domingo, 27 de abril de 2014

Anthrax - Among the Living

O álbum "Among the Living" da banda Anthrax, lançado em 1987, foi escolhido para análise dos Metalcólatras, por The Magician.


Phantom Lord
O disco considerado clássico do Anthrax chega ao blog depois de quase 4 anos de Metalcólatras. 
Mais ou menos tão rústico e agressivo quanto seu antecessor (Spreading the Disease), o Among the Living traz algumas músicas mais longas e muitas com mais quebras de ritmo. As quebras em muitos momentos fazem parecer que o álbum está cheio trechos interessantes de música, porém a maioria das músicas como um todo ficam muito confusas.Tal confusão pode gerar reações negativas em quem espera algo a mais, eu por exemplo fui afetado por um grande tédio lá pela faixa 7 (One World) depois de ouvir tantos trechos acelerados acabando repentinamente para logo entrar outro trecho semelhante... 
Enfim, Among the Living tem muito potencial, mas apresenta um baixo aproveitamento das ideias, fazendo com que eu o classifique como uma boa coleção de "rascunhos" com duas ou três faixas bem trabalhadas...

Among the Living 5,9 
Caught in a Mosh 7,5 
I am The Law 6,0 
Elfinekufesin 6,3 
A Skeleton in the Closet 7,0 
Indians 6,2 
One World 5,9 
A.D.I. Horror of it All 6,7 
Imitation of Life 6,9 

 P.S.: Escutei o Among the Living algumas vezes desde o ínicio deste ano e não entendi porque o Spreading the Disease não fez mais sucesso do que este álbum. 

 Nota Final: 6,6

The Trooper
3Taí mais um álbum que o vocalista estraga do início ao fim (e os backing vocals também, que merda), mas ao contrário do Lights, Camera, Revolution, Among the Living dá pra escutar até o fim de boa, e curtir o instrumental das músicas, talvez porque não tenha uma proposta específica de nicho por trás (como chicano way of life). Instrumental aliás que traz trechos muito interessantes seja de riffs ou solos de guitarra ou de linhas de baixo. Não vou negar aqui que seja um trabalho cru, mas há criatividade, sem maluquices que estraguem as músicas em seu todo. Embora a banda não siga muito meu gosto ao usar a estrutura: introdução legal, bateção contínua de caixa (uma das características que me remete a bandas chinfrins, lembram?), riffs legais; muitas faixas ficaram bem bacanas (talvez por não insistirem na bateção de caixa infinita). É uma pena que os vocais sejam tão toscos.

Destaque para I am The Law, Indians e A.D.I. Horror of it All.

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
A postagem do Anthrax no nosso blog resgata o tema da contundência do Heavy Metal americano durante os anos 80, da dicotomia peso x melodia e também da inclinação dos norte americanos aos famosos cross-overs com outros estilos de música.

Um dos pontos mais nítidos da sonoridade do Anthrax e de "Among the Living" é justamente a pitada de cross-over no meio da porradaria que a banda distribui; esse ponto é motivado acima de tudo pelo estilo dos vocais de Belladona que na verdade, canta de forma escrachada e descompromissada o tempo todo, gerando uma espécie de faceta punk à sonoridade geral quando não simula um estilo rap, propriamente dito. Verdade é que o frontman, nada ortodoxo, coloca todo tipo de entonação (falada e cantada) em seus versos, desafina a torto e a direito, manda variações dissonantes e até agudos desafiadores (alguns até engraçados) em momentos inesperados, mas o interessante de tudo isso é que no fim, a fórmula dá certo! 

De qualquer modo me parece muito claro que a escolha do estilo de canto de Belladona não busca necessariamente um experimento sonoro de miscigenação musical, pelo contrário, é o jeito natural dele lidar com as sequencias de guitarras que sua voz é incumbida de preencher. 

Mas não pensem que toda essa (i)responsabilidade sonora cai nos ombros de Joey B., as partes de cordas - solistas e suporte - adoram se aventurar em acordes dissonantes e passagens cacofônicas, e adivinhem: deu certo de novo! Scot Ian tem um faro invejável para riffs e trabalha esta habilidade de forma exímia, principalmente quando quer inverter sequências rápidas em grooves cadenciados de forma repentina, mas suas composições não passam nem perto de respeitar os limites dos intervalos mais conservadores do rock, e podem soar por vezes ligeiramente desestruturados ou improvisados. Percebe-se que seu tipo inspiração criativa não segue estudos aplicados de teoria, mas sim: 

- "puta, isso soou muito foda!",
- "é verdade, mas você sabe que nota é essa que você está fazendo?"
- "... a mínima ideia..." 

Longe disso ser um problema, afinal alguns ótimos guitarristas "teóricos" cruzam a linha das limitações predefinidas pelos campos harmônicos para perseguir a "nota perfeita", oculta atrás de intervalos dissonantes ou em evoluções inarmônicas.  

Para não dizer que o baixo e a bateria também dão uma verdadeira "banana" para as pautas rítmicas, prefiro afirmar que usam de clichês do estilo que fornecem liberdade nas variações de tempo e ritmo.

Com esta análise, de que no fim das contas "Among the Living" é um trabalho sem rédeas e sem apego ao estudo musical, pulamos para um outro ponto de discussão que enquadra a banda e o cenário efervescente do Metal norte-americano daquela época:  a dicotomia peso x técnica.

Não é tão fácil separar o joio do trigo, mas dá pra afirmar a grosso modo que os músicos e bandas inglesas ou europeias se beneficiavam de melhores atributos musicais, eram mais técnicas, formadas muitas vezes por produtores e caras do meio que garimpavam os pubs e clubes de rock da época, quando não convocavam músicos de estúdio para se performarem em bandas;  já do lado americano era um processo mais cru, nascidos em bebedeiras de garagem e sem muita interferência de agentes. Na Bay Área oitentista era comum ter personagens com passado complicado ou protagonistas de verdadeiras algazarras ou quebra-quebras das maiores proporções imaginadas. Do lado desses caras, o importante é você encaixar riffs e grooves de colocar a casa à baixo, ou fazer o solo mais rápido e "esmirilhante" possível à ponto de furar o braço da guitarra, sem que esse solo respeite um intervalo harmônico específico. Para eles, ser músico de banda não significa estudar 8 horas por dia... tenho que beber oito horas, e tocar duas horas no palco... método jônio? mixolídio?? Dório??? modos gregos???? WTF??????

No geral, sempre vou pender um pouco para o lado mais técnico e menos caótico de música, mas independente do lado do muro que você caro metaleiro se posicione, não dá pra negar que o lado marginal gerou belos petardos como a faixa arregaçante "Caught in a Mosh" do álbum em questão.

DUVIDO que você, em um bar rock com umas cachaças na caxola, não chute a canela do primeiro babaca mais próximo ao escutar "caught in a mosh"....

Nota 6,9 ou \m/\m/\m/.



Hellraiser
3Taí, como prometido, …
vou incluir alguns ´´pontos de vista´´ em alguns álbuns já antigos aqui no blog,.....
.e começando com um ´´disco de cabeceira´´ pra mim. 
Quando ouvi o Anthrax pela primeira vez, foi justamente com esse álbum, la por volta de 1987, e confesso que simplesmente gamei na sonoridade da banda logo na primeira audição. 
Para os desavisados de plantão : A banda executa um Heavy/Thrash com muitas pitadas de Crossover, e assim sendo, soa um som bem despojado, sem se prender a regras, e,  pra quem escuta pela primeira vez, ...parece quase uma ´´zoeira´´ chegando quase a ser divertido em alguns momentos. 
É isso que fazia do Anthrax uma banda única, pelo menos na sua época, a junção de peso, velocidade, quebras de andamentos, partes melódicas, backing vocais despojados e um vocal simples, ...sem ser rasgado como na maioria das bandas de Thrash. 
A faixa titulo pra mim é sensacional, seguida de ``Caught in a Mosh`` que se tornou um hino da banda e que ao ouvi-la você tem vontade de se atirar na primeira muvuca de pessoas que você ver na rua. 
``I Am the Law``, mais cadenciada, é uma verdade satira (ou zueira) ao verdadeiro modo Anthrax de ser ! Destaco ainda as excelentes ``Indians`` e ``One World``como minhas preferidas, porem gosto do disco como um todo. 
Destaque geral para o excelente baterista da banda, Charlie Benante, que consegue ser rápido, criativo, pesado e técnico sem um mínimo de esforço qualquer, ...pra mim a alma da banda !! 
Um dos maiores clássicos da banda e do Thrash !! 
Nota 8,1

5 comentários:

  1. Hmpf. Deveria postar o Spreading the Disease.

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  2. 4 chifrinhos (\m/\m/\m/\m/)?? Para um disco onde os "vocais (e backvocals) estragam do início ao fim"?? Haja incoerência, seu zumbi louco e rabugento!!

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    1. Hahaha...ficou com 7 em cima, como eu disse, o instrumental não tem nenhuma pegada estranha, as músicas são bem legais, tirando o vocal cocô.

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  3. Não coloquei no post pois não vi onde encaixar. O guitarrista Andreas Kisser recentemente foi convidado pelos membros do Anthrax simplesmente para cobrir em uma turnê a ausência do líder da banda Scott Ian. Baita honra pra ele e para o Metal brasileiro...

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  4. Vamos subir essa nota deste CLASSICO do Metal !!!!
    Por favor né galera !!!
    rsrsrsrs

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