quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Helloween - Chameleon


O álbum "Chameleon" lançado em 1993 pela banda Helloween foi escolhido pelo Metalmercante para a análise.










Phantom Lord


Há muito tempo, o Helloween deu as caras aqui neste blog com um de seus grandes clássicos: Keeper of the Seven Keys Part 2. Meses depois o álbum The Dark Ride com suas distorções teoricamente mais pesadas tentou conquistar seu espaço aqui (via duelo), mas perdeu para o Megadeth.
Agora Metal Mercante nos trouxe o tão mal-falado Chameleon de uma fase, digamos, obscura do Helloween. Confesso que tentei ouvir este álbum uma vez em 2011... mas não consegui... Bom, lá vamos nós de novo, talvez a intenção de Mercante seja dar uma cornetada neste blog que anda meio morto.

First Time começa razoavelmente... o refrão tem um ritmo meio bobo-alegre, mas como um todo a música não é ruim. Nota 7.
When The Sinner...
...

... Lembrei de um fato: Uma vez ouvi The Trooper lamentando com Pirikitus Infernalis porque Michael Kiske gravara um álbum tão “Pop-Meloso”... Não me lembro do nome do álbum, deve ser bem recente, mas lembro que tive a infelicidade de ouvir tal trabalho. Bem... Aqui em Chameleon, reside uma possível explicação... When The Sinner deve ser um tipo de música que esse figura do Kiske realmente gosta. Se é heavy metal? Só se for na p$#@ que pariu... Nota 5,4.
I Don`t Wanna Cry No More... mas deu vontade de chorar de desgosto com esta panguice pop. Nota 5,0.
Crazy Cat mostra bem qual é a do disco: não é. Não há foco algum, apenas músicas aleatórias nesta m%$#@ de álbum. Nota 5.4.
A faixa 5, Giants, é a única que entrou na minha lista de músicas quando tentei ouvir este álbum no ano passado. Nada espetacular, mas um bom heavy (ou Power) metal. Nota 7,8.
Windmill é uma canção de ninar? Nota 4,8.
Revolution Now... É só impressão minha ou há uma forte “pegada” de Rock Alternativo e/ou Grunge nesta música? Se essa era realmente a intenção da banda, esta faixa deveria ser mais curta. Nota 6.
In The Night? Music? p$#@ que pariu... Notas: 4,5 e 5,0.
Step Out Hell tem uma pitada daquele estilo anos 80 (seria o Glam?), mas é razoável. Nota 6,8.
I Believe é bem parada, mas ao menos não é mais uma canção pop. O vocal de Kiske ajuda a salvar esta música. Nota 6.
Longing é quase pior do que “curtir” uma ressaca de pinga com uísque. Nota 4,0.

Enfim, Chameleon não chega a ser ruim e deve ser um prato cheio para aqueles que não gostam especificamente de Heavy Metal e seus subgêneros. Por ser bem experimental e pop ao mesmo tempo, Chameleon deve ser aquele tipo de álbum que o metaleiro apresenta pra esposa ou namorada que acha que heavy metal é muita barulheira...
Nota final: 5,5


The Trooper
3Você gosta de álbuns acústicos? Pop music? Metais (não, não heavy metal, mas aqueles instrumentos de fanfarra)? Se sim, talvez goste de algo neste trabalho, mas se você gosta de heavy metal já adianto que deve passar longe, mas bem longe deste álbum.

O Helloween levou adiante as experimentações feitas em seu álbum anterior, Pink Bubbles Go Ape (o primeiro após a saída de Kai Hansen), digo isso com base em muita coisa que li por aí, porque não tive coragem para ouvir o álbum, e depois dessa tortura chamada Chameleon minha covardia se consolidou. Tais experimentações resultaram em um álbum em que a banda "atira para todo lado" (se não me engano, o Mercante criticou o álbum Brutal do Dr. Sin por causa desse mesmo motivo), criando assim um trabalho que é classificado por aí como "sem gênero".

OK, parabéns para os caras, por inovarem, pela coragem ... peraí, parabéns o cacete, imaginem os headbangers da época sem internet indo comprar essa coisa na loja, isto deveria vir com um selo dizendo "Não é metal".

Não posso destacar faixa alguma, pois 2 ou 3 faixas que chegam perto de ser heavy metal ainda decepcionam profundamente, talvez algum solo de guitarra consiga um trecho de destaque, mas nem os vocais do sr. do pop, Michael Kiske salvam algo, pelo contrário, a voz dele "deu no saco" antes da metade do cd.

Nota: 3,5 (isso aqui é um site de heavy metal, vá reclamar para a sua avó).

P.s.: Quem viu o discurso do Mercante no post de fim de ano torcendo para que postassem coisas melhores nesse ano pode chegar a conclusão de que ou ele é um fanfarrão ou o Mestre da Contradição.


Metal Mercante

Depois de 3 álbuns que mudaram o mundo do Metal para sempre aconteceu com o Helloween algo que para mim foi uma das melhores coisas que poderia ter acontecido. A saída do Kai Hansen do Helloween, não só porque ele fundou o Gamma Ray e apesar de um começo um tanto quando fraco engatou e começou a produzir ótimos álbuns de metal, mas também porque o Helloween encontrou um substituto e continuou com a sua carreira...ou quase...

O Helloween nunca foi uma banda que escreveu letras muito sérias para suas músicas, suas letras sempre estiveram mais para o lado “descontraído” do que para o sério, como por exemplo Dr. Stein e Gorgar (fala sério, quem é que escreve uma música para uma máquina de Pinball?) e com a saída do Kai Hansen eles tentaram ir ainda mais nessa linha e acabaram lançando o “Pink Bubbles Go Ape” que não tinha absolutamente nada a ver com os três trabalhos anteriores da banda a não ser a música “Heavy Metal Hamsters” que chegava perto daquele Metal “descontraído” da banda, os fãs odiaram e as vendas foram fracas.

Dois anos depois a banda aparece com Chameleon que era mais “estranho” ainda que seu predecessor, a ênfase nas músicas “descontraídas” continuou como por exemplo em “Crazy Cat”, os fãs odiaram mais ainda, não tinha nada mesmo a ver com o que eles esperavam de uma banda como o Helloween, em primeiro lugar a capa branca com 4 “pinceladas” e o nome da banda e do álbum, em segundo as músicas, os fãs tiveram dificuldades de classifica-las, não é Metal, isso é evidente, mas não Hard Rock também, ou algumas delas talvez. E a balada “Windmill“, é balada, mas é metal? Tem alguma balada que é metal? Ninguém entendeu nada e o resultado se deu nas vendas, péssimas vendas que levaram até a saída de Michael Kiske da banda.

E agora, quase 20 anos depois do lançamento deste álbum?

Até que não é tão ruim quanto os fãs mais fervorosos nos fizeram acreditar, talvez o “choque” de ter uma de suas bandas preferidas mudar seu estilo musical tão radicalmente os fizeram exagerar na sua reação. Coisas como a arte da capa são completamente irrelevantes e uma arte de merda não significa um álbum de merda, da mesma forma que já escutei álbuns com artes maravilhosas que possuíam um som de merda. O “choque” passou, o Metal como era conhecido antigamente morreu – O Metallica terminou de mata-lo em 1996-7, então os fãs estão mais resilientes a decepção.

Já com relação ao álbum em sí, o vocal do Michael Kiske está melhor do que nunca no Chameleon, ele sempre foi um vocalista muito, mas muito bom mesmo. Instrumentalmente os integrantes da banda fazem um bom trabalho, Roland Grapow é um gênio, porém é inegável a falta de “peso” nas composições, no máximo as músicas “First Time”, “Revolution Now” e “Step out of Hell”, mas ainda assim falta alguma coisa.

De qualquer forma, analisando com calma, não é um álbum que vai agradar todos os Metaleiros por aí, talvez agrade mais suas esposas/namoradas do que o contrário, mas é um álbum que tem várias músicas interessantes e que talvez sirva para “converter” novos metaleiros ou simplesmente para escutar para relaxar....ninguém vai bater cabeça com Chameleon do Helloween.


Nota: Fiz uma viagem um tanto quanto longa no carnaval e tive tempo de escutar 4 cds “Best of the 80’s” e notei que várias das músicas que fizeram sucesso nos anos 80 usavam essas !@#$% de cornetinhas/trompetes etc. Então além de gravar um álbum que decepcionou os fãs o Helloween ainda fez uso EXAGERADO das !@#$% de cornetinhas/trompetes etc pelo menos 3 anos DEPOIS da década de 80 ter terminado, provavelmente até as !@#$% de cornetinhas/trompetes etc já estavam fora de moda!


Nota: 6,5



Pirikitus Infernalis
Mais um cd dessa banda nova e...porra, peraí. Isso é Helloween?

O cd começa com First Time que a princípio parece apenas uma música mais ou menos porém chega o refrão e você logo acha a música uma grande perda de tempo, e o problema é que isso se estende pelo resto do álbum. When the Sinner tem uma das estruturas musicais mais engraçadas com os trompetes no refrão, eu comecei a dar risada ouvindo isso, finalizando com um solo que me remete a imagem de um bêbado tocando sozinho em uma rua escura e deserta de Chicago. Como isso pode ser Helloween? E olha que eu nem sou grande fã da banda, muito longe disso.

I Don’t Wanna Cry no More parece um Whitesnake/Mr Big 3 vezes mais brega, horrível. Crazy Cat é legal pois a introdução dela serviria muito bem para abertura de algum anime (de preferência no estilo Cowboy Bebop). Giants é um bom rock e provavelmente a melhor musica do cd, o que me fez pensar que o cd não deveria ser tão ruim assim. Eis que vem a sequencia Windmill, Revolution Now, In the night e Music pra sepultura toda e qualquer chance de eu achar este cd bom. A boa Step Out of Hell funciona como um ultimo suspiro para o cd morrer de vez com as péssimas I Believe e Longing.

Eu sou a favor do experimentalismo, um músico vive da sua inspiração, independente de seu estilo musical. Porém, um experimentalismo deve ser acompanhado de um bom senso de saber que essa mesmíssima banda já gravou uma das maiores obras do Heavy Metal (Keepers pt. 2) e que com esse e outros CDs angariou uma legião de fãs. Bandas quase botaram uma carreira a perder com tentativas pífias de transfigurar o seu som na base do experimentalismo como Bruce Dickinson (Skunkwork), Graver Digger (Stronger Than Ever – mesmo estando sob o nome Digger) e Metallica (St. Anger). Ou você adiciona características dentro do seu som e tenta inovar como banda, ou você faz um outro som como uma outra banda. O exemplo mais claro disso seria o Lulu gravado por Lou Reed + Metallica.

Saber que esse cd pertence a mesma banda que gravou Keepers pt.2 é realmente decepcionante.

Ps: Velho...sério...olha esse trompete no refrão da When the Sinners...

Top 3: Crazy Cat, Giants e Step Out of Hell – Shame pit: Todas as outras.

Nota: 4


The Magician
3
Entre suas diversas borrifadas, cismas, picuinhas, provocações, alfinetadas,... ou qualquer uma de suas rotineiras artimanhas... , Metal Mercante finalmente atingiu o topo da sua parábola de fanfarronice.




O trunfo de sua cornetagem mais aguda foi o álbum “Chamaleon”, de uma das maiores bandas de Heavy Metal de todos os tempos, o Helloween.


Basta dizer que de TODAS (T-O-D-A-S, TODAS!) as postagens do blog, foi este o CD que mais apresentou conteúdo alheio ao Metal tradicional. Em Chamaleon os alemães atiraram para todos os lados e atingiram: blues-pop, grunge, pop rock, hard rock, Country Pop, Lullabies e por duas, somente duas vezes o Heavy Metal melódico. Sendo que o material como um todo é afinal um estudo de eclectismo.


E acho que preciso de apenas um ou dois parágrafos para sintetizar toda a análise do conteúdo musical, que no fim das contas não desprezo por completo; mas sempre resaltando o distanciamento com os predizeres dessa casa (a casa sagrada do Metal).


As faixas “Giants” e “First Time” são Heavy melódicos de primeira qualidade, extremamente competentes, e podem ser consideradas sim entre as grandes musicas da carreira da banda, - sem devaneios ou desvios representam o verdadeiro legado do Helloween. As demais músicas são experimentos de gêneros populares, que se alternam entre grandes saltos e verdadeiros “voos de criatividade” de Kiske e Grapow.


Porém em todo seu percorrer Chamaleon é extremamente bem produzido, com muito trabalho em cima dos detalhes. Kiske aqui atingiu o ápice de seu trabalho, e raros registros de qualquer outra gravação de qualquer outro artista do gênero atinge ou atingirá esse nível de qualidade nos cantos-solos (uma pena que esse talento tenha sido tão desperdiçado aqui). Outro ponto a favor do álbum são os solos de guitarra, que mesmo tendo que se performar dentro de melodias e estruturas totalmente fora de contexto, seguram bem a bronca com boas doses de inspiração e técnica em todas as músicas.


Entender a postagem do álbum por parte do sátiro Merchant é fácil, ele acha que aqui é casa da Mãe-Joana e usou o espaço do site para homenagear sua esposa, ou para provavelmente reatar suas relações conjugais, ou apenas conseguir algum “alvará” inegociável perante a patroa; uma vez que seu perfil de “olheiro do Metal” foi inquestionavelmente combalido pelos fatos de postagens BEM fracas aqui no blog... é mesmo o fundo do poço.


Mas difícil é entender o Helloween e seu lançamento mal sucedido de 1993, que nem mesmo pode ser considerado uma travessura de Halloween, já que foi lançado no mês de junho daquele ano. Nos resta apenas montar as peças e pistas deixadas para trás e deduzir o acontecimento.


- A autoria das composições foi dividida em três terços (Weikath/Kiske/Grapow), sendo que há um abismo entre as criações de Weikath e de seus companheiros: First Time, Giants, Revolution Now e Windmill, sendo que esta ultima é a que mais foge ao seu estilo básico, mas que não é uma genuína novidade no gênero (vide “The Tale that Was’nt Right” – Keepers part I);


- A turnê do disco proporcionou sérios desentendimentos recorrentes entre Kiske e Weikath, que dividiram a banda em dois “grupos”: Weikath e Grapow e Kiske e Ingo. A situação terminaria com a demissão de Kiske e suicídio de Ingo;


- A letra de “Giants” pode ser entendida como um verdadeiro testemunho de como a banda (ou Weikath) se sentia na época com relação à gigante Gravadora EMI que assumiu os contratos do grupo a partir do disco “Pink Bubbles Go Ape”;


- E por fim, em uma entrevista Weikath foi questionado: “... você realmente odeia o trabalho feito em Chamaleon?”, e respondeu:


“ ... quanto aos membros da banda na época e da qualidade do trabalho não me cabe dizer, mas o fato é que este álbum não ajudou o Helloween em nada até hoje...”


Minha impressão é que houveram “influencias” da gravadora e dos produtores sobre o trabalho comercial de Chamaleon após o relativo fracasso do álbum anterior, e que esta intervenção vil tinha o aval de Kiske, que já planejava ingressar em uma carreira solo pop “by MTV”, e sonhava em desfrutar do glamour das paradas de sucesso da Billboard e do mercado americanizado.


No fim seus planos caíram por terra, e após diversos fracassos individuais Kiske 10 anos depois viria a ser acolhido novamente pela comunidade que o revelou e o acolheu no ínicio de tudo... o filho pródigo.


E o Helloween e seu líder Weikath, continuaram em sua carreira como ícones do Metal.


Nota: 5,8 ou \m/\m/\m/.


Como sou profissional, escuto o álbum e dou meu parecer, não gosto de questionar a procedência ou o gênero das postagens. Mas o disco Chamaleon do Helloween é uma espécie de máscara para enrustidos que se dizem metaleiros até o fim, mas que gostam de músicas estilo Tinna Tunner, Elton John ou Phil Collings, esse tipo de postagem realmente dá margem a loops de provocações e rixas entre os membros que não acabarão tão cedo. Mexe com um dos pontos mais temidos e evitados por todos os tipos de metaleiros: “o que você gosta fora do metal?”


Isso é guardado à sete chaves por cada um de nós em seu próprio âmago, pois fora do metal só existe o metal...........................................................................certo?


Aconselho não voltarmos à esses assuntos...

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Mercyful Fate - In the Shadows

O álbum "In the Shadows" lançado em 1993 pela banda Mercyful Fate foi escolhido por The Magician para a análise.





Phantom Lord

Eis uma banda famosa no "cenário metal" que eu praticamente não conhecia. Ouvi uma música ou outra entre os anos de 1996 e 2011, porém nunca memorizei um nome de música sequer do Mercyful Fate.
Lembro-me que das poucas vezes em que ouvi gostei da parte instrumental... e só.
O vocalista (King Diamond) tem um estilo bem fácil de se reconhecer que alterna entre um tom de voz mais "normal" e um bem agudo, na verdade isto não é ruim, até prova que ele tem um bom "alcance" do grave ao agudo, mas acho que ele poderia trabalhar melhor sua voz nas músicas. Se essa alternância de voz realmente tem um significado, então creio que durante a maior parte do álbum Diamond não esteja transmitindo seu significado de maneira clara nas músicas.
Ainda assim, talvez pela experiência do vocalista e dos demais músicos da banda, as músicas do In the Shadows me pareceram no mínimo razoáveis.

Os temas giram em torno de "contos de terror e afins"... como esperado.
A faixa 3 é um tanto longa se comparada com as anteriores... definitivamente os vocais bipolares acabam ajudando a esta faixa se tornar cansativa.
Eu me considero mais “tolerante” a este tipo de vocal agudo (que soa forçado muitas vezes), graças a outras bandas que ouvi mais nos últimos tempos, como Judas Priest. Mas mesmo assim, depois de anos, eu ainda acho que o mais interessante do trabalho do Mercyful Fate é a parte instrumental.
Apesar de minhas críticas, achei as faixas 4, 5, 6 e 7 boas como as duas primeiras.
Infelizmente ao chegar lá pelo meio da faixa 8 (Legend of the Headless Rider) o álbum torna a ficar cansativo.

Egypt 7,0

The Bell Witch 7,5

The Old Oak 5,5

Shadows 7,5

A Gruesome Time 7,3

Thirteen Invitations 7,5

Room of Golden Air 7,2

Legend of the Headless Rider 5,5

Is That You, Melissa 6,5

Return of the Vampire... 1993 6,0

Modificadores: nenhum.
Nota 6,8


The Trooper
3Mercyful Fate é uma daquelas bandas que às vezes dá uma ligeira vergonha de contar pros amiguinhos que você gosta dela (a outra banda já dá pra imaginar qual é), mas o motivo não é foto dos membros trajados em tangas, mas o vocal extremamente exótico do famigerado King Diamond, sim, o cara é genial, mas negar que é estranho é forçar a barra.
Este atributo do vocalista limita um pouco uma avaliação positiva de minha parte, mais por gosto pessoal mesmo, mas vamos lá: Mercyful Fate é uma daquelas bandas geniais e únicas (como Blind Guardian) que deveria ter uma classificação própria, vou aproveitar meu espaço aqui e batizá-la de "progressive terror metal". O álbum em questão é um bom trabalho, não é um álbum de viagens extremas, o instrumental, somado a atuação de KD, traz uma ambientação perfeita para o tema abordado nas músicas sem sair muito do que eu considero música boa. Embora a construção das músicas siga o estilo oscilante do vocalista, acho que o trabalho resultou em algo que dá pra ouvir e achar bem legal.
Claro que, meu destaque, seguindo meu gosto, vai para as faixas menos oscilantes: Shadows, A Gruesome Time e Is That You, Melissa? (acho que essa serviu de inspiração na criação da última boss do FF8, Ultimecia).
P.S.: não posso deixar de citar a semelhança da atuação de KD com o arqui-inimigo das Meninas Super-poderosas, "Ele" (acho que KD serviu de inspiração pra mais alguém), que era uma óbvia caricatura do Cramulhão.
P.P.S.: Acho que se King Diamond limitasse os agudos somente à interpretação de banshees, menininhas aterrorizadas e fantasmas femininos, as músicas ficariam mais legais.

Nota: \m/\m/\m/\m/ (podem falar o que quiser, mas esse álbum é um clássico).



Metal Mercante

Eu ia começar minha resenha partindo mais ou menos do mesmo argumento que o “Trooper” usou para descrever Mercyful Fate, não é uma banda comum, não pode ser rotulada como “power”, “trash”, “melodic” (nem fodendo) etc e sim como uma banda que faz uns “arranjos” enquanto o King Diamond tenta contar uma história de terror.

O álbum “In the shadows” para mim me parece o mais “tranquilo” da banda com um foco maior nas histórias de terror do que em chocar o ouvinte com as músicas do passado como “Satan’s Fall” e “Nuns Have no fun” que chega até a ser engraçada. Todas elas buscam uma ambientação interessante que tem bastante a ver com o tema explorado, Egypt, The bell Witch, The old Oak entre outras são bons exemplos disso.

Dá até para tentar fazer uma separação entre a carreira solo do King Diamond e a banda Mercyful Fate, onde na carreira solo o “KD” procura fazer álbuns conceituais completos, girando inteiros em cima de uma história completa, como o épico “Abigail” de 1987, “Them” de 1988 e até o ótimo “The Puppet Master” de 2003, enquanto que o Mercyful Fate é a banda de “contos”, cada música é um conto de terror, daqueles de filmes americanos que costumam ser contados em volta de uma fogueira (enquanto o assassino de verdade só observa de longe...), a diferença é que esses “contos” ao serem interpretado pelo Mercyful fate ficam BEM mais legais.

No final das contas o Mercyful Fate levou um pouco mais longe a ideia da criação do Black Sabbath, que era fazer músicas de filmes de terror e acabou criando um estilo próprio de fazer música, “vinte e todos” anos de carreira e uma paulada de ótimos álbuns, sendo que “In the Shadows” é provavelmente sua maior obra de arte.

PS: Em 1999 fui no show do Mercyful Fate num lugar muito escroto numa sexta feira 13...muito bom!!!

Nota: 8,666




Pirikitus Infernalis
Opa! King Diamond e suas histórias de terror assombram o blog metal! Boa pedida do fanfarrônico Magician.

In the Shadows é o primeiro cd depois da primeira separação da banda, e os caras mandaram bem d+. O forte da banda sempre foi o clima sombrio e a qualidade dos seus contos de terror, e isso se mantém soberano no disco, sem perder a pegada metal. Eu definitivamente não sou fã da voz de King Diamond, apesar de estar acostumado com ela, mas em alguns momentos ela se encaixa perfeitamente na musica. Outra coisa que chama atenção são os bons solos da dupla Denner/Shermann, o resto da banda faz seu papel de uma maneira competente e sem chamar muito a atenção.

Musicalmente o álbum á agradável com seus altos e seus poucos baixos. A maioria das músicas ficam entre uma nota 6 e 7, com alguns destaques bem positivos como a ultima citação da bruxa Melissa, Egypt e The Old Oak. Aqui devo reiterar uma discussão que ocorreu, salvo engano, no álbum do Sacred Steel. Obviamente não existe comparação entre os 2 cds, mas aqui está mais uma prova de que um encarte na mão pode deixar o álbum mais interessante. As letras são essenciais para apreciação desse álbum.

Um bom álbum, com boas histórias.

Top 3: Egypt, The Old Oak e Is That You, Melissa? – Shame pit: A presença de Lars Ulrich na bateria de Return of the Vampire, onde percebe-se claramente a decadência de qualidade do instrumento na referida canção.

Nota: 7,5


The Magician
3 Nos primeiros encontros dos Metalcolatras há aproximadamente 15 anos, onde nos encontravámos em uma loja de jogos da redondeza para sessões de RPG, eventualmente um ou outro CD de Metal dava o tom nos intervalos e pausas do jogo. Entre CDs como "Hail to England" e "Tunes of War" surgiu um ao qual me interessei pelas caracteristicas sonoras e me fez curioso para saber quem eram os autores; pedi para ver o encarte:
" - Nossa! Dá a impressâo que a menina está fora da capa..."

Este meu primeiro contato diz tudo sobre a proposta do Mercyful Fate e de King Diamond seu front, co-líder e narrador das histórias de terror da banda, isso e o estilo singular de cantos de Kim já foram endossados pelos demais Metalcolatras.

Talvez o que não tenha sido repassado aqui entre os membros do blog foram as apresentações performáticas e teatrais da banda, mas tudo isso é carnaval e fora roubado do primeiro "ator" Heavy Metal, Sir. Alice Cooper.

Sobre o som há de se dizer que é um trabalho bastante atmosférico, principalmente devido às locuções de Diamond, mas as guitarras também fazem esse papel, e por falar no papel das guitarras é aqui que reside o maior trunfo do disco "In the Shadows". Shermman é um verdadeiro "Riffmaster" e foram suas construções melódicas, vezes interagindo com as evoluções de Denner, que colocaram definitivamente a banda como uma das maiores da cena. Seus versos de guitarra não perdem em nada para o Maiden ou Sabbath.

Em momento algum o Mercyful Fate abre mão da liberdade de composição dos arranjos de cordas ou do andamento da composição para fujir para algum estilo específico de sub-gênero metaleiro, seu foco é a melodia da música bem tocada e criativa. A alternancia dos tons da música, a multi abordagem das vozes e eventualmente uma participação de texturas límpidas é que estão a cargo da contextualização, e só. Por isso repudio a vinculação desta banda clássica ao rídiculo estilo mono-tom-bate-estacas-gutural-de-bosta de Black Metal moderno que segue um padrão visceral de rústica arquitetura musical.

Dirão os defensores da rotulação que Mercyful Fate é proto-black e que influenciou sim as bandas norueguesas de BM conforme alguns membros dessas mesmas bandas dizem..., bem..., para mim fora o fato de utilizarem cabeças suínas no palco não existe nenhum tipo de influência de Diamond e sua banda sobre esses brincalhões, e tal alegação serve apenas para pegarem carona em algo que teve sucesso comercial fora do país de origem no passado.

Mercyful Fate é Heavy Metal, muito bom por sinal, e ponto.

Destaque para "Egypt","Shadows" e "A Gruesome Time".

Nota 7, ou \m/\m/\m/\m/.

P.S: Em uma entrevista recente Kirk Hammet foi questionado sobre qual a diferença do Metal dos anos 80 quando começou sua carreira para a cena atual, e respondeu: "cada vez mais extremo...".

Em minha opinião a resposta óbvia revela uma triste realidade em que o Heavy Metal e Rock perdeu sua identidade e se transformou em um movimento fraco e diluído, o que me faz lembrar daqueles bons tempos em que metal era apenas metal; mal tinhamos dinheiro para comprar CDs e as fitas K7 e LPs ainda eram importantes em nosso acervo, e o que importava era cantar as musicas com um inglês embromation e repassar as histórias desses heróis metaleiros para frente sempre aumentando um pouquinho a versão.

Metaleiros de minha época lembram de histórias como:

- Mustaine chutou o cachorro de Hetfield e foi demitido...

- Lemmy Kilmster tomou Soda Caustica para "afiar" sua voz...

- Ozzy cheirou uma carreira de formigas para provar que era o mais louco...

- King Diamond criou sua banda por que foi aconselhado por um copo de cerveja flutuante...