Phantom Lord
Dos recônditos mais profundos da memória
desse metaleiro, nosso amigo pássaro arrancou e trouxe à tona Something Wicked
This Way Comes (SWTWC), um trabalho magistral da banda americana Iced Earth.
Aliás antes de escrever qualquer coisa, é preciso dizer que o Iced é o maior acerto americano no sub gênero Power Metal desde DIO (que basicamente ratificou o gênero). Digo isso porque em inúmeras passagens aqui do blog critiquei o fraco movimento do Power Metal americano, sempre sob as sombras do movimento europeu.
Tudo bem que no caso da banda de Schaffer, as referências ao Heavy Metal Britânico Old School (especificamente Iron Maiden) e ao Thrash Metal americano (especificamente Metallica), nesse álbum por exemplo, ficam realmente muito claras. Isso facilita muito para a banda promover seu estilo nos critérios de eliminação do mercado do Heavy Metal. Mas cuidado, não confunda; beber dessa fonte de referências clássicas não desqualifica e não reduz o próprio estilo super peculiar do Iced Earth, que mesmo com a alternância de vocalistas se manteve fiel a criação de uma identidade forjada ao longo de mais de três décadas. Outro ponto importante é que o Iced é uma das bandas que solidificaram sua carreira justamente com os trabalhos produzidos próximo à virada do novo (hoje já não tão novo assim) milênio; época extremamente producente para o gênero Heavy como um todo (o cenário B do Metal tinha muita demanda para shows, o movimento do compact disc no auge.... dinheiro entrando e fomentando essa criatividade, já falamos disso por aqui).
Mas a despeito do cenário geral e do
mercado da música pesada, a banda de John Schaffer deixou alguns legados para
as gerações futuras, e arrisco dizer que o melhor de sua obra como banda está
exatamente aqui. SWTWC é um álbum direto com grande profundidade ao imprimir as
linhas de percussão, guitarras base e melodia dos vocais (ainda acho que é também
a melhor apresentação das guitarras solo da banda até 2000). A contundência
entregue nos sons mais pesados é contra balanceada pelas 'heavy ballads',
intercalando assim as faixas entre peso e melodia, em boa parte do trabalho.
Mesmo acatando que o Iced tem limites bem estabelecidos em sua sonoridade que
podem ser entendidos como vícios que 'prendem' a banda em uma determinada zona
de ação, não tem como não reconhecer o poderio das composições dos americanos
em "Something Wicked...".
A consistência em alto nível do disco é
assustadora, quando você pensa: "OK, agora vem uma música para eu poder ir
tirar água do joelho.." nada disso meu amigo, só tem paulada ou sons
épicos, sem tempo para digerir a massaroca que vem goela abaixo.
John Schaffer que já era reconhecido
como um dos mestres do groove metaleiro, aqui vai além, e da espaço para
melodias pontuais da guitarra solo, e também com sincronização mais coesa com
as linhas de bateria (o bumbo duplo em consonância com os riffs do refrão em
"Stand Alone" simplesmente irão tirar o seu fôlego). E sobre MB, como
o próprio Shaffer disse, foi o trabalho que mais se envolveu e dedicou seu
talento para o Iced. Simples assim, e o resultado não poderia ser outro:
interpretações eloquentes que elevam as composições a um patamar de imersão que
dificilmente podemos encontrar nas demais publicações da banda (ouvir o Robb
Flymm "chupando" o microfone nas suas inspirações que procuram
demonstrar raiva nas interpretações me fizeram desistir do Machine Head, e aqui
Barlow simplesmente dá uma aula de como usar essa técnica em "Disciples of
The Lie" sem cagar na música).
Difícil destacar faixas que sobressaem,
todas sem exceção são destaques, mas vou citar a faixa "1776" que
mesmo sem a presença de Barlow exprime toda a essência do momento inspirado do
Iced Earth em SWTWC, e é claro "Watching Over Me" que é um expoente
na discografia dos americanos. Mas fique esperto, e se quiser conhecer "Something..."
escute este trabalho com atenção que ele merece, pois cada som é uma jóia rara
e é por isso que o triplo 'Live in Athens' sempre foi entendido como o
essencial sobre o grupo de John S., porque SWTWC é tocado na íntegra nesse ao
vivo na Grécia.
Nota 9, ou \m/\m/\m/\m/\m/.
Quantas milhares de vezes eu escutei o
triple digipack live do Iced (literalmente esse mesmo que o Pirika comentou na
resenha dele)??? lembrar de Something Wicked foi como acessar memórias por meio
de hipnose, estava tudo lá o tempo todo, cada faixa, cada riff, grooves,
melodia... e tudo continua tão brilhante e maravilhosos como naquela época, em
que o Heavy Metal para mim ainda era um vasto campo a ser desbravado!
Nostálgico, valeu Pirikotes.
The Trooper
Greg Capullo é foda...
ResponderExcluirhttps://vignette.wikia.nocookie.net/marveldatabase/images/6/64/X-Force_Annual_Vol_1_1_Pinup_1.jpg/revision/latest?cb=20100816030012
ExcluirE eu achei que era do Todd McFarlane por tantos anos...
ExcluirEu poderia aumentar a nota deste disco em 0,2 ou 0,3, por um outro lado eu poderia abaixar a nota do Dark Saga nesta mesma proporção.
ResponderExcluirEsse pianinho da última faixa é muito foda.
ResponderExcluirAliás, essa porra dessa faixa deu vontade de criar uma campanha de rpg com a historinha do Jon.
ExcluirParece que meu chute sobre a posição política estava parcialmente (ou muito) errado, acho que o ideal seria corrigir para 'anarco-capitalista' (blargh):
ResponderExcluirhttps://whiplash.net/materias/news_735/327883-icedearth.html
Aliás, tô cagando pra invasão do capitólio e pra essa farsa de 'classificar como terrorismo interno' ... o blargh tá relacionado ao 'ancap'...quando começo a ouvir um discursando a vontade de vomitar é enorme.
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