quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Helloween - Chameleon


O álbum "Chameleon" lançado em 1993 pela banda Helloween foi escolhido pelo Metalmercante para a análise.










Phantom Lord


Há muito tempo, o Helloween deu as caras aqui neste blog com um de seus grandes clássicos: Keeper of the Seven Keys Part 2. Meses depois o álbum The Dark Ride com suas distorções teoricamente mais pesadas tentou conquistar seu espaço aqui (via duelo), mas perdeu para o Megadeth.
Agora Metal Mercante nos trouxe o tão mal-falado Chameleon de uma fase, digamos, obscura do Helloween. Confesso que tentei ouvir este álbum uma vez em 2011... mas não consegui... Bom, lá vamos nós de novo, talvez a intenção de Mercante seja dar uma cornetada neste blog que anda meio morto.

First Time começa razoavelmente... o refrão tem um ritmo meio bobo-alegre, mas como um todo a música não é ruim. Nota 7.
When The Sinner...
...

... Lembrei de um fato: Uma vez ouvi The Trooper lamentando com Pirikitus Infernalis porque Michael Kiske gravara um álbum tão “Pop-Meloso”... Não me lembro do nome do álbum, deve ser bem recente, mas lembro que tive a infelicidade de ouvir tal trabalho. Bem... Aqui em Chameleon, reside uma possível explicação... When The Sinner deve ser um tipo de música que esse figura do Kiske realmente gosta. Se é heavy metal? Só se for na p$#@ que pariu... Nota 5,4.
I Don`t Wanna Cry No More... mas deu vontade de chorar de desgosto com esta panguice pop. Nota 5,0.
Crazy Cat mostra bem qual é a do disco: não é. Não há foco algum, apenas músicas aleatórias nesta m%$#@ de álbum. Nota 5.4.
A faixa 5, Giants, é a única que entrou na minha lista de músicas quando tentei ouvir este álbum no ano passado. Nada espetacular, mas um bom heavy (ou Power) metal. Nota 7,8.
Windmill é uma canção de ninar? Nota 4,8.
Revolution Now... É só impressão minha ou há uma forte “pegada” de Rock Alternativo e/ou Grunge nesta música? Se essa era realmente a intenção da banda, esta faixa deveria ser mais curta. Nota 6.
In The Night? Music? p$#@ que pariu... Notas: 4,5 e 5,0.
Step Out Hell tem uma pitada daquele estilo anos 80 (seria o Glam?), mas é razoável. Nota 6,8.
I Believe é bem parada, mas ao menos não é mais uma canção pop. O vocal de Kiske ajuda a salvar esta música. Nota 6.
Longing é quase pior do que “curtir” uma ressaca de pinga com uísque. Nota 4,0.

Enfim, Chameleon não chega a ser ruim e deve ser um prato cheio para aqueles que não gostam especificamente de Heavy Metal e seus subgêneros. Por ser bem experimental e pop ao mesmo tempo, Chameleon deve ser aquele tipo de álbum que o metaleiro apresenta pra esposa ou namorada que acha que heavy metal é muita barulheira...
Nota final: 5,5


The Trooper
3Você gosta de álbuns acústicos? Pop music? Metais (não, não heavy metal, mas aqueles instrumentos de fanfarra)? Se sim, talvez goste de algo neste trabalho, mas se você gosta de heavy metal já adianto que deve passar longe, mas bem longe deste álbum.

O Helloween levou adiante as experimentações feitas em seu álbum anterior, Pink Bubbles Go Ape (o primeiro após a saída de Kai Hansen), digo isso com base em muita coisa que li por aí, porque não tive coragem para ouvir o álbum, e depois dessa tortura chamada Chameleon minha covardia se consolidou. Tais experimentações resultaram em um álbum em que a banda "atira para todo lado" (se não me engano, o Mercante criticou o álbum Brutal do Dr. Sin por causa desse mesmo motivo), criando assim um trabalho que é classificado por aí como "sem gênero".

OK, parabéns para os caras, por inovarem, pela coragem ... peraí, parabéns o cacete, imaginem os headbangers da época sem internet indo comprar essa coisa na loja, isto deveria vir com um selo dizendo "Não é metal".

Não posso destacar faixa alguma, pois 2 ou 3 faixas que chegam perto de ser heavy metal ainda decepcionam profundamente, talvez algum solo de guitarra consiga um trecho de destaque, mas nem os vocais do sr. do pop, Michael Kiske salvam algo, pelo contrário, a voz dele "deu no saco" antes da metade do cd.

Nota: 3,5 (isso aqui é um site de heavy metal, vá reclamar para a sua avó).

P.s.: Quem viu o discurso do Mercante no post de fim de ano torcendo para que postassem coisas melhores nesse ano pode chegar a conclusão de que ou ele é um fanfarrão ou o Mestre da Contradição.


Metal Mercante

Depois de 3 álbuns que mudaram o mundo do Metal para sempre aconteceu com o Helloween algo que para mim foi uma das melhores coisas que poderia ter acontecido. A saída do Kai Hansen do Helloween, não só porque ele fundou o Gamma Ray e apesar de um começo um tanto quando fraco engatou e começou a produzir ótimos álbuns de metal, mas também porque o Helloween encontrou um substituto e continuou com a sua carreira...ou quase...

O Helloween nunca foi uma banda que escreveu letras muito sérias para suas músicas, suas letras sempre estiveram mais para o lado “descontraído” do que para o sério, como por exemplo Dr. Stein e Gorgar (fala sério, quem é que escreve uma música para uma máquina de Pinball?) e com a saída do Kai Hansen eles tentaram ir ainda mais nessa linha e acabaram lançando o “Pink Bubbles Go Ape” que não tinha absolutamente nada a ver com os três trabalhos anteriores da banda a não ser a música “Heavy Metal Hamsters” que chegava perto daquele Metal “descontraído” da banda, os fãs odiaram e as vendas foram fracas.

Dois anos depois a banda aparece com Chameleon que era mais “estranho” ainda que seu predecessor, a ênfase nas músicas “descontraídas” continuou como por exemplo em “Crazy Cat”, os fãs odiaram mais ainda, não tinha nada mesmo a ver com o que eles esperavam de uma banda como o Helloween, em primeiro lugar a capa branca com 4 “pinceladas” e o nome da banda e do álbum, em segundo as músicas, os fãs tiveram dificuldades de classifica-las, não é Metal, isso é evidente, mas não Hard Rock também, ou algumas delas talvez. E a balada “Windmill“, é balada, mas é metal? Tem alguma balada que é metal? Ninguém entendeu nada e o resultado se deu nas vendas, péssimas vendas que levaram até a saída de Michael Kiske da banda.

E agora, quase 20 anos depois do lançamento deste álbum?

Até que não é tão ruim quanto os fãs mais fervorosos nos fizeram acreditar, talvez o “choque” de ter uma de suas bandas preferidas mudar seu estilo musical tão radicalmente os fizeram exagerar na sua reação. Coisas como a arte da capa são completamente irrelevantes e uma arte de merda não significa um álbum de merda, da mesma forma que já escutei álbuns com artes maravilhosas que possuíam um som de merda. O “choque” passou, o Metal como era conhecido antigamente morreu – O Metallica terminou de mata-lo em 1996-7, então os fãs estão mais resilientes a decepção.

Já com relação ao álbum em sí, o vocal do Michael Kiske está melhor do que nunca no Chameleon, ele sempre foi um vocalista muito, mas muito bom mesmo. Instrumentalmente os integrantes da banda fazem um bom trabalho, Roland Grapow é um gênio, porém é inegável a falta de “peso” nas composições, no máximo as músicas “First Time”, “Revolution Now” e “Step out of Hell”, mas ainda assim falta alguma coisa.

De qualquer forma, analisando com calma, não é um álbum que vai agradar todos os Metaleiros por aí, talvez agrade mais suas esposas/namoradas do que o contrário, mas é um álbum que tem várias músicas interessantes e que talvez sirva para “converter” novos metaleiros ou simplesmente para escutar para relaxar....ninguém vai bater cabeça com Chameleon do Helloween.


Nota: Fiz uma viagem um tanto quanto longa no carnaval e tive tempo de escutar 4 cds “Best of the 80’s” e notei que várias das músicas que fizeram sucesso nos anos 80 usavam essas !@#$% de cornetinhas/trompetes etc. Então além de gravar um álbum que decepcionou os fãs o Helloween ainda fez uso EXAGERADO das !@#$% de cornetinhas/trompetes etc pelo menos 3 anos DEPOIS da década de 80 ter terminado, provavelmente até as !@#$% de cornetinhas/trompetes etc já estavam fora de moda!


Nota: 6,5



Pirikitus Infernalis
Mais um cd dessa banda nova e...porra, peraí. Isso é Helloween?

O cd começa com First Time que a princípio parece apenas uma música mais ou menos porém chega o refrão e você logo acha a música uma grande perda de tempo, e o problema é que isso se estende pelo resto do álbum. When the Sinner tem uma das estruturas musicais mais engraçadas com os trompetes no refrão, eu comecei a dar risada ouvindo isso, finalizando com um solo que me remete a imagem de um bêbado tocando sozinho em uma rua escura e deserta de Chicago. Como isso pode ser Helloween? E olha que eu nem sou grande fã da banda, muito longe disso.

I Don’t Wanna Cry no More parece um Whitesnake/Mr Big 3 vezes mais brega, horrível. Crazy Cat é legal pois a introdução dela serviria muito bem para abertura de algum anime (de preferência no estilo Cowboy Bebop). Giants é um bom rock e provavelmente a melhor musica do cd, o que me fez pensar que o cd não deveria ser tão ruim assim. Eis que vem a sequencia Windmill, Revolution Now, In the night e Music pra sepultura toda e qualquer chance de eu achar este cd bom. A boa Step Out of Hell funciona como um ultimo suspiro para o cd morrer de vez com as péssimas I Believe e Longing.

Eu sou a favor do experimentalismo, um músico vive da sua inspiração, independente de seu estilo musical. Porém, um experimentalismo deve ser acompanhado de um bom senso de saber que essa mesmíssima banda já gravou uma das maiores obras do Heavy Metal (Keepers pt. 2) e que com esse e outros CDs angariou uma legião de fãs. Bandas quase botaram uma carreira a perder com tentativas pífias de transfigurar o seu som na base do experimentalismo como Bruce Dickinson (Skunkwork), Graver Digger (Stronger Than Ever – mesmo estando sob o nome Digger) e Metallica (St. Anger). Ou você adiciona características dentro do seu som e tenta inovar como banda, ou você faz um outro som como uma outra banda. O exemplo mais claro disso seria o Lulu gravado por Lou Reed + Metallica.

Saber que esse cd pertence a mesma banda que gravou Keepers pt.2 é realmente decepcionante.

Ps: Velho...sério...olha esse trompete no refrão da When the Sinners...

Top 3: Crazy Cat, Giants e Step Out of Hell – Shame pit: Todas as outras.

Nota: 4


The Magician
3
Entre suas diversas borrifadas, cismas, picuinhas, provocações, alfinetadas,... ou qualquer uma de suas rotineiras artimanhas... , Metal Mercante finalmente atingiu o topo da sua parábola de fanfarronice.




O trunfo de sua cornetagem mais aguda foi o álbum “Chamaleon”, de uma das maiores bandas de Heavy Metal de todos os tempos, o Helloween.


Basta dizer que de TODAS (T-O-D-A-S, TODAS!) as postagens do blog, foi este o CD que mais apresentou conteúdo alheio ao Metal tradicional. Em Chamaleon os alemães atiraram para todos os lados e atingiram: blues-pop, grunge, pop rock, hard rock, Country Pop, Lullabies e por duas, somente duas vezes o Heavy Metal melódico. Sendo que o material como um todo é afinal um estudo de eclectismo.


E acho que preciso de apenas um ou dois parágrafos para sintetizar toda a análise do conteúdo musical, que no fim das contas não desprezo por completo; mas sempre resaltando o distanciamento com os predizeres dessa casa (a casa sagrada do Metal).


As faixas “Giants” e “First Time” são Heavy melódicos de primeira qualidade, extremamente competentes, e podem ser consideradas sim entre as grandes musicas da carreira da banda, - sem devaneios ou desvios representam o verdadeiro legado do Helloween. As demais músicas são experimentos de gêneros populares, que se alternam entre grandes saltos e verdadeiros “voos de criatividade” de Kiske e Grapow.


Porém em todo seu percorrer Chamaleon é extremamente bem produzido, com muito trabalho em cima dos detalhes. Kiske aqui atingiu o ápice de seu trabalho, e raros registros de qualquer outra gravação de qualquer outro artista do gênero atinge ou atingirá esse nível de qualidade nos cantos-solos (uma pena que esse talento tenha sido tão desperdiçado aqui). Outro ponto a favor do álbum são os solos de guitarra, que mesmo tendo que se performar dentro de melodias e estruturas totalmente fora de contexto, seguram bem a bronca com boas doses de inspiração e técnica em todas as músicas.


Entender a postagem do álbum por parte do sátiro Merchant é fácil, ele acha que aqui é casa da Mãe-Joana e usou o espaço do site para homenagear sua esposa, ou para provavelmente reatar suas relações conjugais, ou apenas conseguir algum “alvará” inegociável perante a patroa; uma vez que seu perfil de “olheiro do Metal” foi inquestionavelmente combalido pelos fatos de postagens BEM fracas aqui no blog... é mesmo o fundo do poço.


Mas difícil é entender o Helloween e seu lançamento mal sucedido de 1993, que nem mesmo pode ser considerado uma travessura de Halloween, já que foi lançado no mês de junho daquele ano. Nos resta apenas montar as peças e pistas deixadas para trás e deduzir o acontecimento.


- A autoria das composições foi dividida em três terços (Weikath/Kiske/Grapow), sendo que há um abismo entre as criações de Weikath e de seus companheiros: First Time, Giants, Revolution Now e Windmill, sendo que esta ultima é a que mais foge ao seu estilo básico, mas que não é uma genuína novidade no gênero (vide “The Tale that Was’nt Right” – Keepers part I);


- A turnê do disco proporcionou sérios desentendimentos recorrentes entre Kiske e Weikath, que dividiram a banda em dois “grupos”: Weikath e Grapow e Kiske e Ingo. A situação terminaria com a demissão de Kiske e suicídio de Ingo;


- A letra de “Giants” pode ser entendida como um verdadeiro testemunho de como a banda (ou Weikath) se sentia na época com relação à gigante Gravadora EMI que assumiu os contratos do grupo a partir do disco “Pink Bubbles Go Ape”;


- E por fim, em uma entrevista Weikath foi questionado: “... você realmente odeia o trabalho feito em Chamaleon?”, e respondeu:


“ ... quanto aos membros da banda na época e da qualidade do trabalho não me cabe dizer, mas o fato é que este álbum não ajudou o Helloween em nada até hoje...”


Minha impressão é que houveram “influencias” da gravadora e dos produtores sobre o trabalho comercial de Chamaleon após o relativo fracasso do álbum anterior, e que esta intervenção vil tinha o aval de Kiske, que já planejava ingressar em uma carreira solo pop “by MTV”, e sonhava em desfrutar do glamour das paradas de sucesso da Billboard e do mercado americanizado.


No fim seus planos caíram por terra, e após diversos fracassos individuais Kiske 10 anos depois viria a ser acolhido novamente pela comunidade que o revelou e o acolheu no ínicio de tudo... o filho pródigo.


E o Helloween e seu líder Weikath, continuaram em sua carreira como ícones do Metal.


Nota: 5,8 ou \m/\m/\m/.


Como sou profissional, escuto o álbum e dou meu parecer, não gosto de questionar a procedência ou o gênero das postagens. Mas o disco Chamaleon do Helloween é uma espécie de máscara para enrustidos que se dizem metaleiros até o fim, mas que gostam de músicas estilo Tinna Tunner, Elton John ou Phil Collings, esse tipo de postagem realmente dá margem a loops de provocações e rixas entre os membros que não acabarão tão cedo. Mexe com um dos pontos mais temidos e evitados por todos os tipos de metaleiros: “o que você gosta fora do metal?”


Isso é guardado à sete chaves por cada um de nós em seu próprio âmago, pois fora do metal só existe o metal...........................................................................certo?


Aconselho não voltarmos à esses assuntos...

8 comentários:

  1. ...Este post tem alguma relação com o carnaval?

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  2. ... e para aqueles que gostam da música When The Sinner... Recomendo a "Just a Gigolo" do David Lee Roth que tem um estilo bem parecido.
    Ao menos o clip patético desta música do Helloween me rendeu umas risadas.

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  3. O e-mail do Mercante pedindo pra não xingar muito foi o mesmo que pedisse pra fazer o contrário...hahaha.

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  4. O Phantom acertou, minha esposa gosta desse CD...

    Porém errou feio ao reclamar do Kiske...esse cara canta muito!

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  5. Kiske "canta muito" mesmo, nisso eu concordo. Porém acho que o cara gravou algumas músicas horríveis tanto no Helloween como no Place Vendome (é esse o nome da "banda-solo" dele?)

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  6. O que tem a ver cantar muito com não cantar heavy metal? Não foi o sr. Mercante que reclamou da carreira solo do Bruce? Muda o nick pra Metal Contraditório.

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  7. Heheh... Faltou demonstrar a posição do Chameleon na "Tabela Periódica do Heavy Metal".

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