segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Panndora - The Heretic's Box

O álbum The Heretic's Box lançado pela banda Panndora em 2011 foi escolhido por The Trooper para análise.


Faixas (Extended): 01-Intro; 02-Killing Yourself; 03-Nightmare of My Essence; 04-Prisoner; 05-Black Sky; 06-My Heretic Lips; 07-Choose Your Side; 08-Wild Battle; 09-Other Life; 10-Devil's Man; 11-Control My Mind; 12-Prisoner of Our Time (cover); 13-Cold Eyes; 14-Partners in Crime; 15-Uranie.



The Trooper
3
Estou aqui para tentar ajudar os pobres metalcólatras a baterem a meta de 2 álbuns resenhados por mês, visto que, como diria o Mercante, "eles falharam miseravelmente" em janeiro. 

Para essa missão eu tive que apelar para um álbum que ouvi há algum tempo e deixei "na manga", é um álbum um pouco controverso, no limiar do profissionalismo (na minha opinião de crítico não-profissional, claro). 

The Heretic's Box é cru, penso até que visceral, e talvez porque reúna uma essência de heavy metal puro ao seu redor, puro porque não é aquele heavy metal que quer se encaixar num subgênero e assim acaba comprometendo a qualidade das músicas no geral. Não, parece que as meninas se preocuparam principalmente na qualidade das músicas. 

Tudo bem, há alguns cuidados a se tomar futuramente, algumas mudanças de ritmo não são fluídas, às vezes algo parece não se encaixar, mas eu consegui achar riffs e solos de guitarra interessantes por todo o álbum, enfim, para um debut, Heretic's Box consegue agradar e criar a esperança de um próximo trabalho em um nível muito alto. 

Sem entrar em um subgênero, Panndora vaga em um estilo entre Sabbath, Judas e Iron, e apresenta um heavy metal que prioriza a criatividade das integrantes da banda. Esse é o caminho meninas! \m/ 

Destaque para Prisoner.
Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.: Esse trabalho me lembra um outro que postei aqui.


Phantom Lord
Bom... Aquele ditado que diz algo como "não devemos julgar um livro pela sua capa", parece se aplicar aqui. Ao menos, pela arte da capa, eu não teria interesse algum neste trabalho, mas as duas primeiras músicas mostraram que a banda tem cartas na manga. 
Apesar da rusticidade, não faltou criatividade nem técnica nas faixas Killing Yourself e Nightmare of my Essence. Na verdade a produção simples combinou muito bem com estas duas faixas que parecem mesclar um heavy metal bem executado com os estilos do rock e metal dos anos 70 e 80. 
A sonoridade de Prisioner definitivamente não me atraiu, mas a faixa seguinte Black Sky, já tem trechos mais "grudentos" que mostram mais criatividade, mesmo sem alcançar o nível das duas primeiras músicas. 
Após manter um nível médio mas inferior às primeiras faixas, o disco voltou a me chamar atenção em Devil`s Man e Control my Mind. (Esta última me lembrou algumas músicas do Running Wild apesar de não ser o cover do álbum). 

As 3 últimas faixas, após o cover de Running Wild (Prisioners of our Time), apresentam uma produção mais sofisticada se comparadas com o restante do álbum. Imagino que estas sejam as músicas da versão "estendida" do disco. Nesta última parte do disco, destaco as faixas Cold Eyes e Partners in Crime que possuem um alto nível de qualidade/criatividade, similar às faixas Killing Yorself e Nightmare of my Essence. 

Ainda que existam poucas mudanças bruscas de ritmos nas músicas, estas características poderiam ser mais elaboradas, pois tais variações em conjunto com a produção rústica não são interessantes (ao menos em minha opinião, é claro...)

Intro / Killing Yourself 7,8 
Nightmare of my Essence 7,0 
Prisioner 5,9
Black Sky 6,8 
My Heretic Lips 6,0 
Choose Your Side 6,6 
Wild Battle 6,2 
Other Life 6,1 
Devil`s Man 7,1 
Control my Mind 7,7 
 -- -- 

Se eu considerar as músicas Cold Eyes, Partners in Crime e Uraine a nota sobe facilmente...

Nota Final: \m/ \m/ \m/ (?)

The Magician

De todas as impressões que tive desse singular trabalho sugerido pelo Trooper, só um ponto fica muito evidente sobre todos os outros: a produção ruim; não à toa citada nas resenhas acima. Deve-se admitir, no entanto, que a produção "ruim" tem relação direta com as modulagens, passagens de canais e equalização, ou seja, os componentes que oferecem a qualidade de timbre e das frequências, mas de forma alguma as estruturas e a composição devem ser inseridas nessa afirmação.

Aliás, algumas ideias colocadas na prensagem do material são bem legais e bastante criativas, dignas de elogios com certeza. Porém pecam sim em manter uma consistência durante tempo integral e também em fixar uma proposta clara, mas notoriamente não faltou empenho na composição das músicas. Por sobre o empenho também existe técnica e qualidade, principalmente na cozinha (baixo+batera), que tiram onda em várias faixas, encostando a guitarra em um cantinho do estúdio enquanto protagonizam algumas partes. 

Os vocais deixam sua marca e até tira alguns coelhos da cartola, mas confesso que pode cansar ao longo do tempo; enquanto a guitarra se preocupa em não passar vergonha, e pra essa tarefa consegue ter sucesso.

Mas já que comecei falando da produção, acho que não tem como fugir disso...

Falar de produção revela um lado pragmático meu, que admito poder ser uma falha como crítico (já apontada pelo desaforado do Phantom Lord). Ao escutar uma sonoridade tosca e abafada como essa, logo torço o nariz; acredito que o Heavy Metal já passou por isso para chegar onde chegou - através de sangue e suor das bandas imortais como Zeppelin, Purple e Sabbath - e qualquer tentativa deliberada de reproduzir a sonoridade de uma determinada época (não que seja o caso aqui) soa falso como nota de $3, além de ser uma regressão em termos de musicalidade. Vêm sendo bastante utilizada a técnica de resgatar sons vintages em gravações recentes, que são exatamente dedicadas em obter ruídos e rusticidade de componentes obsoletos da música, e nestes casos tenham certeza que irei preferir escutar o bom, velho e ruidoso Sabbath... . Importante também ressaltar que não estou falando aqui de produção orgânica, mas sim de produção simulada; pois entendo e admiro artistas que preferem não utilizar distorção, trocando essa pelo timbre claro das guitarras limpas, porém isso é bem diferente de um figura tentando criar um som como se estivesse tocando dentro de uma porra de um balde.

Dito isso, acho que não sobra muito para esta simples resenha, além de citar o óbvio exagero do número de faixas, que desgasta um pouco mais o material gravado.

Como conclusão: Disco divertido com certa criatividade e bastante empenho, limitado por diversos fatores e também pela produção porca (intencional ou não), mas que não nega fogo no quesito de entregar Heavy Metal. 

Nota 6,2 ou \m/\m/\m/.


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Star One - Space Metal

O álbum Space Metal lançado pelo projeto Star One em 2002 foi escolhido por Venâncio para analise.


Faixas: 01. Lift Off  // 02. Set Your Controls // 03. High Moon // 04. Songs of the Ocean // 05. Master of Darkness // 06. The Eye of Ra // 07. Sandrider // 08. Perfect Survivor // 09. Intergalactic Space Crusaders // 10. Starchild



Venâncio
Como é de conhecimento geral, o país só volta ao ritmo normal depois da passagem de ano após o carnaval... o que não seria diferente com os Metalcolatras.

Findo o período de festividades tentaremos voltar ao nosso padrão de postagens dadas as particularidades de cada um dos colaboradores...

Hoje trago a vocês um trabalho que junta duas de minhas várias paixões, metal e ficção cientifica...

Aqui o idealizador do projeto Arjen Anthony Lucassen, um camarada que acumula muitas funções no meio musical, nos presenteia com seu talento nessa obra muito bem produzida e que conta com a participação de Sir Russell Allen, Damian Wilson, Dan Swanö, Floor Jansen, Peter Vink, Ed Warby, Gary Wehrkamp e Joost van den Broek dentre outros...

Confesso não ser muito fã do metal progressivo, dado o excesso de viagens (que sem aditivos químicos, podem ficar cansativas), todavia o contexto futurístico, científico e ficcional em minha opinião acabam por formar uma base muito mais sólida para este tipo de trabalho que o medieval e fantasioso tão comum no metal em geral.

Destaques: Set Your Controls, Sandrider e Intergalatic Space Crusaders.

7 Bloodwines e uma cerveja romulana.

Recomendo escutar Ayreon também.



Phantom Lord
Olá esparsos e incógnitos leitores! Acho que os metalcólatras devem uma explicação (ou não) à todos que acompanham ou Lêem o blog ocasionalmente: Os metalcólatras estão resolvendo uma série de assuntos particulares. Após supostas "lideranças" do blog serem dissolvidas, as promessas de maior participação dos membros ficou apenas no campo das promessas mesmo! Isso é natural, uma vez que ninguém assumiu um compromisso sério aqui. Indicar álbuns e resenhar é apenas um "hobby" para os metalcólatras em geral. 
 É isso. 
Vamos a resenha do Space Metal: Um disco composto por músicos competentes. Particularmente achei o vocal o maior exemplo de competência neste trabalho. Apesar de ser entitulado como trabalho de "metal", ao meu ver, este álbum traz diversas músicas com prováveis inspirações na sonoridade de bandas de rock dos anos 70 e 80, como Deep Purple e Black Sabbath com Ian Gillan nos vocais... 
Creio que Venâncio acertou em indicar este álbum ao blog: As músicas contém algumas características incomuns: forte presença de back vocals femininos, teclados nos estilos "setentistas", vocais que alternam do grave quase gótico ao melódico mais agudo (e bem afinado, prestem atenção em Sandrider), mistura de ritmo cadenciado com trechos mais acelerados cheios de técnica e apresenta um tema de ficção (espacial) que só o Iron Saivor QUASE mostrou aqui no blog há anos atrás. Enfim, um disco diferenciado, com grande potencial e criatividade, porém não é exatamente o meu estilo favorito e os back vocals em coros delicados acabam torrando minha paciência... 
No fim das contas me pareceu um disco mediano, quase bom... Não sei dizer se este álbum tem algo de progressivo, mas sei que é melhor do que muitos discos de metal progressivo que passaram por aqui. 
O ponto fraco do cd fica por conta da última faixa Starchild. 

Nota Final: \m/ \m/ \m/


The Trooper
3
Eis um trabalho dificílimo de ser avaliado.

Em primeiro lugar irei colocar um rótulo logo de cara, para se ter uma ideia vaga do que se trata: prog metal.

A estrutura progressiva contém a presença de distorção de guitarras, solos e riffs característicos de heavy metal, mas a coisa toda puxa muito mais pro prog do que pro metal, e acho que isso se deve principalmente por causa da temática.

Space Metal, foca, como o nome deixa claro, em ficção científica, particularmente, viagem espacial. Essa temática é introduzida de maneira impecável (embora usar um tecladinho para fazer 'sons do espaço' seja meio batido), tão impecável que compromete o trabalho no quesito heavy metal (pra deixar bem claro: ninguém disse que você deveria esperar heavy metal nesse álbum).

Entretanto os caras (e minas) do Star One cumprem seu papel com maestria e entregam o que prometeram com muita qualidade: música ambientada de acordo com o tema.

O maestro da parada (Arjen Lucassen) escolheu 4 vocalistas monstrinhos que tornam o álbum muito difícil de ser criticado:

Dan Swanö (Whiterscape)



Damian Wilson

 

Russel Allen (Symphony X)



Floor Jansen (Nightwish)



Tenho a impressão que Russel Allen puxa o carro, e o cara é muito bom, com a adição fabulosa de Jansen, temos um efeito parecido com o que ocorre com Whitin Temptation: o trabalho fica muito "bonito". 

Os instrumentistas também são bons, os solos de Gary Wehrkamp são bem legais, e o próprio Lucassen faz riffs bacanas e se vira bem no teclado ('óia, falando bem do teclado' ... tá, mas sem se empolgar).

A musicalidade lembra levemente Deep Purple e Pink Floyd (a última faixa lembra muito o último) com alguma banda melódica genérica (Masterplan?). Não há como eu avaliar o trabalho sem compará-lo com seus semelhantes: Operation Mindcrime (por ser temático) e Avantasia (por ser um 'dream team').

O trabalho é temático mas não se trata de apenas uma história, eu notei isso ao ouvir Master of Darkness e me ligar que se tratava de Darth Vader e Luke Skywalker, aí tive que procurar, e achar, isso:

Album Themes

The themes of the album's songs are based on the following works of fiction:

On CD 1


O projeto é ambicioso e abraça várias histórias, é bacana, mas traz suas limitações: é bem difícil abordar tantos temas assim sem ser absolutamente suscinto, o que danifica as histórias e força a interpretação dos cantores.

O nível de emoção que os intérpretes colocam nas canções não chega nem perto do nível alcançado nos trabalhos supracitados que uso para comparação.

Um outro problema, gerado pelo foco nos vocalistas fodões e nas histórias, é a cadência exagerada do trabalho, com trechos lentos e com pouca distorção nos instrumentos para passar a bola pros vocalistas. Isso acontece em parte em OMC, mas muito pouco em Avantasia (talvez isso explique porquê Avantasia é uma obra-prima). Ou seja, a ambientação leva a vantagem sobre a música (particularmente o heavy metal) no equilíbrio entre os dois.

Bem, para resumir: é um bom trabalho, mas é bem específico, difícil querer ouvir com frequência, e se afasta perigosamente do heavy metal quanto mais tempo passa de sua execução. Mas a ambientação é perfeita, terminando magistralmente no ápice: Starchild (tão viajante quanto a obra que a inspira - 2001: Uma Odisséia no Espaço, e a pegada Pink Floyd)

Destaque para Set Your Controls, High Moon e Sandrider (onde o álbum pesou mais para o metal)

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.: Eu não consigo dar uma nota muito alta porque se afasta bastante de heavy metal (ou mesmo rock'n'roll acelerado), e não consigo dar uma nota baixa porque é competente e bom dentro da sua proposta.