sábado, 26 de dezembro de 2015

Savatage - Sirens

O álbum Sirens lançado em 1983 pela banda Savatage foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord
Após ouvir algumas músicas boas e escutar comentários elogiosos sobre o Savatage ao longo de anos, decidi buscar uns trabalhos desta banda... Então neste ano de 2015 voltei a "investigar" um pouco da discografia do Savatage. Acabei encontrando e ouvindo o debut dos caras: Sirens. 
Algumas músicas me impressionaram logo de primeira. Dentro de um estilo "tradicional" de heavy metal, quase sem mudanças de ritmos repentinas (utilizadas em discos posteriores como Edge of Thorns e Wake of Magelan), a banda mostrou muita criatividade e técnica com um pouco de virtuosidade também. 
Ao meu ver, embora não seja um amontoado de obras primas, o disco tem muitos pontos altos sem nenhuma música ruim. 
A produção ainda é meio rústica mas é compensada pela combinação peso + criatividade, enfim um álbum essencial em listas e sites/blogs de heavy metal e digno de admiração!

Sirens 7,3 
Holocaust 7,8 
I Believe 7,1 
Rage 7,0 
On the Run 7,3 
Twisted Little Sister 6,7 
Living for the Night 7,8 
Scream Murder 7,7 
Out on the Streets 6,9 

Obs.: Não considerei as faixas-bônus Lady in Disguise e The Message nesta "avaliação".

Modificadores:





Nota Final: \m/ \m/ \m/ 

The Magician

Como qualquer outro debut, com algumas raras exceções, há de se ter cuidado com a análise, pois nessa fase da banda já é esperado certa inibição e insegurança por parte dos membros, que às vezes acaba modificando o caminho que as composições assumem quando gravadas em suas versões definitivas.

No caso do álbum de estreia do Savatage - "Sirens" - pode-se notar as abordagens pragmáticas sobre os versos, pontes e refrãos na maioria das músicas, sem muitos interlúdios diferenciados, sem progressões ou experimentações em excesso, coisa que se tornaria bastante comum posteriormente na carreira dos americanos mas que obviamente ainda morava no subconsciente dos jovens músicos nessa época. As estruturas são aliás, em alguns casos, surpreendentemente simples, se olharmos o grupo como uma super banda progressiva-melódica; é bem mais aceitável que aqui em Sirens a vibe dos caras estava mais para um Heavy Metal básico com pitadas de HardRock virtuoso.

A primeira parte do álbum traz um Metal seco e direto, que inclusive limita as aventuras do vocalista sobre muitas passagens diferentes, o contendo em uma região curta de tons, quando na maioria das vezes percebe-se que Jon poderia oferecer muito mais. Nas 3 primeiras faixas ("Sirens", "Holocaust" e "I Believe") os refrãos são claramente delimitados pelo groove quebrado das guitarras que se comportam como cabrestos para os vocais. O punch de Metalzão básico é evidenciado principalmente nas faixas "Rage" (uma paulada daquelas que corre na maioria do tempo em 150bpm) e "Twisted Little Sister", que podem lembrar até por alguns momentos sequências de thrash clássicas se você ignorar os vocais oscilantes do Savatage. Nenhuma dessas estruturas mais simples, no entanto, impedem os acessos super-técnicos dos irmão Oliva (já naquela fase tão tenra); seja com as guitarras malucas, talentosas e mirabolantes de Criss ou com as imersões à lá Dio e Halford de Jon Oliva.
A parte mais interessante do disco fica porém guardada na segunda metade, quando a partir de "Living for the Night" faixas parecem começar a se soltar das amarras que deixavam o disco caminhar previamente para uma possível mesmisse. É possível também que nessa segunda metade alguns entendam certas faixas como hard-rock bombadinho, mas acho que aqui a banda começava a esboçar aquelas que seriam suas principais características por mais de 3 décadas, com especial menção a "Scream Murder", a melhor criação do disco, e aqui sim: Savatage direto na nata!

Um bom debut afinal, com temperos que atiçam o ouvinte a escutar trabalhos mais maduros e completos da banda, que nos anos seguintes seria responsável por imprimir alguns dos mais belos clássicos do Metal Melódico. 
   
Nota 6,9 ou \m/\m/\m/.

Ah sim! Já ficava claro a afinidade da banda com baladas marcantes, com esse belo projeto de quase-balada que é "Out on the Streets", belo som. 


Hellraiser
3 Olá Metalcolatras ! 
Depois de um breve hiato, eis que me encontro de volta ao blog para pôr ordem nesses novos álbuns postados quase esquecidos, rsrs 
E então, nada melhor que ao menos, recomeçar com um belo clássico do Heavy Metal. 
E a bola da vez, é o debut do Savatage intitulado, Sirens 
A banda que é conhecida mundialmente pelo seu Prog Metal, aqui em seu álbum de estréia, executa apenas o bom, velho e simples Heavy Metal. 
Nota-se fácil a qualidade dos membros da banda, e em especial da dupla Criss e Jon Oliva. 
Mesmo com a produção tosca da época, o álbum empolga, e se ouve bem a maioria dos detalhes da gravação, e em especial, todas as linhas de baixo. 
Temos aqui um álbum simples, sem as viagens que tanto fizeram a banda ser conhecida, mas ao mesmo tempo, um álbum que agrada aos ouvintes do Metal tradicional. 
Ao contrário do Magician, minha preferência se prende a primeira parte do trabalho, onde os riffs parecem ser mais potentes e pesados como nas músicas ¨Holocaust¨, ¨I Believe¨, ¨Rage¨e a própria faixa título de abertura do álbum, porém mesmo na segunda parte do disco, ao meu ver, não existe uma mudança mais brusca na sonoridade, continuando a empolgar também. 
Dois pontos que considero positivos neste trabalho: 
1 – A ainda ausência dos teclados de Jon 
2 – A pouca freqüência dos gritinhos chatos de Jon. ( Ahhh, .....Ahhh, ....Ahhh ) 
Nota: 6,5 

 
The Trooper
3
Foi preciso paciência e insistência para poder prestar atenção em Sirens, atribuo isso à uma dependência desenvolvida por mim em relação à uma boa produção.

O disco possui uma produção tosca, que eu, que nada entendo do assunto, achei que alguns trechos foram gravados todos em um mesmo canal (volto afirmar: nada entendo do assunto).

Na wikipedia consta que Jon Oliva afirmou que Sirens e o ep Dungeons are Calling foram gravados e mixados em apenas um dia, que era o que a banda podia pagar. Bem, apenas isso já coloca esses caras como deuses do metal, já que os supostos deuses do metal que usam tangas e passam óleo no corpo demoraram uma semana para fazer Hail to England e ficou uma bosta.

É uma pena que esses deuses do metal tenham optado por assumir como área de influência o prog metal, porque o trabalho deles com o heavy metal basicão é muito bom. Imaginar esse som naquela época é muito interessante, embora os caras possam lembrar ligeiramente uma mistura de Judas e Maiden, o som deles tem uma pegada bastante única.

É bom lembrar que o primeiro álbum dos caras tinha apenas um guitarrista (e com esse apelão retardado do Criss Oliva precisa de mais um?), e o baixista assume a bronca de maneira magnânima. Enfim, o trabalho instrumental é muito acima da média, e o vocal (o outro irmão Oliva) também manda muito bem.

Para encerrar, recomendo mexer na equalização e aumentar bastante o volume para poder lapidar essa joia bruta que é Sirens.

Destaque para Holocaust e Scream Murder (músicas realmente acima da média alta do álbum)

Nota: \m/\m/\m/\m/


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Fight - War of Words

O álbum War of Words lançado em 1993 pela banda Fight foi escolhido por Hellraiser para análise.





  1. "Into The Pit" - 4:13
  2. "Nailed To The Gun" - 3:38
  3. "Life In Black"- 4:34
  4. "Immortal Sin" - 4:39
  5. "War Of Words" - 4:29
  6. "Laid To Rest" - 4:40
  7. "For All Eternity" - 4:42
  8. "Little Crazy" - 3:49
  9. "Contortion" - 4:35
  10. "Kill It" - 3:30
  11. "Vicious" - 3:11
  12. "Reality, a New Beginning" - 13:18
  13. "Jesus Saves" - faixa escondida, inicio aos 9:43
Phantom Lord
Fight é "quase" uma novidade para mim. Não por ser "a banda de Rob Halford", mas porque eu já tinha escutado uma ou duas músicas desta banda. 

A sonoridade do War of Words parece menos centrada na velocidade e no virtuosismo de guitarras se comparado ao Painkiller, mas obviamente, ainda lembra Judas Priest, afinal Halford até então, tinha sido front man dos "sacerdotes" por cerca de 20 anos. 
As letras se afastam dos clichês do heavy metal (leather, thunder, steel etc) super utilizados na carreira do Judas e entram em temas pessoais e "sociais". 

Ao ouvir a primeira metade do disco achei que se tratava de um meio termo de Judas com UDO, porém Halford e sua cambada se aventuram além do Heavy Metal Arroz-e-Feijão, o que pode ser facilmente perceptível nas faixas Little Crazy, Contortion e Vicious. Além destas faixas citadas, "Kill it" vai se transformando num "metal" similar ao feito pelo Sepultura... 
Nestes casos, eu não estou criticando o "arroz-e-feijão" do heavy metal, pois na verdade acho que eu gostei mais das 5 primeiras faixas. 

O vocal de Halford também alterna mais entre graves e agudos se comparado com as músicas gravadas durante a sua carreira no Judas Priest e isto pode ser um fator que aumenta a diversidade e a criatividade musical do álbum... E falando em vocal, nos últimos segundos da faixa War of Words podemos entender onde o Massacration se inspirou. 

Into the Pit 7,7 
Nailed to the Gun 8,0
Life in Black 7,1 
Immortal Sin 7,1 
War of Words 7,3 
 Laid to Rest 6,7 
For All Eternity 6,8 
Little Crazy 6,8 
Contortion 7,1 
Kill it 6,9 
Vicious 6,0 
Reality, A New Begginning 6,8 
Jesus Saves 6,1 

Seria Nailed to the Gun uma crítica à indústria de armas e também aos adoradores de armas, geralmente "haters" da sociedade? 




Nota Final: \m/ \m/ \m/ 



Hellraiser
3Saudações headbangers, metalcolatras e simpatizantes. 

Eis que nos encontramos novamente aqui para falarmos de mais um album poderosíssimo. 

Agora a bola da vez é o debut da banda Fight, liderada e criada por nada menos, o Sr. Careca Metal God, Rob Halford. 

E pra esse petardo, Halford recrutou na bateria, um nome de peso para acampanha-lo em sua nova empreitada, Scott Travis, que sem duvida nenhuma foi melhor baterista que já passou pelo Judas Priest. 

Halford carregou Travis junto com ele, e recrutou outros membros menos conhecido no mundo metálico, porem ambos com certo talento e com muita sede de brutalidade. 

Por falar em Judas Priest, não hesito em afirmar que este álbum do Fight, poderia muito bem ser o sucessor do magnífico Painkiller, pois cairia muito bem na discografia do Judas Priest, e digo mais, este é o melhor trabalho de tudo o que foi feito por Rob Halford depois do Painkiller. ( seguido de perto pelo Resurrection ). 

Quanto ao disco, encontramos Halford no topo de sua boa forma, alcançando notas onde poucos se arriscariam, e à frente de uma banda super afiada, esbanjando peso e exalando brutalidade com muito feeling e criatividade. 

Heavy Metal poderosíssimo, com pequenas pitadas de modernidade, mas que não prejudicam em nada a obra num todo. 

Encontramos Scott Travis bem mais ´´manso´´ aqui, porem nem assim não tem como não se encantar com suas batidas, viradas e bumbos duplos cheios de técnicas e peso. 

O álbum é perfeito do seu inicio até o fim, começando pela excelente paulada e rápida Into the Pit, seguida por Nailed to the Gun que não deixa a peteca cair de maneira nenhuma. 

Life in Black e Immortal Sin são bem mais cadenciadas, porem são magníficas. 

Não tem como não guarda-las no fundo da mente. 

Temos outra paulada, a faixa titulo War of Words, seguida de Laid to Rest ( uma das mais simples ). 

Com For all Eternity temos a balada do disco, bem a cara de Halford, musica bonita, ...mas ao meu ver chega a ser até desnecessária, tamanho o peso em que o álbum vinha seguindo. 

Little Crazy foi a musica de trabalho, chegou a tocar insistentemente em várias rádios na época. 

Ai vem minha trinca preferida, com Contortion, Kill It e Vicious. Tres sons maravilhosos e pegajosos. 

E pra fechar com chave de ouro, mais um grande hino do álbum, Reality, a New Beginning. Excelente musica. 

Ainda temos uma faixa escondida, chamada Jesus Saves pra dar mais um UPzinho no que já esta ótimo. 

Nota 8,1

The Magician
Antes de qualquer comentário sobre o trabalho gostaria de ressaltar a importância de Mr. Halford para esta singela comunidade conhecida como Heavy Metal. Ao meu ver Rob está entre os 3 maiores vocalistas de sua geração, não somente pelos seus atributos técnicos (nem vou gastar lápis pra falar sobre isso), mas principalmente devido sua ampla influência promovida pelo seu estilo de cantar. 

O vocalista inglês nunca poupou os ouvintes para se adequar ao "establishment" da música de sua época, e para isso cravou na história seus falsetes super agudos e exagerados como uma marca registrada que ecoa até hoje sobre os estilos mais melódicos de Metal. Acima de tudo Rob H. foi e ainda é um defensor declarado do Metal, não optando por nenhuma outra abordagem ou mudança de estilo ao longo de sua longa carreira (só 46 aninhos, já beneficiário da previdência social), tal como uma porrada de outros tiozões que se desviaram para diferentes rumos. Enfim, o cara já tem seu busto em ouro garantido no salão de Valhalla...

Como link para a própria resenha do disco "War of Words" (ou WoW), posso afirmar que toda essa experiência e competência do grão-mestre vocalista inglês garante, no mínimo, que nenhum de seus trabalhos se tornem fiascos. 

Aqui no álbum proposto isso é bem óbvio, já que se por um lado o resultado final pode decepcionar muitos ouvintes no quesito "impacto", a banda é categórica em traçar uma sonoridade sólida e firme sem deslizes na proposta de sonoridade "mega pesada". Fica claro durante seu decorrer que "WoW" prioriza a cadência arrastada dos tempos, costurada entre as distorções brutais das guitarras, ao invés de ataques rápidos e ininterruptos de riffs fraseados. 

Em outras palavras, Halford e sua banda troca a agressividade virtuosa registrada em "Painkiller" (já que não tem como não citar o trabalho prévio) para adentrar quase que exclusivamente em um estilo muito mais pesado e soturno de Heavy Metal, preenchido integralmente pelos acordes super cheios, pelos timbres "gordássos" das guitarras, pelos tons ultra graves e também pelos ranges mais curtos executados nas bases (talvez a única exceção seja a mais animadinha do conjunto - "Nailed to the Gun").

Nesse sentido, o álbum se torna infalivelmente contundente e direto, mas também mais difícil de se manter interessante por muito tempo, já que após algumas audições fica grudado aquele "bate-estacas" dentro de sua cabeça, realizando um incansável looping que gera fadiga como se fosse uma espécie de "ressaca musical". Um outro ponto fraco é que a versatilidade do careca é automaticamente inibida pelas já citadas balizas dos tempos cadenciados e por grande parte dos riffs claustrofóbicos do disco (ainda assim, mesmo com as estruturas limitadas, ele consegue tirar vários coelhos da cartola).

Com essa proposta exposta pode-se dizer que a nata do disco está entre as faixas 2 e 6 ("Nail to the Gun" até "Laid to Rest"); todas essas tem peso com qualidade e não soam como clichês do gênero. Ainda dou maior ênfase para "Imortal Sin" e "War of Words", faixas marcantes do disco, e ainda vale citar "For All Eternity" e "Little Crazy" como músicas, no mínimo, interessantes.

Sobre tudo isso, fica ainda registrada a acidez das composições de Rob quanto suas letras, críticas escancaradas que estapeiam a cara de nossa sociedade suja de hoje, ainda que tenham sido escritas lá atrás em 1993.

Nota 7 ou \m/\m/\m/\m/. 


The Trooper
3
Tenho que começar discordando levemente com Hellraiser, embora ele seja claramente mais gabaritado para falar sobre Judas Priest, eu insisto na subjetividade da visão do meu mundinho: não acho que War of Words seria naturalmente o sucessor de Painkiller, embora eu ache (e presumo que Hellraiser discordaria dessa minha opinião) que o álbum lembre um pouquinho o Jugulator; também discordo que seja a melhor coisa que Halford fez desde Painkiller, o próprio Angel of Retribution é melhor).

Terminadas as discordâncias é hora das concordâncias, e a principal é: esse álbum é bom. O Fight emprega estilos variados na construção do War of Words, mas é heavy metal, e é tudo pesado, ou é raivoso ou é melancólico. Embora mais simples do que Judas, é tão pesado quanto (claramente MAIS pesado do que os álbuns mais pops) e mantém a qualidade durante todo o trabalho.

Outro ponto forte são as letras (em oposição às letras do Angel supracitado, que o Phantom resmungou sobre os chavões), como afirmou o Magician, um cuspe ácido na cara da sociedade, mas não só isso, embora eu não seja muito fã na maior parte do tempo, as letras das músicas mais lentas e melosas também são bacanas (algumas são meio cor sim, cor não, se é que você me entende, como Immortal Sin e Laid to Rest - parecem ter como inspiração antigos namorados cretinos - mas For All Eternity é bem legal - inspirada em alguém da família?).

Embora a nota pudesse ser maior se o álbum fosse um pouco mais acelerado, a peteca não cai justamente porque a banda varia bastante o estilo, lembrando um heavy metal mais clássico no início (e acelerado, como Judas), passando por uma fase mais Sabbath/Ozzy lentona e terminando num estilo mais doidão.

Recomendado.

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.:  Into the Pit parece que foi escrita pro Temer.


sábado, 21 de novembro de 2015

Jag Panzer - Mechanized Warfare

O álbum Mechanized Warfare lançado em 2001 pela banda Jag Panzer foi escolhido por The Magician para análise. 


1 - Take to the Sky; 2 - Frozen in Fear; 3 - Unworthy; 4 - The Silent; 5 - The Scarlet Letter; 6 - Choir of Tears; 7 - Cold is the Blade; 8 - Hidden in My Eyes; 9 - Power Surge; 10 - All things Renewed;

The Magician
Saudações queridos leitores do Metalcólatras! Eis que trago mais uma banda de respeito do lado B do Metal.

Jag Panzer tem muitos anos de estrada, mas infelizmente não angariou uma quantidade copiosa de fãs que o sustentasse na parte de cima das mais famosas listas Metaleiras. Vêm dos EUA, justamente do celeiro dourado oitentista, e tinha tudo pra dar certo e explodir... em minha opinião somente uma coisa pode ter sido a "pedra no sapato" dos caras: ter sido rotulada como "Power Metal". Já citei inúmeras vezes aqui no blog como essas bandas foram vítimas de um esforço mercadológico orquestrado pelos produtores americanos, que fuzilavam todos aqueles que ousassem escolher o caminho que Mestre Dio um dia desbravou.

Tomei conhecimento da banda há muitos anos atrás através de um amigo, que a citou como se fosse uma daquelas "bandas relíquias", que forjaram grandiosas obras para depois desaparecer na névoa misteriosa que envolve os debuts promissores. Mas a verdade é que os anos se passaram, e o grupo se mantém até hoje com uma longa e interessante discografia. Discografia essa que só vim a estudar nesse ano passando por "Ample Destruction" e "Age of Mastery"; dois trabalhos bem diferentes em minha opinião (até por causa do longo intervalo de anos entre as obras) mas que deixavam uma assinatura genuína do Jag Panzer, o que me motivou para insistir um pouco mais sobre seus discos.

"Mechanized Warfare" (ou MW) revela uma proposta muito mais ousada do que nos CDs citados acima, tangendo os limites do Power com o progressivo em um trabalho que converge de forma surpreendente os aspectos líricos e sonoros. Ao iniciar o disco com a ótima "Take to the Sky", você logo se coloca dentro de um exoesqueleto voador de combate ao lado de um grupo robótico de elite, impulsionado pelas descargas trovejantes despejadas pelas guitarras. E essa sintonia é a tônica de todo o trabalho, quando não ao compor uma parede sonora bruta para ilustrar um apocalipse tecnológico, dá cores sombrias sobre qualquer outro conto que passe pelas estrofes do álbum.

No geral duas características se sobressaem, que inclusive podem incomodar aqueles que preferem um estilo mais direto e menos alegórico: as passagens que lembram cantos eclesiásticos ou sacros, e os grooves rachados em distorções ultra pesadas que evocam um estilo mais moderno do Metal. Essas abordagens já estavam lá antes (nos discos anteriores) mas estão muito mais evidentes aqui, e levam MW para um lado mais "lustroso" do Heavy Metal que me lembrou trabalhos como "Border of Reality" e "Crows Fly Black" (podem me acusar de estar pendendo para um subgênero, eu não ligo, ainda sou o mais moderado do blog).    

Tecnicamente o disco é ainda mais audacioso do que se mostra em sua leitura estrutural. As inversões e mudanças de tempo estão por todas as partes, dando a impressão que as faixas irão se perder em algum momento, mas ao invés disso elas voltam ao eixo principal para continuar no percurso inicial. Para tudo isso acontecer o baterista Rikard S. trabalha pra casseta. E sobre o empenho nas guitarras posso afirmar que elas são excelentes no sentido de oferecer a atmosfera apocalíptica/tecnológica para das canções, se utilizando de riffs circulares de pontuações bem marcadas e viciadas ("Cold is The Blade" é um ótimo exemplo), bends cabulosos de 1 tom nos bordões ("Hidden in my Eyes") e os massacrantes padrões digitados em palm nos versos das músicas (p.e. "Power Surge"), e embora se mostre muitas vezes inspirados acho que às vezes existe certo exagero nos timbres dos solos - vezes embolados e vezes super destacados - de C.Broderick, ante as bases super densas de M.Briody.

Como análise final, a obra me agradou bastante mas não é unanimidade, o "calcanhar de Aquiles" é sua longevidade, que passa do ponto de saturação uma vez que os vocais de H.Conklin e alguns devaneios instrumentais cansam ao longo do tempo, e podem apunhalar o trabalho elaborado com notória dedicação.      

O Jag Panzer ta aí pra provar que tem muita, mas muita coisa boa mesmo, esquecida pela maioria dos Metaleiros e Metalcólatras de plantão.

Nota 7,3 ou \m/\m/\m/\m/.



Phantom Lord
Com características do power e do "prog" metal, o álbum Metalized Warfare do Jag Panzer mostra uma sonoridade diferenciada... Ao menos diferente do que a maioria dos álbuns que passaram aqui pelos Metalcólatras. 
Apesar do disco apresentar umas ideias aparentemente boas e inovadoras, existem elementos que não me agradaram logo na primeira audição: bruscas quebras de ritmos e semelhança entre as faixas do álbum
O vocal é mediano, até que é afinado, mas "grita" quase sempre no mesmo tom. As guitarras virtuosas, ocasionalmente ganham muito espaço e... torram minha paciência. Por fim, faltam uns momentos de mais agressividade e velocidade, pois as músicas de um modo geral são bem "paradas"... 
Apesar dos defeitos do Mechanized Warfare, consegui perceber algumas músicas interessantes que se destacam em minha opinião: Frozen Fear e The Scarlet Letter. 
As letras / composições trazem algumas críticas (às guerras, violência e religião) com pouco espaço para clichês do heavy metal. Uma pena que a sonoridade lenta-virtuosa cheia de back-vocals em coro (tipo igreja) me deixou empapuçado durante boa parte da audição. 

Take to the Sky 6,0 
Frozen Fear 7,7 
Unworthy 6,4 
The Silent 6,2 
The Scarlet Letter 7,4 
Choir of Tears 5,9 
Cold is the Blade 6,1 
Hidden in my Eyes 6,2 
Power Surge 6,8 
All Things Renewed 5,8 

 Nota Final: 6,5


The Trooper
3
Mechanized Warfare é uma grande ilusão.

O álbum começa mostrando guitarras com distorção pesada, vocais muito bons, algo que lembra levemente Demons & Wizards ou Iced Earth. Mesmo com o tipo de sonoridade que o Magician classifica de moderna aparecendo lá pelos 2 minutos da primeira faixa, você ainda pensa, "ei, isso parece ser bom".

Vem Frozen In Fear e daí você pensa "é bom, mesmo!". Ledo engano, mortal. Duas faixas lentas logo depois e você começa a hesitar. Então chega The Scarlet Letter e você leva um susto: "Ué, faixa repetida?". À partir daí tudo parece repeteco de alguma coisa, com palhetadas cadenciadas nas guitarras de distorção pesada, bateria que acelera e desacelera, solos parecidos, vocais que parecem se repetir e repetir...

Enfim, eu ouvi esse álbum diversas vezes e até agora não consigo diferenciar as faixas!

Destaque para Frozen In Fear.

Nota: \m/\m/\m/

P.S.: Que tristeza, esse trabalho poderia ter sido épico.


Hellraiser
3 O Jag Panzer é uma banda que oras me anima, oras me desanima, e as vezes até demais. Porém admito que sou muito mais ¨chegado¨ nesse tipo de som do US Power Metal do que no ultra-melódico, cansativo, repetitivo e alegre Power Metal Europeu. 
O Jag Panzer já tem boa bagagem, ótimos álbuns na carreira, e mesmo sempre vivendo à beira do underground, já teve ótimos músicos em seu line-up. 
No caso deste trabalho em questão, os caras contavam com o virtuoso Chris Broderick na guitarra principal. 
Um disco bem audacioso, repleto de viagens como trocas bruscas de andamento, cantos a La ¨gregorianos¨, solos técnicos e virtuais, mas tudo em cima de musicas muito bem trabalhadas e compostas, dando espaço para a voz de Harry Cookin, que apesar de não querer se aparecer muito, não compromete o trabalho e acaba executando com muita competência o que lhe foi dado a fazer. 
No final de tudo, você fica com aquela sensação de que temos aqui, no mínimo um álbum interessante. 
As faixas passeiam entre o Heavy Metal, o Power e o Prog Metal, as vezes você sente algo mais moderno fluindo também, mas apesar das misturas e trocas de andamentos, o álbum não soa esquisito, e acaba até empolgando. 
Porém temos aqui um disco para se escutar com a mente aberta, prestando atenção nos detalhes e nos instrumentos, mas nunca para animar uma festa de rockeiros regada à cerveja. 
Não destaquei nenhuma faixa em especial, pois acho que as musicas no geral meio que se parecem muito, e o álbum parece mostrar que cada faixa posterior é um complemento da anterior, como se fosse um álbum conceitual. 

Nota: 6,9

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Armored Saint - Raising Fear

O álbum Raising Fear lançado pela banda Armored Saint em 1987 foi escolhido por Phantom lord para análise.




Phantom Lord
Até o ano de 2013 ou 2014, a única coisa que eu sabia sobre o Armored Saint era uma fofoca, onde supostamente em seu inicio de carreira, Mustaine (Megadeth) quebrou a perna de um dos integrantes desta banda. 

Após buscar trabalhos da suposta vítima de Mustaine, ouvi o primeiro álbum do Armored Saint: March of the Saints me pareceu um álbum híbrido de heavy metal tradicional com hard farofa e uma pitada thrash metal. Um álbum que mostrava o potencial da banda apesar de algumas músicas "passa-batido". 

Uns meses depois, ouvi o Raising Fear e percebi uma evolução. A banda foca em um heavy tradicional com boa dose de criatividade, sendo que o vocal varia vagamente entre um timbre mediano e um mais rasgado (seria chamado de barking em inglês?)... 

Embora Raising Fear não seja um tesouro escondido e/ou esquecido (tem uma ou duas faixas que talvez se enquadrem na categoria "passa-batido"), é um álbum com alguns destaques como a faixa-título, Chemical Euphoria e Terror... até mesmo o cover de Saturday Night Especial ficou legalzinho. 
Enfim, eu não tenho a mínima ideia do que adicionar nesta resenha, então fica por isso mesmo. 

Raising Fear 8,0 
Saturday Night Special - 
Out on a Limb 6,8 
Isolation 6,9 
Chemical Euphoria 8,4 
Crisis of Life 7,2 
Frozen Will/ Legacy 7,0 
Human Vulture 7,1 
Book of Blood 7,5 
Terror 8,0 
Underdogs 7,0 

Nota Final: 7,4

Hellraiser
3Taí mais um bom álbum de Heavy Metal aqui no blog. 

As coisas estão andando de vento em popa ultimamente, com algumas bandas com sonoridades mais ´´clássicas´´ passando por aqui (rsrs). 

Aqui temos o terceiro álbum da banda, onde, diferente dos dois anteriores, os caras apresentam um pouco mais de experimentalismo, flertando o seu Heavy Metal estado-unidense com algumas poucas pitadas de Hard Rock, soando assim, digamos, um pouco meio ´´swingado´´. 

Um dos meus álbuns preferidos do Armored Saint. 

É fato que o destaque do, até então quarteto, fica a cargo do excelente vocalista John Bush. O mesmo John Bush que teve a infelicidade de assumir os vocais no Anthrax. Seu timbre vocal não combinou com a pegada Thrash da banda, porem no Armored Saint ele é o cara ! 

O álbum apresenta uma certa simplicidade, sem momentos de algum ``BOOM``, porem sem cair na chatice. 

Destaco a faixa titulo, o bom cover de ``Saturday Night Special``, a excelente ´´Crisis of Life``, e a ``Human Vulture``. 

Pegando a ´´deixa´´ do meu amigo Phantom Lord, acabei me dando conta que também não tenho muito o que falar deste trabalho dos caras, apenas curti-lo mais essa vez. 

Nota 7,1

The Magician
Tomando como base a localidade de onde a banda vem e a época na qual foi criada, o Armored Saint podia ter nos oferecido um pouco mais de qualidade...

Embora não seja um trabalho ruim, é extremamente ordinário e perceptivelmente limitado no âmbito de criação.

As faixas que percorrem os longos 51 minutos não oferecem nada mais nada menos que um Heavy Metal básico fortemente ligado às referências mais tradicionais do gênero, que nos levam aos heróis de sempre - Dio, Judas e outros ícones do NWOBHM - só que sem o mesmo ímpeto que esses grandes nomes tiveram para cravar seu nome na história.

Enquanto as músicas vão trespassando a proposta de "Raising Fear", a expectativa do ouvinte cresce na medida em que as ideias da banda são transmitidas com clareza e objetividade. Algumas progressões reforçam a impressão de que o disco uma hora vai vingar, mas fora uma ou outra passagem de instrumentos muito bem sincronizados, nada de impressionante acontece.

No geral, os andamentos denotam uma sequência viciante por todo o álbum e apoiam as estruturas conservadoras das canções durante os riffs seguros de D.Prichard. O baixo se destaca em muitas partes, isso se dá tanto pelo estilo "saidinho" de Joey Vera quanto pela orfandade recorrente proporcionada pelas aventuras dissonantes da guitarra nos solos das músicas. Os vocais de J.Bush merecem destaque pela energia que emprega no core da música, mas falha em segurar a paciência do ouvinte pelas mais de 10 faixas.

Não se pode criticar a técnica dos músicos, e a verdade é que a produção, pela época em que foi lançado, é bastante aceitável (ainda que eu ache que muitos dos sintetizadores usados poderiam ser trocados por timbres genuínos de Od's dos amps). Logo o que fica sugerido pelo resultado final do disco é que os músicos optaram por fazer algo pragmático para se manter naquele famoso vácuo criado pelo mercado de música pesada da época, que permitia que o cara da banda sem esforço, conseguisse seu jabá e ainda uns trocos pra sua ervinha (cenário melhor exposto na minha resenha do Testament).

Nada mal, mas nada de tão bom: nota 6,5 ou \m/\m/\m/.

Essa zona de conforto também reflete o ânimo e o gosto dos Metalcólatras que sobraram no blog e andam dominando a parada por aqui ...... "Metal simples para banger simples".


The Trooper
3
Este é mais um trabalho que depende de um aparelho de som que reproduza muito bem os sons graves, o que quer dizer que o álbum se apoia fortemente no baixo, com exceção dos solos de guitarra firulentos, nada dos guitarristas se destaca. Os riffs são repetidos incessantemente sem evoluir muito dentro da música, talvez seja o que o Magician cita como estrutura viciada.

Isso faz a afirmação do Phantom de que se trata de um trabalho com criatividade ser questionável. Tudo bem, os caras não são totalmente previsíveis (acho que principalmente, graças ao baixista), mas o trabalho apresentado em Raising Fear categoriza a banda, para mim, naquele bolo mediano gigantesco que existe no heavy metal/rock n' roll.

Enfim, trata-se de um trabalho mediano de heavy metal flertando com hard rock (os trechos mais Def Leppard, logo, entediantes. Aqui eu terei que expandir o conteúdo dos parênteses: se eu estou ouvindo um álbum de heavy metal e entra um hard rock acelerado, tudo bem - como em Wicked Maiden - , mas se eu estou ouvindo heavy metal e entra um hard farofa, dá vontade de mandar tomar no $#).

Destaque para Crisis of Life, e olhe lá.

Nota: \m/\m/\m/


quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Tank - War Nation

O álbum "War Nation" lançado em 2012 pela banda Tank foi selecionado por Hellraiser para análise.



Faixas :
1
6:10
2
5:06
3
4:54
4
4:53
5
4:54
6
5:25
7
4:16
8
5:32
9   State of the Union
3:59
10
3:52



Hellraiser
3Apresento a todos Metalcolatras, mais um álbum que adoro. 

Tradicional banda da NWOBHM que lançou varios classicos na decada de 80 e que esta na ativa até hoje. 

O Tank acabou se dividindo em duas bandas com o mesmo nome, por motivos de brigas entre seus membros, e este trabalho que trago aqui é o segundo após esta divisão, sendo que faz parte do Tank com Mick Tucker, Cliff Evans e do grande vocalista Doogie White ( o qual já fez vocal de apoio para o Iron Maiden e para a banda de Blaze Bayley, o Wolfsbane. 

A banda apresenta aqui, o mesmo tipo de som que apresentou ao mundo no inicio de sua carreira, um Heavy Metal totalmente tradicional, com muita melodia, recheado de musicas simples com a cara bem oitentista da banda. 

Não espere nada muito pesado aqui, pois não vai encontrar nada de bumbos duplos, guitarras dobradas, gritos e alta velocidade. 
Apenas musicas simples gostosas de se ouvir, com refrões empolgantes e de fácil aceitação. 

Os riffs simples de guitarra fazem este trabalho acontecer naturalmente. 
As musicas vem e vão com muito bom gosto e simplicidade, o que acaba tornando este álbum, apenas um ótimo e simples trabalho direto de Heavy Metal. 

Sem muitas firulas, fritação ou qualquer clichê do estilo. 

As faixas ¨War Nation¨, ¨Song of the Dead¨, ¨Hammer and Nails¨ e ¨Don´t Dream in the Dark¨ são otimas. Acho a ¨Grace of God¨ simplesmente fantastica. 
Temos ainda a bela baladinha ¨Dreamer¨ e voltamos com a ¨Justice for All¨, a otima ¨Wings of Heaven¨, a ¨State of the Union¨, e pra finalizar, a excelente faixa instrumental ¨Hard Road¨ ( que riff foda !! ). 

E acabou ! 
Simples, direto, curto e empolgante. 
Pra mim, um álbum que não tem musica ruim ! 

Nota 7,9  

Phantom Lord
Mais um álbum da "categoria" heavy metal tradicional indicado a este blog pelo Hellraiser. O álbum War Nation da banda Tank traz uma espécie de mescla de trabalhos dos diversos artistas de heavy metal, lembrando um pouco de tudo: Dio, Saxon, Rainbow, Iron Maiden etc. 
Ocasionalmente em trechos mais cadenciados e menos pesados do álbum, as músicas se aproximam vagamente de um hard rock não-romântico, ou não-farofa. Isto poderia ser considerado heavy metal genérico por muitos supostos headbangers, mas a verdade é que este tipo de trabalho sempre agrada os maiores fãs do gênero musical e causa diferente níveis de tédio nos fãs dos demais sub gêneros de metal. Apesar de não se arriscar muito além do heavy metal "básico" ou tradicional, o álbum War Nation do Tank apresenta um destaque: A faixa título. 

Enfim, o War Nation até é um bom álbum para quem curte o velho metal oitentista... Nada incrível mas bom. 

War Nation 7,7
Song of the Dead 7,5
Hammer and Nails 7,0 
Don`t Dream in the Dark 7,0
Grace of God 6,8
Dreamer 6,8
Justice for All 7,0 
Wings of Heaven 7,1 
State of Union 6,5
Hard Road 6,9

Nota Final: 7,0

The Magician
Esse blog após anos, continua me surpreendendo. 


Eis que surge das sombras da morte o lendário vocalista D.White, que é mais rodado que espetinho de frango na farofa; ex-front de alguns mestres jedis-guitarristas como Y.Malmsteen, Blackmore e Schenker, além do mais importante: ser o mitológico "segundo colocado" da histórica audição do Iron Maiden em 1994 (um dos meus factóides favoritos do H.Metal).

Ao escutar "War Nation" fiquei impressionado como o cara ainda estava em forma em pleno ano de 2012, após anos desgastando sua voz na estrada do Metal. E o trabalho não poderia ser melhor para colocar o vocalista em uma prova de fogo! As guitarras que montam riffs simples, um em cima do outro, quase sempre bicordes básicos ou reforçados com ligeiros ligados, enfatizam de forma absurda a potência das cordas vocais de White, e demandam grande performance do cara que já é praticamente um tiozão; fica claro pra mim que o disco estaria fadado à derrota caso essas estruturas fossem entregues a um cantor menos talentoso do gênero.

Essas pautas simplórias e a condução acelerada de alguns sons também delinearam o trabalho de modo bem claro, facilmente entendido como NWOBHM, ainda mais quando fazemos um paralelo com o estilo do Saxon, por exemplo.

Contudo, a simplicidade não sugere falta de criatividade nem, muito menos, mesmisse, na minha opinião. Conforme afirmado pelo Hellraiser anteriormente o álbum é bem agradável, digerido facilmente pelo verdadeiro Headrocker. E se a cozinha é apenas suficiente e as guitarra são contidas nos versos, as seis cordas se exibem pra valer nos solos de Evans, que se não é um gênio como os ex-chefes do vocalista escocês, é muito competente em desfilar suas frases elegantes em padrões de digitação mais do que instigantes (a faixa Hard Road é um belo exemplo).

Soma-se a tudo isso mais 3 sons que são diferenciados: "Don't Dream in Dark", "Grace of God" e "Dreamer", para obtermos afinal um bom e definitivo trabalho de metal inglês. 

Por fim, aprovadíssimo.

Nota 7,3 ou \m/\m/\m/\m/.







The Trooper
3
Sou um ignorante no quesito Tank. Nem sabia que a banda existia, fui obrigado a fazer uma breve pesquisa de baixo nível de confiabilidade, ou seja, wikipedia.
Bem, segundo tal pesquisa não há um membro sequer da formação original que participa de War Nation. Então vamos escrever só sobre o trabalho em questão mesmo.

Embora a banda mostre sua qualidade logo de cara, o ritmo do álbum vai de um cadenciado no início a um levemente acelerado no final, fazendo esse que vos escreve gostar mais do final do álbum. Eu poderia dizer que neste trabalho o Tank lembra um Dio meio de carreira no início, vai para um Whitesnake não-meloso, passa brevemente por um Sabbath era Dio e termina lembrando Saxon, o que significa muita qualidade durante todo o trabalho, mas claro que eu prefiro a fase Sabbath/Saxon.

Depois de deixar bem claro que eu gostei do álbum e gostei muito da segunda metade, resta analisar os pontos mais fortes da banda:

O escocês Doggie White canta muito. Não sei se ouvi alguma música dele no Rainbow, mas acho que eu não o conhecia e tive o prazer de conhecer seu trabalho com essa postagem do Hellraiser (valeu!). Ele lembra um pouquinho o Dio, e seu estilo melódico/agressivo é bem bacana;

Todos os instrumentistas mandam bem neste trabalho, mas os guitarristas Mick Tucker (entrou na banda à partir do 3° álbum) e Cliff Evans (à partir do 4°), que devem ser o núcleo da banda desde sua reconstituição em 96, são os destaques aqui, nas músicas mais rápidas eles mandam riffs muito bons, e distribuem solos legais por todo o álbum.

Enfim, trabalho bacana que fica guardado no acervo. Destaque para Justice For All (tenho a impressão que ouvi essa música antes), Wings of Heaven (tão boa que parece que saiu do Mob Rules) e State of the Union (muito Saxon).

p.s.: War Nation é o 8° álbum da banda (2° após a reconstituição).

Nota: \m/\m/\m/\m/


segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Angel Dust - Border of Reality

O álbum "Border of Reality" lançado em 1998 pela banda Angel Dust foi selecionado para análise por The Magician.


Faixas: 1-Border of Reality; 2-No More Faith; 3-Nightmare; 4-Centuries; 5-When I Die; 6-Where the Wind Blows; 7-Spotlight Kid; 8-Behind the Mirror; 9-Coming Home.

The Magician
A postagem atual vem contribuir com o numeroso acervo de boas bandas de Heavy Metal da Alemanha que popularam o cenário nas décadas passadas, reforçando minha tese de que os Germânicos formaram no passado a mais forte escola metaleira que já existiu. Aliás muito me estranha que até o Metal da Alemanha tenha sucumbido para falta de criatividade e para o modismo que definitivamente contaminou o meio, mas enfim...

  A bola da vez é Angel Dust, e seu álbum semi-alternativo de 98 "Border of Reality".

De características bastante ambíguas e peculiares, o grupo imprime sua principal assinatura através de tremendas sequências de poderosos riffs de guitarras, que com frequência abrem espaço - às vezes de forma bem repentina - para os ultra melódicos solos lustrosos, ou ainda para as camadas etéreas de teclados atmosféricos. Embora a atuação simultânea das guitarras britadas com os tons amplos dos teclados de semblantes góticos, me induziram a achar que o trabalho poderia ser uma espécie de prelúdio para o metal sinfônico (que viria a ser valorizado nos anos seguintes na Europa), o trabalho na verdade está vinculado ao progressive metal, de forma inegável.

O disco que inicia sua trajetória em duas faixas com vestígios de potente Metal tradicional e com alguns flashbacks de Thrash oriundos do passado perdido da banda, balança sobre os limites do Power Metal técnico nas faixas seguintes ("Nightmare" e em "Centuries") para assumir de vez a trilha sem retorno do Metal Progressivo nas longas faixas "When I Die", "Where the Wind Blows" e "Behind the Mirror" (somam 26 minutos). Neste ponto já é possível detectar uma forte similaridade com trabalhos de bandas como Savatage e Dream Theater, com aquelas mesmas premissas já conhecidas de sofisticação sonora - dos múltiplos canais filtrados e também da qualidade técnica sobre as abordagens melódicas oscilantes. 

Mas tudo parece afinal, ser proposto de forma gradual e bem diluída pela bela produção do álbum que dá a dica faixa por faixa de onde a coisa vai acabar. O próprio vocalista Dirk T. evolui suas interpretações de forma bastante inteligente no decorrer do trabalho.

A complexidade dos instrumentos parecem se completar, sendo que nada destoa na massa de som, com exceção das guitarras brutais que são convocadas de surpresa em partes inesperadas das audaciosas composições. Mas quando isso acontece você acaba por se render às cativantes levadas de Aufermann.  

Que o Cd todo é uma viagem é inegável, mas funciona como um entorpecente bastante convidativo...

Nota 7,2 ou \m/\m/ \m/ \m/.

P.S1: Não houve nenhum motivo especial para essa postagem, além do óbvio: na Alemanha, na década de 80 e 90 bastava fechar os olhos apontar o dedo e escolher às escuras... não importa, o resultado seria uma grande banda de Metal.

P.S2: Nada a ver com minha postagem anterior do "Angel Dust" do Faith No More... não sou tão mongolóide assim como pareço ser. Mas curiosamente no presente trabalho tem uma faixa chamada "No More Faith" .... seria o delicado senso de humor dos alemães?      
   
Phantom Lord
Angel Dust é uma banda de que ouvi falar há muito tempo (por volta do ano de 2000), mas creio que eu escutei apenas alguns covers feitos por esta banda. 

Logo que ouvi a primeira música (Border of Reality) já imaginei diferentes fontes de inspiração para o trabalho dos caras. Um speed metal com influências de variadas bandas de rock e metal, dos anos 70 e 80. Os caras alternam entre alguns subgêneros do heavy metal, com frequentes quebras de ritmos, o que faz com que os críticos de música os "rotulem" de metal progressivo. Apesar das quebras de ritmos, experimentalismos destemidos e sons sintéticos (teclados e afins), o Angel Dust consegue invocar bastante peso durante grande parte do álbum Border of Reality, mostrando bastante criatividade. 

Eu que achava o vocalista do Angel Dust medíocre em suas performances de covers, acabei gostando de seu desempenho na maior parte deste álbum. 
When I Die é um exemplo de excesso de mudanças de ritmos: Começa como uma "powerballad", ganha peso, chegando a possuir até mesmo um solo de piano (?!) quase descambando para um jazz por alguns segundos... No fim das contas parece mais de uma música e ainda tem um final que se encaixa com a música seguinte "Where the Wind Blows"... 

Enfim, o álbum (que vinha bem até então) segue com um bom cover de Spotlight Kid e mais duas faixas menos aceleradas... O que geralmente me causa efeitos adversos como distração, tédio etc etc. Talvez eu tente ouvir outro disco dos caras... 
Uma banda com esse potencial deve render ao menos uma boa coletânea. 

Border of Reality 7,2 
No More Faith 7,3 
Nightmare 7,3
Centuries 6,8 
When I Die 6,0 
Where the Wind Blows 6,7 
Spotlight Kid - 
Behind the Mirrior 6,2 
Coming Home 6,7 

Nota Final: 6,8

Hellraiser
3Confesso aqui que o Angel Dust nunca foi uma de minhas bandas preferidas. 

E apesar de não ser um verdadeiro fã da banda, prefiro muito mais a fase inicial do Angel Dust, com os dois primeiros álbuns, que são grandes clássicos do Thrash Metal germânico, com muito peso, técnica, agressividade e velocidade, do que esta fase melódica. 

Depois de um hiato de 10 anos, a banda retorna com este álbum, com uma sonoridade muito mais melódica, com menos peso e velocidade, e que pra mim, ( e pra muitos na época ), a degustação das musicas se tornou bem indigesta. 

O uso excessivo de teclados sobressalentes, joga a banda num território muito perigoso, numa troca de sonoridade brusca, e que aqui, faz o som cair de cabeça num Power Metal melódico, bem ao estilo das bandas europeias, com generosas doses de progressivo chato. 

Apesar de ter escutado algumas poucas vezes esse álbum, e nas ultimas, apenas para vir dar meu veredicto aqui, não encontrei nenhum ponto alto no álbum. 

Muito pelo contrario, nada diferente da imensa leva de bandas deste estilo já tão saturado. 

Teclados, bumbos duplos, refrões em coros, muita melodia, mudanças repentinas de andamentos, e tons altos. 

Acredito que a banda teria muito mais credito se continuasse na sonoridade de seus dois primeiros álbuns, pois são muito bem elogiados pela maioria dos banguers da época. 

Uma pena a banda ter tentado se enquadrar na moda dos anos 90, e com isso ter ficado praticamente no esquecimento, visto mal ser lembrada até pelos bangers simpatizantes do Power Metal. 

Nota 6,2 
 
The Trooper
3
Bem, antes de mais nada, para deixar bem claro: isso aqui é heavy metal.
Com isso esclarecido vamos à resenha: Trata-se de mais uma banda de baixista, pelo menos neste álbum, já que Frank Banx usou um Phoenix Down pra trazer a banda de volta com o baterista Dirk Assmuth, e ainda chamou seu irmão mais novo, Steven Banx para tocar teclado. Aliás, parece que Frank sai posteriormente, deixando seu irmão para trás, o que tornou o Angel Dust uma banda de tecladista por um tempo.

Essa segunda formação da banda pode ser considerada outra banda, já que não segue mais os moldes de uma banda de thrash metal (quem conhecer uma banda de thrash com teclado me avisa que eu quero conhecer ... ou não). Mas ela é o que então nessa reencarnação? Power, melodic ou prog metal? Eu diria que em Border of Reality o peso do viés prog da banda é muito mais forte do que as outras vertentes. Isso fica muito claro à partir da quinta faixa, When I Die, depois desse ponto as únicas faixas que podem ser consideradas não-prog são Spotlight Kid e Easy Living (os covers das bandas Rainbow e Uriah Heep).

Este trabalho me lembrou muito (muito mesmo), The Wake of Magellan e Operation Mindcrime, aliás, até estranhei o Magician gostar do álbum e o Hellraiser não gostar, já que um não gostou do álbum do Savatage e o outro gosta muito do álbum do Queensryche. Enfim, prog não é minha área preferida, mas os músicos aqui foram muito competentes, linhas de baixo muito boas, guitarras destacadas e até o teclado, seguindo uma linha mais psicodélica (e menos alegrona, como a maioria dos tecladistas ativos hoje gostam de seguir).

Meu destaque logicamente vai para a metade mais acelerada do álbum, o que seria o antigo lado A do discão. Se o Magician não proibisse a gente de dar nota pelos covers (déspota!), a nota seria mais do que 7, porque ficou bem legal (tirando uma viagenzinha prog inserida em Easy Living).

Nota: \m/\m/\m/\m/


sábado, 5 de setembro de 2015

唐朝乐队 - 唐朝乐队:梦回唐朝 (Tang Dinasty - A Dream Return to Tang Dinasty)

O álbum A Dream Return to Tang Dinasty lançado pela banda Tang Dinasty em 1992 foi escolhido por Phantom Lord para análise.


Phantom Lord
Não me lembro onde eu arranjei este álbum... Se foi indicação de algum colega ou de alguma página da internet... Na verdade eu não pretendia publicar o bizarro A Dream Return to Tang Dinasty aqui no blog, mas a sequência de "metal regional" trazida ao blog por Mercante e Pentelho me incentivou a colocar mais lenha nesta fogueira. A aparição de Shadow Cabinet no blog ressuscitou a (geralmente entediante) discussão "o que é heavy metal e o que não é". O álbum progressivo se mostrou recheado de trechos de músicas folk que poderiam ser classificadas de música folclórica européia ou música com fortes influências regionais. 
 Dois "posts" depois, surge Holy Land da banda brazuca Angra, também recheado de trechos de músicas regionais, neste caso, recheado de "ritmos brasileiros". 
 Já passaram aqui pelo blog também, bandas que inclusive cantam músicas em sua língua natal: Arya (russa), Anthem e Show Ya (japonesas), Unherz (alemã) e Tyr (feroesa). 

 Tang Dinasty traz um pouco disto tudo: tendência ao rock/metal progressivo, com uns poucos trechos com influência da música regional e músicas cantadas em língua natal (chinês!) Acredito que seja muito difícil para a maioria dos ocidentais ouvirem tais músicas com naturalidade ou indiferença, pois a experiência é bem diferente do que a maioria dos trabalhos da indústria musical "do lado de cá". A Dream Return to Tang Dinasty mostra um vocal inevitavelmente bizarro: timbre, entonação, fonética ou o caraca que for... Uma voz fina com ritmo muito incomum e obviamente onipresente no disco, ou seja, se tu não gostou do vocal, sofrerás ao tentar ouvir o álbum inteiro. Mas há um ponto positivo: Um ótimo trabalho instrumental. 
Logo nas primeiras faixas (na 1 e na 3) notei uma criatividade absurda. Uma experiência que aparentemente não existe aqui no ocidente: a técnica aliada a um experimentalismo que não deixa a musicalidade de lado! A sonoridade me lembrou muito uma versão mais "metalizada" ou pesada que a banda Rush apresentava entre os anos de 1980 e 1982! Obviamente o experimentalismo dos chineses gerou momentos entediantes ou irritantes espalhados pelo álbum em minha opinião, mas as faixas menos "viajantes" num geral pareceram interessantes. 

 Enfim, apesar da aproximação do rock progressivo e dos experimentalismos esquisitos, A Dream Return to Tang Dinasty, parece um álbum "mais metal" do que Battle Beast, Shadow Cabinet, Chameleon, Eppur Si Muove, Aslamiento, Moving Pictures, Bloody Kisses, Trash, Mother Earth e Hard Way. 

 Abaixo as notas, com uma tentativa fracassada de traduzir os nomes da músicas... 

梦回唐朝 7 
太阳(Sol) 5,8 
九拍 (Nove Tiros) 7,7 
天堂(Céu) 5,7 
选择(Escolher) 6,8 
飞翔鸟 (Feixiang) 4,8 
世纪末之梦 (Século dos Sonhos) 6,9 
月梦(Sonho do Mês) ou (Mês do Sonho) 6,5 
不要逃避 (Não Escapam) 7,8 
传说 (Lenda) 6,9 
国际歌 (Internacional) 5,1 

 Nota Final: 6,5

 Observação: Geralmente estou cagando e andando se outras pessoas não gostam dos álbuns que eu posto... Quem se irrita com isto deve ser muito sensível, carente, ou... Decepcionado por não conseguir que os outros tenham a mesma opinião que a sua.



The Magician 
Bom pra conhecer, e só. Porquê? Vou tentar explicar.

Nós sabemos que o Heavy Metal nos dias de hoje permite qualquer que seja a abordagem, e as composições com características regionais (cfe. citado pelo Phantom) vem sendo cada vez mais utilizadas nos lançamentos recentes. Porém, ao escutar alguns trabalhos de nichos regionais como o "Viking Metal" você logo percebe que a assinatura do estilo percorre todas as passagens do disco, cravando a obra em um subgênero específico (p. ex. Týr), e não é exatamente acontece aqui com o "Tang Dinasty".

Por algumas vezes, é verdade, o disco mostra características bastante exóticas do estilo de música oriental, com ênfase na percurssão (hangs chineses e tambores nativos) ou em compassos de marchas/hinos asiáticos, que as levam para uma zona bastante peculiar de rotulação. Mas no geral os chineses abusam dos diferentes estilos entre as músicas, indo e voltando das interpretações hardroqueiras, metaleiras, ou progressivas.

Não estragam as unidades de composições com essa escolha sobre o layout do disco, mas mostram uma clara falta de foco no geral, deixando a audição um pouco estranha para os ouvintes que aguardam uma linha mestra de atuação. Talvez, porcausa disso, o CD pareça um exercício descompromissado sobre essas abordagens, pois ainda que a variação dos estilos das músicas proporcionassem maior possibilidade da presença de algum hit mais aderente, a banda acaba por não realizá-lo.

O trabalho só consegue deixar apenas duas marcas claras no seu decorrer: o estilo do vocal oscilante, que parece ter sido baseado no estilo de K.Diamond, e as guitarras totalmente moduladas e artificiais. Aqui cabe uma observação sobre a colocação da sonoridade das guitarras não só em "A Dream Return..." como em todos os outros trabalhos de bandas orientais que já escutei; os guitarristas daquele lado do mundo não possuem vergonha nenhuma em experimentar nas múltiplas distorções e setups de amps+pedais, em detrimento do super valorizado som genuíno e orgânico do projeto de cordas/madeira/captação que os ocidentais tanto buscam na arte de tocar guitarra. Lá daquele lado os caras acreditam que a tecnologia existe para ser utilizada, e ponto. 

Tanto esse ponto de vista sobre como tocar o instrumento, como sobre compor as diferentes músicas do mesmo disco, passam uma ideia de que os membros do grupo estão mais preocupados em se divertir e divertir os ouvintes, do que criar algo com comprometimento à uma proposta ou com alguma premissa de austeridade sobre conjunto lírico e musical  (que só poderia afinal ser atestada com a leitura semântica da obra, o que é impossível de fazer nessa simples resenha).      

Logo, com a variação dos diferentes estilos, com a impossibilidade de entender as letras, e também por causa da não aderência de alguma faixa específica, o trabalho se torna apenas interessante de se conhecer... do mesmo jeito que acontece quando o Luís Caldas ou um MC qualquer resolve gravar um CD de Heavy Metal.

Eu até queria dar destaque para alguma música, mas como são todas transcritas por ideogramas... deixa quieto.

Nota 5,8 ou \m/\m/\m/. 
   

The Trooper
3
Bizarro.
Ainda bem que o Phantom reconhece que sua postagem é bizarra, logo no primeiro parágrafo de sua resenha.
Por várias vezes me perguntei "Por que estou ouvindo isso?".
O álbum até tem seus breves momentos de heavy metal, mas eles também são bizarros. Por exemplo, na terceira faixa dá até para comparar com King Diamond, misturado com Rush. O.o
Mas no geral, embora eu não possa questionar a capacidade técnica dos caras, o Tang Destiny faz um sonzinho bem chato na média. O álbum é bem sonífero com uns breves momentos de metal/prog ou hard rock. Se o compararmos com os outros cds de bandas orientais que foram postados aqui no blog, A Dream Return to Tang Destiny deixa bastante a desejar.

Enfim, como o Magician disse, vale a pena só pra conhecer mesmo.

Destaque para a faixa que o Phantom deu a nota mais alta.

p.s.: A sétima faixa é do Scorpions?
p.p.s.: A última faixa é um hino, não? Será que é esse: https://www.youtube.com/watch?v=LOHLCmivnBo ?

Nota: \m/\m/\m/