quinta-feira, 24 de março de 2016

Hellhound - Metal Fire from Hell

O álbum Metal Fire from Hell, lançado em 2008 pela banda japonesa Hellhound, foi escolhido por Hellraiser para análise dos Metalcólatras.



1. Metal Fire from Hell 03:46
2. Headcrusher 03:42
3. Heavy Metal Highway 03:57
4. Heavy Metal Education 03:28
5. Metal Psycho 04:36
6. Change the World 04:57
7. Too Wild to Tame 04:43
8. Warriors of Rising Sun 05:42

Phantom Lord
Com uma ideia similar a da banda Dream Evil, o Hellhound juntou vários ingredientes do heavy metal e misturou em um caldeirão. Com conhecimento e/ou técnica o resultado ficou sólido (em minha opinião, o único ponto fraco é a faixa título) e apresentou um nível até que razoável de criatividade. 
Pode-se notar inspiração em diversas bandas: Judas, Manowar, Iron até um pouco de Motorhead. 
Porém o vocal mostrou-se limitado e bastante escrachado... Notoriamente similar ao Detonator do Massacration. 
Não sei se os caras do Hellhound levam a sério um estilo de vida "metal" como figurões do Manowar ou se estão apenas fazendo piada como os caras do Massacration, mas de qualquer maneira, propositalmente ou acidentalmente, eles encontraram um meio para o rústico e caricato vocal não se tornar muito irritante: Gravar um disco breve (bem curto, pouco mais de meia hora). 
Enfim, como a parte instrumental é boa "tecnicamente e criativamente" posso afirmar que é um bom álbum e obviamente poderia ser melhor se o vocal fosse menos limitado e avacalhado. 

Metal Fire from Hell 5,9 
Headcrusher 7,4
Heavy Metal Highway 6,9 
Heavy Metal Education 7,2 
Metal Psycho 6,8 
Change the World 6,7 
Too Wild to Tame 6,7 
Warriors of Rising Sun 7,3 

Nota Final: \m/ \m/ \m/

Hellraiser
3Olá pessoal. 
Trazendo aqui aos Metalcólatras a banda nipônica Hellhound que executa um excelente Heavy Metal flertando muito com o Thrash. 

Não tem como dizer que a galera oriental aqui não tem talento. 

Os riffs, os solos e as próprias musicas em si são muito bem feitas, e entram fácil fácil na cabeça de qualquer banger. 

Mas não se engane ! 

Pelo teor das letras o ouvinte já nota que tem pegadinha do Malandro ai !! 

É que na verdade, a galera do Hellhound manda um Thrash/Heavy muito competente, porém totalmente calcado na gozação e bom humor, apenas flertando com o estilo True Metal de ser. 

Aqui temos uma banda que faz na ´´gozação´´ Heavy Metal melhor que muita banda séria das antigas em atividade até hoje. 

Claro, os caras carregam aquela temática do ´´TRUE HEAVY METAL´´, mas sinceramente, todo esse ambiente criado está mais pra uma ´´zueira´´ do que um estilo de vida. 

 O ponto onde mais se nota tal ´´desleixo´´ é justamente nas linhas vocais do guitarrista/vocalista, que se auto intitula ´´Crossfire``. (sic.)

Mas apesar de todo esse desleixo e bom humor que acerca o disco todo, não da pra negar a qualidade  sonora deste trabalho e não curtir as musicas. 

Vale ainda ressaltar os trabalhos das capas de seus discos, sempre fazendo menção bem humorada a alguma banda que os influenciou, neste caso aqui, o Breaker do Accept. 

Nota 7,00 (por ser muito melhor que muita banda séria)

 
The Trooper
3
Minha primeira impressão sobre Hellhound foi a de uma cópia japonesa de Massacration que ao invés de copiar mais Helloween e Judas, copiava Metallica e Iron Maiden.

Essa primeira impressão foi reforçada pela resenha do Hellraiser, o que me trouxe um grande estranhamento, afinal a afirmação dele ao lado da nota ("7 - por ser melhor que muita banda séria"), é exatamente o veredito que a maioria dos metalcólatras deu na resenha do álbum do Massacration aqui no blog, sendo que Hellraiser parece sentir grande repulsa aos comediantes brazucas (para corroborar com essa hipótese há um fato: ele não resenhou Gates of Metal Fries Chicken of Death), enfim, isso é bom, a gente precisava de alguém contraditório para substituir o mestre da contradição: Metal Mercante.

Entretanto, a primeira impressão não foi a que ficou, Hellhound não é uma banda formada por comediantes (logo, um híbrido músico/comediante, como a gente discutiu lá na resenha do Massacration), é formada por músicos (pelo menos é o que parece, se alguém mora no Japão, conta aí pra gente qual é a dos caras), os caras sabem o que estão fazendo.

A veia comediante da banda puxa muito mais para a postura do Dream Evil em In the Night, ou Helloween, Ed Guy e Manowar (esses são uma comédia sem querer), e não é um senso de humor escrachado, está mais para uma paródia light.

Como fazer música boa não é mais do que a obrigação para músicos profissionais, o impacto da qualidade das músicas é menor do que Massacration. Mas como a gente sabe que muito músico não cumpre com sua obrigação, é de se louvar o trabalho dos japas. Os caras tem potencial para serem muito mais do que são se saírem dessa pegada paródia e focarem na criatividade.

O destaque aqui vai para as guitarras, aliás, o Crossfire também parece cantar bem, o cara podia arriscar um projeto paralelo com a banda, como eu afirmei, há potencial. Como música, o destaque vai para Change the World, onde a banda parece ter um estilo próprio, com aquelas guitarras japonesas características (que podem lembrar a trilha sonora de Megaman X), e uma letra menos palhacitos.

Enfim, bacana. Decepciona um pouco porque deixa a impressão de que poderia ser muito melhor se não quisessem encaixar o trabalho no nicho paródia-metal.

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S. Não confundam a banda japonesa com a americana (links para quem tem facebook).


domingo, 13 de março de 2016

Megadeth - Dystopia

O álbum Dystopia de 2016, lançado pela banda americana Megadeth, foi escolhido por The Magician para análise dos Metalcólatras.


1."The Threat Is Real",2."Dystopia",3."Fatal Illusion",4."Death from Within",5."Bullet to the Brain",6."Post-American World",7."Poisonous Shadows",8."Conquer... or Die!",9."Lying in State"10."The Emperor",11."Foreign Policy,"12."Melt The Ice Away".

The Magician
Megadeth de volta ao blog.

Dizer que o Megadeth é a banda consagrada que mais se entregou ao trabalho sério sobre o Heavy Metal com foco apenas na música nesses últimos 10 anos, é apenas constatação dos fatos. Ainda que Mustaine mais uma vez não tenha conseguido segurar um line-up fixo por mais de 3 álbuns, é indiscutível sua disposição para manter a sonoridade da banda em alto nível e ao mesmo tempo em linha ao que produziram durante os anos áureos de estrada do Megadeth.

Para mim, “Dystopia” é o quarto trabalho consecutivo em que, se não se entrega “exatamente” o que o fã espera, pelo menos se apresenta um material plausível no sentido de consistência e fidelidade ao gênero Heavy Metal. E para essa estratégia de continuidade na pancadaria sonora o Coach Dave M. não apostou no velho jargão “em time que está ganhando não se mexe”: saem Broderick e Drover, entram Loureiro e Adler.

Definitivamente não achei que estas modificações “fraturaram” a sonoridade do Megadeth em uma nova e impactante etapa, embora algumas das novas abordagens musicais possam ser percebidas. Se de fato algo mudou desse disco para o anterior foi simplesmente porque o próprio Mustaine conduziu as estruturas dos sons para outro caminho, e não por causa da influência de um dos novos membros do grupo.

Ao escutar o release pela primeira vez já pude perceber que a agressividade é muito mais presente do que, por exemplo, em “Super Colider”, sendo que nas audições que se sucederam ficou claro pra mim que as guitarras passam mais tempo fritando ou repetindo os bordões do que criando riffs melódicos; Essa característica somada às interpretações monotônicas e mais graves do que o de costume dos vocais, fizeram boa parte da mídia especializada vincular Dystopia às joias thrash do MD nos anos 80’s e 90’s. Mas em minha opinião esse álbum tem uma relação mais próxima ao “Endgame” de 2009, só que com menos progressões.

Essa agressividade toda tinha mesmo de ser evidente, já que é consoante à temática do disco que volta a ser usada como uma metralhadora de Mustaine contra a política internacional e militar estadunidense, em um momento em que os líderes da nação parecem bastante interessados em uma Guerra Fria 2.0.

No fim, o disco agrega partes musicais pesadas e super diretas definitivamente convincentes a um material lírico de alta qualidade, o que é na verdade o resumo da banda de 33 anos; que assim como seu líder, ano após ano parece se revigorar. Como destaque um pouco acima das demais eu escolho “The Threat Is Real”, “Bullet to the Brain” e a faixa título “Dystopia”, que mais se distancia do estilo agressivo do restante do álbum.

Quem diria que o impulsivo cachorro-louco dos anos 80 - D.Mustaine - seria o mais consistente e paciente musico de Thrash Metal?? Levando a sua banda e sua carreira ao auge dos 33 anos tocando o fino do Heavy Metal e atingindo enfim o maldito reconhecimento da crítica especializada...

Mustaine hoje é “o cara” do momento no Heavy Metal, o único, o melhor, o maior!

Vai que é sua Mustaine!!!!!!

Nota7,7 ou \m/\m/\m/\m/.
  
p.s: Apenas para não deixar passar a oportunidade, já que sou um grande fã do cara desde suas primeiras gravações no Angra; Kiko Loureiro fez a lição de casa no presente trabalho, sem exageros adequou o seu estilo à uma banda de bases rasgadas de tons quebrados, bem diferentes àquelas usadas pelo Angra. Encurtou as tessituras e economizou nos arpejos e também no estilo “Two-Handed” sobre quase toda escala (à la S. Jordan, que vinha sendo cada vez mais recorrentes em seus trabalhos); mas teve mais tempo de solo do que Broderick em Super Collider, o que mostra a confiança do chefe em seu trabalho. Loureiro é o cara no lugar certo e na hora certa, guiado sem dúvidas pelo seu trabalho duro, vejo um futuro longo do brasileiro junto ao Megadeth caso esteja disposto a “conter” sua técnica para um estilo que necessita muito mais de energia e de criatividade, coisa que para ele, não falta.



Phantom Lord
Megadeth de novo... 
Bom, supondo que o Megadeth pertença ao mainstream, tenho certeza de que, dentro deste "recorte", é a banda mais fiel a musicalidade do "metal". O melhor de tudo é que nem sempre o Megadeth está preso a um subgênero em específico. Aqui em Dystopia, o Megadeth foca mais no heavy / thrash metal, retornando ao tipo de som mais utilizado pela banda em sua carreira (mas não o único tipo de som, claro). 
Particularmente não vejo grande problema nisto, porém acho que é um pouco mais difícil mostrar criatividade e inovação quando o artista foca em um tipo (subgênero) de música. 

O álbum tem alguns pontos interessantes, como a diferenciada faixa-título (Dystopia) e a interpretação em Fatal Illusion, mas de resto, em sua maior parte, é um trabalho que fica entre o bom e o razoável. 

 Em relação ao conteúdo, como Magician citou, Mustaine mostra uma preocupação com a política / economia intervencionista dos EUA. Vinculei economia a política por conta própria mesmo, pois estes temas dificilmente podem ser separados a menos que você seja alienado e não saiba nada (ou só finge saber) sobre tais assuntos. 
De um modo geral as letras não são profundas, nem claras, muito menos diretas, vai ver isto é um "protocolo" do "cenário musical". Acho que se as críticas de Mustaine fossem diretas ele teria de citar nomes de pessoas e instituições envolvidas nas crises sócio econômicas, em atos de violência etc. Supondo que ele não queira se meter em encrenca, sr. Mustaine jamais faria algo assim, afinal poucos músicos/vocalistas fazem. Talvez por isso, a crítica mais nítida seja feita na faixa Foreign Policy mesmo, onde Mustaine bate forte no racismo, na insensibilidade, na paranoia e no ódio de certos "estados-unidenses". 

Concluindo sobre o álbum Dystopia... Em minha opinião algumas das quebras de ritmo e alguns do espaços para solos de guitarra poderiam ser trabalhados de maneira mais interessante... É um álbum bom, mas eu esperava um pouco mais. 

The Threat is Real 7,4 
Dystopia 7,7 
Fatal Illusion 7,6 
Death from Whithin 7,3 
Bullet to the Brain 7,0 
Post American World 7,2
Poisonous Shadow 7,0 
Conquer or Die! / Lying in the State 7,3 
The Emperor 7,5 
Last Dying Wish 7,4
Foreign Police 7,2 

Modificadores: 


Nota Final: \m/ \m/ \m/ (7,4)

Hellraiser
3Eis aqui uma prova que Mr. Mustaine está mais vivo do que nunca. 

Conseguiu montar mais uma formação para sua banda que, até pouco tempo, estava sendo bem questionada. ( Inclusive por este que vos escreve ) 

Confesso que nunca morri de amores pelo Kiko Loureiro, e até estranhei quando imaginei um guitarrista firulento e mega metido, vindo do Power Metal melódico junto de um baterista de Death Metal para se unirem ao bipolar, porém talentoso e um dos criadores do Thrash Metal, Mr. David Mustaine. 

Mas assim que ouvi o álbum pela primeira vez, constatei o seguinte : O melhor disco do Megadeth desde Youthanasia. 

Nunca até hoje, tal reunião de músicos criados em outros estilos, caiu tão bem numa mega banda. 

O disco só tem momentos altos. 

Sinto o Megadeth como a muito tempo não sentia, pois, apesar de sempre virem lançando álbuns bons, esse aqui resgatou completamente a sonoridade que os fizeram tão amados na época do Countdown to Extinction, mesmo soando um pouco mais moderno. ( não daria pra fugir dessa modernidade depois de tantos anos ) 

A nova dupla de pupilos do Mustaine esbanja talento e criatividade, e prova que já em pouco tempo, está afinadíssima. 

Kiko despeja excelentes solos nas canções, que (pasmem) me deixaram de boca aberta !! 
A instrumental ´´Conquer or Die`` é prova disso !

E Chris, esse também mostra que não está para brincadeiras, vide o excelente e incrível bumbo duplo em ``Poisonous Shadows``. 

Junto com o mais novo trabalho do Anthrax, esses dois discos, são até o momento, os dois melhores trabalhos de 2016 na minha opinião. 

Parabéns Mustaine, e parabéns aos recém contratados que fizeram por merecer. 

Nota 8,5 

 

The Trooper
3
A primeira coisa a se dizer sobre esse trabalho é: isso é pesado.

Dystopia despeja um som muito mais pesado e mais pendendo para o thrash metal do que seu antecessor, Super Collider.

Eu cheguei a comentar na resenha que fiz para Super Collider que algumas faixas lembravam trabalhos antigos da banda, aqui a exceção virou a regra, para mim quase todo o álbum lembra a fase anterior ao Rust In Peace (quase, uns 75%?), principalmente por causa das mudanças bruscas de ritmo (e só pra relembrar, eu raramente gosto dessas mudanças, o Rust é uma dessas raras exceções).

Para quem é fã daquele thrashzão agressivo e maluco, esse álbum pode te fornecer o que você quer.

No geral, linhas de baixo muito loucas, distorção pesada na orelha o tempo, bateria cacetando e uns solos de guitarra realmente fudidos.

O que faltou para mim, no entanto, foram algumas faixas que fecham em si como músicas realmente impactantes. Achei que Super Collider entregou mais densidade em alguns picos do que este trabalho que manteve uma qualidade boa mas sem picos.

Destaque para Dystopia, The Emperor e Foreign Policy (quase um punk metal).

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.:  A intrumental, Conquer or Die, assim como aquela música do Bruce, me lembrou Diablo.

P.P.S.: Pode parecer paranoia minha mas eu senti brevíssimos momentos 'Angra' nesse álbum.