quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Ghost - Opus Eponymous

O álbum "Opus Eponymous", lançado em 2010 pela banda Ghost foi escolhido por Pirikitus Infernalis para análise dos Metalcólatras.






Faixas: 1. Deus Culpa, 2. Con Clavi Con Dio, 3. Ritual, 4. Elizabeth, 5. Stand by Him, 6. Satan Prayer, 7. Death Knell, 8. Prime Mover, 9. Genesis.

Phantom Lord
 Tá aí uma banda que tenta ressuscitar a fórmula do velho rock dos anos 70 e 80, que deu origem ao heavy metal e seus sub-gêneros. Essa "ressurreição" se dá principalmente pela maneira rústica como as músicas soam. Tanto o vocal como a parte instrumental parecem inspiradas em Black Sabbath (dos anos 70) e King Diamond / Mercyful Fate. Porém nas duas primeiras músicas o vocal se mostra muito suave, sem a alternância exagerada de King Diamond e sem o timbre marcante de Ozzy. 
Na faixa 4 (Elizabeth) mostra criatividade e ambientação bem trabalhada e sombria, esta faixa sim se aproxima dos clássicos dos artistas que eu citei no parágrafo acima. É o destaque do álbum. 
 A faixa 5 (Stand by Him) tem muitos trechos suaves-quase-felizes misturados com partes mais pesadas, por esta razão parece desvincular-se com os temas sombrios do álbum. Daí em diante as músicas parecem seguir fórmulas baseadas em modelos “Black Sabbáthicos”: rústico, lento e quase-pesado... Talvez essa seja a volta do Doom metal/rock... Genesis vagamente tira o cd da monotonia... Uma pena. 
Ao menos, Opus Eponymous não chega a irritar pela “suavidade rústica” em sua extensão das faixas 5 a 8. O motivo? Não há músicas longas. 
 Saindo um pouco das melodias / musicalidade, é possível perceber um forte trabalho de identidade e marketing da banda. Fantasias, temas sinistrinhos e arte do disco simplificada. (seja uma tentativa de remeter aos álbuns “velhos”, ou uma facilidade para reprodução em materiais diversificados). O problema é que todo esse esforço para divulgar e identificar o Ghost pode perder seu significado quando o álbum (e a própria banda) perde parte de sua “ambientação sombria” devido ao excesso de suavidade e “rusticidade” nas suas músicas. 
 Deus Culpa / Con Clavi Con Dio 5,8 
Ritual 6,8 
Elizabeth 7,7 
Stand By Him 6 
Satan Prayer 5,0 
Death Knell 5,2 
Prime Mover 5,0 
Genesis 6,2 
 No final das contas o álbum serve como uma viagem ao passado. 
 Modificadores: nenhum 
 Nota: 6

Pirikitus Infernalis
O ano era 2010 quando a galera do Ghost resolveu lançar este cd, com clima sombrio e envolto em mistério. O cd é bom, porém o Marketing que foi levantado pra essa banda foi surreal.

Bastou um James Hetfield utilizar a camiseta durante a turnê do Big Four, um Phil Anselmo utilizar a camiseta durante suas turnês recentes, sem contar outros nomes como Duff McKagan e Tomi Joutsen falarem bem da banda, para sua popularidade ir lá pras cabeças.


Indo ao que interessa, o que se depara ao ouvir o cd é um clima sombrio, arquitetado por um metal cru e letras não muito bondosas. Eu achei muito estranho na primeira vez que ouvi, parecia algo como um Black Metal Diet, mas achei bem interessante, não tinha ouvido nada ainda com essas exatas características.

Musicalmente o cd agrada em quase sua totalidade, perdendo um pouco o rumo algumas vezes, mas nada que deixasse de transmitir o objetivo da banda. Eu gostei bastante da dupla guitarra/baixo. O baixista conseguiu ser bastante presente enquanto o guitarrista impôs uns riffs bem inspirados.


Forte candidato a ser um dos pilares da nova safra de bandas por público e crítica, eles estão no caminho certo, só precisam acertar a mão no próximo cd pra começarem a se consolidar.

Falando em próximo cd, a primeira música já foi lançada para deleite dos fãs: Ghost – Secular Haze!

Top 3: Con Clave Con Dio, Elizabeth e Stand by Him. Shame Pit: Death Knell.

Nota: 7


Elizabeth, in the chasm where was my soul Forever young, Elizabeth Bathorii in the castle of your death You're still alive, Elizabeth

The Trooper
3
Mais uma banda sueca satanista, qual a novidade? Não há vocais urrantes, guitarras sendo varridas, bateria bate-estaca ... na verdade, musicalmente falando, é uma banda satanista mas não é death metal. O estilo lembra um pouquinho de Sabbath, mas muito mais Mercyful Fate, performances teatrais, mistificação dos membros integrantes (e nesse quesito eles estão ganhando dos mestres) e abordagens líricas de terror (aqui faço uma ressalva, as letras são quase exclusivamente sobre Satã). O vocalista não me agradou muito, meio bundão, mas pelo menos não fica urrando palavras irreconhecíveis, os outros instrumentistas até fazem um bom trabalho, mas muito viajante para meu gosto, lembrando a banda Mastodon (também postada por Pirikitus). Enfim, o som não justifica toda a pressão que quiseram causar, muitas vezes acho que boa parte dos “metaleiros” não ouvem as bandas por gostar do som, mas sim pra se sentirem caras muito maus.

Nota: \m/\m/\m/

The Magician
Curioso. A sonoridade, as vestes, os temas e a repercussão da banda anônima. Tudo isso é muito curioso.

Na verdade nada disso é propriamente novo, mas o modo em que a banda Ghost mesclou essas características fez com que se tornasse algo novo.

Sobre o tema e a "fachada" do papado/conclave negro utilizados pelo grupo acredito que possa ser interessante mas se enquadra um pouco fora de sua época, já que a causa do chifrudo e as apresentações teatrais nesse sentido foram incansavelmente utilizadas pelos metaleiros nórdicos nos últimos 30 anos, e possibilita assim uma atribuição intuitiva dos rótulos sub generalistas sobre sua música. Mas a reinvenção acaba sendo muito bem vinda (principalmente na música) neste século escasso em ideias.

Já o produto musical em si me surpreendeu bastante. A essência do som foi desenhada sobre linhas realmente sombrias, com certeza, mas em referências de várias épocas diferentes. O que se percebe é que embora alguns repentes de guitarra derramam distorção pesada, a maioria do tempo os instrumentos em conjunto (inclusive a guitarra) e a produção buscam por timbres vintage e outras abordagens sonoras retrógradas. Da assinatura bastante orgânica dessa banda devo destacar no entanto os vocais, quase sempre límpidos e dobrados, que viajam para melodias muito diversificadas e que me lembrou por alguns momentos os músicos dos anos 60/70 quando não o gothic/new wave oitentistas.

Acho que a banda se comunica com Black Sabbath da mesma forma que a maioria das demais bandas, já que todo o heavy metal se origina desse caule; com o diferencial de que algumas vezes o som pesado do Ghost tem propriedades timbrais parecidas com a fase inicial dos ingleses. Mas confesso que nesse CD escutei muito mais de Diamond/MF e às vezes o estilo do Type O Negative o que determina , na minha opinião, a banda sueca como Doom Metal em essência, só que peculiarmente, mais "refinado".

A banda acertou em cheio em criar um conteúdo musical bastante genuíno dentro do Metal, com foco nos vocais mas equivalendo muito bem as demais partes instrumentais sob esse contexto nefando. Isso é muito raro de conseguir, e acabou sobressaindo o debut, por isso as características devem ser retidas para os próximos trabalhos. Mas ainda acho que podem amadurecer bastante algumas ideias de melodias e trabalhar mais os riffs de guitarra, que embora não sejam podres passam batidos.


Nota 6,66 ou ┼┼┼.



Venâncio
 Como falar dessa banda... me lembra muito Coldplay, mesma sensação de sono, sem empolgação nenhuma... não há momentos de euforia, não há emoção transmitida...

Seu vocalista me lembra um constante bocejo, todas as musicas seguem a mesma linha, menos uma, Stand By Him.. que é um bocejo do falecido Michael Jackson...

Sobre as letras... que merda...

Em suma o Opus Eponymous do Ghost não adiciona nada e não deveria fazer parte de nenhuma seleção de metal.

1 Capeta, pra ver se desce.

5 comentários:

  1. Embora acredite que houve a vontade dos membros em evocar o espírito do ancestral do Black Sabbath, Phantom Lord, eles não o fizeram procurando o lado psicodélico dos anos 70..

    Acredito que a Psicodelia em Opus Eponymous esta mais para o estilo "Mastodon" cfe. citação do Trooper.

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  2. Resenha exageradamente negativa, Venâncio, mas cada um pode opinar como quiser... Eu já estava sentindo falta das críticas-chute-no-balde neste blog. Heheheh

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  3. Num vai me dizer que num é chato essa coisa? por favor, as musica não provocam reação nenhuma... realmente nenhuma... eslas estão la por estarem é triste isso...

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  4. Não provocam reação em ti cara, não é todo mundo que é igual a vc...se liga!

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  5. O Venâncio é imune à sugestão mental dos Illuminati ... hahaha.

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