quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Van Halen - Van Halen

O álbum Van Halen lançado em 1978 pela band Van Halen foi escolhido para análise por Phantom Lord.




Phantom Lord

Qual é o significado da palavra Heavy Metal? Metal Pesado? Porquê? O som das guitarras é como bigornas caindo do céu ou o que? Bom, já faz muito tempo que ouvi pessoas falando (várias vezes) que o termo surgiu em alguma entrevista com um dos integrantes do Led Zeppelin. Também cansamos de ouvir que o Black Sabbath é o “pai” do Heavy Metal... Mas este gênero musical ganhou força no início dos anos 80, além dessa “força”, a sonoridade foi mudando de tal forma, que surgiram várias espécies, ou vertentes de heavy metal... Eu acredito que a primeira mudança significante na sonoridade do rock pesado (ou heavy metal) “inventado” por bandas como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple, surgiu no final dos anos 70. E o responsável foi o Van Halen. 
 Essa mudança existiu não só pela técnica ou pelo modo de Ed Van Halen tocar a guitarra, mas também pelo fato que suas músicas soam anos a frente de suas contemporâneas! O álbum Van Halen apresenta um som inigualável nas guitarras e o mais absurdo desta história é que este é o primeiro álbum da banda! Geralmente, os primeiros álbuns das bandas de rock/metal apresentam uma produção e/ou sonoridade mais rústica... Mas com o Van Halen a história foi bem diferente. 
 Este disco abre com a repetitiva, porém marcante Running With the Devil, segue com o épico/distorcido solo de Eruption e o ótimo cover You Really Got Me. Logo em seguida surge, em minha opinião, a melhor música da banda: Ain't Talkin' 'Bout Love. Da faixa 5 em diante, as músicas me chamaram menos atenção, exceto pela última faixa (On Fire) que também merece destaque. 
O álbum foi tão impactante que conseguiu emplacar pelo menos 5 ou 6 hits nas estações de rádio durante décadas. Será que algum outro álbum lançado em 1978 conseguiu esta façanha? Eu não me considero fã do Van Halen, mas o primeiro álbum dos caras é de tirar o chapéu. 

 Runnin' With The Devil 7,2 
Eruption 8,8 
You Really Got Me 8,6 
Ain't Talkin' 'Bout Love 9,9 
I`m The One 6,8 
Jamie's Cryin' 7,5 
Atomic Punk 7,0 
Feel Your Love Tonight 6,8 
Little Dreamer 7,6 
Ice Cream Man 7,0 
On Fire 8,4 

 Modificadores: 


 Nota: 8,0

The Trooper
  3


Devo concordar com o Phantom sobre o que ele disse da produção estar muito boa para a época, e principalmente sobre o som feito pelo holandês, Eddie Van Halen, estar anos a frente. Mas paro por aí, não sou um profundo conhecedor de Van Halen, mas até gosto bastante do que conheço, entretanto tirando as músicas mais famosas, esse álbum não impressiona muito, hard rock puxado para o rock clássico, sem nada muito empolgante. Em alguns trechos dá pra ouvir uma pegada heavy metal, e obviamente, os solos do EVH são fodas, mas talvez fosse mais legal analisar o 1984.
Enfim, Ain't Talkin' 'Bout Love é de longe a melhor música do álbum, seguida por Runnin' With the Devil, o cover You Really Got Me e com um leve destaque para I'm the One, Atomic Punk e On Fire.

Nota: \m/\m/\m/





Pirikitus Infernalis
Alguns artistas conseguem realmente fazer coisas absurdas, Van Halen definitivamente é uma dessas bandas. Fico feliz de não ter sido postado o 1984, assim podemos confrontar aqui o melhor que existe nessa banda.

Não vou falar aqui sobre o grande nome da banda pois temos o nosso ilustre guitarrista metalcolatriano Magician para tecer páginas e páginas sobre a habilidade virtuosa de nosso querido(ou não) guitarrista holandês. Basta dizer que ele é foda e nada mais, sem contar que a banda ainda conta com Diamond Dave nos vocais, um dos melhores existentes na minha opinião.

Musicalmente falando, temos neste álbum preciosidades. Pegamos, por exemplo, o “lado A” deste álbum. Temos Runni’ with the Devil, Eruption, You Really Got Me ( Ray Davies agradece), Ain’t Talking About Love e I’m the One. Honestamente, apenas o “lado A” desse cd é melhor do que quase todos os outros CDs lançados na história (se você considerar a quantidade de cd’s lançados...true history).

O grande ponto é que Van Halen vai além e faz de seu “lado B” um verdadeiro lado B, obviamente tirando Feel Your Love Tonight. A ótima e Funkeada Little Dreamer e o rockabilly Ice Cream Man (John Brim também agradece) são o ponto alto dessa experimentada, ainda temos On Fire com uma pegada mais metal.

Agora vem o grande x da questão. Runnin with the Devil ou Jump? Eruption ou 1984? Ain’t Talking About Love ou Panama? Feel Your Love Tonight ou Hot for Teacher? Eu sempre possuí uma tendência a ceder para o lado de 1984, porém, independente de qual seja o seu favorito, quem ganha é você.

Top3: Runnin’ with the Devil, Ain’t Talkin’ ‘bout Love e Feel your Love Tonight. Shame Pit: Atomic Punk .

Nota: 8


Whoo! Bop ba da, shoo-be doo-wah
Bop ba da, shoo-be doo-wah
(Ba dum bum)
Bop ba da, shoo-be do-wah
(shoo-be doo-be doo-be do-whum)
Bop ba da, shoo-be doo-be doo-be do-wah
Bop ba da, shoo-be doo-wah
(Bop ba da, shoo-be doo-be doo-be doo-whum)
Bop ba da, shoo-be doo-wah
(Bop ba da, shoo-be doo-be doo-be doo-whum)
Bop ba da, shoo-be doo-wah
(Ba dum bum)
Bop ba da, shoo-be doo-wah Whoo!
The Magician
O álbum homônimo da banda Van Halen de 1978  apresenta para o mundo o holandês Eddie Van Halen, que na minha opinião se não o mais genial é com certeza o mais completo guitarrista na longa história do Rock n Roll. 
Em 25 de julho de 2011 escrevi sobre esse guitar hero aqui no blog: "Van Halen converge todos os conhecimentos da guitarra rock elétrica para criar o mais emblemático e extremo estilo de tocar influenciando todos adeptos do instrumento de 6 cordas que viriam depois dele".
 Pois bem, Eddie Van Halen (EVH) criou seu estilo sobre o trabalho de caras como Hendrix, Page e principalmente Clapton,  e sobre esse "core" colocou seu talento e transformou as linhas de guitarra que eram até certo ponto colaboradoras em linhas de guitarra definitivamente protagonistas. Por isso nota-se mesmo com o peculiar estilo de Lee Roth preenchendo o álbum, que a "Frankenstrat" (nome da guitarra custom by de EVH - um trocadilho com o nome do monstro e com o modelo Strato) não se retira do foco das 11 músicas de VH(1). Esse despudor no estilo de tocar do instrumentista deu mais do que uma simples ênfase aos guitarristas roqueiros, que já haviam se emancipado na geração anterior. Na implementação estilística vanhaliana a guitarra não somente dá corpo à música mas é propriamente a música, onde arbitra sobre os demais instrumentos, cria a melodia, permite ou não a inserção dos vocais, e em alguns casos determina os tempos e rege a banda conforme sua vontade.
EVH tem performance inquestionável no decorrer de todo disco, em suas bases de distorções extravagantes embala harmonias ousadas de acordes saturados com maestria única, preenchendo os intervalos com riffs abafados e elementos interpretativos correspondentes à sua assinatura característica que é repleta de harmônicos e vibratos. Me surpreende o modo como EVH consegue desmembrar dois ou três acordes em frases consistentes o bastante para sustentar uma música inteira ("Aint Talk About Love" se desenvolve apenas sobre duas notas: Am e G). 
Mas é mais do que óbvio que seu grande triunfo está em seus solos exibicionistas representados pelo mais conhecido de todos - Eruption - que trouxe à tona a técnica de tappings. O método, que implica em usar os dedos da mão direita para martelar a nota sobre a escala/braço da guitarra criando rápidos ligados de grande extensão, deixou os guitarreiros da época de cabelo em pé, e deu o status totêmico ao guitarrista que ganhou o respeito dos críticos e dos "acadêmicos" da área.
Particularmente vejo Eruption como uma propaganda, ou um cartão de visitas de Eddie, mas não sintetiza todo seu repertório de solos; entendo que suas maiores jóias solistas foram escritas em compassos bem menos pretensiosos, como em "Dreams", "I Cant Stop Loving You" e na faixa fodástica presente neste álbum "Aint Talkin Bout Love". 
Vejo Van Halen também como um dos criadores do Hard Rock - coração do Rock n Roll - que explodiu na década posterior, já que sua habilidade e velocidade acabou por evocar outros grandes nomes para o gênero como Gilbert e Timmons que com certeza foram influenciados por sua obra.
Sobre o disco-debut proposto,Van Halen (I) destaco as super clássicas: "Running with the Devil", "You Really Got Me" (Cover), "Ain't Talkin' bout Love" e as ótimas: "Atomic Punk" e "On Fire".
Sobre a importância dos demais membros do grupo no trabalho soma-se apenas as vozes de David, que impregna o trabalho com seus gritinhos histéricos mas que compensa usando seus bons tons médios e graves (se sobressai no estilo bluseiro). O vocalista também colaborava com seu carisma, sendo um contra ponto à altivez do líder da banda.
O estudo da guitarra iniciado no século passado confere ao instrumento um espaço especial reservado entre os músicos, principalmente por guiar a música popular por mais de 50 anos. Sob esta leitura pode-se entendê-lo como o fruto de aprendizado contínuo e possivelmente ininterrupto mas que incontestavelmente teve um divisor de águas que separa toda a cronologia da Guitarra em duas partes: antes de EVH e depois de EVH.
O que o Heavy Metal tem a ver com isso? Pergunte à qualquer guitarrista que em seus solos decide ou decidiu usar tappings... posso citar alguns: Karl Logan (Manowar), Kirk Hammet (Metallica), Stefan Elmgren (Hammerfall), Kiko Loureiro (Angra), Randy Rhoads (Ozzy), Michael Weikath (Helloween) entre outros...             
Nota 7,3 ou \m/\m/\m/\m/.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ghost - Opus Eponymous

O álbum "Opus Eponymous", lançado em 2010 pela banda Ghost foi escolhido por Pirikitus Infernalis para análise dos Metalcólatras.






Faixas: 1. Deus Culpa, 2. Con Clavi Con Dio, 3. Ritual, 4. Elizabeth, 5. Stand by Him, 6. Satan Prayer, 7. Death Knell, 8. Prime Mover, 9. Genesis.

Phantom Lord
 Tá aí uma banda que tenta ressuscitar a fórmula do velho rock dos anos 70 e 80, que deu origem ao heavy metal e seus sub-gêneros. Essa "ressurreição" se dá principalmente pela maneira rústica como as músicas soam. Tanto o vocal como a parte instrumental parecem inspiradas em Black Sabbath (dos anos 70) e King Diamond / Mercyful Fate. Porém nas duas primeiras músicas o vocal se mostra muito suave, sem a alternância exagerada de King Diamond e sem o timbre marcante de Ozzy. 
Na faixa 4 (Elizabeth) mostra criatividade e ambientação bem trabalhada e sombria, esta faixa sim se aproxima dos clássicos dos artistas que eu citei no parágrafo acima. É o destaque do álbum. 
 A faixa 5 (Stand by Him) tem muitos trechos suaves-quase-felizes misturados com partes mais pesadas, por esta razão parece desvincular-se com os temas sombrios do álbum. Daí em diante as músicas parecem seguir fórmulas baseadas em modelos “Black Sabbáthicos”: rústico, lento e quase-pesado... Talvez essa seja a volta do Doom metal/rock... Genesis vagamente tira o cd da monotonia... Uma pena. 
Ao menos, Opus Eponymous não chega a irritar pela “suavidade rústica” em sua extensão das faixas 5 a 8. O motivo? Não há músicas longas. 
 Saindo um pouco das melodias / musicalidade, é possível perceber um forte trabalho de identidade e marketing da banda. Fantasias, temas sinistrinhos e arte do disco simplificada. (seja uma tentativa de remeter aos álbuns “velhos”, ou uma facilidade para reprodução em materiais diversificados). O problema é que todo esse esforço para divulgar e identificar o Ghost pode perder seu significado quando o álbum (e a própria banda) perde parte de sua “ambientação sombria” devido ao excesso de suavidade e “rusticidade” nas suas músicas. 
 Deus Culpa / Con Clavi Con Dio 5,8 
Ritual 6,8 
Elizabeth 7,7 
Stand By Him 6 
Satan Prayer 5,0 
Death Knell 5,2 
Prime Mover 5,0 
Genesis 6,2 
 No final das contas o álbum serve como uma viagem ao passado. 
 Modificadores: nenhum 
 Nota: 6

Pirikitus Infernalis
O ano era 2010 quando a galera do Ghost resolveu lançar este cd, com clima sombrio e envolto em mistério. O cd é bom, porém o Marketing que foi levantado pra essa banda foi surreal.

Bastou um James Hetfield utilizar a camiseta durante a turnê do Big Four, um Phil Anselmo utilizar a camiseta durante suas turnês recentes, sem contar outros nomes como Duff McKagan e Tomi Joutsen falarem bem da banda, para sua popularidade ir lá pras cabeças.


Indo ao que interessa, o que se depara ao ouvir o cd é um clima sombrio, arquitetado por um metal cru e letras não muito bondosas. Eu achei muito estranho na primeira vez que ouvi, parecia algo como um Black Metal Diet, mas achei bem interessante, não tinha ouvido nada ainda com essas exatas características.

Musicalmente o cd agrada em quase sua totalidade, perdendo um pouco o rumo algumas vezes, mas nada que deixasse de transmitir o objetivo da banda. Eu gostei bastante da dupla guitarra/baixo. O baixista conseguiu ser bastante presente enquanto o guitarrista impôs uns riffs bem inspirados.


Forte candidato a ser um dos pilares da nova safra de bandas por público e crítica, eles estão no caminho certo, só precisam acertar a mão no próximo cd pra começarem a se consolidar.

Falando em próximo cd, a primeira música já foi lançada para deleite dos fãs: Ghost – Secular Haze!

Top 3: Con Clave Con Dio, Elizabeth e Stand by Him. Shame Pit: Death Knell.

Nota: 7


Elizabeth, in the chasm where was my soul Forever young, Elizabeth Bathorii in the castle of your death You're still alive, Elizabeth

The Trooper
3
Mais uma banda sueca satanista, qual a novidade? Não há vocais urrantes, guitarras sendo varridas, bateria bate-estaca ... na verdade, musicalmente falando, é uma banda satanista mas não é death metal. O estilo lembra um pouquinho de Sabbath, mas muito mais Mercyful Fate, performances teatrais, mistificação dos membros integrantes (e nesse quesito eles estão ganhando dos mestres) e abordagens líricas de terror (aqui faço uma ressalva, as letras são quase exclusivamente sobre Satã). O vocalista não me agradou muito, meio bundão, mas pelo menos não fica urrando palavras irreconhecíveis, os outros instrumentistas até fazem um bom trabalho, mas muito viajante para meu gosto, lembrando a banda Mastodon (também postada por Pirikitus). Enfim, o som não justifica toda a pressão que quiseram causar, muitas vezes acho que boa parte dos “metaleiros” não ouvem as bandas por gostar do som, mas sim pra se sentirem caras muito maus.

Nota: \m/\m/\m/

The Magician
Curioso. A sonoridade, as vestes, os temas e a repercussão da banda anônima. Tudo isso é muito curioso.

Na verdade nada disso é propriamente novo, mas o modo em que a banda Ghost mesclou essas características fez com que se tornasse algo novo.

Sobre o tema e a "fachada" do papado/conclave negro utilizados pelo grupo acredito que possa ser interessante mas se enquadra um pouco fora de sua época, já que a causa do chifrudo e as apresentações teatrais nesse sentido foram incansavelmente utilizadas pelos metaleiros nórdicos nos últimos 30 anos, e possibilita assim uma atribuição intuitiva dos rótulos sub generalistas sobre sua música. Mas a reinvenção acaba sendo muito bem vinda (principalmente na música) neste século escasso em ideias.

Já o produto musical em si me surpreendeu bastante. A essência do som foi desenhada sobre linhas realmente sombrias, com certeza, mas em referências de várias épocas diferentes. O que se percebe é que embora alguns repentes de guitarra derramam distorção pesada, a maioria do tempo os instrumentos em conjunto (inclusive a guitarra) e a produção buscam por timbres vintage e outras abordagens sonoras retrógradas. Da assinatura bastante orgânica dessa banda devo destacar no entanto os vocais, quase sempre límpidos e dobrados, que viajam para melodias muito diversificadas e que me lembrou por alguns momentos os músicos dos anos 60/70 quando não o gothic/new wave oitentistas.

Acho que a banda se comunica com Black Sabbath da mesma forma que a maioria das demais bandas, já que todo o heavy metal se origina desse caule; com o diferencial de que algumas vezes o som pesado do Ghost tem propriedades timbrais parecidas com a fase inicial dos ingleses. Mas confesso que nesse CD escutei muito mais de Diamond/MF e às vezes o estilo do Type O Negative o que determina , na minha opinião, a banda sueca como Doom Metal em essência, só que peculiarmente, mais "refinado".

A banda acertou em cheio em criar um conteúdo musical bastante genuíno dentro do Metal, com foco nos vocais mas equivalendo muito bem as demais partes instrumentais sob esse contexto nefando. Isso é muito raro de conseguir, e acabou sobressaindo o debut, por isso as características devem ser retidas para os próximos trabalhos. Mas ainda acho que podem amadurecer bastante algumas ideias de melodias e trabalhar mais os riffs de guitarra, que embora não sejam podres passam batidos.


Nota 6,66 ou ┼┼┼.



Venâncio
 Como falar dessa banda... me lembra muito Coldplay, mesma sensação de sono, sem empolgação nenhuma... não há momentos de euforia, não há emoção transmitida...

Seu vocalista me lembra um constante bocejo, todas as musicas seguem a mesma linha, menos uma, Stand By Him.. que é um bocejo do falecido Michael Jackson...

Sobre as letras... que merda...

Em suma o Opus Eponymous do Ghost não adiciona nada e não deveria fazer parte de nenhuma seleção de metal.

1 Capeta, pra ver se desce.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Unherz - Die Wahrheit Liegt Dazwischen

O álbum "Die Wahrheit Liegt Dazwischen", lançado em 2012 pela banda Unherz foi escolhido por Venâncio para análise dos Metalcólatras.





Faixas: 1. Schmerz; Neu Definiert, 2. Mein Weg, Mein Wille, Mein Leben; 3. Seite An Seite; 4. Benzin; 5. Paranoia; 6. Dieser Traum; 7. King Kongs Schwester; 8. Jag Mich zum Teufel; 9. Nur Wenn Du Träume Hast; 10. Leuchtfeuer e 11. Alles Was Ich Will.

Venâncio

Antes de mais nada, desculpas por colar o álbum sem uma critica.

Beleza, mais metal em outros idiomas... Sim escolhi este pela capa devido a uma picuinha com o Trooper, cara e nessas horas agradeço não concordar com meus queridos amigos...

A picuinha me levou a procurar capas de álbuns onde o apelo sexual ao sexo masculino se tornasse mais evidente (i.e., peitos e bundas de gostosas) já que tive reclamações quanto a capa da Show-ya (só por causa do peito dum cara marombado... na capa de uma banda JAPONESA composta inteiramente por MULHERES!), mas enfim o ponto é que na vida não interessa o que aconteça, seja lá o que for somente representará algo de negativo se você não conseguir tirar algum proveito da situação...

E foi o ocorrido aqui, em minha insana busca por capas apelativas, escutei dezenas de bandas e esta é uma das três melhores bandas que escutei com este tipo de apelo (na capa) e que se encaixava no meu gosto peculiar...

Peço especial atenção as mensagens transmitidas por suas letras (em sua maioria reflexivas, e algumas cômicas) e a agressividade ao longo da obra.

Dado minha atual falta de criatividade/vontade em escrever não farei uma analise musica a musica deixo aqui apenas os destaques e minha nota.

Destaques:

Mein Weg, Mein Wille, Mein Leben
Seite An Seite
Benzin
Dieser Traum
Nur Wenn Du Träume Hast
Leuchtfeuer (por estar deslocada em relação ao resto da obra)
Alles Was Ich Will (essa reflete o espirito de boa parte dos Metalcólatras)

7 pitus e uma cerveja morna.


The Trooper
3
Chato. Esta palavra poderia resumir minha opinião sobre este álbum, mas não é uma verdade absoluta, alguns pontos (principalmente no começo do álbum) chamam a atenção e causam uma reação boa. Eu diria que Unherz varia de Misfts para Titãs e chega até Motorhead. Obviamente o que me chamou a atenção foram algumas linhas de baixo e pegadas parecidas com Motorhead, mas esses trechos correspondem a menos de 50% do álbum, logo, no fim eu achei um trabalho chato pra dedéu, que só vale a pena por ver essa capa toda vez que entro no blog.
Maldito Venâncio.
Nota: \m/\m/\m/
p.s.: ok, foi picuinha, é melhor que Show-ya pelo menos.


Phantom Lord
 

Mais uma indicação do Venâncio, desta vez, movida por picuinha, como ele mesmo assumiu. Praticamente tentando se redimir da sua última postagem, na qual tínhamos de ver uma capa horrível, Venâncio escolheu um disco desta banda alemã “lado-C”. 
 A primeira (e óbvia) característica é que este é um trabalho todo cantado em alemão. Isto deve incomodar pessoas que dão mais importância aos conteúdos (letras) das músicas... Para mim, o alemão é um idioma que soa mais ou menos como o russo em “canções” de heavy metal: Estranho - mas não terrível como japonês ou português. 
 Outra característica marcante em minha opinião, é a proximidade dos sub-gêneros punks / cores / thrashes... Não acho isso bom ou ruim, mas estes estilos de rock/metal foram menos explorados neste blog. O vocal se aproxima do estilo Grave Digger, as vezes soa similar ao rouco grave “motorhediano” e em outros mais momentos puxa um pouco mais para um quase-gutural simples. Obviamente todas estas características vão nos levar de volta a um álbum que passou aqui há muito tempo: Chrome Division – Booze, Broads and Bellzebub. Porém, antes que digam que é a Unherz é igual a Chrome Division, destacarei a diferença entre estas duas bandas: Unherz toca um rock ainda mais distante do Heavy Metal e seus subgêneros: Vários trechos dos instrumentos e vocais (principalmente os coros: oOOoooo-ooo-oo) em suas músicas trazem lembranças de Misfits, Offspring, até mesmo Green Day e outras bandas punks. 
 A maioria das músicas que lembram o punk-rock, possuí a parte instrumental muito simplificada em trechos onde o vocalista canta. Na verdade, acho que este é o principal motivo que impede as músicas deste disco de serem classificadas como “punk-rock”, pois existem solos e trabalhos instrumentais um pouquinho complexos em algumas destas faixas... 
 Enfim, deixando os rótulos de lado, este disco me pareceu uma obra simples, estável com características bem demarcadas, talvez com 1d3 destaques. (Jag mich zum Teufel me pareceu a melhor). Os defeitos mais notáveis da obra são: a bisonha King Kong´s Schwester e a lerda / melancólica Nur wenn du Träume hast: a música mais longa do disco... Leuchtfeuer é uma fanfarronice com gaitas que eu só ouvi em alguma música do Aerosmith e na Seaside Town do Super Mario RPG. 

Schmerz neu definiert 6,4 
Mein Weg, mein Wille, mein Leben 6,2 
Seite an Seite 6 
Benzin 6,8 
Paranoia 7 
Dieser Traum 6,2 
King Kong´s Schwester 5,2 
Jag mich zum Teufel 7,9 
Nur wenn du Träume hast 5 
Leuchtfeuer 5,4 

 Não tive saco de procurar a tradução de nenhuma música... Somente o que significa “Zum Teufel” que o Nightcrawler (Noturno) dos X-men tanto falava. 

 Modificadores: nenhum 
 Nota: 6,2


The Magician
 A gente tem suportado bastante coisa estranha aqui no blog dos Metalcólatras, devido principalmente é claro, à própria proposta do site que é de descobrir e redescobrir o Heavy Metal e suas sonoridades correlatas. 
As estranhezas surgem de várias formas, e de pesquisas que variam de proposta, por exemplo: em busca de sonoridades extremas, postamos aqui bandas como Sacred Steel e Children of Bodom; ou em busca de sonoridades mais alternativas do Metal, postamos Avenged, Fear Factor e Type O Negative. Esses são os casos mais comuns de desvios, onde os críticos se norteiam primeiramente pela possibilidade sonora oferecida por esses subgêneros, o que ao meu ver é totalmente cabível.
Porém, existe uma outra vertente interna que consulta bandas de acordo com a geografia e até capa de álbum (!!!?). 
Bem... para este caso específico (de bandas de outras nacionalidades) tenho me esforçado bastante para resenhá-los de forma racional e sistemática, colocando esses trabalhos sob análises equivalentes das bandas do mainstream que cantam em língua inglesa. Mas o fato é que essas bandas não são iguais e não podem ser comparadas, pois se trata de uma escolha natural dos membros em selecionar seu público alvo.
Me lembro de uma entrevista bem antiga do vocalista JG da banda PUNK HC brasileira "RDP" em que afirmava o óbvio: "se você quer cantar para o mundo te entender, então canta em inglês". Se determinada banda escolhe a língua nativa não inglesa como proposta do grupo, significa logicamente que está restringindo seu campo de ação (ou público alvo). 
Dessa forma concluímos que somente se sobressaem as bandas que produzem músicas de altíssima qualidade (desconheço) ou que criam algo teoricamente novo ou inusitado (o caso do Rammstein).
Assim o Unherz não se enquadra em nenhum desses dois tipos, e faz um Metal/Rock de nível bem médio (com alguns pontos altos) pra alemão escutar.
Parece que não, mas o Metal ainda tem sua função social e importância localizada em uma proporção regional, e a banda analisada provavelmente seja reflexo disto. Indico aos leitores do blog o documentário produzido pelo canadense Sam Dunn - "Global Metal Pt 2" que esmiúça o tema sobre países/regiões pobres abraçando o Metal.

Nota 6 ou \m/\m/\m/, não é preciso dizer que o boga chamou mais atenção do que o som...



Pirikitus
Quando ouvi pela primeira vez este disco, tive a impressão que eu iria curtir muito. Botei no aleatório e fui ouvindo no fatídico transito matutino da Radial Leste. O problema foi ter ouvido mais do que uma vez.

Um álbum para se ouvir com atenção, já que em muitos momentos ele não me pareceu ser Heavy Metal, até aí nenhum problema pra mim. Eu cheguei a conclusão que Unherz é uma grande mistura entre Metal/Punk e até Oi/Skin(umas partes bem reggeadas e o famoso "Oooo-Oooo"), em determinados momentos de musicas é nítido alguns aspectos dessas músicas presentes. E digo mais, isso deveria soar ótimo, o problema é que o Unherz peca...e muito.

O vocal pra mim é ótimo, já cansei de dizer que esse tipo de voz me apetece, e Paranoia ele arrisca até um gutural, realmente o destaque entre os musicos. A melodia do guitarrista para a música Nur Wenn du Träume hast também ficou belíssima.

O problema pra mim não é nem a língua em que o cd é cantado, sempre gostei de alemão (obviamente me referindo a linguagem), mas sim a disparidade sonora ao longo com cd sem muita inspiração. Isso dá uma quebrada forte nos ouvidos.

Top3: Seite an Seite, Jag mich zum Teufel e Schmerz neu Definiert/DieserTraum (Velho, aqui deu empate =/). Shame Pit: King Kong's Schwester .

Um cd com algumas músicas bem carismáticas, e muitas outras nem tanto. Worth the shot!

Nota: 6


Komm halt dich fest und flieg mit mir,
hoch hinaus und immer weiter,
bis du die Sonne auf deinen Flügeln spürst,
flieg ich mit dir Seite an Seite.

(Vai saber o que isso significa...)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Within Temptation - Mother Earth

O álbum "Mother Earth", lançado em 2000 pela banda Within Temptation foi escolhido por The Magician para análise dos Metalcólatras.


Faixas: 1-Mother Earth; 2-Ice Queen; 3-Our Farewell; 4-Caged; 5-The Promise; 6-Never Ending Story; 7-Deceiver of Fools; 8-Intro; 9-Dark Wings; 10-In Perfect Harmony.

Venâncio
 Mais um vocal feminino... entretanto este já esteve presente neste Blog e numa bela obra de arte... hoje vemos este vocal onde foi consagrado, obtendo pra si o sucesso necessário para se tornar reconhecido mundialmente.

Antes de mais nada, gosto de lembrar da importância de escutar um álbum na sequencia de como foi elaborado, uma vez que tal não é feita em vão... salvo, é claro, casos onde as drogas, caos e álcool falaram mais alto.

Temos em Mother Earth abrindo já com sua faixa de titulo homônimo e um dos "carros chefes" da banda, uma excelente musica com alternâncias de peso versus melodia bem demarcadas e um sensação de algo cíclico, que pela duração da musica acaba por tirar um pouco de seu brilho inicial... Na sequencia temos a bombástica Ice Queen, que com certeza coloca esta banda na memoria de seus ouvintes dada sua natureza marcante.

A partir daqui o álbum se torna completamente novo para mim, são musicas que escuto pela primeira vez e me faz perguntar se esta num seria mais uma banda de um ou dois sucessos... Our Farewell vem como alivio sonoro acalmando o inicio "acelerado" da obra e focando nas habilidades de sua vocalista... Caged da inicio a "elevação" (não liguem muito para os termos aqui utilizados, creio que a maioria só faz sentido pra mim), temos aqui um pouco mais de agressividade tanto no vocal como nos instrumentos, misturados com momentos de conformismo... razoável seria melhor se fosse menos elaborada em suas partes mais agressivas... The Promise começa bem orquestrada mas falta peso que a essa altura (metade do CD) se faz necessário para continuar a escutar o restante... sem falar que toda essa "emocidade" durante quase 8 minutos chega a dar dor de cabeça quase me fazendo desistir de conhecer o resto...mas vamos lá.

Never-Ending Story... mais uma balada? sim mas essa é a única que merecia ficar na obra... Deceiver of Fools, precisava? 7 minutos?... Intro... Dark Wings razoável... In Perfect Harmony, suave, tranquila perfeita para encerramento.

Em suma temos aqui uma obra onde menos significaria mais, ficando como sugestão as faixas 1, 2, 4, 6, 9 e 10 em especial as duas primeiras.

6 pitus e um guaraná.



Phantom Lord
 Mais um álbum cheio de elementos “sinfônicos” chega ao blog... Que épico. 
Na verdade, eu gosto destes estilos de música, mas a combinação do heavy metal com “orquestras e afins” deve ser algo planejado com muito cuidado. 
As duas primeiras músicas são muito boas em minha opinião, mas obviamente não são nada adequadas pra começar um quebra-quebra, se você espera algo com tamanha agressividade neste álbum, fica a dica: desista. Simplesmente não é a proposta da banda. O que eu não entendi direito é porque críticos de música classificam esta obra como Symphonic Metal / Gothic Rock... Gothic? Aonde? Bom, estes “rótulos” deveriam orientar o estilo e proposta dos álbuns, mas muitas vezes não ajudam em merda alguma. 
Passada as duas primeiras músicas que mostram uma boa combinação do “sinfônico” e do “metal” (destaque para a vocalista), temos várias músicas lindas. Uma ampla e meiga calmaria se espalha por todo álbum... 
Epa... O que CALMARIA MEIGA tem a ver com que heavy metal?? P$#@ que pariu. Além de muita calmaria o disco ainda tem mais 3 faixas loooongas. Que porre! Da faixa 3 a 10 só Dark Wings se destaca sem chegar ao nível das duas primeiras músicas do álbum. 
Enfim, Mother Earth é um álbum muito bem feito e extremamente sonolento. 
 Onde está a tarja de advertência?? 

Mother Earth 7,5 
Ice Queen 8,3 
Our Farewell 5,5 
Caged 6,5 
The Promise 5,8 
Never-Ending Story 6,0 
Deceiver of Fools 5,9 
Intro / Dark Wings 7,0 
In Perfect Harmony 5,2 

 Modificadores: nenhum 
 Nota: 6,3 

 The Trooper
  3O primeiro álbum do Within Temptation, Enter, deu a alcunha que muitos usam para classificá-los, gothic metal, entretanto, neste segundo álbum, muitos começaram a classificá-los como symphonic metal (até mesmo a bela vocalista, Sharon, segundo a wikipedia), e embora nunca tenha ouvido outro álbum dos holandeses antes, concordo com a classificação conforme o que eu ouvi neste trabalho. Logo, poderíamos começar uma comparação com Rhapsody ou Luca Turilli, mas a banda holandesa consegue se afastar dos italianos, é menos orquestrado, menos medieval, menos pesado e... mais bonito (pois é, acho que não tem outro adjetivo para a banda da Sharon).
Quando o Magician comentou sobre o Disney metal que havia postado, eu dei risada, mas minha primeira impressão foi realmente essa, Rei Leão, Pequena Sereia e sei lá o que mais diabos me lembrou. Lá pela segunda vez que ouvi o álbum ainda estava muito tentado a escrever um monte de blasfêmias aqui no blog, mas ouvindo pela terceira vez perdi a vontade, como ver um belo pássaro e sentir vontade de apedrejá-lo? Ok, analogia porca, mas é bem isso, a voz da Sharon den Adel é bonita demais e me impediu de descer a porrada na banda.
Mas em respeito aos metaleiros, devo adverti-los, depois da quarta faixa, os vestígios de heavy metal vão se esvanecendo, e o que sobra parece trilha sonora de filme guiada por uma voz muito bonita. Lá pelo final, Dark Wings tenta acordá-lo, mas você já está em torpor.
Destaque para alguns trechos de guitarra (não abundantes) bem legais, para as faixas Ice Queen e Mother Earth, e claro, para a sublime vocalista.

Nota: \m/\m/\m/

The Magician
Um disco composto de profundos epicismos, suntuosos arpejos e elegias solenes.    
As passagens atmosféricas perfazem as melodias melancólicas ou soturnas, que são compostas pela profusão quase orquestral de uma sonoridade multi instrumental, que acaba por censurar o poder das guitarras.
Se escutado ou analisado superficialmente, com certeza "Mother Earth" dos holandeses do Within Temptation se passa  mais por um trabalho de New Age ou por um CD de grandes clássicos da Disney do que propriamente por um disco metaleiro de verdade.
Se houver insistência (ou paciência) do ouvinte no entanto, pode-se perceber a centelha metaleira enrustida na obra, e revelada principalmente pelas distorções graves da guitarra evocadas principalmente nos momentos apoteóticos da obra.
Pois é, embora nem todos os metaleiros admitam, as várias estradas abertas pelos bandeirantes do Metal possibilitaram diversas experimentações; experimentações essas que por vezes se moldaram em estruturas que pouco se assemelham ao conceito mais estrito de música, enfatizando de maneira não proporcional os elementos não-musicais (espero não ser mal interpretado por esta colocação). E justamente por conta deste fato achei interessante sugerir esta postagem, onde (quase que paradoxalmente?) uma banda de formação na escola Heavy Metal prefere focar de maneira "exagerada" nos elementos super-musicais.
Concordo como membro atuante deste meio que o normal mesmo é escutar, dentro de uma porção de dez ou doze músicas, apenas duas ou três no "estilo Within Temptation" sem que seu saco exploda em pedacinhos, mas devo admitir que as harmoniosas e lindas canções - ou serestas celestes - embaladas pela sublime voz angelical da intérprete Sharon (nome de bruxa, já diria os Osbournes) pode emocionar qualquer metaleiro um pouco mais sentimental, o que não é o meu caso.
Um bom álbum, mas com exceção das faixas "Ice Queen", "Mother Earth", "Deceiver of Fools" e "Dark Wings" seria muito difícil acrescentar alguma música nas listas dos MPs de rotina, devido ao conteúdo altamente sonolento.
Especial menção às faixas "Our Farewell" e "Never ending Story" que se desconsiderarmos os vocais parecem ser oriundas da trilha sonora do game de PS1 - Chrono Cross...

Nota 6,8 ou \m/\m/\m/.

P.S: Escutei este CD por pouco mais de uma semana no caminho de ida e volta do serviço, e foi o suficiente para que eu arrumasse confusão no trânsito e desavenças no trabalho. Este tipo de música, independente de sua qualidade, causa o efeito inverso ao proposto pelos acordes e arranjos leves e suaves de suas canções em metaleiros como eu.... 



Pirikitus Infernalis
Within Temptation, a banda que revelou ao mundo metal uma das melhores coisas da sua história: Sharon den Adel.

Mother Earth é um cd que divide de longe a opinião das pessoas, ou ele é bom, ou ele é um lixo (Ou Mother Crap, como diria uma das resenhas do Metal Archives). Eu fico meio em cima do muro nessa questão entendendo que é um bom cd de uma banda esforçada.

Eu não creio que existam músicas abomináveis neste cd. A banda por si só já possui uma vertente mais puxado pro Symphonic Metal, o que as vezes significa que o cd será um saco. Mas aqui eles conseguem, na medida do possível, levar as músicas com certa competência e, quando isso não ocorre, deixam a voz da maravilhosa Sharon brilhar (como por exemplo na música The Promise).

Sharon por sua vez pra mim consegue ser o único destaque unânime entre a gama de músicos da banda. Seja utilizando sua voz sinfônica(?) ou até uma voz mais desafinada como no refrão da música Caged. O guitarrista Robert Westerholt também tem seus momentos.

Top3: Ice Queen, Never-Ending Story e Dark Wings. Shame Pit: Deceiver of Fools.

Nenhuma maravilha, mas tem seus momentos bacanas.

Nota: 6,5


Ancient spirits of the forest,
Made him king of elves and trees,
He was the only human being,
Who lived in harmony,
In perfect harmony.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Warlock - Burning The Witches

O álbum Burning The Witches, lançado em 1984 pelo Warlock, foi escolhido por The Trooper para análise.
Faixas: 01-Sign of Satan; 02-After The Bomb; 03-Dark Fade; 04-Homicide Rocker; 05-Without You; 06-Metal Racer; 07-Burning The Witches; 08-Hateful Guy; 09-Holding Me

The Trooper
 3Tosco, é o que esse álbum é, não no sentido de malfeito, mas no sentido de rústico. Mas nem tudo precisa ser complexo ou bem trabalhado para ser bom, que o diga a bela vocalista (pelo menos na época), Doro Pesch, que nasceu desse jeito. E quando eu digo rústico, não se trata do trabalho em si, mas da produção, o trabalho instrumental foi feito com esmero, embora os vocais da Doro não, pelo menos não estavam no nível em que estavam quando fez covers do Dio.
Quando avisei qual era o álbum a ser postado, o Phantom cornetou "mais uma farofa", mas muito pelo contrário, o primeiro álbum do Warlock era de heavy metal, heavy metal de verdade (talvez Homicide Rocker tenha uma pegada mais clássica, e Without You, bem... balada é sempre balada).
Destaque para Dark Fade, Burning The Witches e Hateful Guy.
Enfim, o álbum não é estupendo, mas trata-se de um bom e velho heavy metal, valeu a pena ter curiosidade em conhecer a banda.

Nota: \m/\m/\m/\m/


Phantom Lord
Sim, eu achei que este álbum era composto de músicas mais próximas do hard rock e/ou do glam (rock farofa). Mas eu estava enganado. Burning the Witches é um álbum de heavy metal "tradicional", possivelmente com influências de Judas Priest, Iron Maiden etc... 
Não estudei muito a discografia do Warlock ou da vocaalista Doro Pesch... Talvez as músicas farofas tenham sido gravadas anos depois deste álbum. 
O problema deste disco não é melancolia nem ritmos ou ambientações românticas. Burning the Witches foi gravado por músicos iniciantes (é claro, afinal este é o primeiro álbum do Warlock não é mesmo?) não muito técnicos nem virtuosos. Os integrantes da banda (incluindo a musa-vocalista) tinham potencial mas a produção é extremamente rústica. Para ser mais preciso, este é o álbum mais rústico que passou por este blog, acho que bateu os recordes do Hail to England e do The Legacy. 
Outro problema deste disco "oitentista" (como Trooper citou), é a vocalista Doro, que não parece estar no auge de sua "afinação". Apesar de mandar suficientemente bem em grande parte das músicas, Doro deu umas desafinadas evidentes em diversos momentos deste álbum... 
É uma pena... Talvez um outro disco do Warlock (menos tosco) seria mais interessante, mas o Burning the Witches acaba parecendo mal-feito de um modo geral. Ouvi o álbum nos modos e "stereo" e "mono" em um notebook. Por incrível que pareça, as músicas soaram mais interessantes no "mono" do notebook, é como se o som "stereo" revelasse muitas falhas. 
 Ah... eu falei que não era um disco de rock farofa, mas Without You já apresentava toda lamúria da farofa típica dos anos 80. 
Metal Racer é a mais tosca do álbum, aqui podemos multiplicar a produção tosca pela simplicidade da composição e suaves desafinos da vocalista... e obter um resultado um tanto decadente...
 Como um todo, Burning the Witches não chegou a ser um trabalho ruim... Eu acredito que serviu como um estudo importante para todos integrantes do Warlock. 

 Sign of Satan 7,0 
After the Bomb 7,0 
Dark Fade 6,8 
Homicide Rocker 6,8 
Without You 6,4 
Metal Racer 4,0 
Burning the Witches 7,7 
Hateful Guy 7,2 
Holding Me 6 

 Modificadores: Nenhum 
 Nota: 5,9


The Magician

OK Trooper, acho que esta proposta de resenha também serviu indiretamente como resposta à minha crítica no álbum da banda Phantom - "CD simples para gente simples" - , desta vez você levou a sério este mote.
Mas neste caso, pelo Warlock ser o que é e vir de onde vem (esse pleonasmo é o que melhor expressa a situação), cria uma outra ideia de resenha com um background bem diferente de apenas grupos simples escrevendo discos simples; E isso nada tem a ver com o resultado musical propriamente dito do disco, e sim analisando os componentes sociais da banda.
O Warlock abraça a primeira "menina do metal", talvez não a primeira de fato, mas a primeira revelada para o mundo, e a única da geração do metal clássico. Esse mimo seria o estigma do grupo para toda história, sendo que antes de todos outros predicados essa seria a banda "da Doro", e para piorar esse quadro o Warlock ainda teve problemas legais com a utilização de seu nome. 
O terrível fato de o Metal ser produto da co-existência masculina acabou dando oportunidade a uma banda bem média nas qualidades técnicas, mas que com certeza tinha uma das mais belas (se não a mais) vocalista do estilo musical. E nunca saberemos de fato até onde este fato influenciou os produtores à atrapalhar/inibir o campo de criatividade das ideias desses músicos, ou por outro lado, o quanto isso ajudou na promoção da trupe alemã. Afinal, mesmo com inúmeras bandas oitentistas de qualidade, o Warlock foi support band de vários grandes nomes do metal, além de se apresentarem em grandes festivais da época.
Mas, somente pelo feito de improvável continuidade da banda ao passar dos anos (décadas), e da permanência da vocalista nesta "profissão", já temos motivos o bastante para respeitar o Warlock/Doro. Imaginem como devia ser nos anos 80 a concorrência de  bandas, músicos e pseudo-músicos para permanecerem ou serem inseridos no "Showbiz Metal"; e se no mundo da grana/rock/drogas/sexo alguns "homens" já se prostituíam para os produtores com o objetivo de conseguir um lugar ao sol, deduzimos que o assédio sobre as artistas mulheres só podia ser voraz. Meu palpite é que a Doro tenha passado mais de uma vez pelo teste do sofá... 
Em defesa do heavy metal só tenho a dizer que não é a única comunidade machista da música, já que para esta análise específica e para tantas outras, o gênero permanece como terminal contínuo da imensa matriz Rock n Roll, e quem são os grandes?? Rolling Stones, The Beattles, Led Zepplin, The Who... Alguma mulher? Joplin, talvez..., e essa sim era louca a ponto de ultrapassar qualquer homem nesse quesito.
E apenas para concluir este assunto (acho que pela primeira vez aqui no blog), mas sem a pretensão de dissecar a mais nefasta artimanha de engenharia social - [aquela prática subliminar adotada na era moderna/pós moderna de um garotinho ganhar um carro (a tradução frívola e icônica do capitalismo) na sua mais tenra infância ao tempo que garotinha recebe sua pequena bonequinha bebê para cuidar e um pouco mais tarde suas bonecas "Barbies" para maquiarem e "bater pernas"] - afirmo que a comunidade da música é apenas fichinha perto de segmentos muito mais importantes da sociedade, como política, economia, religião, etc...
The Burning Witches é um álbum de Metal clássico que por estar no berço do iluminismo metaleiro oitentista apresenta bastante energia, abafada em uma produção precária. Mas só ganha visibilidade à medida que é a moradia da princesinha (gritalhona e desafinada na época) do Metal.
Nota 6 ou \m/\m/\m/.



Pirikitus Infernalis
Warlock chega ao blog trazendo o bom o velho Heavy Metal, com direito ao amadorismo e bagaçera que rodeou muitas bandas dos anos 80, e mesmo assim o melhor de tudo que foi feito continua por lá.

Burning the Witches apresenta, como o viajante Magician abordou, uma mulher a cena. E não é simplesmente isso, mas uma mulher liderando a banda, em uma época onde isso era praticamente nulo. Tivemos The Runaways, irmãs Ann e Nancy Wilson, e a belíssima Debbie Harry e isso foi uma puta quebra nos paradigmas do rock dos anos 70 e com Doro não foi diferente no Metal dos 80. Todas as musas de hoje (Simone Simons (a melhor ever!), Maria Brink, Angela Gossow, Christina Scabbia, Sharon den Adel, Otep Shamaya, Tarja Turunen, Anette Olzon, Lacey Sturm, Alissa White-Glutz e a queridinha do momento Lzzy Hale) devem muito do que são hoje a Doro, que deu início ao sonho de muita rockeira. Mas vamos ao que realmente interessa...

O álbum é bom, possui ótimas músicas, mas peca em não conseguir manter um nível constante, a clássica solidez. Ao mesmo tempo que Sign of Satan é ótima, Dark Fate é meia boca, Without You é ruim e Holding Me é péssima. Mas a banda ainda possui uma energia bem Heavy Metal, é fácil de perceber uma pitada de metal tradicional (Sign of Satan, Burning the Witches, Hateful Guy) uns riffs puxados um pouco mais pro Thrash (After the Bomb, Metal Racer) e até uma pegada mais Hard (Homicide Rocker). A voz da Doro me pareceu pertinente com o que a banda ia apresentar instrumentalmente, não havia necessidade de uma voz afinada durante boa parte do disco, mas sim uma voz mais bagaçera, coisa que a Doro fez com competência. Concordo que em músicas como Without You, uma afinação seria muito mais interessante.

Um bom álbum, inferior ao Hellbound, mas é um bom álbum.

Top3: Sign of Satan, Metal Racer e Hateful Guy . Shame Pit: Holding Me .

Nota: 7


By burning the witches,
The demon dies by fire.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Ozzy Osbourne - No More Tears

O álbum No More Tears lançado em 1991 por Ozzy Osbourne, foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord
 
Continuando a história que contei na postagem do álbum Ozzmosis, no meio do ano passado: Após finalmente sair da Idade da Pedra, consegui “adquirir” vários discos do Ozzy via internet e durante este processo de aquisição, confesso que eu não estava muito esperançoso. Eu achava que após ouvir a discografia do velho Quiropterófaga, acabaria com uma humilde coletânea de suas músicas em meu computador. 
Como pirikitus comentou na postagem do álbum Ozzmosis, é comum encontrarmos cds de grandes bandas de rock/metal com apenas um ou dois clássicos e um monte de músicas "mais ou menos".
Porém tinha um tal No More Tears entre aqueles álbuns. 
 A performance de Zakk Wylde neste álbum é no mínimo impressionante, bem como a sinergia entre o som de sua guitarra e o vocal único do Ozzy. Ainda neste disco, Zakk deve ter consolidado seu estilo de tocar guitarra, pois quando ouvi o álbum anterior (No Rest for the Wicked) confesso que não fiquei impressionado. 
Em minha opinião, da faixa 1 a 7, o disco No More Tears é absurdamente inspirado e viciante e apesar da faixa-título ser tocada milhões de vezes nas rádios, eu não consigo me cansar dela. O som grave e distorcido utilizado nesta música pode ser chamado de revolucionário. 


Enfim, depois das 7 ótimas músicas, temos mais 4 músicas que ficam entre o nível bom e razoável. Assim, posso concluir que o álbum No More Tears poderia ser mais interessante se tivesse uma distribuição (sequência) diferente de músicas... Ou poderia ter um total de apenas 9 faixas...Por causa deste(s) probleminha(s), No More Tears não ultrapassou a barreira da “nota 8,_”, mas ainda assim, este é o melhor disco da carreira solo do velho Osbourne. 

 Mr. Tinkertrain 8,3 
I Don't Want to Change the World 7,8 
Mama, I'm Coming Home 9,2 
Desire 9,0 
No More Tears 10,0 
Sin 9,2 
Hellraiser 9,7 
Time After Time 6,7 
Zombie Stomp 6,7 
A.V.H 7,2 
Road To Nowhere 7,2 

 Modificadores: 


 
  Nota: 8,6 

 Se não me engano, meses atrás, Magician disse que no início dos anos 90 aconteceu o último “boom” do heavy metal (na postagem do Painkiller)... Isso me fez lembrar que o disco No More Tears (de 1991) é uma das obras que reforça meu ponto de vista: O início dos anos 90 não foi a “era de ouro” nem exatamente um “boom”, mas foi quando ocorreu o último suspiro do heavy metal (livre de seus subgenêros). Pois depois desta época, o heavy metal começou a se afogar em diversos álbuns-modinhas e em vertentes / ramificações que se multiplicaram em demasia... 

The Trooper
 3
Talvez o melhor trabalho de mr. Ozzy Osbourne, No More Tears é um álbum excepcional, e todos que participaram (Lemmy Kilmister, Randy Castillo, John Purdell, Mike Inez, o próprio Ozzy, e claro, o monstro, Zakk Wylde) estão de parabéns. Um daqueles álbuns que entram para a lista de obras-primas do heavy metal.
O álbum começa com a doentia Mr. Tinkertrain, e segue com uma obra-prima após a outra até Hellraiser, quando entram as ótimas Time After Time e Zombie Stomp, seguidas das "apenas" boas A.V.H. e Road to Nowhere.
A linha de baixo é muito boa, seguida pela guitarra de Zakk, que na minha opinião, foi o melhor trabalho de sua carreira, distorção mostruosa, riffs pesados e magníficos nas músicas lentas, solos impressionantes. As músicas lentas aliás, são as que mais impressionam nesse álbum, Time After Time é muito boa e Mama, I'm Coming Home, é uma das melhores baladas da história do heavy metal (embora Ozzy havia cantado algumas que pareciam baile da terceira idade, ele já havia acertado anteriormente em Changes, do Sabbath).
Destaque para Mama, I'm Coming Home, No More Tears e Hellraiser.
Longa vida ao príncipe!

Nota: \m/\m/\m/\m/\m/

The Magician
Alguns trabalhos dispensam elogios, são unanimidades, posso ficar aqui elogiando e elogiando, e nada do que escreverei será realmente novo.
Mas como redundância e síntese:

 “No MoreTears” é a estrela-mor do asterismo de Ozzy, e suas composições são fortes e diretas, de aderência imediata para o ouvinte .Como de costume em seus álbuns, não há rodeios mas o trabalho explora bem as diversidades melódicas do rock pesado, e fornece um repertório bastante rico.

Nota-se também o desempenho mais sólido no quesito de gravação das linhas vocais de Ozzy, no que diz respeito à sobriedade no timbre, nas interpretações, na saúde vocal, e na escolha dos tons. Ainda que contestado quanto aos seus métodos de canto, Ozzy alinhou bem a voz com os demais instrumentos e se apresenta melhor do que em qualquer outra obra que tenha criado (antes ou depois).

Menos experimental do que em Ozzmosis e muito mais centrada, em “NMT” a guitarra é o elemento nuclear da composição. E Ozzy sempre foi muito honesto no sentido de entender que em seu nicho, e pelas suas próprias raízes e características musicais, quem protagoniza seus trabalhos é o instrumento elétrico de seis cordas. Mr. Wylde então se soltou e teve total liberdade de criação, com crédito dado e reconhecido em cada uma das faixas do disco.

As múltiplas e destrutivas rajadas encharcadas de distorção, arrancadas da Gibson Les Paul – “Bull’s Eye” de Zakk entravam definitivamente para história da guitarra, sublinhando o portfólio do então jovem guitarrista que posteriormente estaria no Hall dos melhores da história. O trabalho de riffs tempestuosos, harmônicos penetrantes, e de expressivos solos “inconstantes” foi axial na composição do disco que faturou um Grammy e excelentes marcas de vendas. Em tempo, a revista Guitar Player promoveu (em minha opinião com total justiça) o transgressivo solo da faixa título como um dos “50 solos mais influentes da guitarra rock”.

A cozinha (bateria + baixo) também é excelente com especial menção ao contra baixo de Lemmy Kilmister (Motorhead) em “Hellraiser” e de Mike Inez (Alice in Chains) na faixa “No More Tears”.

No More Tears, como disco e música, foi também bastante promovido pela veiculação na época de seu vídeo clipe na MTV. Para rockeiros/metaleiros de minha faixa etária era emocionante ser presenteado por horas de espera na frente da TV com uma cacetada dessas. Mr. Madman acabava sempre sendo associado à temas soturnos ou insanos, que é o caso dessa fita histórica. Particularmente o cenário claustrofóbico do clipe, onde a moça se condenava em uma espécie de aquário de lágrimas, me lembra muito o surrealismo de Dali, com relógios, cores berrantes e xadrez. A guitarra signature de Zakk acabou coincidentemente sendo, entre bocas e olhos sem faces, mais um assessório insólito da gravação do micro filme.

Sobre os aspectos líricos o trabalho se resume a um confessionário de Ozzy Osbourne, de seus problemas e fraquezas e de tudo que passara em sua vida artística e pessoal até aquele momento; o que aproxima bastante os versos dos temas mundanos abordados principalmente pelas bandas de metal norte americanas. Não é minha abordagem favorita, mas entendo bem o fato de que um cara problemático como Ozzy precise usar a música mais como um desabafo do que um meio de reflexão social, artística ou histórica. E ainda assim vai atingir o que muita gente por aí gosta de ouvir..

A minha conclusão do título como um todo é que foi obra essencial e inspiradora do gênero, de uma época em que o metal ainda conseguia sustentar grandes lançamentos, festivais e até nascimentos de algumas ótimas bandas (Angra, Edguy, Black Label Society, Rhapsody, etc..); para Ozzy foi consolidador, passou uma espécie de borracha em sua dependência por Rhandy o colocou em um status de grande compositor e deu espaço para transformação de um dos novos ícones da guitarra, Zakk Wylde.

Nota 8,9 ou \m/\m/\m/\m/.

Pirikitus Infernalis

Finalmente o clássico dos clássicos do Madman está no blog. Se Blizzard of Ozz é meu álbum favorito com o mestre Randy Rhoads, No More Tears com certeza é o melhor álbum da época Wylde. Um cd espetacular, digno de aplausos de pé.


- Mr. Tinkertrain, I Don’t Want to Change the World, Desire, No More Tears, Hellraiser, Zombie Stop e Road to Nowhere estão no topo da cadeia alimentar do bom heavy metal. ;
- A voz de Ozzy está no auge;
- A formação Ozzy/Wylde estava inspiradíssima na composição de letras, ainda mais tendo ajuda em algumas música de Mr. Lemmy Kilmister;
- Zakk Wylde está um verdadeiro MONSTRO na guitarra.

Esses singelos motivos são argumentos mais do que suficientes para mostrar o quanto eu aprecio esse cd, um dos melhores existentes e um “must have” para qualquer metaleiro.

Ps: Devo concordar com Phantom Lord no quesito não enjoar da faixa título. Apesar de tocar em demasia em qualquer coisa relacionada a rock (rádio, canal de TV, casas de show, etc...) minha reação a ela é extremamente diferente do que a outros clássicos como Smoke on the Water, Rock ‘n Roll all night, Fear of the Dark e etc...

Top3: No More Tears, Hellraiser, I Don't Want to Change the World. Shame Pit: Time After Time.

Nota: 8,5


quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Visions - Stratovarius

O álbum Visions lançado pela banda Stratovarius em 1997, foi escolhido por Magician para análise.



Phantom Lord
 Se eu fosse o desaparecido Metal Mercante, provavelmente teria de começar esta resenha afirmando: Demorou demais para esta banda aparecer aqui! Finalmente! Mas como não sou... 
O que temos aqui é o retorno do metal melô ao blog. Mas não qualquer bandinha do quintal gelado da europa. Stratovarius é uma banda influente no cenário do heavy metal europeu! 
Conheci o trabalho desta banda através de uma coletânea que surgiu no covil há cerca de uma década... Nesta coletânea estavam presentes ao menos 3 ou 4 músicas deste disco: Visions. 
A técnica dos intrumentistas é indiscútivel. Apesar de existir um uso frequente do teclado nas músicas, a aparição deste instrumento até que se faz discreta. Os vocais... bem os vocais são suaves... as vezes podem parecer uma voz de bobo quase chorão mas com certeza está um nível acima de bandas como Sonata Arctica! Por esta razão, digo que a derrota do Sonata nos duelos destes blog, há meses atrás foi justa! Seria um ultraje aquela bandinha "minion-follower" dos grandes nomes do metal europeu, ganhar espaço antes de bandas influentes como o Stratovarius! 
 Voltando ao álbum... Temos duas faixas marcantes logo de início que já mostram bem o estilo musical da banda bem como sua qualidade! O orgão em Black Diamond ficou ótimo, para não dizer genial! Após estas duas faixas temos mais uma paulada de boas músicas (principalmente para quem gosta das vertentes mais melódicas do heavy metal): Em minha opinião, são ao menos 8 músicas sólidas até o disco se perder nas duas últimas faixas mais entediantes e/ou semi-progressivas. 
 The Kiss of Judas 8 
Black Diamond 9 
Forever Free 7,7 
Before the Winter 6,7 
Legions 7,7 
The Abyss of your Eyes 7,6 
Holy Light 7,4 
Paradise 9,4 
Coming Home 6,5 
Visions 5,8 

Nota / Média 7,6 

 The Trooper
 3A história do Stratovarius é longa e confusa, com diversas trocas de membros da banda (para se ter uma idéia, não há nenhum membro da formação original atualmente), portanto vou me ater ao 7° álbum (e os integrantes da época), aliás eu nem conheço muito da discografia dos caras.
O principal destaque para mim é Timmo Tolkki, parte dos riffs e solos de guitarra estão bem acima da média, mas isso não impede que faixas tediosas apareçam no trabalho, e aí o outro Timmo (Kotipelto, o vocalista), enfatiza o tédio, pois a voz do cara é muito melancólica (aliás as músicas nesse cd parecem muito tristes ou muito alegres), dá até pra comparar com o vocalista do Sonata! Tudo bem, não chega a ser tão ruim, o cara é afinado vai, e não parece que está com diarréia.

Outro problema do cd (e acho que do Stratovarius em geral) é o teclado. Cacete! Alguém ressuscite o Jon Lord e produza uma centena de clones, por favor! (Isso está ficando repetitivo nas minhas resenhas).
Mas enfim, tirando os pormenores, este álbum é um clássico do powermetal, no momento certo, ouvir Visions é uma grande escolha.
Destaque para as manjadas The Kiss of Judas, Black Diamond e Paradise. Com exceção de Before The Winter (chata pra dedéu) e Holy Light (um exemplo de como NÃO se fazer uma faixa instrumental de heavy metal, parece uma mistura de Dragon Force e Pink Floyd), o resto do álbum é razoavelmente bom, o que me faz desejar longa vida aos finlandeses, e que seu lugar completando a miríade do heavy metal nunca desapareça.
Nota: \m/\m/\m/\m/


The Magician
Em postagens passadas me arrisquei ao tentar trazer novidades para os conservadores metaleiros do blog, e acabei errando. Errei principalmente pela qualidade do que postei, e sou o primeiro a admitir isso, mas sinto principalmente pela enorme quantidade de boas opções que poderiam ter sido postadas e, embora já fossem conhecidas pelo grande público metaleiro, não deveriam em hipótese nenhuma serem deixadas para trás. 
E para me redimir com vocês, nosso fiel público de headbangers que contam os dias para novas postagens, eis que dentre essas opções lhes entrego uma relíquia de 1997, construída com extremo esmero por verdadeiros mestres artesões - Timo Tolkki & Cia. -: o artefato chamado "Visions".
Eu sabia que não haveria erro na escolha de Stratovarius (como sabido uma espécie de acrônimo para guitarra + violino), uma banda sólida de metal melódico que foi provavelmente a principal responsável por pavimentar o caminho que o Helloween desbravou e começou a trilhar anos antes; contudo, o que escolher em uma discografia longa e de qualidade como a dos finlandeses? Foi quando recapitulando cada um dos lançamentos da banda visualizei "Visions" e seu vasto repertório de músicas absurdas que fazem este CD mais parecer uma coletânea comemorativa do que apenas mais um simples release contratual.
Obra de raríssima e invejável qualidade que reflete acima de tudo a melhor fase e formação do grupo: de Johanson e Jörg, Kotipelto e ele: Tolkki, maestro e principal cérebro condutor da equipe. As individualidades são totalmente perceptíveis na sonoridade geral, e embora as canções sejam indiscutivelmente harmoniosas, os timbres são bastante contrastados de forma que a massa de som se mostre bem distribuída e menos encorpada. Em minha opinião essa fórmula expõe ainda mais o Speed Metal ante seu estilo-irmão "Power Metal".
Dentro de um gênero que costuma permitir algumas complexas viagens instrumentais, Visions surpreende e se mostra bastante sóbrio, eu diria que sob determinado aspecto até simples em demasia, e guarda apenas uma faixa para suas execuções exclusivamente exibicionistas - a faixa "Holy Light" (instrumental) - sendo que nas demais composições a musicalidade se atem aos temas propostos nos versos escritos e acabam se saindo muito bem. Logo, em uma leitura mais ampla sobre a obra percebe-se a concisão e clareza do material, já que o disco intercala muito bem músicas pesadas, músicas rápidas, músicas lentas, a faixa instrumental, e a conclusão em uma faixa épica, que devido sua proposta derradeira é a única que se permite ultrapassar a marca dos 6:30 min. 
Ou seja, não existe muito experimentalismo, sobre-progressões ou faixas polirrítmicas, e por opção tudo é muito bem separado pelos compositores e produtores em faixas que podem ser chamadas de singulares, exprimindo de forma muito objetiva o melhor que o metal melódico pode oferecer.   
Fora esses importantes fatores de produção e de layout já citados existe a capacidade criativa dos músicos em questão, que fizeram desse álbum um repositório referencial de inesquecíveis e simbólicas composições do Heavy Metal. E podemos pinçar apenas duas unidades para provar isso: talvez a mais marcante música da carreira do grupo: - "Kiss of Judas" - onde podemos contemplar a coerência instrumental com a leitura dos versos; e a contundente "Black Diamond" que apostou na até então inovadora fórmula do simulador de órgão clássico em conjunto com as guitarras distorcidas do Heavy Metal (se isso não é uma boa aplicação dos teclados no Metal, me desculpe, mas então não sei o que seria...). Ainda sobre "Kiss of Judas" gostaria de acrescentar mais dois pontos de destaque sobre a criatividade dos envolvidos, o scratch arrastado e contínuo da palheta na guitarra de Timmo no inicio da música que introduz uma atmosfera diferenciada à canção, e as geniais linhas de bateria nos versos principais - com o bumbo de Jörg executando tercinas muito mais do que providenciais - , que provam que não é necessário um "octopus" alucinado na condução das percussões metaleiras para a bateria ser participativa.
Entretanto escalar duas músicas desse composto de "Visions" não seria mais do que leviandade. 
O álbum histórico nos oferece nada mais nada menos do que diversas faixas clássicas (sim clássicas) e marcantes como "Coming Home", "Forever Free", "The Abyss of your Eyes" (animal!!!), "Legions" (pqp!!!), "Visions (Southern Cross)" e claro.... a famosa "Paradise", que abriu as portas para os ambientalistas do Metal Melódico.
Finalizando. Para cada faixa uma sensação e ambientação diferente, para cada faixa uma nova surpresa, para cada faixa uma abordagem e qualidade independente, e tudo isso se deve principalmente à genialidade de Tolkki, um daqueles guitarristas estruturais, que trabalha sobre os acordes e não dentro deles. Tolkki se preocupa antes de tudo com a coerência da musica e posteriormente com os floreios e virtuosismos, esse pensamento sistemático peculiar que também se reflete no corpo do disco (conforme já citado), é percebido dentro das músicas se focarmos alguns métodos curiosos do guitarrista gorducho: as bases são quase em sua totalidade rítmicas, sem fraseados, e a ênfase nos versos é na flutuação e técnica dos vocais, a guitarra simplesmente espera sua vez; quando a guitarra sola os demais instrumentos quase sempre se mantêm em linhas monotônicas e por fim os teclados também possuem bastante espaço no todo para apresentação de seus solos.
Como contraposição é importante lembrar que se você não gosta de metal melódico desconsidere tudo que escrevi aqui e não ouça este CD, mas caso não tenha preconceitos este é um dos GRANDES discos desse subgênero moribundo , entre os maiores da história. Nota 8,9 ou \m/\m/\m/\m/.

Nota: recentemente li que o ex-líder da banda Stratovarius T.T, então no Symphonia, repensou sua carreira após o mega fracasso da turnê da nova banda encerrada aqui em São Paulo. Confessou que deitado em uma cama (em um dos hotéis mais baratos da cidade, cfe. suas próprias palavras) reconsiderou a ideia de ser músico e questionou seus trabalhos e obra gravada. São Paulo tinha mesmo que ser o palco para uma merda dessa, com certeza um dos lugares mais deprimentes do mundo... mas o fato é que senti vergonha ao ler essa declaração de T.T, e refleti sobre as também recentes reclamações quase infantis de Edu Falashi. Podemos de fato sentir a fria sombra da morte do metal melódico e temo que seja um cenário irreversível... mas vou reescrever uma das minhas frases iniciais desse post com o intuito de criar um eco na mente dos que venham a ler, e sobretudo como um alerta: “, embora já fossem conhecidas pelo grande público metaleiro, não deveriam em hipótese nenhuma serem deixadas para trás”





Pirikitus Infernalis
Finalmente Stratovarius presente no blog e, em minha humilde opinião, logo com seu melhor cd. Uma banda que estranhamente possui um vínculo antigo com a família Metalcólatra, cada um a sua maneira.

Eu conheci essa banda ouvindo uma compilação chamada The Chosen Ones, juntamente com o ao vivo chamado Visions of Europe, simplesmente um dos melhores ao vivos que eu já escutei. Foi nesse momento que eu percebi a quantidade de ótimas músicas que a banda possui. Logicamente seu sucessor a ser escutado deveria ser o Visions.

O Stratovarius viveu um triênio mágico entre 96 e 98 com lançamentos de Episode, Visions e Destiny, todos ótimos cd. Desses 3, como dito anteriormente, para mim o Visions se sobrepõe. O álbum não possui UMA única música ruim, talvez Holy Light passe uma sensação de que um objetivo não foi traçado para aquela canção. Sem contar as mais que fenomenais Kiss of Judas, Black Diamond, Forever Free e Paradise.

Mas qual seria o motivo de tanto sucesso? Para começar, desde o seu álbum antecessor, a banda contava com Johansson (Malmsteen, Dio) nos teclados, e esse cara soube fazer um trabalho bem polido, sem soar extravagante. Jörg and Jari montam a cozinha de respeito, porém não é isso que faz o diferencial. Seria a técnica de Tolkki? Suas composições? A voz de Koltipelto? Eu na verdade creio que vá um pouco além. Lars Ulrich disse uma vez quando questionado sobre seu atual (des)preparo na bateria, óbviamente uma crítica, e o mesmo respondeu que o que importava era que ele conseguia unir a bateria com a guitarra de James Hetfield como ninguém. Tolkki possui uma técnica voltada para o melódico e ótimas composições, mas o que elevou foi o fato de a voz melancólica de Koltipelto cair como uma luva, tanto nas músicas rápidas como nas lentras (que diga 4000 Rainy Nights, Forever e aquele final megamelancólico de Destiny)

Um cd que realmente deixa um ar de satisfação. Lembrando da resenha do Magician, não dá pra saber se o Melódico vai se enterrar ou não mas, caso isso aconteça, deixará um bom legado.

Top3: The Kiss of Judas, Black Diamond e Paradise. Shame Pit: Holy Light .

Nota: 8,5


They can try to bind our arms,
But they can't chain our minds and hearts,
We will keep our faith inside our souls,
And never let it go.

We're Forever Free!