esperança (ainda bem, pois como diria minha mãe, de tragédia basta a vida real... ou algo assim). 

Voltando ao álbum e sua sonoridade, ele é bem paulerinha, técnico, e como eu já disse antes, razoavelmente criativo. Algumas músicas podem mudar o ritmo repentinamente, mas o conjunto da obra até que ficou bem amarrado (ou combinado). Já as melhores faixas parecem estar na primeira metade do Unification, mas a segunda metade não é ruim e completa bem o álbum... 

1. "Coming Home" 7,8 
2. "Starborn" 7,2 
3. "Deadly Sleep" (Kai Hansen) 8 
4. "Forces of Rage" 7 
5. "Captain's Log" - 
6. "Brothers (Of the Past)" 7,6 
7. "Eye to Eye" 7,8 
8. "Mind Over Matter" 7,4 
9. "Prisoner of the Void" 7 
10. "The Battle" 7 
11. "Unchained" 7 
12. "Forevermore" (Kai Hansen) 7 

 Uma pitada em relação ao tema: Não sei se a Atlântida existiu ou não, mas há balelas de deslumbrados e de "céticos" em torno do assunto: O texto de Platão por exemplo não parece mero embelezamento com lição moral como alguns céticos dizem. E o mesmo texto não cita nada tão super avançado (talvez exceto umas estátuas móveis) apreciável pelos deslumbrados... Claro que existem trechos de outros autores sobre o assunto, aí sim, alguns deles nos dão a impressão de uma hiper tecnologia, como as embarcações de Ogygia (uma ilha relacionada à Atlântida)... 
 E por fim referente aos possíveis vestígeos de tal civilização: Se estava próxima à Dorsal (cordiheira) Atlântica, pode ter sido facilmente pulverizada por atividades sísmicas/ vulcânicas devastadoras. Se era uma nação mais continental, os curiosos ou questionadores, podem aguardar mais descobertas sobre o Olho da África (Estrutura de Richat) e inundações da "idade da pedra"/ términos de eras do gelo.


Nota: 7,5


Pirika

Eu confesso que sempre fui meio perdido com o legado de bandas formadas por ex-integrantes do Helloween (Iron Savior, Gamma Ray, Masterplan, Unisonic). Das duas primeiras principalmente que são as mais antigas eu conhecia apenas as músicas que eram trocadas em formato de mp3 pelos metalcólatras e as músicas geralmente eram boas. Nesse período conheci a Deadly Sleep que está nesse cd, Never Say Die e a música do Gamma Ray que, para mim, é a personificação do epic/power metal: Rebellion in Dreamland.

Nesse momento você pergunta, mas o que foi esse tornado de informações aleatórias? Ora, não são aleatórias pois no meio de tudo isso existe um gênio chamado Kai Michael Hansen, a mente por trás dessa banda juntamente com Piet Sielck, e como (quase) tudo que Kai Hanson toca esse cd também uma bela obra de metal.

Elementos de sci-fi, com exceção de Star Wars e Alien, nunca me chamaram a atenção e provavelmente esse seja um dos motivos que nunca fui atrás dos cds do Iron Savior e é no momento dessa resenha que eu percebo que ao menos para com esse cd eu errei, é um bom cd de metal melódico.

Os destaques desse cd pra mim são obviamente Deadly Sleep, Coming Home, Forces of Rage, Mind Over Matter, Prisioner of the Void, Unchained e Forevermore, praticamente meio cd. O ponto negativo fica por conta da fraquinha Brothers (Of the Past).

Como Kai saiu da banda após o Dark Assault irei me preservar do resto, porém firmo um compromisso pessoal de ouvir ao menos a trilogia inicial dessa banda.



Top 3: Deadly Sleep, Unchained e Coming Home. Shame Pit: Brothers (Of the Past).

Nota: 7,4

"So many tears
Ohh, we will always remember the years
Earth has been burned
but then they returned
to save us and now we are...
Free!"

PS: Na versão com bonus track é possível ouvir a música Gorgar, cover do Helloween. O refrão dessa música ficou popularmente conhecida entre alguns metalcólatras nos anos áureos como "Boga, we need you".




The Trooper
3
Este álbum estava completamente perdido em meio à bagunça do meu cérebro empoeirado. Para você ter uma ideia da confusão onde ele se encontrava: eu jurava que o Kai Hansen tinha feito apenas uma participação especial cantando (em Deadly Sleep).




Retirado da Wikipedia - Unification é a segunda linha preta


Eu lembrava do Mercante balbuciando abobrinhas sobre uma banda ter sido vencedora de um festival de metal e ter ganhado a chance de gravar algo e acabei  misturando tudo lentamente com o decorrer dos anos ao ponto de achar que este era o álbum da tal banda (quando a banda deve ser a Excelsis, da faixa bônus Dragonslayer).

Bem, além de servir para demonstrar que a mente humana é algo realmente misterioso, este post do Phantom serve para religar o radar direcionado ao Iron Savior. Com certeza quero encontrar algo mais novo dos caras.

Vamos ao álbum: Unification começa com um soco na sua fuça. O primeiro trio de músicas é arrasa-quarteirão, com Hansen aparecendo nos vocais finalmente na terceira faixa, Deadly Sleep. O baixista é fodão (como o Hansen consegue achar toneladas desses caras que sempre ameaçam deixar a guitarra no chinelo?). E todo o tecladista que toca heavy metal e ninguém sente vontade de espancar, pode se considerar bem-sucedido.

O restante do trabalho é muito bom, os caras não deixam a peteca cair por um segundo sequer (tá, talvez a balada tenho sido desnecessária, pelo menos foi a última faixa), mantendo um alto nível no decorrer do álbum todo. Até as faixas bônus foram muito bem boladas e fecham o trabalho com chave de ouro.

Um álbum bem acima da média ... De vez em quando o Phantom acerta.

P.S.: Não citei os vocalistas porque todos destruíram.

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
Já que perdi bastante tempo escutando esse disco, não vou gastar muito tempo com a resenha não (não perdi nem tempo procurando meu portrait correto para esta resenha).

O Iron Savior entrou naquele terreno onde o Heavy Metal melódico se torna extremamente chato e firulento, muito parecido com o que o Gamma Ray fez em Power Plant, uma das primeiras resenhas propostas nesse blog. As musicas são todas preenchidas com um pano de fundo de teclados com tons amplos e abertos, que sobrecarregam a sonoridade que já é saturada quase sempre com duas ou mais linhas vocais bastante melódicas. 

No caso, algumas guitarras - como em 'Starborn', a versão de Aces High deste álbum - acabam chamando a atenção em alguns momentos, mas não conseguem ser verdadeiramente protagonistas em nenhuma faixa, de modo a resgatar Unification para o "mundo real"; por causa disso, o álbum inteiro é uma viagem descabelante em um verdadeiro 'vai e volta' de ritmos que tentam desesperadamente soar épicos mas acabam falhando miseravelmente.

Como disse inúmeras vezes aqui nesse blog, citei Avantasia como uma obra muito específica que atingiu a excelência usando esses artifícios de variações tonais e múltiplas camadas de canais, coisa bem difícil de se executar. Fazer por fazer, se achando o fodelão, sai nisso aí que o Kai Hansen e sua gangue exibida fez.... parabéns pra ele.

As melhores (assim como em PowerPlant) são os covers e versões especiais adicionadas à coleção: Gorgar (demais), Neon Knights (versão extremamente orgásmica) e Dragon Slayer do Excelsis (um raro acerto).

Lembrei porque este gênero quase foi pro saco......

Nota 6 ou \m/\m/\m/.