Outras Resenhas

CD (Demo) The Magician - "3rd End of The World"

Aproveitem mortais...


Faixa 1 - Rusted Motor (Demo)
Faixa 2 - Redshift (Demo)
Faixa 3 - Ancient War (Demo)
Faixa 4 - Crack in The Sky (Demo)
Faixa 5 - Third End of World (Demo)
Faixa 6 - The Big Breakdown (Demo)
Faixa 7 - Craziest Song (Demo)
Faixa 8 - Dead King's Return (Demo)
Faixa 9 - Timestop (Demo)
Faixa 10 - Another Beginning (Demo w/o solos)
Faixa 11 - Sad Bye (Demo)

The Trooper

3
Fui traído. O Magician lançou seu álbum solo antes das minhas contribuições com o baixo entrarem nas músicas. Todos sabem o por quê: Medo de ser ofuscado pelo meu brilhantismo. Com composições arrojadas e brutais no baixo, a guitarra desapareceria e o estrelismo de Magician estaria fadado a fade away. De qualquer forma, dando continuidade à fanfarronice de nosso mago fajuto, ouvi com meus ouvidos apurados de morto-vivo (com ajuda mágica, é claro) e vou escrever uma análise imprecisa e parcial ... ops, precisa e imparcial.
 
O álbum começa com Rusted Motor, a pior do trabalho. Uma analogia à Motorbreath? Se for, aí faz sentido, porque enquanto a segunda é uma das melhores de um álbum mediano, aqui se dá o inverso, já que o motor está enferrujado. Na verdade os riffs Metallica-like até que começam bem (senaoemetallicanaoebom), mas os solos pirulitantes me irritam. 
 
Chega Redshift e parece que a coisa vai andar, trocou de marcha, pra vermelha ainda, não tem como dar errado. Em um dueto Blind Guardian-trash de Magician com ele mesmo, tudo vai bem até percebermos que só porque é boa, a faixa é curtíssima, e fecha com um solo pirulitante pra lá de irritante. 

Ancient War sim, corresponde às espectativas, começa bem, evolui bem, e termina bem, nesta o Magician estava sob inspiração do Manovar. 
 
Crack In the Sky é bem legalzinha. 
 
A faixa homônima ao álbum não é ruim, mas um pouco lenta demais para meu gosto, aqui, quando o Magician solo não pirulita, manda uns solos legais. 
 
The Big Breakdown é bem legal, até as pirulitadas nos solos tão cabíveis aqui e não parecem escapar para outro plano. 
 
Craziest Song é o que o nome diz, mas a base tá legal até, os solos vão bem no começo mas depois entram em planos de existência vinculados à insanidade, quase vira uma jam do Magician com seu simulacrum, podia tá naquele álbum safado de banda de jam que o Phantom postou. 
 
Dead King's Return começa devagar demais pro meu gosto, mas evolui pra uma pegada bem legal, devia ser mais comprida pra justificar a intro. 
 
Timestop tem uma levada lenta mas é legalzinha, os solos tão legais quando não pirulitam, mas às vezes parece que o Magician solo vai parar de solar e volta, como se estivesse cansado. Algumas notas do solo às vezes soam estranhas. 
 
Another Beginning tem esse nome justamente porque o começo dela é legal. A continuação é bacaninha também, lembra um pouco Annihilator (tocar sozinho o cara já faz), mas tem um finzinho Stratovarius.
 
Sad Bye é tipo uma outro, não vale.
 
Enfim, sem minha presença não dá pra levar 10, mas é um trabalho razoável. Precisa de um batera também, pelamor, magia de 1° círculo não dá conta (Servo Invisível, pra quem não tem Conhecimento Místico).
 
Nota: \m/\m/\m/\m/



R.I.P. Andre Matos

Sou de uma geração de Metaleiros que teve sua formação e seus gostos musicais moldados entre os anos de 1997 a 2002, quando estava entre meus 15 e 20 anos de idade (digamos que os 5 anos iniciais de imersão no rock são mais "profundos" do que os conseguintes, devido ao volume e à frequência em que acessamos novos conteúdos do gênero nesse período). Nesse intervalo de tempo lá estavam os heróis desbravadores do panteão Rock/Metal para me guiar nessa jornada, assim como fizeram com tantos outros garotos dessa geração (e também, de outras gerações): Metallica, Iron Maiden, Bruce Dickinson (na época, fora do Maiden), Ozzy, DIO, Sepultura, Megadeth e Helloween.

O som desses caras me fez procurar por mais coisas do tipo, coisas que obviamente, me lembrassem a sonoridade desses heróis do panteão do Metal. Naquela época, eu - como muitos - não tinha acesso irrestrito à Internet, que devido às tarifas telefônicas (conexão discada) era realizado somente quando possível em PC's de amigos durante as madrugadas, já que o PC da minha casa nesse horário, era monopolizado pelo irmão mais velho do ninho (o Trooper). Aliás, pode-se dizer que nem mesmo a Internet tinha 'acesso à Internet', já que os buscadores ainda não possuíam a capacidade espantosa que possuem hoje.

Por causa disso, de longe, a melhor fonte de conhecimento e pesquisa para o acervo do Metal até então, eram os amigos "mais experientes" propagando os trabalhos por meio do processo de divulgação "boca a boca", e também usando as raras visitas à galeria do Rock na Rua 24 de Maio em São Paulo (que também dependiam de dinheiro para condução até o centro da cidade). 

Essas vias estreitas de acesso ao material de Heavy Metal me conduziram na ocasião à uma rádio pirata da região da Zona Leste paulista, que 'funcionava' entre 1997 e 1998 - a Rádio Expresso FM - com seu conteúdo exclusivamente direcionado para o gênero Rock/Heavy Metal. Em um de seus programas - "Os Brutos Também Amam" - onde algumas baladas do gênero eram diariamente selecionadas entre uma lista não tão extensa de sons, escutava-se bandas como Scorpions, Whitesnake e Led Zeppelin, e de repente entre essas, surgiu a banda Angra, com seu "mais novo hit" 'Make Believe'. Tenho que dizer que aquilo elevava as baladas para outro nível: As marteladas no piano na introdução, os violões sincronizados no solo, as guitarras pesadas nos refrãos, e é claro.... sobre tudo o que podia se escutar na música, se derramava aquela voz quase feminina de Andre Matos com seus tons altos "descabelantes", e com sua interpretação que emociona à cada palavra cantada.

A partir desse momento pode-se dizer que minha estante de repertório musical foi alterada para sempre. Eu poderia simplesmente escutar aquela balada, gostar do som, e colocar os caras em um radar que eu revisitaria durante os anos seguintes de forma gradual, assim como fiz com o Stratovarius, Manowar, Savatage e Grave Digger, por exemplo, que são grupos de Power Metal aos quais tive contato antes do Angra; mas definitivamente não foi o que aconteceu. Como descrevi na postagem do Pentelho em Holy Land, saí correndo pelos sebos do bairro para encontrar um disco dos caras onde estaria a tal balada...  e depois de me deparar com o CD "Angels Cry" e com "Freedom Call" (que ainda não estavam na minha mira), lá estava ele - por 12 reais - Holy Land, com o hit do momento "Make Believe".

Tudo desde esta simples aquisição se desenrolou como uma avalanche para mim, que ao longo do tempo ofereceu cada pedra que utilizei para construção de minha formação musical baseada no Angra. É claro que em paralelo conheci muitas outras coisas boas do gênero Heavy Metal, mas nenhuma foi tão próxima quanto à essa experiência com a minha banda favorita, brasileira.

Aliás toda essa admiração de fã parte dessas duas células:  do fato de ser uma banda nacional e devido a presença do Matos no grupo. Um turbilhão me vem à mente ao tentar analisar minha relação com o Angra à partir desse ponto...

Quando comprei Holy Land, a primeira coisa que me recordo é que não sabia nem que a banda era brasileira, descobri lendo o espalhafatoso encarte do CD, que inclusive ao ser desdobrado traz o mapa mundi renascentista (o que foi bastante empolgante para um garoto RPGista, como eu era). A segunda coisa que me recordo é que o visual do Andre Matos na única foto do encarte me lembrava bastante o visual do Bruce Dickinson, ídolo máximo da minha geração metaleira (tínhamos um "Bruce brasileiro" que cantava demais! \o/). Ao saber em seguida, conversando com amigos que esse mesmo Andre Matos "quase tinha substituído" o próprio Bruce anos antes, "pirei"... o Brasil poderia mesmo gerar um dos áses do Metal mundial??? e ainda por intermédio do Angra?? (Putz! que pusta CD comprei! de uma pusta banda de Metal, que ainda tinha repercussão internacional!!!).

Em seguida assistindo regularmente a MTV naqueles meses descobri que naquele ano de 1997 o Angra disputava o prêmio da "escolha da audiência" no VMB Brasil, justamente com o videoclipe de "Make Believe"; perdeu, mas levava o Metal para um nível de popularidade e exposição (ao lado do Sepultura, na época) que fazia com que no mínimo, eu conseguisse conversar com os colegas do colégio sobre uma de minhas bandas favoritas. Descobri também pela MTV, que o Angra já tinha dividido o palco com gigantes como o OZZY em grandes festivais como o Monster of Rock de 1994. 

Foi nessa mesma época tive um sonho que até hoje me lembro claramente: eu fazia um dueto super agudo com Andre Matos cantando o refrão de "Nothing To Say" no palco de meu colégio, e finalizava com um super mosh insano sobre a galera.

Nessa minha jornada de imersão no som do Angra, parte de minha escassa economia começou então a ser direcionada para aquisição de seu material, comprei os CD's "Angel's Cry" e "Fireworks", na mesma época em que comecei a tocar e estudar violão, e quando também começava a consumir material musical relacionado à este instrumento. Na medida em que tocava violão com novas pessoas o interesse pelo Angra só aumentava, dado que foi estudando guitarra e violão que percebi que o Angra era muito mais do que a potência vocal de Andre Matos - os 3 primeiros álbuns da banda são verdadeiras enciclopédias sobre riffs e solos de guitarra; não consigo desvincular a imagem de minha primeira guitarra - uma Washburn de série - com meus dedos sofrendo para executar o riff introdutório de Carry On (aliás adquirir uma 'Washburn' de meu amigo Maurock, foi influência direta de Kiko Loureiro).

Depois disso, por volta de 2000 passei a frequentar anualmente os ExpoMusics de São Paulo, local onde tive meu primeiro contato visual próximo com os caras do Angra - Mariutti, Kiko, Confessori, Rafael e Matos - devido aos Workshops que faziam nessas feiras. Foi surreal, mas como os caras eram super assediados, era realmente difícil se aproximar deles na época. Foi nessa época também que subi a pirâmide do fluxograma do Angra para chegar no VIPER, particularmente nos dois primeiros CD's que Matos gravou - Soldiers of Sunrise e Theater of Fate -, e por força maior, também fui obrigado a descer essa mesma pirâmide das ramificações do Viper/Angra; pois o Angra se desmantelava em 2001, criando o subproduto "Shaman", com Andre nos vocais. 

Fiquei feliz. Duas super bandas nacionais!!!

Mas o Shaman e o Andre continuaram sendo parte essencial na minha relação especial com o Heavy Metal, já que o primeiro show de Metal em que estive em minha vida foi uma apresentação dos caras, em 2002. A emoção de um primeiro show é inesquecível, Via Funchal, casa cheia, qualidade de som exímia, meu amigo Mercante ao meu lado...., até abri uma roda em "Nothing To Say"!

Há de se dizer que nesse meio tempo, Andre Matos havia sido também convidado para o Metal Ópera do Avantasia, um baita motivo de orgulho na época (sim, EU sentia orgulho), é como se tudo se convergisse em uma carreira ascendente, na medida em que o próprio Heavy Metal crescia como um movimento musical na Europa e no Brasil, com a proliferação de inúmeras bandas de Power Metal nesses continentes. Escutar o primeiro verso de "Inside" cantado pelo Andre, até hoje me tira de sintonia... . Eu achava que muito disso estava na minha cabeça por causa da relação próxima que eu tinha como fã do Angra, mas quem como eu esteve no primeiro show do Avantasia no Brasil, e viu o Andre discursar por 10 minutos com uma bandeira gigante do Brasil sobre como foi importante para ele chegar ali naquele ponto da carreira, sabe que o cara brigava incansavelmente para colocar o rock nacional em uma posição de música digna e emancipada, livre de qualquer preconceito conservador, coisa que até hoje, convenhamos, não aconteceu efetivamente em um nível de mainstream aqui no país.

E os anos se passaram rapidamente como tinha que ser..... continuei um fã "próximo" do Andre e do Angra, na medida que essa minha vida "super produtiva" de trabalho me permitiu, é lógico; ao longo desses quase 23 anos como fã, vi ao vivo o Angra comemorando seus 20 anos em um show conturbado cheio de convidados, vi o Andre Matos começar e terminar com o Shaman, o vi em seu primeiro show de retorno tão esperado com o Viper (maravilhoso!), também junto ao Tobias Sammet em Avantasia, encontrei pessoalmente o Rafael Bittencourt em uma conversa rápida sobre criatividade com minha turma do IG&T, acompanhei uma espécie de "decadência" desse núcleo musical com o Andre no Symfonia e com o Edu naquele fatídico show do Rock n Rio, depois um "renascimento" com o Kiko Loureiro chegando a um patamar nunca alcançado por nenhum outro guitarrista nacional, e com o ressurgimento do Angra e do Shaman, com Lione e Matos respectivamente nos vocais (e os bons trabalhos do Almah também com o Edu), até chegar no fatídico ultimo final de semana do dia 8/6/2019.

Foi quando Andre Matos morreu.

Eu já tinha comprado os ingressos para o show do Angra, que à noite se apresentaria no 'Templo', aqui na Mooca em São Paulo, mas também já esperava que a banda cancelasse o show devido ao falecimento do co-fundador. E então os caras anunciaram uma homenagem ao invés do show... .  

Em clima de velório, o Paulo Baron, o Rafael Bittencourt e o Fabio Lione disseram algumas palavras, para em seguida rodar um vídeo de homenagem ao Andre, e ao final desse vídeo, surpreendentemente o Rafael e a banda desceram no meio da galera para fazermos uma "roda de violão", sem microfones, cantando alguns versos de músicas do Andre Matos. Eu, o Rafael e talvez mais umas 50 pessoas (por favor, me permitam colocar com esse meu protagonismo) embalamos praticamente à capela as músicas Angels Cry, Carry On e Reaching Horizons, e quando Rafael já finalizaria com mais algumas palavras, o pessoal pediu para ele tocar..... é claro, Make Believe.

Eu não tive a oportunidade nessa vida ordinária de dar um mosh depois de cantar o refrão de Nothing to Say ao lado do Andre Matos, como vislumbrei em meu sonho.... . Mas posso falar que fui presenteado pelo destino como nunca poderia imaginar em nenhum de meus sonhos, pois depois de todos esses longos anos acompanhando e torcendo pelo Angra, tive a glória de junto com o Rafael e com outros colegas, poder cantar em uma roda de violão minha balada favorita em memória da obra de 'meu amigo' Andre Matos. 

.....Foi algo muito estranho, transcendente e sublime que me colocou uma perspectiva de realidade que eu não conhecia; além da recompensa pela fidelidade de fã de longa data, foi como ver um filme próprio em minha cabeça, que começa com um moleque de 16 anos empolgado lendo o encarte de Holy Land com cheiro de novo, enquanto escutava as músicas de sua banda favorita no longínquo ano de 1997. Esse mesmo filme termina com "o garoto" chorando a morte de um deles, junto dessa mesma banda como se fossem irmãos...

Depois disso, sou testemunha de que o melhor de minha vida, da sua vida, e da vida do Andre Matos pode ser contado no final das contas, como bonitas obras com começo, meio e fim..., embaladas aos lindos acordes de sons como "Make Believe", "Reaching Horizons", "Carry On", "Stand Away", "Deep Blue", "Lisbon", "Fairy Tale"... pode acreditar.

Obrigado Andre Matos. Por tudo. Descansa em paz meu brother.....

Nota pra sua carreira 10, ou \m/\m/\m/\m/\m/.

Vídeos da homenagem: 




 

Meus sons/riffs favoritos para tocar na guitarra (by The Magician)

Hello Metalboys e Metalgirls de plantão, venho com mais uma contribuição super importante para este blog e para seus ilustres seguidores headbangers e guitarreiros. Nesta humilde e sucinta resenha apresento-lhes 4 de meus sons/riffs favoritos para tocar na guitarra, compartilhando 'videos-jams' com os respectivos comentários, onde resumi as minhas partes favoritas de cada composição. 
Obviamente é mais uma resenha descompromissada e direcionada para aqueles guitarristas de final de semana que buscam referências de sonzeiras para passar o tempo e principalmente tirar a poeira da guitarra, bem naquele velho estilo "muita distorção e pouca técnica". Se você é um virtuose (ou pretende ser) que está no auge de seus estudos não recomendo muito essa resenha, mas se você é um daqueles guitarristas preguiçosos mas que arrepia a cabeleira com distorção pesada... bem, isso aqui é um conjunto de dicas para você.
Não pretendo fechar minha lista somente com esses 4 sons, mas por hora é o que posso disponibilizar. Futuramente colocarei mais sugestões de barulhadas nervosas para auto satisfação dos nossos ouvidos.

Segura as 'carça meu fio', a sonzeira vai começar:

#1 - Seek and Destroy (Metallica - J.Hetfield/K. Hammet)


Seek and Destroy lançado no primeiro disco do Metallica - Kill'em All, de 1983 é um de meus sons favoritos na hora de incomodar os vizinhos. Foi um dos primeiros de meu aprendizado, mas possui características marcantes quanto aos seus riffs que fazem dela uma composição difícil de se esquecer. A canção toda é bem cadenciada (com exceção do interlúdio - vídeo acima), o que (confesso) pode deixá-la um pouco enjoativa de praticá-la após um tempo, mas sua introdução e todos os licks que conectam os riffs e refrãos são bem divertidos (uma característica que aliás, está em muitas músicas do Killem All). Sua parte final - a última estrofe - aumenta a velocidade em uma pauta quebrada e mais acelerada, se tornando também um riff bem legal na hora de fazer uma barulhada.

Mas separei aqui minha parte favorita: o Interlúdio e o solo da música. A composição tem uma pausa após o segundo refrão na qual a bateria de Lars introduz a condução de 180 bpm para as bases de J. Hetfield estourar as caixinhas (nessa reprodução, eu utilizo um backtracking original de bateria + baixo, disponibilizado no Youtube). Esse riff é com certeza a parte mais divertida de se tocar, além de um belo exercício para as palhetadas velozes alternadas do estilo Thrash Metal, uma sinfonia preparada tão e unicamente para a realização de moshpits insanos nas versões ao vivo (cfe. presenciei no Morumbi em 2010). Na minha versão esse riff principal é executado inicialmente em 'A' (Lá) é repetido 2 vezes (na original, são 4x) e irá retornar ao final dos 3 primeiros solos da música - os 3 solos mais curtos que eu interpreto no vídeo acima - para então voltar com o loop de 4 compassos só que dessa vez com o fraseado em 'E' (Mi).

Para mim, a construção desse estilo de riff com 'bordão 2x vs. tônica + 4ª' soa maravilhosamente bem na guitarra (no mesmo estilo da introdução de "2 Minutes to Midnight" do Iron Maiden, por exemplo), mas essa não é a preferência do Metallica, que costuma optar pelos grooves britados ou pelos fraseados mais sofisticados (pelo menos acontecia até o "...And Justice for All", depois começaram a avacalhar), e pode-se escutá-los em raros momentos de inspiração da banda usando essa técnica, como por exemplo no riff principal da faixa "No Remorse", presente também nesse primeiro disco.

Vale comentar que no vídeo acima, ao fazer o loop desse riff-base principal, eu não faço da mesma forma que James o faz; na minha versão utilizo dois rápidos ligados (pull-offs) de 3 notas nas cordas 'A' e 'D' com apenas uma palhetada em cada uma delas, justamente para ganhar agilidade na execução. É preciso dizer que o líder da banda reproduz essa sequência cumprindo com 6 rápidas palhetadas.

Quanto aos solos, executo somente os 3 primeiros, por duas simples razões: 1) facilidade - são os mais fáceis e curtos de se executar; 2) diversão - caso eu preferisse ficar pirulitando no 4º solo de Seek, eu perderia a oportunidade de tocar o mais pesado e divertido riff dessa sonzeira, justamente quando J. Hetifield coloca a casa abaixo em conjunto com a bateria de Lars durante os últimos 21 segundos desse alegre interlúdio. 

Quanto aos controversos solos de Seek (segundo Mustaine, de sua autoria, mas que foram roubados e gravados no debut por Hammet, e que segundo fontes oficiais teriam sido na verdade inspirados nos solos de "Princess of Darkness" do Saxon) que reproduzi nessa gravação, existe certa licença poética na adaptação ao meu estilo próprio (ou migué mesmo, hehe); a primeira parte do solo é na verdade a execução de um padrão de digitação bastante conhecido de Kirk Hammet, também é utilizado em solos vindouros como de "Fade to Black" e "Creeping Death", finalizado com um bend bem sem vergonha mesmo; no segundo solo as palhetadas fritadas 'shreds' apenas descem a escala pentatônica; e no terceiro solo - enfim minha "adaptação" - realizo um uma pausa na primeira nota que é seguido por um sweep de 3 cordas e um padrão cromático que termina em um bend de 1/2 tom em 'A'... essa parte é aquela que mando um belo embromation, sem dó!  

Portanto, tocar os 3 primeiros solos e deixar para alguém mais virtuoso desenvolver o quarto solo enquanto executo a base é, em minha opinião, o jeito mais divertido de tocar Seek and Destroy. Se puder colocar fogo na guitarra depois de encerrar essa paulada, melhor ainda! (brinks)

#2 - Holy Wars (Megadeth - D.Mustaine/M. Friedman)


Holy Wars do Megadeth, lançado no álbum de 1990 "Rust in Peace" é uma verdadeira pedrada, e depois que você pega uns macetes, é um dos mais divertidos sons para tocar em sua guitarra. Existe certa complexidade, mas a sequência interminável de riffs avassaladores realmente motivam você fazer um esforcinho e tentar tirar essa pedrada na sua guita. Lembre-se, tocar Holy Wars de vez em quando evita que você chute o cachorro chato do vizinho ou desfira um murro em cheio na boca do estômago de alguém do seu trabalho! (brinks²)

No vídeo acima reproduzi um resumo de todos os riffs da parte inicial da música até antes do interlúdio cadenciado de Holy Wars, quando o vocal falado de Mustaine domina a música. Até essa parte, acredito que o som é extremamente intenso, e um baita estudo de grooves britados de Thrash Metal e de ligados rápidos nervosos.

A introdução fala por si só, um alinhamento de tercinas que se sucedem até desembocar no riff principal da musica, britado em 'E' e intervalado por ligados de hammer on e pull off: fórmula pra lá de clássica do Thrash Metal. A composição evolui sem te deixar respirar, e cada segundo da música exige muito do seu braço direito e das suas habilidades de palhetadas, e devo dizer que sob um ritmo alucinante. Mas após certo nível de estudo sobre as partituras do Megadeth acredito que muito dependerá da memória muscular e rítmica de cada guitarrista e menos de sua memória quanto aos desenhos dos fraseados, pois no caso de sons como Holy Wars, a intensidade do som acaba falando mais alto do que a técnica.

Mas existem dois pontos principais de atenção nesse som que gostaria de comentar:

1 - o riff melódico que começa aos 50 seg. desse vídeo e que é repetido por 4x: Mustaine tem ótima desenvoltura nos riffs tradicionais, sejam os mais pesados e lentos de Thrash ou naqueles mais inclinados ao Speed Metal, mas em Holy Wars ele conseguiu mais do que isso, escreveu riffs de guitarra super melódicos e cantados que se encaixaram perfeitamente dentro dessa tempestade sonora - coisa de gênio; nessa minha interpretação o som saiu um pouco embolado, é verdade, pois com a distorção encharcada de overdrive que usei nesse take e sem abafar as notas, o arpejo fajuto em duas cordas logicamente sobrecarrega a sonoridade... mas tá valendo.

2 - O riff base dos primeiros versos cantados: Nessa gravação realizo somente duas vezes o riff principal - à partir dos 1:36m - das estrofes cantadas por DM na primeira parte de Holy Wars ("Brothers will kill brother..."), pois elas se sucedem do mesmo jeito até o final da primeira parte antes do interlúdio, e já que não tenho tanta memória disponível no meu celular, encerrei de uma forma que mostrasse no vídeo somente como simples exemplo. Mas o que chama atenção desse verso maluco é que mesmo sendo de difícil execução - em um curto espaço de tempo um hammer on, uma tercina britada, três acordes em bemol, outro hammer on, outra tercina britada, mais três acordes em quinta, tudo isso por duas vezes só na primeira estrofe - com sei lá quantas fusas e semifusas, o safado do Mustaine consegue "cantar" enquanto casseta as cordas sua guitarra Dean.... coisa de doente mesmo. 

#3 - Afraid to Shoot Strangers (Iron Maiden - D. Murray/J. Gers)



Na verdade poucas coisas na história da guitarra podem se comparar ao riff "cantado" de "Afraid to Shoot Strangers" lançado em 1992 pelo Iron Maiden no disco "Fear of The Dark" e criado pela dupla Murray/Gers. Aliás percebe-se claramente que essas frases melódicas são abundantes no Iron Maiden após o ingresso de Janick para a trupe de Steve Haris; como percebido em sons como "Virus" do Best of The Beast, e "Blood Brothers" do Brave New World.

O vídeo gravado acima obviamente não segue a ordenação da composição original do Maiden, nesse take eu inicio justamente com o riff solfejado que sucede a parte inicial da música nas estrofes protagonizadas pelos vocais de Bruce D, com certeza um dos melhores já criados na história do Metal. É verdade que o cabeça-gorda que está tocando aí em cima come algumas notas e parece também que está com pressa de ir a algum lugar (ir fazer totô talvez?..), o que acaba acelerando um pouco a cadência e descolando um pouco da interpretação original. Em seguida, à partir dos 30 segundos da gravação, introduzo o segundo belo riff melódico da música, mas que na versão original só é tocado após a execução dos dois solos de ambos os guitarristas (com a base que neste vídeo eu resumo à partir dos 53 segundos). 

Faço isso na gravação porque toda as partes reproduzidas até esse momento (53s) são um 'tesão' de tocar; se você estiver sem muito mais o que fazer da sua vida poderá perder uma tarde inteira apenas repetindo esses dois trechos de Afraid..! Mas atenção: nas versões de estúdio o som das duas guitarras dobradas são bem orgânicos e mais limpos, porém a verdadeira diversão de tocar este fraseado está em tentar reproduzir o setup de distorções de D. Murray nas versões ao vivo da música, onde existe certo preenchimento de reverbs além de um pouco de efeito de hall; eu diria até que se você criar um patch com bastante reverb e com complementos de delays ou wahs nos efeitos, ia ficar animal de tocar (um pouco psicodélico também).

# 4 - For Whom The Bell Tools (Metallica - J. Hetfield/K. Hammet)  


    
For Whom The Bell Tools lançado em 1984 no álbum "Ride The Lightning", segundo do Metallica, é uma na realidade uma composição orientada pelas linhas principais de Cliff Burton, o baixista da banda. Inclusive a parte inicial do vídeo postado acima (os riffs tocados até os 33 segundos) são originalmente interpretados pelo contra baixo.

Ainda que muito da composição das linhas de guitarras de For Whom the Bell Tools se resuma em simples sequências de Power Chords reforçados e super gordos de James Hetfield, principalmente durante as estrofes cantadas (a música aliás, de estrutura bem simples, não possui nem bridges, e muito menos solos longos de guitarra), aqui está a primeira grande contribuição de Kirk Hammet para o Metallica.

Ele é o responsável pela autoria do riff central da música, que sustenta toda estrutura de composição enquanto James alterna entre os acordes de base. Na gravação eu executo esse riff principal do lead guitar - na verdade um ostinato que se repete incessantemente em um padrão de 5 notas "G-E-F#-D-E" - dos 46 seg. aos 55 seg. Utilizando um backtrack de base, um looper, um overdub qualquer, ou ainda com um camarada seu tocando as bases em acordes, esse riff soa muito bem, e quanto mais gain tiver na distorção, garanto que mais legal soa aos ouvidos.


Bom senhoras e senhores guitarristas Metalcólatras, por hora é isso mesmo. Espero que tenham gostado de minhas dicas de sonzeiras Heavy Metal para tocar em sua guitarra. Em breve espero trazer mais sugestões de barulheiras para tirar a poeira do seu "bebê" de seis cordas (e para dar aquele susto no pessoal da vizinhança).

\m/ to u all!



Resenha do Show Ozzy Osbourne - No More Tours 2 (13/05/2018)

Hail Prince of Darkness and Master of Bubbles!
Estive neste ultimo domingo, dia 13 de maio para conferir mais uma apresentação do Mr. Madman Ozzy Osbourne.

Foi o terceiro show em que tive a oportunidade de assistir ao inglês quase septuagenário, cada qual com suas diferenças e características próprias: primeiramente em 2008 há dez anos no antigo Parque Antártica junto com sua banda solo (mas ainda com o espetacular Mike Bodin), depois em 2013 ao lado dos seus comparsas dinossauros do Black Sabbath no Campo de Marte (show mais louco – em todos os sentidos – da minha vida) e agora novamente no Allianz Parque em sua “ultima turnê” solo ‘No More Tous 2’.

Embora o setlist do velinho não tenha se alterado muito nesses últimos 10 anos, a abordagem das músicas mudou significativamente de acordo com as claras limitações do Ozzy; para se adaptar à voz e ao fôlego de Ozzy muitas das músicas tiveram ou o andamento desacelerado ou mudança de meio (ou até um) tom reduzido na escala musical. Isso não significa que o show tenha sido prejudicado por esses fatores, pois a banda parece estar bem afinada com esses ‘novos’ aspectos de seu líder, tirando de letra as interpretações alternativas das músicas clássicas. Os sons que mais sofreram com a estrutura mais cadenciada em minha opinião foram Suicide Solution e I Dont Wanna Change the World, mas nada muito traumático pra falar a verdade..

A colocação da ordenação das músicas é uma fórmula de sucesso, muito embora eu admita que com sons memoráveis pra todos os lados, a ordenação das músicas dificilmente seria um problema nessa apresentação. Mas o início do setlist com certeza traga o fã metaleiro mais emburrado para dentro do clima do show, com dois petardos pra lá de conhecidos: “Bark At The Moon” e “Mr Crowley”; depois disso o resto do show passa que passa, com clássico após clássico um atrás do outro sem parar. Aliás, uma das coisas que mais me chamou atenção é que foi uma apresentação sufocante, praticamente sem pausas para os músicos ou para os Metaleiros de plantão (com exceção de Ozzy é claro, esse teve um bom tempo para se recuperar durante as Jams de Zack e de Clufetos), sendo que Ozzy mal falou durante os intervalos das músicas e o grupo mandou pedrada para o público sem dó, e mesmo considerando essa dinâmica, o show não passou a impressão de um espetáculo rápido ou muito corrido. Ou seja, dá pra concluir que o show foi uma porrada contínua que foi diretamente ao assunto.

Quanto à performace dos músicos, achei pra lá de aceitável: Ozzy mandou bem dentro de suas limitações; Nicholson e Clufetos sustentaram com força a cozinha da banda (e o solo de bateria foi monstruoso), e Zack........ Zack é Zack, porra! Mas dá pra falar também que o nível de bronha do barbudo superou qualquer outro show que eu já assisti, exagerando em algumas interpretações aonde chegou até mesmo à distorcer a lógica da música (foi o caso de “Fairies Wear Boots). Por outro lado, foi o responsável por um dos pontos altos do show, quando em sua Jam Session, tocou duas de suas obras primas solístas – “Perry Mason” e “Desire”.

Já sobre a qualidade do som tenho algumas críticas. Diferentemente do show do Deep Purple que assisti recentemente no novo estádio do Palmeiras, onde o som era mal escutado, aqui os técnicos de som foram uns pustas de uns sem-noção, e meteram bala na sonzeira. Por isso em alguns trechos de músicas onde Zack utilizava setups mais graves o som estourava nas caixas, incomodando um pouco e ofuscando os vocais embolados de Ozzy. Mas na minha opinião, em show de Metal é melhor pecar pelo excesso, pois pagar pra ouvir um som brochante igual foi no show do Purpple, dá vontade de rasgar o ingresso.

Eu confesso que inicialmente não queria ir à esse show e reclamei bastante com a patroa por ter me comprado o ingresso sem consulta prévia, mas no fim das contas foi um ótimo espetáculo e com momentos emocionantes que guardarei em minha memória, como o caso da bela atmosfera criada em “Mama Im Coming Home”, com efeitos de laser no estádio e desempenho muito bom dos músicos.
Mais um ‘very thanx’ do Magician – à patroa, por ter comprado o ingresso, para a banda e staff pela ótima apresentação e, naturalmente, ao velho Ozzy, por existir e ser músico....  (último tks, inclusive!)

Set List:
1 – Bark At The Moon;
2 – Mr. Crowley ;
3 – I Don’t Know;
4 – Fairies Wear Boots;
5 – Suicide Solution;
6 – No More Tears;
7 – Road to Nowhere;
8 – War Pigs;
9 – Jam (Miracle Man/Crazy Babies/Desire/Perry Mason) + solo de bateria;
10 – Flying High Again;
11 – Shot in The Dark;
12 – I Don’t Want Change The World;
14 – Crazy Train;

Encore:
15 – Mama I’m Coming Home;
16 – Paranoid

ozzy - mama:


Show - Megadeth Dystopia Tour (07/08/2016)

Setlist: 1 - Hangar 18, 2 - The Threat Is Real, 3 - Tornado of Souls, 4 - Poisonous Shadows, 5 - Rattlehead, 6 - Wake Up Dead, 7 - In My Darkest Hour, 8 - Conquer or Die!, 9 - Fatal Illusion, 10 - She-Wolf, 11 - Dawn Patrol, 12 - Poison Is the Cure, 13 - Sweating Bullets, 14 - A Tout le Monde, 15 - Trust, 16 - Post American World, 17 - Dystopia, 18 - Symphony of Destruction, 19 - Peace Sells; Encore: 20 - Mechanix, 21 - Holy Wars ... The Punishment Due

The Trooper
3
Como pagamento pelo presente de aniversário que o Magician me deu, fui forçado a resenhar minha aventura pelo Espaço das Américas no último domingo.

Claro que, uma aventura de velhos não conta com muitos perigos, mas ainda sim pode ser emocionante.

Como esperado de minha apatia, não me informei nem sobre quem abriria o show, já que estava decido a ver apenas o Megamorte. Com minha pontualidade britânica, cheguei bem próximo da hora de início do show marcada no ingresso: 20 horas.

Como o esperado também, o show não começou no horário. Sozinho, fui forçado a procurar a companhia de uma loira ... gelada. No guichê fui informado que deveria pegar minha pulseirinha de maior de 18 anos ... ¬¬'

Na companhia da já citada loira (que custou 12 reais por 350ml ... O.o), curti a discotecagem da casa, bem bacana, com clássicos do metal (Judas, Maiden, etc.). E logo depois as engraçadas (é engraçado ir em um show de metal e ouvir Djavan) propagandas dos shows que viriam até o fim do ano.

Somente por volta das 20:45 o time multinacional do Megadeth entrava em campo. Posicionado entre a turma do fundão (que em shows de rock funcionam como o inverso das turmas do fundão da escola no quesito fazer bagunça), já que sou um velho manco com pouco álcool e disposto a lembrar do show para fazer a resenha, começo a banguear levemente logo no começo, pois era Hangar 18.

Como se pode notar no setlist acima, tinha muita música pesada pra curtir, muita coisa dos álbuns mais antigões, muitos clássicos, enfim, bem diversificado.

Mustaine começou a conversar com a galera com um sotaque que me lembrou o interior dos E.U.A. e fazer umas piadinhas que eu entendia pela metade, com um carisma peculiar ele continuou trocando ideia durante o show, e claro que não pode faltar uma homenagem ao Nick Menza (aliás é muito louco ouvir o baixo de Dawn Patrol ao vivo) e ao Kiko (rolou até um abraço e a galera grito Kiko, Kiko).

Com mais cerveja na cabeça e mais músicas legais bangueei nervosamente dentro dos meus limites de mobilidade. Destaque para Sweating Bullets, que me surpreendeu por estar no setlist (não deu pra não lembrar dos brothers de um dos lugares que trabalhei cantando o refrão) e para o ápice do show: Peace Sells (acho que fazia tempo que eu queria gritar esse refrão).

A qualidade do som tava boa, o ambiente muito bacana, o setlist legal, enfim, show duca!

P.S.: As músicas do Dystopia com a distorção utilizada ficam fodasticamente pesadas ao vivo.

Nota: \m/\m/\m/\m/


O Antigo Diagrama do Metal 
(The Magician)






Resenha de Show - Angra (25/8/2013) HSBCBrasil, São Paulo


(by The Magician)

No ultimo domingo tive o prazer de conferir no HSBC Brasil/São Paulo o espetáculo oferecido pela banda brazuca Angra. Uma noite de comemoração (25 anos do grupo) memorável, acima de tudo porque a banda de virtuoses é particularmente especial pra mim, já que é uma de minhas favoritas, com estilo peculiar sem equivalentes por aí.

A noite já prometia pelo fato do staff extra que foi propagandeado: Uli John Roth (ex Scorpions), Tarja Turunen (ex Nightwish) e Russel Allen (Symphony X) como artistas convidados, além dele, é claro: Fabio Lione (ex Raphsody) com os vocais no line-up da banda.

A casa estava cheia, e o pessoal animado com o fato de participar da gravação do DVD não se incomodou com o pequeno atraso ocorrido, que no final pesaria um pouco na decisão de algumas pessoas que deixariam o show antes do ultimo "bis" proporcionado pelo Angra.

A apresentação então se iniciou revelando a formação que gravou o CD Aqua, com a substituição apenas do vocalista Edu Falaschi. A música de abertura "Angels Cry" foi muito bem vinda já que é a faixa título do primeiro álbum dos caras, que aliás foi o trabalho mais focado da noite, oferecendo nada menos do que 6 das 23 músicas do setlist. 

O ritmo no inicio foi alucinante, com a banda mandando em seguida Nothing to Say, Waiting Silence, Lisbon, Time e Millennium Sun; após essa sequencia avassaladora o Angra alternou para seus sons mais alternativos com destaque para Gentle Change (Fireworks) e Silence and Distance (Holy Land - essa eu realmente não esperava escutar, bela surpresa..), encerrando assim o primeiro ciclo do show.
A segunda parte foi bem pensada pela banda, que trocou os "plugados" pelos "desplugados", para contar para os presentes um pouco de suas origens e mergulhar em um set acústico cantado exclusivamente pelo também vocalista Rafael Bittencourt (mandou muito bem), Make Believe ficou muito boa, mas acho que o ponto de maior destaque nesse "Acoustic set" foi (por incrível que pareça) a música "Caça e Caçador" do EP "Hunters & Prey", com ótima adaptação para a versão solo de apenas dois violões. 
O Retorno pós acústico foi com certeza o ápice da noite, com Tarja se apresentando para o público e cantando com soberania os clássicos "Stand Away" (2x) e "Wuthering Heights", a presença da família Lima e do guitarrista Uli John Roth elevaram a apresentação para outro patamar. O grade desfecho sobrou para mais um som inesquecível do primeiro CD da banda: Evil Warning.

A banda ainda voltou para arrebentar com o Encore, e como se esperava é claro, Carry On, Rebirth e Nova Era estavam previstos no set, além de um bônus para a galera, com os timbre gordurosos de Roth preenchendo o HSBC e interpretando o Cover "The Sails of Charon" do Scorpions (com o canto improvisado pelo Rafael).  

Como resultado final achei que a banda escolheu um belo setlist, concentrando mais músicas do Angels Cry (6 sons) e Temple of Shadows (4 sons) com algumas surpresas bem especiais que eu não esperava escutar, como Silence and Distance, Gentle Change e Reaching Horizons. Acho que podiam ter tocado mais algumas de seu melhor trabalho - Fireworks. Mas em casos de bandas como o Angra, o fã sempre sentirá falta de alguma coisa, no meu caso fiquei na saudade de escutar Metal Icarus, Speed, Extreme Dreams, Heroes of Sand, Acid Rain, Streets of Tomorrow, e mais algumas outras...

A performance dos músicos instrumentistas foi boa, equilibrada e compensadora; já quanto a do vocalista Fabio Lione acho que começou bem, mas perdeu o folego e a concentração no meio do caminho, causando alguns "imprevistos" no script do show. Destaque unanime para a vocalista Tarja Turunem, que impressionou a platéia com sua interpretação sobre Andre Matos e Keith Bush.

Zica:

Como escrevi anteriormente o show foi ótimo e realizador pra mim, que esperei por anos para ver e escutar ao vivo os clássicos do Angra - banda que mais concorre nas minhas listas de Mplayer há uns 15 anos...

Mas uma série de fatos sinistros ocorreram no decorrer do show, que causou situações inusitadas e engradas para os metaleiros presentes. A começar pela apresentação acústica, com os violões desafinados que injuriaram Kiko Loureiro, que só relaxou após tomar uns goles da cerveja "Angra" (sim, cerveja Angra, verifiquem vocês mesmos no Face dos caras). Nesta mesma parte acústica Rafael, que fazia as vezes de vocalista, interrompeu a música "Make Believe" após adentrar o primeiro Bridge e ser surpreendido pelo fato da sua "colinha" das letras ser substituída por uma mensagem instrutiva que dizia para agradecer o público e deixar o palco....

- "vai desconcentrar na casa do c......" disse Rafael de bom humor.

As músicas "Silence and Distance" foi prejudicada por problemas no vídeo/projeção de fundo no palco que além de cortar as animações dos temas das músicas, por vezes apresentou de supetão a tela do ambiente de trabalho (desktop) do Windows, arrancando risadas e piadinhas dos fãs presentes.

A vocalista Finlandesa apresentou a melhor parcela do show, mas não escapou de um mico já que em seu primeiro verso o seu microfone arrepiou todo o HSBC com uma sonora e desagradável  microfonia, fazendo com que a artista e o resto da banda tivesse em seguida que reperformar o som "Stand Away".

A maré estava braba e Rafael anunciou antes de interpretarem o cover de Scorpions que o vocalista Russel Allen sofreu um acidente deixando o aeroporto e não pode comparecer ao espetáculo. Dá-lhe Rafael improvisando e lendo a letra da música.

Por fim o momento mais bisonho ficou a cargo do sr. Lione que no momento mais apoteótico da música "Evil Warning" (e talvez mais apoteótico do show inteiro), bem quando o rastro dos longos solos das guitarras oferecem a única brecha para a entrada épica do vocalista "TIME TO BELIEVE IN THE DREAM THAT YOU'VE SEEN", foi então que ele falhou... ficou olhando com cara de bobo para o Rafael, que por sua vez não pareceu nada feliz....

Esses momentos de zica foram no entanto compensados no final do show; pois após a despedida do público e de todas essas passagens, a banda ainda voltou para o palco pra regravar todos esses momentos falhos. Resumo: 3 horas inesquecíveis com uma banda que é parte integrante da história do Heavy Metal. Com falhas ou sem falhas o Angra foi e ainda é uma banda de músicos exemplares, diferenciados e criativos, e ao meu ver pelo menos, uma das melhores de todos os tempos (ao redor do mundo).     

SET LIST: Angra (2/6/2013) Manifesto Bar, São Paulo


1. Angels Cry
2. Nothing to Say
3. Waiting Silence
4. Lisbom
5. Time
6.Millennium Sun
7. Winds of Destination
8. Gentle Change
9. The Voice Commanding You
10. Late Redemption
12. Silence and Distance

Acoustic Set:


13. Reaching Horizons

14. Unholy Wars
15.Caça e Caçador


16. A Monters in her Eyes
17. Make Believe

Part II

18. No Pain for the Dead
19. Stand Away
20. Wuthering Heights
21. Evil Warning

Encore

22. Carry On
23. Rebirth
24.The Sails of Charon
25. Nova Era


Resenha de Show - Grave Digger (2/6/2013) Manifesto Bar, São Paulo

(by The Magician)

Caros metaleirinhos e metaleirinhas do coração, estive no domingo dia 2/6 no Manifesto Rock Bar em São Paulo com o amigo Treebeard para conferir mais um show de Heavy Metal internacional. Desta vez, uma apresentação muito mais peculiar do que costumo assistir e postar aqui no blog, pois se tratava de um show acústico, e de ninguém menos que o Grave Digger - verdadeira potência do Metal alemão.

Sobre a organização, a casa deixou a desejar em alguns quesitos; abriu as portas com aproximadamente duas horas de atraso e houveram as famosas confusões nas filas que foram separadas pelos organizadores do evento (fila de quem imprimiu da internet, fila de quem não imprimiu na internet, fila de camarote, fila de quem comprou na bilheteria, fila de quem não tinha ingresso, fila da puta...etc). Menos mal que ninguém ali tinha a real expectativa de assistir um show às 18:00hs conforme comunicado da casa que abriria as portas nesse horário.

Outro ponto sobre problemas na organização se refere ao espaço do camarote (também já esperado), ultra apertado sem cadeiras direcionadas ao palco, o que fez com que eu abrisse mão desse "diferencial" para me situar em um lugar bem melhor junto ao público da pista.

Nas idas e vindas dos bebes no pré-show fiquei sabendo por intermédio de metaleiros avulsos presentes que também não se tratava do primeiro show acústico do Grave aqui em Sampa, equivocadamente anunciado pela organizadora. Mas daí se trata de uma informação para se averiguar.

A casa tinha o número ideal de pessoas, não estava abarrotada como eu esperava, provavelmente devido ao fato do Annihilator estar se apresentando no mesmo dia aqui em SP. Foi esse pequeno público que recebeu calorosamente a banda mais seu mascote "H.P. Reaper" que não demoraram para entrar no modesto palco do local. 

A banda começou muito bem com "Round Table" e seguiu com uma lista que priorizou a diversificação dos  estilos da banda com grades clássicos, algumas novidades e títulos que se deram muito bem com o estilo unplugged (como The Curse of Jacques). Um ótimo mas breve script que teve um grande desfecho com a surpreendente versão de "The Dark of The Sun", a empolgante "Rebellion" e o clássico "Heavy Metal Breakdown". Mesmo com essa conclusão e com outros grandes sons (como "Last Super"), o momento mais sublime foi guardado obviamente para para "The Ballad of Mary".

Contudo achei o grupo estava despreparado para o Encore pois duas das três músicas já tinham sido executadas no corpo do setlist principal, portanto foi apenas um "prolongador" de show.

Sobre os aspectos de som do ambiente, achei bom como o de costume para quem frequenta o local, mas não sei se nesse caso o time de engenheiros de som é da própria banda, da casa, ou um mix dos dois. Sobre a performance dos membros em si apenas um comentário sobre Boltendahl, que provavelmente preocupado com microfonias ou realimentações dos canais, cantou um pouco distante do microfone em algumas passagens mais gritadas, prejudicando o discernimento dos cantos nesses momentos. Nada fatal, para uma apresentação decerta "despreocupada" dos alemães. Diga-se de passagem que o fato de ser um show acústico existe uma certa dificuldade de detectar eventuais erros dos violões, que podem ter linhas diferenciadas de forma proposital.  

Mas sobretudo foi de longe a apresentação mais peculiar que já assisti, pois o tom foi de pessoalidade e de proximidade dos músicos com o publico, com paradas para piadas, falação de bobagens e troca de "lembrancinhas" dos fãs, no auge dessa relação de proximidade do show a banda tocou "Happy Birthday" para um figura do presente na galera.

No pós show a banda ainda foi super-camarada e se dispuseram no meio do público para rodadas de autógrafos e sessões de fotos, para o deleite dos tieteiros de plantão, onde se incluíam, é claro, o Metalcólatra Treebeard e minha querida esposa...

Em suma, minimizando os defeitos e problemas já esperados, foi uma grande apresentação e uma grande iniciativa dos organizadores e do Grave Digger.

abaixo algumas fotos do evento:





SET LIST: Grave Digger (2/6/2013) Manifesto Bar, São Paulo

1. The Round Table (Forever)

2. The Curse of Jacques
3. Home at Last
4. The House
5. The Last Super
6.The Ballad of Mary
7. Medusa
8. Yesterday
9. The Dark of the Sun
10. Rebellion
12. Heavy Metal Breakdown

ENCORE:


13. Pray

14. The Round Table (Forever)
15. Heavy Metal Breakdown







A NACIONALIDADE DO METAL



NACIONALIDADE           BANDA                CD
EUA Avenged Sevenfold City of Evil

Demons & Wizards Demon & Wizards

Fates Warning Awaken the guardian

Fear Factory Demanufacture

Guns N Roses Apetitte for Destruction

Impellitteri Screaming Symphony


Wicked Maiden

Kamelot The Black Halo

Manowar Battle Hymns


Hail To England


Louder than Hell

Mastodon Crack the Skye

Megadeth Countdown to Extinction


Cryptic Writings


Rust in Peace

Metallica And Justice for All


Master of Puppets


Metallica


Ride the lightning

Pantera Cowboys from Hell

Phantom Cyber Christ

Queensryche Operation Mindcrime

Savatage The Wake of Magelan

Slayer Seasons in the Abys

Slipknot All Hope is Gone

Testament The Legacy

Twisted Sister Come Out and Play

Type O Negative Bloody kisses
EUA Total
28
INGLATERRA Black Sabbath Mob Rules


Paranoid

Bruce Dickinson Accident of Birth


The Chemical Wedding

Deep Purple Machine Head

Def Lepard Pyromania

Dio Holy Diver

DragonForce Sonic Firestorm

Iron Maiden Dance of Death


Final Frontier


The Number of the Beast

Judas Priest Angel of Retribution


Painkiller

Led Zeppelin Led Zeppelin IV

Motorhead Overkill

Ozzy Osbourne No More Tears


Ozzmosis

Paradise Lost Draconian Times

Saxon Dogs of War


Metalhead

Uriah Heep Demons and Wizards
INGLATERRA Total
21
ALEMANHA Accept Blood of the Nations

Avantasia The Metal Opera

Blind Guardian At The Edge of the Time


Nightfall in Middle-Earth


Somewhere Far Beyond

Gamma Ray Power Plant

Grave Digger Knights of the Cross


Tunes of War

Haggard Eppur Si Muove

Helloween Chameleon


Keeper of the Seven Keys II

Masterplan Time to be King

Running Wild Black Hand Inn

Sacred Steel Iron Blessings

Unherz Die Wahrheit Liegt Dazwischen

Warlock Burning The Witches
ALEMANHA Total
16
SUÉCIA Avatar Avatar

Dream Evil In The Night

Ghost Opus Eponymous

Hammerfall Renegade

Lost Horizon Awakening the World

Narnia Long Live the King

Persuader The Hunter

Sabaton Carolus Rex
SUÉCIA Total
8
BRASIL AcllA Landscape Revolution

Angra Fireworks

Doctor Sin Brutal

Hibria The Skull Collectors

Sepultura Chaos A.D.

Shadowside Dare to Dream

Shaman Ritual
BRASIL Total
7
JAPÃO Anthem Eternal Warrior

Loudness Thunder in the East

Show-Ya Hard Way
JAPÃO Total
3
CANADÁ Annihilator King of the Kill

Anvil Juggernaut of Justice

Rush Moving Pictures
CANADÁ Total
3
FINLÂNDIA Children of Bodom Hate Crew Deathroll

Nightwish Wishmaster

Stratovarius Visions
FINLÂNDIA Total
3
HOLANDA Van Halen Van Halen

Within Temptation Mother Earth
HOLANDA Total
2
ARGENTINA Carina Alfie Aislamiento



AUSTRÁLIA AC/DC Back in Black



NORUEGA Chrome Division Booze. Broads and Beelzebul



RÚSSIA Arya Generator Zla



DINAMARCA Mercyful Fate In The Shadows



GRÉCIA Firewind Days of Defiance



ITÁLIA Rhapsody of Fire Dawn of Victory



Total geral
98


The Magician

Resenha de Show - Viper (1/7/2012) Via Marquês, São Paulo

Show em uma noite fria de domingo, em uma casa relativamente pequena e sem o expertise em performances de rock, apresentando um "revive" reciclado da formação de uma das mais importantes bandas clássicas do Heavy Metal nacional mas sem promoção de trabalho novo ou lançamento de singles... há de se dizer que o show anunciado como "Viper e André Matos" corria alguns riscos de um fracasso miserável ocorrer, mas que graças aos deuses do metal, não aconteceu.

Foi casa cheia para um show que se tornará inclusive um DVD; cerca de 2000 pessoas lotaram o pequeno recinto fazendo eu esquecer o frio de 14ºC em ambiente externo. Não faltou barulho e empolgação do pessoal no pré-show embalado por Megadeth, Black Sabbath, AC/DC e outros clássicos surrados, mas houve uma inevitável manifestação do público após 1 hora de atraso para o inicio do show anunciado (acabou sendo oportuno para entrada de todas pessoas na fila do lado de fora, causada provavelmente pela ideia da impressão do voucher em papel no site do evento).

Os membros instrumentistas surgiram no palco revelando um som encorpado e surpreendentemente equilibrado na faixa de abertura "Knights of Destruction", mas que podiam ser convenientemente equalizados em um volume mais baixo devido ás dimensões da casa. Quando Andre Matos entrou com a frase "...Four Knights of Light..." sobre as linhas instrumentais se revelou o primeiro problema da produção de som, seus vocais estavam mais baixos que os demais canais e a passagem dos microfones só foram corrigidos no decorrer do show. Aliás venho notando recorrentemente este percalço nos últimos shows em que estive presente, dá a impressão que é um ponto mais sensível da massa de som e acaba sendo deixado propositalmente para a regulagem durante o show, já que um dos fatores básicos de mixagem é a própria abordagem e interpretação da voz do cidadão naquela determinada noite.

Após os dois primeiros sons, Andre Matos começou seu festival de piadinhas envolvendo os membros da banda e o próprio público, fazendo uma espécie de desafio com a banda quanto sua capacidade de tocar Slayer, com certeza a bagagem do vocalista e sua história o faz como um dos mais desenvoltos e carismáticos personagens da história do metal. O frontman também revelou o script do show, que repassaria na íntegra os dois primeiros álbuns da banda: "Soldiers of Sunrise" e o clássico "Theatre of Fate".

E foi o que vimos em aproximadamente 1:30hs de show antes do bis, com incrível fidelidade aos releases originais, com troca de uma ou outra música no sentido de ordenação. Na transição entre as músicas dos dois CDs, os oito telões presentes no VM apresentaram um clipe hilário da banda em sua fase inicial, com depoimentos e flashbacks da época áurea do Viper e do Metal no Brasil. Muito bom!

Na parte final do show a banda retornou e priorizou os sons da fase Viper sem Matos, sendo que o último suspiro da noite, soprou o memorável cover de "We Will Rock you" (Queen) registrado no disco "Evolution".

Sobre a performance dos membros, achei mais do que suficiente, com Hugo Mariutti (ex-Shaman) e Felipe Machado revezando bem as bases e os solos, com Guilherme Martin mandando muitíssimo bem (não gravou nenhum dos álbuns apresentados) , com Pit liderando o grupo e com ele, Andre Matos, que longe de mandar aqueles agudos das gravações originais (no auge de seus 17/18 anos) conseguiu escolher e sustentar bem os tons para preencher as canções. Além disso o fanfarrão decadente do Yves foi convidado para tocar o maior hit da banda (Living for the Night) mais o encore e fez o básico como terceiro guitarra, mas pude notar que convidado para cantar alguns trechos do som ao lado de André, fez feio e esqueceu a letra.

Não houveram muitos erros, além de uma entrada errada de guitarra na introdução de "A Cry From the Edge" por parte de Hugo Mariutti e de uma puxada errada em um coro por parte de Pit Passarell (zoado por Matos), e um quase-capote do vocalista fanfarrão no final do show (pelo menos dessa vez ele não colocou fogo no palco...), nada pode ser notado por este Metalcólatra.

O que mais me agradou neste show foi o sentimento geral de nostalgia, motivado pelos tiozões da banda e da platéia que nasceram em uma época de miscigenação dos gêneros e sub-gêneros do rock. Não eram tão claras, simples ou evidenciadas as diferenças entre o som tipo punk e do metal, por exemplo, e isto fica bem exposto na postura punkeira do baixista Pit Passarel e ratificado pela história de Andre Matos na introdução da música H.R. (Heavy Rock) de 1987. O resultado é que o público contaminado proporcionou uma série de rodas de bate-cabeça e diversos moshs durante o espetáculo, coisa que eu particularmente já não via há algum tempo em casas fechadas aqui de São Paulo.

O saldo foi muito bom, e tomara que dessa ideia de "to live again" saia um fruto novo, do tipo um single + live ou mesmo, porque não, um álbum de inéditas.

SETLIST - Viper (1/7/2012) Via Marquês, São Paulo

1. "Knights Of Destruction"
2. " Nightmares"
3. "The Whipper"
4. "Wings Of The Evil"
5. "Signs Of The Night"
6. "Killera (Princess Of Hell)"
7. "Soldiers Of Sunrise"
8. "Law Of The Sword"
9. "H.R."
10. "Illusions"
11. "At Least a Chance"
12. "To Live Again"
13. "A Cry From the Edge"
14. "Living for the Night"
15. "Theatre of Fate"
16. "Moonlight"
17. "Prelude to Oblivion"
18. "Crime" 
19. "The Spreading Soul"
20. "Rebel Maniac"
21. "We Will Rock You" (QUEEN)





Projeto Podcast: Os Metalcólatras tiveram a idéia de criar podcasts abrangindo assuntos referentes ao rock/heavy metal, a idéia ainda não foi para frente principalmente porque os Metalcólatras que mais gostam de falar não conseguem arranjar tempo entre trabalho, cursos e Diablo 3. Mas o podcast piloto está disponível no seguinte link: https://www.youtube.com/watch?v=qsb8Kea1hsU&feature=youtu.be






Segue alguns modificadores de notas conforme o método "phantom lordiano":
(sim, é uma sátira de certa forma...)


(significa que o álbum é considerado um clássico e/ou inspirador pelo avaliador)


(significa que o álbum não apresenta "pontos fracos")
(significa que o álbum apresentou boa ambientação dentro de seu tema ou proposta)


(significa que o álbum causou boa impressão ao avaliador na primeira vez em que ouviu)

Não é uma normatização e sim só uma tentativa de explicar ou destrinchar as notas, cada um tem seu método. Para mim (Phantom Lord) esses fatores valem no máximo um modificador de 0,3 cada.




Resenha de Show – Blind Guardian (9/9/2011) Via Funchal, São Paulo.
(por The Magician)



Na sexta-feira dia 9/9 estive no Via Funchal ao lado dos amigos Metalcólatras Treebeard e Pentelho para conferir a performance da banda alemã Blind Guardian, promovendo o seu novo trabalho: “At The Edge of Time” na turnê - Sacred Worlds and Songs Divine Latin America 2011. 

Antes de mencionar qualquer coisa quanto à expectativa de surpresas no setlist gostaria de lembrar que este já estava de certa forma pré-definido pelas apresentações de Porto Alegre e São Luís nos dias anteriores, e grandes “desvios” sobre o que tinham escolhido nos outros Estados era bastante improvável. 

O “guardião” fez uma abertura digna; a musica “Sacred Worlds” (faixa que abre o novo CD) veste bem a situação com uma evolução atmosférica na parte introdutória, bastante peso no auge da música, alem dos Chorus extremamente cativantes! Inclusive o pessoal já estava bem afiado quanto às letras, e Hansi teve boa companhia para gritar nos refrãos. 

A partir daí o show foi super intenso com verdadeiras cacetadas que mantiveram a plateia incendiada até o encore. A banda não poupou nos seus clássicos: Nightfall, Welcome to Dying, Bright Eyes, Lord of the Rings, Valhalla, Time Stands Still, entre outros. 

Neste miolo do show eu particularmente destaco alguns pontos: 

- Na escolha de uma faixa do novo CD nesta parte da apresentação a banda trocou a mediana “Ride into Obsession” tocada em PA, pela espetacular cacetada “Tanelorn” (Into the Void - segunda música do novo álbum), o que garantiu que o público não perdesse a empolgação que havia sido acumulada até aquele momento; 

- Nos intervalos dos sons Hansi encarnava os espíritos bardos e introduzia os contos que ilustravam as músicas vindouras, criando um clima específico para cada som;

- Não sou exatamente O FÃ da fase inicial do Blind Guardian, e tenho certo preconceito aos discos “punk-power metal” que lançaram nessa época da carreira, como Battalions of Fear e Follow the Blind, contudo na música “Valhalla” vislumbrei uma das mais marcantes cenas de apresentações ao vivo, com a horda presente no Via Funchal compondo um uníssono e afinado coral no final da música onde o refrão foi embalado apenas pela onipresente bateria de Frederic Ehmke até esgotar a satisfação do vocalista e líder da banda (sei que é de praxe em seus shows, mas ainda assim muito foda); 

- Time Stands Still foi a 5ª musica do espetáculo mas foi onde eu deixei minha voz… 

“...Slowly in fear the Dark Lord appears, Welcome to my lands, You shall be daaaaaaaaaaaamned!!!!!!!!...” 

Nesse exato grito minha voz se foi. 

E no final da música descortinou-se um dos momentos mais sublimes de todos shows em que estive; novamente o uníssono coro: “... Praise o(oooo)ur King, Praise o(oooo)ur King, Praise o(oooo)ur King…” 

Uma vantagem de um público nerd é que praticamente todas as letras são decoradas. 

Por fim, no encore (bis) a banda mandou "Wheels of Time" (última música do novo trabalho, esta sim me surpreendeu ao aparecer no script), "The Bard Song - the Forest" e a necessária "Mirror Mirror" para fechar esta noite memorável de celebração ao Heavy Metal. Na penúltima música o Pentelho resumiu bem: "...é a ‘Love of my Life’ do Blind...", pois todos presentes cantavam todos os versos da canção sobre os arranjos de Marcus, exatamente como acontecia com nas apresentações do hit dos ídolos de Hansi nos arranjos de Brian. 

Minha única decepção foi a esperança de que até o fim do show escutaria a clássica “Into the Storm”; esperança essa que se encerrou com a escolha de “Mirror Mirror”. Por isso saí um pouco aguado. 

Outro ponto negativo foi a escolha da música “And Then There Was Silence” que ao meu ver é desnecessária nas performances ao vivo da banda, já que desperdiça 15 minutos de show na tentativa de reproduzir uns 100 canais entre as mais mirabolantes nuanças de sons que se possa imaginar, mas se o pessoal curte... fazer o que? E saber que eles podiam ter tocado em seu lugar a música “Imaginations from the other side”, como fizeram em São Luís... 

Quanto ao resultado de toda a equalização e planejamento de som percebi alguns efeitos indesejados, mas no geral foi satisfatório. A reverberação acústica da casa (sempre considerando o local do assento em que eu estava, ao lado das cadeiras VIP de frente ao palco) somado à altura do volume dos graves acabava por trepidar as estruturas internas, causando ressonância em algumas passagens; houve também momentos em que a bateria acionando seu implacável bate-estacas oprimiu todos outros canais de som, resultando em uma performance exclusiva de percussão. 

Em algumas configurações de patches de distorções das guitarras, quando praticavam riffs ou solos em duetos, a musica ficava de certa forma “desguarnecida” carregando a responsabilidade do baixo que não conseguia dar conta do recado (bateria opressora), pudemos perceber este efeito em músicas como “Bright Eyes”. 

Sobre o desempenho dos músicos há de se comentar que foi ótimo. Um ou outro “apagão” dos guitarristas ou falha na escolha do timbre do vocalista em alguma parte foi o que pôde ser notado. Lembrando que no caso dos vocais é esperado este ligeiro percalço, pois dentro de uma linha onde cabem até 4 vozes a escolha de apenas uma interpretação será fatalmente recebida com estranheza pelos espectadores (o refrão de “Wheels of Time” foi prejudicado pela abordagem mais grave dos vocais, mas após o intervalo da música onde Hansi recorreu à um copo d’água, ouvimos uma interpretação muito mais convincente do último refrão). 

Resume-se que o Blind Guardian ainda tem muita lenha pra queimar, tanto na criação de novos trabalhos quanto em suas apresentações ao vivo. A banda apresentou um ótimo show, mostrou seu novo trabalho e respeitou seu passado e seus fãs, ao nos servir com um prato cheio de clássicos. 

Let´s sing the bards songs! 



SETLIST -Blind Guardian (9/9/2011) Via Funchal, São Paulo


Sacred Worlds
Welcome to Dying
Nightfall
Fly
Time Stands Still (at the Iron Hill)
Bright Eyes
Traveler In Time
Tanelorn (Into the Void)
Valhalla
Majesty
Lord of the Rings
And Then There Was Silence
· Encore:
Wheel of Time
The Bard's Song - In the Forest
Mirror Mirror


Gráfico das resenhas dos álbuns e seus "autores".


GRÁFICO DA QUALIDADE MUSICAL DAS BANDAS 1980-2010
(by "Bloglord")




NOVO SELO: METAL RECICLÁVEL










Notas dos Álbuns da primeira rodada




Coletanea - Metalcólatras Vol. I - by The Magician

Pessoal, a partir da nossa primeira rodada de albuns para análise criei duas listas como dica do que melhor passou por aqui em minha humilde opinião;

A primeira lista representa os álbuns mais votados e a segunda aqueles propostos pelos membros metalcólatras. O único critério é que é uma música de cada álbum.


METALCÓLATRAS - MAIS VOTADOS

1. Rebbelion (Grave Digger)
2. Blackned (Metallica)
3. To Day is Good Day to Die (Manowar)
4. When Sorrow Sangs (Blind Guardian)
5. Orion (Metallica)
6. Invaders (Iron Maiden)
7. Creeping Death (Metallica)
8. Tornado of Souls (Megadeth)
9. Destined for Glory (Hammerfall)
10. Heaven Denies (Demons & Wizards)
11. Dark Side of Aquarius (Bruce Dickinson)

METALCÓLATRAS - CD´s PROPOSTOS

1. Coming Home (Iron Maiden)
2. War Pigs (Black Sabbath)
3. Fire at Will (Persuader)
4. Angel (Judas Priest)
5. Heavy Metal Universe (Gammaray)
6. Nation Hollow Mind (Shadowside)
7. Black Number One (Type O Negative)
8. Fire Still Burns (Twisted Sisters)
9. Open Wide the Gates (Sacred Steel)
10. What Goes Around (Saxon)
11. Tanelorn (Blind Guardian)


"Gráfico de qualidade Heavy Metal" (Metallica e Megadeth)





A Árvore Genealógica do Metal (by Sam Dunn)


Phantom Lord

Falando em logos de bandas já existentes, segue imagem com o nome "Metalcolátras" mais megadethiano. Nada oficial... Provavelmente fútil.



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Metal Mercante

Estava pensando em um novo banner para nosso blog, o que vocês acham?








10 comentários:

  1. Embora o autor tenha preferido não se "denunciar", e apenas as duas bandas não resumir o cenário HM,
    achei o gráfico "do cenário" bem fiél ao que a maioria dos metaleiros que conheço acham, e ao que eu também imagino sobre os trabalhos dessas duas bandas.

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  2. Orion? Podia ser Disposable Heroes hein? Qual música do A7X vc vai colocar no vol.2 hein maguinho?

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  3. Galera, resenhei o show do Blind. Vou ver se ainda esta semana consigo colocar a resenha do sábado...

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  4. No final do show Boltendahl veio pedir para tirar uma foto com ele... tive que explicar que estive noshow de outras bandas como Metallica, Maiden, Heaven n Hell e que não tirei foto com nenhum deles, então haveria problemas se eu tirasse uma foto com ele.
    Mas autorizei tirar uma foto com o Treebeard e minha esposa. Deve estar disponível no Face do Treebeard.

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  5. Ficou legal esse diagrama...uma legenda no texto abaixo é bem-vinda...

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  6. Claro que fui com a camiseta dos Metalcólatras fazer uma propaganda pro Mustaine ver.

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  7. Mas ele te viu ou não? Bom setlist hein deve ter sido um belo show.. E alias, como homenagearam o Menza?

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    1. Putz... acho que foi com Dawn Patrol - Poison was the Cure.

      Claro que o Mustaine me viu, olhos de águia com coruja...

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