quinta-feira, 28 de julho de 2011

Megadeth - Cryptic Writings

O álbum Cryptic Writings, lançado em 1997 pelo Megadeth foi escolhido por votação aberta na disputa entre este e The Dark Ride.



Phantom Lord

Quando eu era um “metaleiro-de-gosto-limitado” lá pelo ano de 1998, ouvi pela primeira vez a música Trust na 89 (a Rádio Rock)... e apesar de toda resistência que eu tinha em conhecer bandas novas, imediatamente achei tal música excelente!
Há quem considere Cryptic Writings “leve” e/ou comercial... mas acho que tais críticas são feitas por “thrashers” saudosistas que preferem os primeiros álbuns do Megadeth (do Rust in Piece para trás).
Me emprestaram este cd duas ou três vezes entre 1998 e 2005, e cada vez que eu ouvia eu passava a gostar mais de suas músicas. Para mim Trust, ao lado de Symphony of Destruction e Tornado of Souls são as melhores músicas do Megadeth. Gosto de praticamente todas as músicas deste álbum, Almost Honest, Use the Man (com seu começo lerdo), Mastermind (meio falada), The Desintegrators (velho estilo pauleira), I´ll Get Even, Sin (vocal meio falado de novo), Secret Place, Have Will Cool Travel ("bonito nome de música"), She-Wolf (uma das melhores do disco), Vortex e...
Então... o disco tem muitas músicas boas, podia parar aí, mas pra fechar com “chave-de-alumínio” temos Motorbreath 2... não é ruim mas é um lapso do Sr. Mustaine...
Ainda assim, este é um dos meus discos favoritos de heavy metal.
Nota 9,0.

The Trooper
3
Mais um de meus álbuns favoritos no blog, inclusive já o citei na resenha de Countdown to Extinction, então nem tenho muito o que escrever. É um trabalho mais cadenciado, com certo peso, mas não muito rápido, acelerando nos momentos certos e contando com uma qualidade instrumental impressionante. As letras sempre corrosivas (embora neste álbum, algumas mais mundanas - do tipo "você foi embora" - apareçam) e riffs e solos de guitarras excepcionais deixam esse álbum com a nota próxima do máximo. Às vezes me pergunto, dando razão para os megavedeths, por que diabos eu dou uma nota para este trabalho maior do que a nota que dei para Rust in Piece? (fiquei em dúvida especialmente depois de ouvir o Cryptic e colocar o Rust na sequência - que abre com a estrondosa Holy Wars) E a resposta é: equilíbrio, nenhuma faixa deixa a peteca cair, um álbum bem planejado, produzido, executado. Discordo de Phantom Lord sobre FFF, chave de alumínio não, no mínimo prata. E daí que seja igual a Motorbreath? Quem bolou a joça do riff foi o Mustaine, além disso, ao contrário de Mechanix, acho que superou a "original".
Só mais uma coisa sobre Megadeth: tem gente que não curte o vocal do Mustaine (ok, ele só tá lá pra botar a letra mesmo e tocar guitarra), mas é impossível desconsiderar o instrumental dessa banda, se você ouve uma Tornado of Souls e não curte, é porque você não é metaleiro, pode até ser um eclético que ouve metal, mas não metaleiro. Eu posso até ouvir outro tipo de som, mas o que ferve meu sangue é heavy metal e Megadeth com certeza é heavy metal.

Nota: 9,0.


Metal Mercante
O ano era 1997 o mundo ainda estava se recuperando das maiores decepções coletivas já sofridas pela humanidade, depois da teoria da Evolução, que foram lançamento do LOAD em 1996, do ReLoad em 1997 e do corte de cabelo do Bruce Dickinson que vieram para finalizar de vez com o que havia sobrado do Heavy Metal. Os 2 álbuns do Metallica foram um lixo completo, mas não tem nada mais deprimente do que um Metaleiro tentando “Headbanguear” de cabelo curto enquanto toca sua “air guitar”...eu sei, é triste...

Porém, em meio a toda essa desgraça o Heavy Metal ainda tinha mais um último suspiro a ser dado e para isso estava lá Dave Mustaine, Paladino do Metal, campeão de Guitar Hero, rejeitado pelo Metallica, líder da banda Megadeth a qual escreveu mais uma obra de arte no seu cd Criptic Writings, sendo que este era o seu quarto álbum lançado em 7 anos todos eles muito diferentes entre sí, mas todos absurdamente bons.
CW é sem dúvidas mais comercial do que as obras anteriores e provavelmente vem de um esforço da banda em deixar o som mais simples do que os cds anteriores, principalmente “Rust in Peace” o que ela conseguiu principalmente mantendo a boa qualidade do som. Apesar de ter 13 músicas, são poucas que ultrapassam a marca dos 4 minutos o que deixa pouco espaço para devaneios e as músicas sempre vão direto ao ponto o que é bom e faz com que o álbum seja acessível a um número maior de pessoas.

Nota: 9

Maurock


Neste álbum, boas canções, “boa voz” e é claro um bom Heavy-Trash-Metal do Megadeth, e fim de papo!
David Mustaine e suas oscilações vocais nesse álbum e nos anteriores. Mas as suas composições me levaram a pensar se ainda estivesse no Metallica?. Mas acho que ninguém se importaria, pois a banda sem ele mandou muito bem naquela época. A vingança de Mustaine foi o Megadeth!
Honestamente as músicas preferidas do álbum são todas do fim do álbum: A Secret Place, Vortex, She-Wolf e FFF.
Ah, quase ia me esquecendo da última faixa " FFF " com o Riff igual ao da música " Motorbreath " do Metallica. Conforme mencionado pelo The Tropper o que é bom tem que ser copiado e também melhorado!
Nota: 8,0

The Magician
Heavy Metal tem muitas facetas: seus temas, sua técnica, o peso e também a energia. Megadeth é com certeza a tradução deste ultimo aspecto: a energia – quando você escuta parece que uma poderosa corrente elétrica atinge e atravessa sua cabeça te despertando a ponto de esbugalhar os olhos.

Eu diria que foi realmente emocionante escutar novamente - depois de ANOS - este CD, mas a trupe americana não emociona. Suas canções nunca tiveram esta intenção, elas instigam a revolta e o “bangerismo involuntário” e são verdadeiras bifas na orelha!! A verdade é que não dá vontade de resenhar só para continuar escutando este álbum até estourar os tímpanos.

Quem dera tivesse um desse toda semana para comentarmos aqui no blog... mas enfim, vamos lá.

No dia 28/3/2011 fui categórico: “Countdown to Extinction é o melhor CD do Megadeth...”.

No dia 28 de março não escrevi a verdade, pelo menos não toda ela, pois ao lado daquele trabalho, figurando como melhor disco do Megadeth está com certeza o álbum de 1997 - “Cryptic Writings”. Este álbum forma ao lado de CountDown e Rust uma tríplice de obras que provavelmente coloca os americanos no pódio das 3 maiores bandas de Heavy Metal do planeta.

Mustaine e cia. nunca estiveram tão inspirados, ainda mais levando em consideração que em CW eles trabalham com uma sonoridade menos estridente e agressiva do que em lançamentos anteriores (característica principal do som da banda, que ainda está presente por sinal), e atuam sobre linhas mais graves e pesadas. Acredito que boa parte desse peso já estava nos dois álbuns anteriores, mas aqui se percebe com clareza a abreviação dos excêntricos solos de guitarras tanto em quantidade quanto em extensão, alem de economizarem também nos licks afiados de Martin Friedman.

Mas como o foco ainda é guitarra – e quando falamos em Megadeth creio que sempre será – o que sobra desta vez são os riffs matadores e principalmente os grooves infernais invocados pelas batidas no bordão da guitarra Dean do líder malucão. O som de uma verdadeira marcha demoníaca.

Com uma produção extremamente trabalhada, na verdade a melhor produção de um release do Megadeth, várias passagens são dignas de nota:

Com a cadência mais lenta nas faixas “Trust”, “She Wolf” (sim, cadenciada) e “My Secret Place” a responsabilidade sobre as melodias aumenta, e os caras deram conta do recado como nunca, gerando as melhores composições se tratando de melodia na carreira megadethiana.

A faixa “The Desintegrators” é um flashback da fase anos 80 da banda – uma cacetada sem intervalos ou pausas - , e “Have Cool, Will Travel” e “Vortex” seguem uma linha semelhante e são faixas-arrasa-quarteirão.

Com certeza toda a alucinante trilha sonora do game Quake 2(PC e Playstation) foi inspirada na música “Mastermind”. Normalmente não gosto do estilo “falado” de canto com batidas quebradas, mas neste caso tiro o chapéu para Mustaine.

E Por fim: as faixas “Sin” e “I’ll Get Even” (a mais pop do CD) são mais combustível para este turbilhão, enquanto “Use the Man” e “Almost Honest” são definitivamente as melhores faixas, caso tivesse que escolher alguma.

Cryptic Writings foi a despedida de Menza e a despedida dos ótimos álbuns feitos pelo MD, e sim, eu escutei o End Game...


Eu juro....

Juro que queria acabar aqui e não falar mal sobre algo neste álbum, que não apresenta nenhum petardo no nível de “Tornado of Souls” ou “Skin o’ my teeth”, mas que com certeza é o mais equilibrado mantendo um nível altíssimo em todo seu decorrer. Mas, como puderam reparar não escrevi nada sobre Fight For Freedom (FFF), a última faixa do álbum que pode ser descrita como um FETO, um NASCITURO incompleto e deficiente da música “Motorbreath” presente no primeiro CD do Metallica.

Por isso, e só por isso, por essas atitudes invejosas e carentes do Sr. Mustaine, o Megadeth SEMPRE será comparado ao Metallica e destinado a morrer em sua sombra!

E tarda mas não falha, aqui vai:




Independente do mico que represente esta participação de Mustaine no DVD “Some Kind of Monster” de 2004, é acima de tudo um TAPA NA CARA nos fãs do Megadeth, uma bela cusparada no prato que comeu por 20 anos.
“...tudo o que vocês tocam se torna ouro...”
- Dave Mustaine líder do Megadeth -
Nota: 9,1 ou \m/\m/\m/\m/\m/

Pirikitus Infernalis

Cryptic Writings, um cd que beira o meu fanatismo.

Último cd da formação monstra Mustaine/Menza/Ellefson/Friedman, esse cd possui uma veia um pouco mais comercial do que os anteriores, o que transformou ele em um verdadeiro sucesso. Não adianta, vamos direto ao assunto. Mustaine é o cara, ele escreveu todas as músicas (nem todas sozinhos), tem uma veia musical absurda, um feeling pro bom heavy metal e uma seleção de músicos do seu lado, não teria como ser diferente.

Nesse CDs temos porradas como The Disintegrators, musicas mais calmas como A Secret Place, sucessos como Trust, uma música mais alternativa/pop como Almost Honest, um dos melhores solos da história como She-Wolf...agora, qual a semelhança entre todas essas músicas? Elas são todas impecavelmente perfeitas. Não possui um defeito, uma sensação de que algo não deveria estar em determinado lugar em determinado momento. Simplesmente awesome!

Sobre a formação, não tem muito o que falar além do que já foi falado nas outras resenhas. Apenas uma observação...Nick Menza + 2 baquetas = Monstro!

Mustaine é um dos músicos mais respeitados no cenário heavy mundial, mas como pessoa o cara se complica. Sempre fez idiotices e quando a gente pensa que o cara mudou, faz mais uma. Desde sua aparição bizarra no documentário “Some Kind of Monster” até o fato de dizer que seu atual guitarrista Chris Broderick (realmente muito bom) é melhor do que o genioso Friedmann. De se recusar a fazer um show com a banda grega Rotting Christ, mas dividir palcos com a nada católica $layer. Não bastasse todos os vexames pitorescos e intrigas bisonhas que ele vem colhendo e plantando ao longo de sua carreira, o cara nunca vai conseguir superar o fato de não estar no Metallica, mesmo eles lançando um lixo como Reload no mesmo ano que o Megadeth lançou uma masterpiece como C.W.

É aquela velha história, a grama do vizinho é sempre mais verde...

O ponto fraco fica por conta de Sin e Vortex que não são tão boas como as outras. Único motivo pelo qual o cd não toma uma nota10.

Nota: 9,0

"We say retribution, We say vengeance is bliss
We say revolution, With a cast-iron fist

Coming down the road, Watching every move
Kicking in the door, Taking what we choose

Anarchy's coming to town, A feiry invader
Burning it down to the ground, The Disintegrators"



18 comentários:

  1. - "Quando eu era um “metaleiro-de-gosto-limitado” lá pelo ano de 1998..." - Phantom Lord

    Corrigindo:
    - "Quando eu era um “metaleiro-de-gosto-limitado” lá pelo ano de 2011"


    Gosto do Phantom em 1998: METALLICA!!!
    Gosto do Phantom em 2011: METALLICA + MOTORHEAD


    - "Motorhead: abrindo mentes de Metaleiros desde
    1975" - Autor desconhecido

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  2. Mercante seu rídiculo, supondo que eu ainda tenha gosto limitado a ordem classificatória de bandas para mim seria:
    1. Metallica
    2. Iron Maiden
    3. Megadeth
    4. Black Sabbath

    ...e lá pela posição 10 (cheio de empates): Helloween/Grave Digger/Blind Guardian/Motorhead e algumas outras bandas.

    PS: Gosto do Mercante em 2011: MANOWAR + TOY DOLLS

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  3. É claro que Mustaine pode fazer heavy metal reciclado com as músicas velhas do Metallica (que ele participou na composição). Porém nada muda o fato, que FFF é um lapso criativo... e que na época (1997?) Mustaine agia como um maníaco-depressivo que não valorizava o própio Megadeth.

    P.S.: FFF não superou Motorbreath. Não há como essa duplicata superar a "original" e olha que nem sou fã da música Motorbreath...

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  4. Dessa vez tenho que concordar com meu nêmesis e megavedeth: Mercante.

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  5. Não vou abandonar o Phantom...

    Motorbreath é melhor!

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  6. Tenho que concordar com o velho carrancudo...Motorbreath > FFF...

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  7. Putz, acho que dei um fora...

    A guitarra dele nessa época não era a Dean Rattlehead, acho que usaram ESP nesse CD.

    malz

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  8. isso é tudo marketing, tenho certeza que os dois saíram rachando o bico depois dessa entrevista...

    Só eu encaro a saída do Mustaine como benéfica para os Fans? Ao invés de 3 CDs absurdos temos 7?

    ...Ride, Master, Black, Rust, Countdown, Youthanasia, Criptic...

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  9. Em relação a entrevista, se não me engano ouvi numa rádio pouco tempo depois, que o Mustaine ficou putinho (o que não é novidade) ao saber que seu chororô seria (praticamente) apresentado publicamente. Eu estou cagando e andando pros caras do Metallica e do Megadeth. Só acho que as vezes comportamentos idiotas podem afetar as músicas (como FFF).

    Em relação a saída benéfica... deve ter sido bom pra maioria mesmo. Como Maurock comentou, quem se importaria em saber como seria o Metallica com Mustaine? Quem iria saber como estariam agora? E quem se importou quando ele saiu? Não existia nem o Kill em All na época...
    PS.: Youthanasia é? Até que este cd é bom, mas prefiro o And Justice For All e o Endgame.

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  10. opa, opa, opa! Pera lá!

    Uma coisa é eu falar que a saída do Mustaine não é benéfica e outra BEM DIFERENTE é eu criticar esta participação ridícula, digna de dó, neste DVD.

    Eu fui o primeiro a falar neste blog sobre o quão benéfico são os "desmanches" de bandas para o metal, é só ver lá no post do Rust in Peace meses atrás!

    e na época lembro que fui criticado por isso...

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  11. Mas o que tem esse DVD de 2004 a ver com o Criptic de 1997? Você queria botar lenha na fogueira e estragou um post que tinha começado bem...

    Como fã de Heavy Metal eu to cagando pra esse tipo de coisa, enquanto a música for boa tá valendo...

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  12. Tem a ver exatamente o que o Phantom disse... “FFF”

    Porque você acha que o cara fica fazendo essas músicas-plágio (Mechanix, parte da Hangar, etc...)?

    É como se dissesse “ei isso tbm é meu!” ou pior: “eu ainda queria estar com vocês, Metallica”.

    Desculpe se eu acabei sendo sincero demais no meu post (que imagino eu seja um espaço para críticas e elogios), mas se o cara lança algo desse cunho no álbum dele e depois aparece em um DVD chorando desse jeito é por que ele não está tão preocupado com a imagem e reputação do Megadeth.

    E muito menos para os fãs....

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  13. O maior sinal de preocupação com os fãs é a música...

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  14. Não acho que o maior sinal de preocupação (da maioria) dos músicos seja com os fãs...
    Não acho que seja importante o músico se preocupar com os fãs...
    Não acho que os fãs deveriam se preocupar com a vida/personalidade dos músicos (mas sim com as músicas)...
    E, por fim: não acho que FFF estraga o álbum simplesmente por parecer ou ser igual a Motorbreath, se fosse uma faixa bônus-cover não teria tanto estardalhaço.

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  15. ...se minha mãe fosse homem eu não estava aqui...

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  16. E todo esse salseiro porquê Mustaine em um acesso de fúria resolveu chutar o cachorrinho do J.H...

    tsc..tsc

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  17. "Um dia, no verão de 1982, fui até o ensaio e quando deixei a cadela sair do carro, ela começou a correr em círculos. Os cães fazem isso quando ficam presos por algum tempo. Num momento, a cadela pulou sobre o painel frontal do carro do Ron, um lindo Pontiac GTO e James deu um chute forte no peito dela. A cadela (ainda era filhote) deu um grito e saiu correndo.
    E eu fiquei doido.
    - O que você está fazendo?
    - Ela estava riscando o carro, cara - disse James, como se isso fosse uma desculpa aceitável para chutar um cachorro.
    - Vai se foder!
    A briga real não ocorreu naquele momento. Chamam isso de "hang fire", quando há um atraso inesperado entre o apertar do gatilho de uma arma e a saída de uma bala. Você sabe que está vindo e não há como parar. É questão de tempo." (MUSTAINE, 2013)

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