segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Overkill - Ironbound

O álbum Ironbound lançado em 2010 pela banda Overkill, foi escolhido por Phantom Lord para análise.


Phantom Lord
Durante o segundo semestre de 2014, "vaguei" por páginas de heavy metal na internet e me deparei com uma música da banda Overkill. Após ler uma quantia razoável de comentários elogiosos sobre alguns trabalhos da banda, decidi baixar o Ironbound... 
Não me arrependi. 
 O álbum abre com a mega-pedrada The Green and the Black, um daqueles "hits quase ofuscantes" e segue com um heavy / thrash metal muito bom. The Goal is Your Soul tem uma passagem da música Phantom Lord? The Head and the Heart, com sua pegada e vocal grave lembra vagamente Orgasmatron em certos trechos. Em minha opinião, o álbum só começa a ficar um pouco "exaustivo" na faixa 8 (In Vain), quando retoma os ritmos acelerados os mantendo praticamente até seu fim, mas isto é perdoável, afinal não deve ser fácil criar um álbum repleto de thrash em que as músicas variem bastante entre si. (vide o Rust in Piece do Megadeth: é um disco com poucas faixas). 
 O vocal rasgado segue a linha accept & cia, o instrumental é bom com alguns momentos ótimos e estonteantes, alternando do thrash acelerado com "pitadas virtuosas" até um heavy um pouco mais cadenciado e criativo. Não conheço muitos discos do Overkill, até agora só escutei o The Years of Decadence, o Ironbound e umas faixas do White Devil Armory... Por isso não compararei este disco com outros da banda. Mas posso afirmar que este trabalho predominantemente thrash, é constituído de diversas porradas de qualidade... Escutei em momentos e volumes diferentes, e já adianto que é melhor ouvir o Ironbound num volume para incomodar a vizinhança, pois como uma boa obra de metal dominada pelo thrash, se ouvirmos num volume baixo acaba parecendo mera "sujeira sonora". Creio que já faz mais de uma década que eu não ouvia um disco de metal-pauleira tão bom quanto este. 

 The Green and the Black 8,5 
Ironbound 8,2 
Bring me The Night 7,8 
The Goal is Your Soul 7,5 
Give A Little 7,8 
Endless War 7,2 
The Head and the Heart 7,9 
In Vain 6,8 
Killing for a Living 7,2 
The SRC 7,4 

 Nota Final: 7,6


The Magician
Ironbound é um disco "tiro curto", explosivo no começo, mas depois de algumas faixas fatalmente perde o fôlego.

O ritmo do álbum não muda se é o que querem saber, mas mesmo com essa metodologia de porradaria contínua a qualidade das composições perde força, carecendo de aderência e criatividade da terceira faixa em diante.

O estilo do som é uniforme, a banda se mantém firme à proposta do trash-speed moderno pós 90's do começo ao fim e com uma produção bem bacana, diga-se de passagem. Mas essa obstinação pela barulheira acelerada pode desgastar rapidamente a paciência do ouvinte, principalmente daqueles acostumados com as trasheiras cadenciadas e super-pesadas.

Após as duas melhores no começo do álbum (Ironbound e The Green and Black), o disco somente algumas vezes se desprende da corrente de mesmice sonora, que resulta em algumas passagens inspiradas (i.e refrão da "Head and Heart", no bridge pré-refrão de "Give a Little" e o solo de guitarra de "The SRC") e só; pude deduzir isso ao fazer um exercício de "sintetização" com o Mídia Player, após escutar o disco por completo por 5 vezes:

Inicialmente dividi todas as faixas em quatro quartos de tempo racionalizando as músicas em 4 etapas iguais; assim, de forma genérica em uma primeira parte temos a introdução e o primeiro verso, na segunda parte o bridge e o refrão, na terceira o interlúdio (normalmente com o lead de baixo) e o solo de guitarra, e por fim na última parte, o refrão novamente e a conclusão da música.

Em seguida procurei escutar essas partes sem interrupção por aproximadamente 30 segundos dentro de cada "parcela" de música recortada, seguindo a sequencia proposta no trabalho; ou seja, uma audição de aproximadamente 2 minutos por faixa e 20 minutos do disco todo. 

O resultado foi conclusivo. Todas as sequências de bateria, leads de baixo, estruturas de riffs e solos de guitarras se assemelham, criando uma interpretação quase que idêntica no decorrer de todo o álbum. Além disso achei a frequência do vocal muito próxima ao timbre das guitarras, que ajuda na distração do ouvinte metaleiro. 

Contudo, o disco está longe de ser ruim e dentro das 10 faixas deixa duas sonzeiras de qualidade para a história da banda. Já ouvi muita (muita mesmo) coisa bem pior aqui no blog!

Só que ainda acredito ser inevitável (exceto se você for fã incondicional dos caras) o efeito de fadiga no ouvinte, mesmo que você não necessariamente execute esse exercício que fiz com meu Mídia Player....  nota 6,8 ou \m/\m/\m/.

p.s: incrível como o Motorhead injetou suas influências no trash metal em todos os níveis e em todos os locais, aqui está mais um exemplo do motorhead-to-be-ever: Faixa 3 "Bring Me The Night"...  


Hellraiser
3Isso é simplesmente Overkill, sendo Overkill !!  Simples, rapido, vocal agudo rasgado, pequenos backings, um pouco de satira, trocas constantes de ritimo, e uma das poucas bandas Thrash onde se ouve nitidamente o contra-baixo em inúmeras passagens das musicas.  O álbum de 2010 mostra bem isso, e abre com a The Green and the Black, que é uma mistura de todos esses elementos citados acima.  O álbum continua na mesma pegada de sempre, com Ironbound, Bring me the Night e a boa The Goal is your Soul.  Give a Little já é um som mais contagiante, ...talvez pelo clima que transborda quase que festivo, e com um backing bem legal.  Endless War, uma das que talvez tenha caído na ¨mesmice¨por não trazer algo muito diferente do que o ouvinte já tivesse escutado até aqui.  Ai temos a The Head and Heart, que talvez lembre alguma coisa de Motorhead, principalmente pelo vocal mais grave e rouco, ...mas achei que a semelhança para meio que por ai.  In Vain tem umas alterações de andamentos com umas passagens bem rápidas, mas acho que não empolga tanto também, apesar de ainda ter um terceiro andamento na metade da musica.  Killing for a Live, já tem uma levada bem interessante, ...e com mais trocas de andamentos, nada que vai mudar a vida de ninguém, ....porem cumpre seu papel.  E por ultimo The SRC, mais uma porrada pra encerrar um disco de Thrash, pois disco de Thrash Metal que se preze precisa ter uma porrada pra abrir e outra pra fechar !!  Talvez o disco seria melhor aos ouvidos se caso tivesse apenas duas musicas a menos, ...um total de 08 faixas seria mais aceito.  Eu prefiro os discos mais antigos da banda, ...os classicos, ...mas confesso que os 3 ultimos albuns do Overkill seguem fielmente a proposta do incio da banda : Thrash Metal rapido e com muita alternância de andamento.  Nota 7,1

The Trooper
3Overkill (e a minha rotina diária de peão) travaram minha participação no blog. Eu simplesmente não sabia o que escrever sobre este trabalho (e ainda não sei).
Não há nada demais por aqui, não é ruim, mas também não chega a ser bom, talvez o maior problema para mim seja o vocalista. 

O timbre fica naquele tom médio irritante, quase ACDC (pra variar) sem ser ACDC, pior, quando o Bobby "Blitz" canta no estilo Blaze Bayley (no finzinho de Give a Little) fica muito melhor! O mesmo acontece em The Head And Heart (dessa vez no começo e no fim da música), em que ele usa um gutural muito foda, porra, ele podia fazer uns trabalhos paralelos cantando em gutural. 

Ele é o principal fator para que as músicas fiquem muito parecidas entre si (existem outros, como intros muito parecidas e algumas estruturas de músicas). Por fim, as músicas possuem quebras de ritmo para darem um descanso na bateria britadeira, mas são quebras bem bruscas que não seguem uma evolução natural (não, eles ainda estão bem longe das quebras malucas que algumas bandas progressivas fazem...ufa).

Bem, toda essa crítica vale pelo enorme tempo que passei ouvindo esse álbum nos ridículos fones de ouvido do meu celular (novamente culpa da minha rotina de peão). Para escrever essa resenha eu fiz uma última e redentora audição no aparelho de som do meu quarto, e o resultado foi que o álbum acabou se salvando. Por quê?

Porque ele é brutal. Eu já tinha reparado em alguns trechos enquanto ouvia no celular, principalmente a linha de baixo estupidamente violenta, mas sua verdadeira face surgiu quando o sistema de som pôde reproduzir os graves necessários para tornar essa obra interessante. Enfim, a pancadaria se sobrepôs à minha resistência ao timbre do vocalista e tornou a execução do álbum agradável, levei em conta até mesmo o caos das composições da banda.

Meu destaque vai para The Endless War, de longe a melhor música do álbum, e também é a música onde os vocais estranhos de Bobby "Blitz" melhor se encaixam. Também merece destaque The Head and Heart (embora o riff do refrão me lembre alguma música que eu já conhecia) e The Goal Is Your Soul.
Portanto se você curte músicas razoavelmente complexas com caos e violência embutidas pode ouvir sossegado, mas use um aparelho de som que reproduza graves decentemente!

Nota: \m/\m/\m/\m/

8 comentários:

  1. Esse blog ta indo de vento em polpa heinnnn !!!!!
    Depois de algumas coisas estranhas, .....esse ja pode ser considerado ( por mim ), como o terceiro post seguido com albuns de meu agrado !!!

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  2. É Hellriser... Tomara que mantenhamos a média de no máximo um bagaço por rodada. (Arch enemy entre as últimas postagens e Crimson Shadows entre as "penúltimas"...). Hehehe.

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  3. Hehehe... desfrutem da calmaria... ela precede a postagem surpresa...kkkk

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  4. Calmaria é essa demora para resenhar os álbuns. Com o amplo prazo de 15 dias entre postagens, os metalcólatras conseguem demorar meses para escrever uma frase...

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  5. Magician, essa tecnica toda exposta em suas palavras, com o player, toca daqui, divide dali, empurra pra traz, volta, abaixa, etc..... me parece tão impresionante e altamente eficaz, que acredito piamente que não entendi bulhufas o que foi feito, kkkkkkkkk, ..acho que isso é só pra tecnicos altamente competentes no ramo da musica digital, ...pq fiquei totalmente boiando, kkkkkkkkkk, ...mas um dia aprendo com vc tudo isso !!!!!
    Ahh, ..agora quanto a influência do Motorzão ai, .......não tem como faltar, em nenhum album deles, ...o Motorhead foi inspiração pra quase todas bandas Thrash oitentistas, principalmente esta que leva o nome de uma das musicas mais importantes do trio !

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    1. Fiz tudo isso pra chegar em uma conclusão bem óbvia, que a sonzeira (que não é ruim) é igual por todo o álbum, em estruturas e abordagens, e depois de um tempo é um pé no ovo!
      Você está certo... eu citar o Motorhead do jeito que citei em uma resenha do "Overkill" é pura redundância.Desnecessário.

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  6. Trooper, seu patético, estavas a ouvir o cd no "mono"? Tipo num radinho de pilha? Tome vergonha na cara e compre bons fones de ouvido.

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