O álbum Mondo Bizarro, lançado pelos Ramones em 1992, foi escolhido para análise por The Trooper.
Faixas: 01-Censorship; 02-The Job That Ate My Brain; 03-Poison Heart; 04-Anxiety; 05-Strength to Endure; 06-It's Gonna Be Alright. 07-Take It as It Comes (cover); 08-Main Man; 09-Tomorrow She Goes Away; 10-I Won't Let It Happen; 11-Cabbies on Crack; 12-Heidi Is a Headcase; 13-Touring.
Phantom Lord
Mondo Bizarro é algo que acho válido resenhar...
Há décadas atrás eu ouvi dizer que este era um álbum "muito pop" do Ramones, que já não tinha a essência da banda e blá blá blá. Melhor assim então, porque o que certos fãs chamam de estilo original ou essência da banda (ou outros nomes) não passa de mera opinião. Ou talvez seja tentativa de impor opinião como verdade... Então deixemos tal questão de lado.
Não escutei muito punk rock ao longo de minha vida, mas este álbum é sonoramente agradável aos meus ouvidos. Ficou melhor ainda ao ver algumas letras criticando as convenções e regras do sistema que dita as regras na maioria dos países do ocidente. Mas alguém poderia me questionar: "Bibibi, bobobó criticar o que do sistema?" Eu mostro na lista de faixas juntamente com as notas e os demais temas que não são críticas, a seguir:
"Censorshit" 7,8 Critica obscurantismo e opressão da censura
"The Job That Ate My Brain" 7,6 Critica opressão e utilitarismo do trabalho/ nas empresas
"Poison Heart" 9,0 Critica insensibilidade, indiferença diante os vulneráveis
"Anxiety" 7 Sobre adoecimento mental - ansiedade
"Strength to Endure" 9,4 Sobre adquirir forças em um relacionamento?
"It's Gonna Be Alright" 8,8 Agradecimento aos fãs da banda
"Take It as It Comes" (The Doors) - Algum tipo de "vá com calma e curta a vida".
Interessante, como este cover divide os temas das músicas/ faixas em duas partes distintas:
"Main Man" 6,8 "eu me viro"... ou "não quero saber dos outros"
"Tomorrow She Goes Away" 6,5 Sobre uma namorada ou "peguete"
"I Won't Let It Happen" 7 Sobre dificuldade em relacionamento?
"Cabbies on Crack" 6,8 Uma viagem com taxista(s) sob efeito de crack
"Heidi Is a Headcase" 6,2 "Heidi é um caso sério..."
"Touring" 5,5 Sobre as turnês da banda
Enfim, é um bom álbum... Principalmente para quem não exige técnicas mirabolantes de outros estilos de rock destoantes do punk e para quem não exige fidelidade aos álbuns anteriores da banda (mesmice).
Nota: 7,3
The Magician
Não tem como gastar
muito tempo com uma resenha do Ramones, afinal é Ramones pô! Logo, assim como a
banda – debochada, largada, zoada, nem aí pra nada, enfim... punk! – eu posso
vir aqui e escrever o que der na telha sem muita profundidade sobre o tema ou
cuidado com a coerência.
Acredito que o Trooper
postou este álbum devido ao fato que ele constava na lista inicial do blog dos lançamentos
de Rock/Metal favoritos dos Metalcólatras, e como não consegui localizar essa
lista, acho que ele estava de fato na minha seleta lista particular dos “melhores
discos ever”... pois é.
Tenho que confessar
que já escutei muito mais Ramones em outras fases da minha vida, mas hoje em
dia eu basicamente excluí o som dos caras das minhas listas de músicas, e pra falar
a verdade mal me lembrava desse álbum. Porém, levando em consideração que
algumas de minhas músicas favoritas do Ramones se encontram em Mondo Bizarro, e
ainda, que na versão que eu costumava escutar (não lembro de quem era o CD que
tomei emprestado quando era moleque...) tinha a famosa faixa “Spider-man” - inclusa
como bônus track em um relançamento posterior desse disco -, fica bem fácil
afirmar ainda nos dias de hoje que esse realmente é o trabalho que mais aprecio
da banda americana.
Em minha opinião, as três
canções que elevam o patamar desse trabalho e estão na minha lista top 10 dos
Ramones, são: “Poison Heart”, “Strenght to Endure” (tocava na guitarra junto
com o Metal Kilo e com o Merchant, kkk) e “It’s Gonna Be Alright”; Take It as
It Comes entraria na lista, se não fosse um cover do Doors, e “Cersorshit”, “Tomorrow
She Goes Away”, e Touring (uma espécie de reedição mascarada de ‘Sheena Is a Punk...’
com ‘Rockway Beach’, coisa que os Ramones fizeram a dar com o pau em suas
carreiras) são um bom recheio de álbum. Já o restante das músicas são praticamente
uma bosta.
Escutar novamente
Mondo Bizarro depois de tantos anos, no entanto, me trouxe algumas curiosidades
que não sabia: esses meus 3 sons favoritos foram compostos por Dee Dee Ramone
(!), o baixista, que não participou efetivamente da gravação de Mondo Bizarro
por ter sido demitido após a turnê do álbum anterior, mas que vendeu (O_O)
esses 3 sons para os Ramones por estar preso e precisar do dinheiro para pagar
a fiança! Nada mais Ramones do que isso...
Li que Jhonny Ramone
comentou que eles precisavam de Dee Dee nesse álbum, e que C.J. que o
substituiu era um péssimo compositor em sua opinião. Para mim até hoje, o
principal compositor da banda era o vocalista Joe, mas como provado aqui, ledo
engano meu. O surpreendente é que Dee Dee (que foi o responsável pelo sucesso
das 3 faixas de divulgação de Mondo Bizarro), que morreu de overdose, era provavelmente
o mais aloprado dos caras, que chegou por várias vezes se meter em brigas com
facas, e uma vez inclusive foi esfaqueado em uma dessas tretas, atrapalhando as
apresentações da banda. Dee Dee, que tinha marra e não falava por semanas com
outros membros da banda, e que nos cinco anos do câncer de Jhonny Ramone nunca
foi visita-lo no hospital, para tristeza de seu colega de banda, e que sobre
isso relatou (“.. as pessoas me dizem que não liguei para ele nenhuma vez, isso
não faz sentido porque ele não é meu amigo e não tenho relação próxima com ele”).
Por causa dessas
histórias loucas e de muitas outras, e por provavelmente eu ter mudado algumas
palavras dele nessa citação acima do Dee Dee (mas não o contexto), ao invés de
escutar um simples álbum do Ramones eu recomendo você a procurar por um
documentário sobre os caras;
E pelo fato de, como
muitos produtores dos Ramones e membros das gravadoras afirmam, todos os discos
da banda serem um fracasso total de crítica e de venda (embora fossem
assediados por esses mesmos caras, por causa do sucesso de suas apresentações),
eu recomendo qualquer um a procurar pelas coletâneas e álbuns live que tem
realmente muita coisa boa, ao invés de apenas escutar Mondo Bizarro.
A conclusão é que este
disco é simplesmente “OK”, e que a minha escolha como uma das obras “best ever”
do Rock/Metal é, assim como os Ramones eram, simplesmente bizarra.
Nota 7 ou
\m/\m/\m/\m/.
P.S: Dava para
escrever realmente muita coisa sobre a musicalidade verdadeiramente
revolucionária dos Ramones, que sem nenhuma teoria musical aprofundada, com somente
cinco ou seis acordes praticamente “sempre em 5ª tonal”, entregaram uma miríade
de canções diferentes (não muito diferentes, é verdade), e como de certa forma, emoldaram o formato de um gênero de representatividade gigantesca como o punk,
praticamente sozinhos. Dá pra ter noção como os caras eram bons (não tecnicamente,
claro) pra fazer isso! Mas como comentei no começo do post.. dane-se, isso é
punk, não vale o esforço.
The Trooper
Fala, cambada. Tenho que concordar com o que foi dito acima por ambos os metalcólatras, exceto a opinião do Phantom sobre a letra do cover de Doors, que pra mim é só mais uma pornográfica do Morrison, e sobre o resto das faixas que o Magician não gosta serem uma bosta, pois eu gosto de todas as faixas deste álbum, e este é um dos motivos de Mondo Bizarro estar aqui. O outro é o que o Magician citou mesmo, Mondo Bizarro estava entre os mais votados, e se você também está com dificuldade para achar essa lista, como nosso mago de araque, é só ir lá em 'Arquivo do Blog' e procurar em 2010, agosto. E sim, o Magician também acertou que o álbum está na lista dele.
O primeiro álbum que ouvi dos caras foi o Locomotion, uma coletânea ao vivo, se não me engano, comprada na época por um amigo de infância (Petrometal, cadê você, cara? Sumiu). E pra ser sincero eu não vi a menor graça. Parecia um álbum de uma faixa só, e enfadonha. Por esse motivo eu nunca fui atrás de nada dos caras e só ouvi o que saiu no rádio.
Pois bem, acabei ouvindo o Mondo Bizarro (sei lá por que raios) e gostei do bichim. Ouvi, ouvi e ouvi. E continuei ouvindo até hoje (Whitesnake caiu fora das minhas audições, outras bandas entraram em longas hibernações, mas Mondo Bizarro sempre esteve na parada). Por quê? Eu não sei. É muito bom. Tipo arroz e feijão feito na hora, dá pra ignorar mistura se você quiser.
Como afirmei anteriormente, eu gosto de todas as faixas. Quando a letra não é bacaninha, ela é no mínimo engraçada (tirando a putalia do Doors). A guitarra sempre manda bem, firula zero, mas riffs sempre fazendo a cabeça banguear, ou mesmo te incentivando a fazer aquela dancinha punk de ficar chutando o ar (na oitava série eu deveria ter cabulado aula e ido dançar com as 'ai meu dedo' na quadra enquanto a banda que o Mi convenceu a ir lá na escola tocava 'Poison Heart' para quase ninguém).
Sobre as tretas da banda, eram inevitáveis. John estudou em escola militar e lambia as bolas do Bush, Joey tava mais na linha anarquista, Dee Dee era hostilizado por um e ignorado por outro. Os caras tocavam tretados. É impressionante saber como isso durou. Talvez tenham saído sons bons justamente porque os caras falhavam em se comunicar e se expressavam pelas músicas.
Resumo: Não pode faltar na coleção. Todas as faixas são muito boas, mas obviamente, 'Poison Heart' e 'Strength to Endure' estão muito acima.
Nota: \m/\m/\m/\m/