O álbum "In the Shadows" lançado em 1993 pela banda Mercyful Fate foi escolhido por The Magician para a análise.
Phantom Lord
Eis uma banda famosa no "cenário metal" que eu praticamente não conhecia. Ouvi uma música ou outra entre os anos de 1996 e 2011, porém nunca memorizei um nome de música sequer do Mercyful Fate.
Lembro-me que das poucas vezes em que ouvi gostei da parte instrumental... e só.
O vocalista (King Diamond) tem um estilo bem fácil de se reconhecer que alterna entre um tom de voz mais "normal" e um bem agudo, na verdade isto não é ruim, até prova que ele tem um bom "alcance" do grave ao agudo, mas acho que ele poderia trabalhar melhor sua voz nas músicas. Se essa alternância de voz realmente tem um significado, então creio que durante a maior parte do álbum Diamond não esteja transmitindo seu significado de maneira clara nas músicas.
Ainda assim, talvez pela experiência do vocalista e dos demais músicos da banda, as músicas do In the Shadows me pareceram no mínimo razoáveis.
Os temas giram em torno de "contos de terror e afins"... como esperado.
A faixa 3 é um tanto longa se comparada com as anteriores... definitivamente os vocais bipolares acabam ajudando a esta faixa se tornar cansativa.
Eu me considero mais “tolerante” a este tipo de vocal agudo (que soa forçado muitas vezes), graças a outras bandas que ouvi mais nos últimos tempos, como Judas Priest. Mas mesmo assim, depois de anos, eu ainda acho que o mais interessante do trabalho do Mercyful Fate é a parte instrumental.
Apesar de minhas críticas, achei as faixas 4, 5, 6 e 7 boas como as duas primeiras.
Infelizmente ao chegar lá pelo meio da faixa 8 (Legend of the Headless Rider) o álbum torna a ficar cansativo.
Egypt 7,0
The Bell Witch 7,5
The Old Oak 5,5
Shadows 7,5
A Gruesome Time 7,3
Thirteen Invitations 7,5
Room of Golden Air 7,2
Legend of the Headless Rider 5,5
Is That You, Melissa 6,5
Return of the Vampire... 1993 6,0
Modificadores: nenhum.
Nota 6,8
The Trooper
Mercyful Fate é uma daquelas bandas que às vezes dá uma ligeira vergonha de contar pros amiguinhos que você gosta dela (a outra banda já dá pra imaginar qual é), mas o motivo não é foto dos membros trajados em tangas, mas o vocal extremamente exótico do famigerado King Diamond, sim, o cara é genial, mas negar que é estranho é forçar a barra.
Este atributo do vocalista limita um pouco uma avaliação positiva de minha parte, mais por gosto pessoal mesmo, mas vamos lá: Mercyful Fate é uma daquelas bandas geniais e únicas (como Blind Guardian) que deveria ter uma classificação própria, vou aproveitar meu espaço aqui e batizá-la de "progressive terror metal". O álbum em questão é um bom trabalho, não é um álbum de viagens extremas, o instrumental, somado a atuação de KD, traz uma ambientação perfeita para o tema abordado nas músicas sem sair muito do que eu considero música boa. Embora a construção das músicas siga o estilo oscilante do vocalista, acho que o trabalho resultou em algo que dá pra ouvir e achar bem legal.
Claro que, meu destaque, seguindo meu gosto, vai para as faixas menos oscilantes: Shadows, A Gruesome Time e Is That You, Melissa? (acho que essa serviu de inspiração na criação da última boss do FF8, Ultimecia).
P.S.: não posso deixar de citar a semelhança da atuação de KD com o arqui-inimigo das Meninas Super-poderosas, "Ele" (acho que KD serviu de inspiração pra mais alguém), que era uma óbvia caricatura do Cramulhão.
P.P.S.: Acho que se King Diamond limitasse os agudos somente à interpretação de banshees, menininhas aterrorizadas e fantasmas femininos, as músicas ficariam mais legais.
Nota: \m/\m/\m/\m/ (podem falar o que quiser, mas esse álbum é um clássico).
Metal Mercante
Eu ia começar minha resenha partindo mais ou menos do mesmo argumento que o “Trooper” usou para descrever Mercyful Fate, não é uma banda comum, não pode ser rotulada como “power”, “trash”, “melodic” (nem fodendo) etc e sim como uma banda que faz uns “arranjos” enquanto o King Diamond tenta contar uma história de terror.
O álbum “In the shadows” para mim me parece o mais “tranquilo” da banda com um foco maior nas histórias de terror do que em chocar o ouvinte com as músicas do passado como “Satan’s Fall” e “Nuns Have no fun” que chega até a ser engraçada. Todas elas buscam uma ambientação interessante que tem bastante a ver com o tema explorado, Egypt, The bell Witch, The old Oak entre outras são bons exemplos disso.
Dá até para tentar fazer uma separação entre a carreira solo do King Diamond e a banda Mercyful Fate, onde na carreira solo o “KD” procura fazer álbuns conceituais completos, girando inteiros em cima de uma história completa, como o épico “Abigail” de 1987, “Them” de 1988 e até o ótimo “The Puppet Master” de 2003, enquanto que o Mercyful Fate é a banda de “contos”, cada música é um conto de terror, daqueles de filmes americanos que costumam ser contados em volta de uma fogueira (enquanto o assassino de verdade só observa de longe...), a diferença é que esses “contos” ao serem interpretado pelo Mercyful fate ficam BEM mais legais.
No final das contas o Mercyful Fate levou um pouco mais longe a ideia da criação do Black Sabbath, que era fazer músicas de filmes de terror e acabou criando um estilo próprio de fazer música, “vinte e todos” anos de carreira e uma paulada de ótimos álbuns, sendo que “In the Shadows” é provavelmente sua maior obra de arte.
PS: Em 1999 fui no show do Mercyful Fate num lugar muito escroto numa sexta feira 13...muito bom!!!
Nota: 8,666
Pirikitus Infernalis
Opa! King Diamond e suas histórias de terror assombram o blog metal! Boa pedida do fanfarrônico Magician.
In the Shadows é o primeiro cd depois da primeira separação da banda, e os caras mandaram bem d+. O forte da banda sempre foi o clima sombrio e a qualidade dos seus contos de terror, e isso se mantém soberano no disco, sem perder a pegada metal. Eu definitivamente não sou fã da voz de King Diamond, apesar de estar acostumado com ela, mas em alguns momentos ela se encaixa perfeitamente na musica. Outra coisa que chama atenção são os bons solos da dupla Denner/Shermann, o resto da banda faz seu papel de uma maneira competente e sem chamar muito a atenção.
Musicalmente o álbum á agradável com seus altos e seus poucos baixos. A maioria das músicas ficam entre uma nota 6 e 7, com alguns destaques bem positivos como a ultima citação da bruxa Melissa, Egypt e The Old Oak. Aqui devo reiterar uma discussão que ocorreu, salvo engano, no álbum do Sacred Steel. Obviamente não existe comparação entre os 2 cds, mas aqui está mais uma prova de que um encarte na mão pode deixar o álbum mais interessante. As letras são essenciais para apreciação desse álbum.
Um bom álbum, com boas histórias.
Top 3: Egypt, The Old Oak e Is That You, Melissa? – Shame pit: A presença de Lars Ulrich na bateria de Return of the Vampire, onde percebe-se claramente a decadência de qualidade do instrumento na referida canção.
Nota: 7,5
The Magician
Nos primeiros encontros dos Metalcolatras há aproximadamente 15 anos, onde nos encontravámos em uma loja de jogos da redondeza para sessões de RPG, eventualmente um ou outro CD de Metal dava o tom nos intervalos e pausas do jogo. Entre CDs como "Hail to England" e "Tunes of War" surgiu um ao qual me interessei pelas caracteristicas sonoras e me fez curioso para saber quem eram os autores; pedi para ver o encarte:
" - Nossa! Dá a impressâo que a menina está fora da capa..."
Este meu primeiro contato diz tudo sobre a proposta do Mercyful Fate e de King Diamond seu front, co-líder e narrador das histórias de terror da banda, isso e o estilo singular de cantos de Kim já foram endossados pelos demais Metalcolatras.
Talvez o que não tenha sido repassado aqui entre os membros do blog foram as apresentações performáticas e teatrais da banda, mas tudo isso é carnaval e fora roubado do primeiro "ator" Heavy Metal, Sir. Alice Cooper.
Sobre o som há de se dizer que é um trabalho bastante atmosférico, principalmente devido às locuções de Diamond, mas as guitarras também fazem esse papel, e por falar no papel das guitarras é aqui que reside o maior trunfo do disco "In the Shadows". Shermman é um verdadeiro "Riffmaster" e foram suas construções melódicas, vezes interagindo com as evoluções de Denner, que colocaram definitivamente a banda como uma das maiores da cena. Seus versos de guitarra não perdem em nada para o Maiden ou Sabbath.
Em momento algum o Mercyful Fate abre mão da liberdade de composição dos arranjos de cordas ou do andamento da composição para fujir para algum estilo específico de sub-gênero metaleiro, seu foco é a melodia da música bem tocada e criativa. A alternancia dos tons da música, a multi abordagem das vozes e eventualmente uma participação de texturas límpidas é que estão a cargo da contextualização, e só. Por isso repudio a vinculação desta banda clássica ao rídiculo estilo mono-tom-bate-estacas-gutural-de-bosta de Black Metal moderno que segue um padrão visceral de rústica arquitetura musical.
Dirão os defensores da rotulação que Mercyful Fate é proto-black e que influenciou sim as bandas norueguesas de BM conforme alguns membros dessas mesmas bandas dizem..., bem..., para mim fora o fato de utilizarem cabeças suínas no palco não existe nenhum tipo de influência de Diamond e sua banda sobre esses brincalhões, e tal alegação serve apenas para pegarem carona em algo que teve sucesso comercial fora do país de origem no passado.
Mercyful Fate é Heavy Metal, muito bom por sinal, e ponto.
Destaque para "Egypt","Shadows" e "A Gruesome Time".
Nota 7, ou \m/\m/\m/\m/.
P.S: Em uma entrevista recente Kirk Hammet foi questionado sobre qual a diferença do Metal dos anos 80 quando começou sua carreira para a cena atual, e respondeu: "cada vez mais extremo...".
Em minha opinião a resposta óbvia revela uma triste realidade em que o Heavy Metal e Rock perdeu sua identidade e se transformou em um movimento fraco e diluído, o que me faz lembrar daqueles bons tempos em que metal era apenas metal; mal tinhamos dinheiro para comprar CDs e as fitas K7 e LPs ainda eram importantes em nosso acervo, e o que importava era cantar as musicas com um inglês embromation e repassar as histórias desses heróis metaleiros para frente sempre aumentando um pouquinho a versão.
Metaleiros de minha época lembram de histórias como:
- Mustaine chutou o cachorro de Hetfield e foi demitido...
- Lemmy Kilmster tomou Soda Caustica para "afiar" sua voz...
- Ozzy cheirou uma carreira de formigas para provar que era o mais louco...
- King Diamond criou sua banda por que foi aconselhado por um copo de cerveja flutuante...
CD épico da "Lojinha"...
ResponderExcluirAlguns trechos das faixas deste álbum, me lembraram vagamente músicas do Alice Cooper (acho que essa leve semelhança está no vocal mais grave do Diamond e nas guitarras, apesar da sonoridade do Alice tender mais pro Hard Rock, é claro...)
ResponderExcluirEi! Esse album deveria obrigatoriamente receber o mark de "Gods Made Heavy Metal!!!", Phantom seu injusto!
ResponderExcluirAlém de influenciar centenas de bandas se não fosse o Mercyful Fate o Ride the Lightning não existiria!
Eu realmente pensei nisso, Magician, mas lembrei da data de lançamento do In The Shadows... Em 1993 as bandas influenciadas pelo Mercyful (como o Metallica) já tinham percorrido um longo caminho "com as própias pernas".
ResponderExcluirEu daria o bônus "The Gods Made Heavy Metal" se fosse um dos dois primeiros álbuns do Mercyful, lançados no começo dos anos 80.
É ... faz sentido.
ExcluirEu nem quis comentar sobre o cover do Metallica no meu post pra não correr o risco de levar uma facada por aí, então vai escondido aqui nos comentários: A junção das quatro músicas escolhidas pelo Metallica, com os cortes nos trechos entediantes, somada aos vocais (nada excepcionais, é verdade) mais sóbrios de Hetfield e a pegada do Metallica, fez da faixa "Mercyful Fate" do Garage Inc, um grande cover, claro que, deve-se reconhecer a genialidade dos músicos que criaram esses riffs de guitarra que são do c@#$*&$.
ResponderExcluirPode crer Trooper, eu ia citar o "ele" na minha postagem, mas você se adiantou huahuahu...
Excluiré certeza que o personagem foi inspirado em King Diamond!
Sobre o cover, recentemente no show de 30 anos do Metallica eles apresentaram essa "jam" do Mercyful Fate com "ele" (o próprio KD) cantando. Muito louco...
Eu vi isso! Ficou mto foda mesmo!!!
ExcluirMercyful Fate é uma banda que comecei a gostar desde os 13 ou 14 anos de idade. Hoje, com 32, eu já não ouço tanto, mais por ver poucas diferenças ou surpresas de um álbum p/ outro.
ResponderExcluirComecei ouvindo KD com "Then" em LP, capa fodástica q me enchia de imaginação só em ve-la diante de meus olhos (ainda mais p/ um garoto q sempre foi fascinado por filmes de terror e estórinhas bizarras).
In The Shadows foi o primeiro CD q comprei. E escutava do começo ao fim lendo atentamente o encarte. E de novo deixava minha imaginação me guiar pelas músicas do Mercy.
Recentemente peguei meu CD do In The S... depois de muito tempo guardado. E já sei q vou fazer hj qdo chegar eme casa!!! Valeu pela lembrança caras!!!
PS: Metal Mercante, acho q o show q vc se refere foi no Teatro dos Vampiros... Atualmente nem faço idéia de onde fica, mas eu fui tbm. E foi FODA!!!!
Muito boa época.
Boa Faet, valeu pela sua participação! Se sinta em casa pra colocar suas opiniões sempre que quiser. hail!!!\m/
ExcluirBlack metal? Nem f.........
ExcluirMercyful Fate é uma parte indissociável de minha existência. Ha 22 anos atrás, quando me iniciava no som pesado, me deparei com um disco de capa estranha (e contra capa ainda mais estranha ainda). Era o 1º do King, Fatal Portrait. Comprei-o só por esses detalhes, algo que eu não fazia, até porque Lp's eram caros e de Metal mais caros ainda.
ResponderExcluirResultado: vício imediato e incurável! Através desse disco, cheguei ao Mercyful Fate dos anos 80 e admiração pela banda foi também imediata. Melissa, comprado em versão importada (e usado), pois ainda não havia saído no Brasil é sem dúvida o disco de Heavy Metal que mais ouvi na vida. Gastei os sulcos do vinil com tantas audições.
Passados tantos anos, posso afirmar sem sombra de duvida que o Mercyful Fate continua sendo minha banda favorita e King meu cantor predileto.
Só para constar, In The Shadows é um ótimo álbum, mas o Time, de 94 é clássico. Alias, o último do grande quinteto.
Nunca li tanta merda escrita sobre mercyful fate em minha vida como acabei de ler algumas agora nessas resenhas. O cara falar que mercyful fate os caras usam tangas? Acho que ele confundiu com manowar. mas enfim, isso mostra oq ue acontece quando pessoas despreparadas resolvem resenhar uma banda que não conhecem só para tirar uma de descolado ou cult.
ResponderExcluirRapaz, olha só: "(a outra banda já dá pra imaginar qual é), mas o motivo não é foto dos membros trajados em tangas". A parte do 'a outra banda' tá fazendo piada com Manowar, daí o motivo da vergonha 'NÃO' ser a tanga, já que esse motivo de vergonha é exclusivo do Manovar ... Mas texto de gente despreparada é assim, causa confusão na interpretação de texto de gente tão superiora e preparada para criticar em blog de fundo de quintal como o sr. Unknown, o onisciente.
ExcluirOlha o que o outro zé alface falou:
ResponderExcluir"é daquelas bandas que vc tem vergonha de falar para seus amigos que vc gosta" kkkkkkkkkkk cara, tanto mercyful fate quanto king diamond são duas das mais cultuadas bandas pelas pessoas que curtem metal.. Provavelmente seus amigos devem ser aqueles nerdes cheios de espinhas que só ouve angra, nightwish etc...
Ainda bem que nem perdi tempo de ler as outras resenhas ai.
Sr. Unknown, sei que ser onisciente faz o sr. se perder por causa de tanta informação, mas o 'zé alface' que fez o comentário da vergonha foi o mesmo da tanga que o sr. citou no comentário anterior. Mas fico contente que não leu as outras resenhas que elogiaram o álbum, já que há mais chances de sermos agraciados com sua ausência permanente.
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