Phantom Lord
Hellraiser nos trouxe mais um suposto heavy metal com pitadas de thrash oitentista. O interessante de cds como este e o Metal Church chegarem ao blog, é que eles me fizeram pensar no passado e reavaliá-lo... O quanto pesa o momento do indivíduo em seu gosto musical? Imagino que "pese" muito... A primeira vez que pensei nisto foi quando percebi que metalcólatras como Julião e Mercante amavam o álbum Hail to England do Manowar. Estes dois fulanos elogiaram tal álbum diversas vezes de maneira enfática, e diversas vezes tentei dar uma chance para aquele álbum... Não desceu. Achei Hail to England simplesmente muito tosco e mal feito, inferior a diversos outros trabalhos medianos do heavy metal (inclusive, inferior a vários outros trabalhos da banda). Este "momento" é um dos principais fatores de origem do "gosto" ou da opinião do ser humano. Apesar de existirem uma infinidade de motivos para um ouvinte gostar de algumas bandas e odiar outras, o "momento" parece algo muito particular e marcante.
Exciter é uma das bandas adoradas em determinados sites e páginas de "bangers" na internet... Provavelmente adorada pelo mesmo motivo que Julião e Mercante adoram o sub-medíocre Hail to England: O momento. Os oldschools (fãs das bandas dos 70-80s) e/ou troozões (aqueles que odeiam o mainstream) ouviram tais trabalhos em sua fase jovem e de formação de personalidade, fazendo com que as músicas ficassem gravadas como clássicos eternos em suas memórias. Mas isso desclassificaria tais álbuns? Depende. O ouvinte que está analisando o Violence and Force uns 20 anos depois de seu lançamento, poderia encontrar algo que falatava em seu repertório e derepente adorar! Por um outro lado, um ouvinte de formação similar (que já ouviu 3000 ou 4000 músicas "metálicas" ou 9000 músicas de rock em um espectro mais amplo), pode simplesmente ver o Exciter como mais uma banda da saraivada metálica oitentista que não alcançou o mainstream por "mérito".
Em minha opinião, estou mais próximo do ouvinte exemplo 2: Violence and Force tem muitas músicas entre o nível mediano e bom, mas faltou características mais marcantes, seja agressividade, melodia ou o "mojo". Esta "ausência de características marcantes", gerou o velho efeito dispersor que foi ganhando força a partir da faixa 4 "Evil Sinner" e só é quebrado na faixa 7 com a "intro" de Delivering to the Master... Deste ponto em diante o álbum recupera uma dose de criatividade.
Nota Final: 6,6
The Magician
Fora a apresentação em coletâneas ou em seleções de músicas em programas de Metal de rádio e TV, eu não havia tido contato com a banda canadense, portanto esta foi a primeira vez que emprestei meus ouvidos para um trabalho inteiro dos caras. Ouvir o primeiro trabalho deles mais de três décadas depois, conta bastante na hora de escrever esta resenha, já que depois desse álbum a banda ainda escreveu mais 10 discos e vem resistindo à erosão de 37 anos de estrada.
Uma primeira audição superficial já indica a época de composição, e se o cara for especialista já consegue inclusive perceber que o som é oriundo da América do Norte. Este trabalho pode ser considerado em minha opinião como um dos precursores do Trash, como as primeiras obras de Anvil e Diamond Head, mas particularmente não acho que se trata desse subgênero, talvez por causa da formação em power-trio ocasionar performances mais presas à bateria.
Sobre a sonoridade geral, existe uso intenso de sintetizadores gerando camadas razoavelmente emboladas que se traduzem nas pautas um tanto pesadas e tecnicamente simples. As estruturas das composições não surpreendem (mesmo naquela época) pois não há intuito de colocar partes progressivas em momento algum, a linha de atuação está muito mais voltada para uma marcação circular viciada e contundente como o Motorhead costuma fazer em suas gravações. As músicas normalmente são interpretadas em pontuações aceleradas (120 bpm), com algumas exceções como "War is Hell", "Pounding Metal" e "Delivering to the Master" que se desenvolvem em beats mais lentos.
Esse disco assim como os trabalhos de outras bandas Heavy Rock da época, podem ser consideradas como rebites na viga mestra do Metal que prosperou nos 20 anos seguintes, mas mesmo sendo considerado por uns um debut essencial, não contribui com algum clássico referencial; está mais para um escape para indústria da época, e seu modo de lidar com a necessidade de sublinhar um estilo bastante vendável. Mais ou menos como descrito em minha resenha do Testament, só que na verdade, faz parte de uma geração anterior.
Um disco aturável, mas obviamente ultrapassado. Sem destaques, nota 5,9 ou \m/\m/\m/.
Curioso assistir a uma apresentação dos canadenses, já que o vocalista é o batera. Enquanto dois figuras dividem o front do palco bangueando com seus instrumentos de cordas, uma voz cantarola "do além". :D
Ser um velho, ultrapassado, desatualizado e não trazer nada de novo é um problema ? Claro !!!
Mas...... ( sempre tem um ¨mas¨)
Pode ter seu lado bom, .....você viveu aquilo que outros não viveram, e que na verdade, o que naquela época era MUITO bom, atual e novo !!!
Você pode ensinar coisas que aprendeu anteriormente e passa-las a nova geração, ...como tambem a nova geração pode se basear em suas ideias, hoje ultrapassadas,.... mas você foi um dos primeiros a ter algumas ¨ideias¨!
Mas, bom pra quem ???
Pra mídia ??
Não !!!
Pros rockeiros, metaleiros, headbangers, etc que gostavam demais disso na época, e inúmeros que gostam até hoje, ....e, ....ainda tem mais um ¨e¨,
vários curtidores do Metal, que mesmo terem nascido após a década de 80, conheceram essas bandas e lançamentos e passaram a gostar demais disso.
Claro, gosto é muito pessoal, o que pra uma multidão pode ser ¨bom¨, pra um pequeno grupo seleto pode ser horrível, e vice-versa !
Outra coisa que me chama a atenção :
Se uma banda não chegou ao mainstrean ela é considerada ruim ???
Seus trabalhos são fracos ??
Mainstrean chega a ser uma piada de mau gosto !!
Metallica e Iron Maiden chegaram la, ....conquistaram, ...sim, ..... mas depois cagaram !!
Por que então não são jogados ao underground de volta ??
Por que tem tantas e tantas bandas OTIMAS, com OTIMOS trabalhos e nunca conseguiram chegar ao estrelato ???
Por que tem tantas bandas novas e atuais hoje com otimos álbuns que daqui uns anos serão esquecidas ??? Mas, esquecidas por quem ???
Pela mídia ??
Pelos jovens que usam camisetas do Ramones e do Nirvana ??
Sim, esses mesmos, ...por que os verdadeiros amantes da musica pesada nunca esquecem um trabalho bom, ....mesmo que este já esteja ultrapassado, claro, depois de 30 anos quem consegue ainda viver na modernidade ???
Ahhh sim, ....os Irons e Metallicas da vida, que preferem serem moderninhos pra sempre, à fazerem coisas que realmente agrade seus verdadeiros fãs !!!
O Exciter ta ai, ainda ! ....show pequeno em Sampa em novembro passado, vários discos lançados e claro, ...os primeiros discos, os velhos, os que não trazem nada de novo ¨hoje em dia¨, são os mais aclamados pela galera do Metal !!!
Por que ???
Por que são clássicos, bons até hoje !
Violence and Force – Lembro as primeiras vezes que escutei isso, fiquei chapado na época, como acontecido com vários outros discos de varias bandas, ...caramba, ...mas eu tinha só 13 anos, era um mulecão !
Sim, ...hoje tenho quase 43 e ainda amo isso !!
As porradas de Violence and Force, Screaming in the Night e Destructor !
O hino – Pounding Metal
A cadenciada e pesada War is Hell com seu riff direto !
O peso de Evil Sinner, Delivering to the Master e Sword of Darkness !
Dan Behller , monstro, gritando, cantando e surrando a bateria !
Isso é mainstream entre os ¨do ramo¨!!
Metal é pros fortes !!!!!
Nota 8,0
Metal Mercante
“Volta o cão arrependido
Com suas orelhas tão fartas
Com seu osso roído
E com o rabo entre as patas
Volta o cão arrependido
Com suas orelhas tão fartas
Com seu osso roído
E com o rabo entre as patas
Seu madruga: "Muito bem, Chaves, muito bem!"
Chaves: "O verso é repetido 44 vezes"
Volta o cão arre...”
Eu, MetalMercante, acredito no mercado. O mercado julga, o mercado remunera, o mercado dá a vida, o mercado tira vidas. O mercado decide quem é bom e quem não é…
Em poucas palavras, esse álbum é “meh”, ele não tem nada demais, nem mesmo se considerarmos que ele foi gravado lá nos primórdios do metal, para um álbum gravado em 84 eu esperava muito mais, mas muito mais mesmo. A maioria dos álbuns mais aclamados pelos Metalcólatras foi gravado nessa época, então se uma banda não chegou ao mainstream, ela pode ser considerada ruim?
Pode…
Respondendo ao meu colega Hellraiser. Não, o mainstream não é uma piada de mau gosto, pois o mainstream em 1984 é tudo aquilo que temos de mais “sagrado” no mundo do metal e o mercado escolheu. Se
Eu, The Trooper, não acredito no mercado, não existe mão invisível nenhuma, pelo menos não uma que regule o mercado, se existe, existe uma que acumula dinheiro em um cantinho minúsculo da sociedade, cantinho esse que só 1% da população possui a chave. São esses caras que decidem o que pode e o que não pode ser.
Mas eu não sou burro (pelo menos não MUITO burro), é claro que há uma prospecção do mercado pra saber o que é rentável, e também há empreendedores de sorte e talento, e existem também os nichos rentáveis, só que diferentes escalões de lucros. Enfim, Violence and Force tem como selo a Megaforce , selo independente na época que havia lançado um álbum muito especial cinco meses antes: Kill' Em All.
Eu poderia tirar um sarro aqui e dizer que Violence and Force é a versão genérica de Kill' Em All, e como Metallica era supremo, até mesmo a versão genérica fica boa. Mas não vou fazer tal acusação (ué, já não fiz?), mesmo que a faixa título pareça que foi roubada do Kill' Em All, porque Pounding Metal parece uma mistura de Judas Priest com Metallica.
Deixando as brincadeiras de lado, Violence and Force é um puta álbum! Os caras da banda são muito competentes na maior parte do tempo, riffs legais, solos bacanas, batera no ponto, músicas que fecham em si e bem boladas ... mas eles cometem alguns deslizes, às vezes repetem muito o mesmo riff antes de mudar pra outro, às vezes repetem demais um refrão (Pounding Metal?), e o ponto chave do que estraga e muito o álbum: o vocalista é um bosta! Meu Deus, como pode um cara ser tão ruim? Não consegue nem os gritinhos de poodle que Mustaine e Hetfield davam na época ... muito menos cantar.
Eu ia até fazer uma batalha de bandas novamente, dessa vez tendo Violence and Force x Ironbound, mas ia ficar vergonhoso pro Overkill ter um álbum recente e bem produzido derrotado pelo calhambeque envenenado que é Violence and Force.
Nota: \m/\m/\m/\m/ (Dan Beehler arrancou vários dedos das mãozinhas com seus gritos ridículos)
P.S.: É impressão minha ou o Mercante disse que canta METALLICA com empolgação?