terça-feira, 28 de junho de 2011

Ozzy Osbourne - Ozzmosis


O álbum Ozzmosis, lançado em 1995 por Ozzy Osbourne foi escolhido por votação aberta na disputa entre este e Unification.





The Trooper
3
Se não me engano, este foi o primeiro álbum do Ozzy que ouvi, talvez isso explique o por que dele estar na minha lista de melhores álbuns (como explicar Hail to England estar na lista do Julião e do Mercante? As histórias são parecidas), logo, não tentarei defender seu nível de qualidade aqui, podendo ter sofrido influências das experiências de vida.

Conheci mais recentemente o álbum No More Tears, por intermédio do meu irmão do meio, e tenho que admitir que é bem superior ao Ozzmosis (mais pesado, mais rápido), mas não deixei de gostar do Ozzmosis, obviamente. Perry Mason é uma bela porrada, e pra "dar uma acordada", a penúltima faixa (My Jekyll Doesn't Hide) também, o restante das faixas são lentas, mas ainda sim me agradam bastante, talvez o sr. Wylde não consiga produzir algo ruim.

Meu destaque vai para I Just Want You e Perry Mason (se eu tivesse um filho, talvez incluísse My Little Man).


Nota: 8,0

Phantom Lord

Entre 1997 e 1998 ouvi este disco pela primeira vez. Na época eu não conhecia nenhum album do Ozzy, na verdade conhecia apenas aquelas músicas “arroz-feijão” que tocavam na rádio: No More Tears, Mr. Crowley, Crazy Train e I Just Want You...
A primeira impressão que tive deste cd, é que a primeira música (Perry Mason) era absurdamente boa... nada veloz mas bem pesada! Depois ouvi o restante do disco e achei entre médio e bom... Gravamos umas músicas (Tomorrow e See you on the otherside) em fitas e acabamos ouvindo-as centenas de vezes por uns 5 ou 6 anos no covil.
I Just Want You parece uma “balada romântica” que mantém uma distorção pesada da guitarra, porém apresenta um diferencial: O Ozzy parece cantar com uma voz menos anasalada e mais grave... boa música. Praticamente não há músicas com ritmo acelerado neste disco, o que é comum tratando-se de Ozzy. A discografia de Ozzy, ao meu ver, basicamente alterna entre rock (hard?) e heavy metal, muitas vezes se aproximando de músicas comerciais / “de moda”.
Enfim, depois que o Stereo do covil parou de tocar fita e depois que saímos da era da internet discada, ficou fácil guardar “cds” no computador. Baixamos muitos álbuns de rock/metal, e é claro, quase toda discografia do velho devorador de morcegos. Então ouvi este cd mais uma porrada de vezes e minha opinião não se alterou: é um bom cd, nada incrível mas provavelmente é o último do Ozzy que eu considero acima da média. Destaques para Perry Mason (é claro), I Just Want You e Tomorrow. Nota 7,6.


Metal Mercante
Ozzy Osbourne, provavelmente o maior showman do Heavy Metal, um dos responsáveis pela consolidação do Heavy Metal, já gravou mais álbuns do que você pode contar nas mãos, já emplacou mais sucessos do que é possível lembrar-se e de quebra teve seu próprio reality Show.
Da mesma forma que eu comentei no meu review do “Dance of Death” do Iron Maiden e em outros casos, a expectativa gerada em torno de um álbum dos “grandes mestres do Metal” é sempre grande e no caso do Ozzmosis não foi diferente só que eu não sei porque na época fique bem contente com esse cd (1995 lançamento, provavelmente peguei o CD em 1996).
Isso pode ter se dado por vários motivos, entre eles a quantidade absurda de vezes que escutei esse cd, o “peer pressure” que ocorreu na época, pois eu era um adolescente e meus amigos/primos também tinham esse cd e escutavam/comentavam a toda hora e eu até conhecia umas garotas que curtiam isso na época (mulheres escutando metal???) e algumas músicas eram absurdamente boas como por exemplo “Perry Mason” e ... e...
Um bom tempo se passou daquela época até hoje e durante esse tempo o cd ficou lá na minha gaveta tomando pó e agora graças ao Metalcólatras (em uma votação de merda - o Unification do Iron Savior era um CD MUITO melhor!) tive a oportunidade de tirar o pó do cd e dar mais uma chance para o avô do Heavy Metal.
No geral o Ozzmosis é um cd sólido, praticamente sem pontos fracos, a voz do Ozzy está bem bacana, as músicas “Perry Mason” e talvez “I just want you” estão bem acima da média, já as outras, apesar de serem interessantes, não são exatamente músicas as quais valem o esforço de ir até a gaveta desenterrar este cd.
15 anos depois de ter escutado esse cd até não aguentar mais minha opinião sobre ele mudou levemente, talvez eu tenha ficado mais exigente ou chato, mas hoje tenho a opinião firme de que uma ou duas músicas não são suficientes para criar um bom cd de Metal e que um nome famoso pode não significar muito na hora de agradar os fãs. E em retrospecto, se tem muita mulher que gosta de um determinado cd, provavelmente ele não é um bom cd de Metal...
PS: Tem uma versão desse cd com faixas bônus que contém “Back on Earth” que é uma música que não pertence a cd nenhum da discografia, só EP e coletâneas. Essa música é BEM BOA e o clipe dela foi um dos últimos clipes de Metal bom que já vi na MTV – produção digna do Ozzy. Não procurei, mas deve ter no youtube.
PSS: Malditos que votaram nesse CD, pelo menos procurem o CD Unification do Iron Savior e escutem.

The Magician
E estreando no nosso blog metal: Prince of Darkness – Ozzy Osbourne!
Ozzy é um dos caras a quem o Mundo Heavy deve sua existência e por isso é digno de toda a reverência e adoração que recebe. Não é nem preciso dizer que demorou bastante para surgir um de seus trabalhos por aqui, e um trabalho que eu particularmente não esperava que aparecesse, embora goste bastante.

Ozzmosis pode resumir bem o estilo de música que marcou seus trabalhos até meados de 2000, intercalando sonoridades bem pesadas com baladas ou pseudo-baladas em guitarras cheias de efeitos.

Entretanto neste trabalho produzido por Michael Beinhorn - bem conhecido pelos seus trabalhos com Marilyn Mason - existe um diferencial. Há uma boa dose de psicodelismo e surrealismo percebido no encarte, no vídeo-clipe de “I Just Want You” ou mesmo na sonoridade geral das músicas, onde os efeitos e distorções carregados de echoes, delays e chorus por vezes formam uma parede de sons insólitos (parecem sons subaquáticos).

Ozzy nunca foi um músico brilhante e nem mesmo impressiona com sua técnica vocal, no entanto sempre foi cercado de grandes músicos e produtores (não deixa de ser uma qualidade do Ozzy) e neste disco assina suas composições ao lado de diversos outros músicos, entre eles Steve Vai (“My Little Man”) e Lemmy Kilmster (“See on the Other Side”).

Essa característica também fez com que recrutasse ótimos, senão excepcionais guitarristas ao longo de sua carreira: Randy Rhoads, Jake E Lee, Zakk Wylde e recentemente Gus G.

E Zakk merece um parágrafo sobre seu trabalho em Ozzmosis e todo seu trabalho ao lado de Mr. Osbourne.

O guitarrista possui uma pegada única, incomparável e marcante que vibra em sua Gibson Les Paul criando em minha opinião os mais poderosos riffs de Heavy Metal que se possa imaginar. Wylde concatena seus PowerChords distribuindo ligados e Harmônicos “nervosos”, e arrancando trêmulos que mais se assemelham ao uso de uma alavanca (em um modelo que não possui haste) faz com que sua guitarra grite e ruja em baixo de seus ataques. Além disso, seus solos transbordam emoção e suas bases transmitem personalidade fazendo com que os arranjos sejam facilmente reconhecidos em qualquer trabalho em que participe (acho que apenas Zakk e Angus possuem esta característica). Para finalizar acredito que é ele quem melhor utiliza configurações de distorções ultra-pesadas, que muitos outros só se arriscariam a utilizar em bases bem simples; pois Zakk consegue evoluir sem emitir sons de arranho no desenvolvimento dos acordes ou notas fantasmas nas passagens mais complexas.

Os críticos dirão que Zakk não sai da escala pentatônica, e eu digo: e daí?

Ouçam um dos melhores solos de guitarra da história do HM que se encontra na faixa “Old L.A Tonight”, que começa aos 2:53 min. e chega ao ápice aos 3:20 min. da música.

Há de se dizer sobre este ótimo disco que existem quatro músicas fora do padrão comum: “Parry Mason”, com suas memoráveis linhas de baixo (cortesia de Geezer ButlerBlack Sabbath), “See you on the Other Side”, “I Just Want You” (espetacular) e “Tomorrow” (possível responsável pelos problemas vocais de Ozzy Osbourne - “LIVING IN THE BIG HOOOOOOOOOOOOOOUSE!”).

O velho Ozzy preenche muitos de seus álbuns com músicas lentas e morosas, algumas entediantes, que parecem ser de gosto próprio do velhinho (de outra época); mas quando quer fazer hits explosivos são poucas as bandas no mundo que conseguem igualar sua qualidade e genialidade.

“Dê aos garotos o que eles querem, Sharon”

- Ozzy Osbourne

Pirikitus Infernalis
Eu tenho um problema com algumas coisas dentro do mundo do rock consideradas “clássicas”. Eu nunca ouvi na íntegra o cd mais clássico dos Stones, ou do Alice Cooper, Scorpions, Whitesnake e por aí vai. Conheço as músicas clássicas obviamente, mas nunca ouvi os CDs na íntegra. Um tempo atrás fui na casa do Phantom Lord, onde eu peguei muitos CDs “clássicos”, o que me mostrou que eu não havia perdido muita coisa apenas conhecendo as clássicas, em sua grande maioria eram músicas medianas. Esse cd do Ozzy é mais uma prova disso.

O cd começa com a melhor música da carreira do Madman: Perry Mason. Essa música faz valer um cd, e junto com a I Just Want You, são suficientes para transformar um cd em razoável. O problema é o que vem depois, o cd é repleto de baladinha de velho e musiquinhas chatinhas como Ghost Behind My Eyes e See You On The Other Side. Quando eles resolvem tocar algo um pouco mais rápido como My Jekyll Doesn’t Hide, a coisa fica boa, porém isso é algo raro nesse cd.

O cara é muito bom, mas tirando as 2 primeiras, eu não vi nenhum destaque nesse cd. Ghost Behind my eyes vale pelo “all right now” sempre bem vindo na voz de Ozzy, Tomorrow e Denial são legalzinhas e My Little Man vale o destaque pela participação de Steve Vai. E só!

Destaque para a perfeita Perry Mason e a ótima I Just Want You. Ponto negativo pelo fato de nem Zakk Wylde ter conseguido chamar minha atenção nas outras músicas.

Ozzmosis é de 1995, um ano depois de Pride & Glory e um ano antes de Book of Shadows. Não é de se estranhar que a inspiração de Zakk não esteja aqui.

Ps: Anos atrás, fui ao Shopping Anália Franco e quando estava almoçando na praça de alimentação, fico pasmo quando o músico que estava tocando piano, começou a tocar Perry Mason. Fiquei a música inteira pensando se levantaria no final para aplaudir e quando veio o momento, antes de eu pensar, dava para contar uns 15 metaleiros perdidos de pé espalhados pela praça de alimentação aplaudindo. A surpresa estava estampada na cara do músico que logo depois, enquanto esboçava uma risada, fechou o piano encerrou a apresentação. Cena épica, nada como o poder de um verdadeiro clássico!


"Minding my own business, like my mamma always said
But if I don't try to help 'em, they could wind up on the frontpage"

10 comentários:

  1. Tenho este CD "fisicamente", mas a versão que arrumei para o PC tem algumas faixas Bonus, entre elas "Back on Earth" que serviria para dar uma salvada nesse CD...

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  2. Tá aí algo estranho, essa musica saiu em um cd posterior The Ozzman Cometh Esse CD era uma bagunça: duplo com versões raras de músicas, uma entrevista com o Ozzy e umas poucas músicas inédis (2 ou3). Entre elas Back on Earth.

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  3. Já ouvi esse álbum do Iron Savior, sr. Mercante, e ele não faz jus a todo este alarde de sua parte.

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  4. Não se preocupe, Mercante. O Unification deve ter sua última chance na respecagem que ocorrerá daqui uns anos heheh...

    Em relação a música Back on Earth do Ozzy posso dizer que ela é como Black Night do Purple, Killed by Death do Motorhead etc... Originalmente essas músicas não sairam em álbuns de estúdio... Saíram em EPs, Singles, coletâneas e outros tipos de álbuns que ainda não têm lugar aqui no blog.

    Poderíamos abrir um 'marcador" extra pra esses trabalhos posteriormente.

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  5. Esqueci de colocar na minha resenha que a música Old L.A. Tonight lembra uma daquelas músicas cafonas que o Ozzy compôs (Goodbye to Romance?), e que um dos meus irmãos apelidou de "baile da terceira idade"... mas até que esta escapa um pouco daquela sonoridade (talvez por causa da produção mais moderna).

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  6. Os dois albuns sao bons, o Unification vai ter a chance dele ainda.

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  7. O autor do apelido "baile da terceira idade" para o título Good Bye to Romance está acima deste meu comentário, caro Trooper...

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  8. Não sabia...direitos autorais ao sr. Metal Kilo então...

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  9. Depois que eu ouvi Perry Mason e I Just Want You, fiquei imensamente feliz de ter Back On Earth no cd que eu baixei...

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  10. eu também peguei a fase dos "pianistas roqueiros" nos Shoppings de SP! kkkk!

    No meu caso foi uma apresentação no Boulevard de "Bohemian Rapshody", "All of my love" e "November Rain" em seguida, kkk!

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