Aqui está um suposto inspirador das vertentes "teatrais" do heavy metal. É claro que este álbum (Trash) lançado em 1989 não foi das maiores fontes de inspiração de tais vertentes, pois as bandas que optaram por seguir o caminho mais poser... ops, eu quis dizer teatral, devem ter se inspirado em álbuns mais velhos do tio Alice... provavelmente se inspiraram nos trabalhos dos anos 70...
Porém o interessante dos trabalhos do Alice Cooper na virada dos anos 80 para os anos 90 é que estes apresentavam guitarras com mais distorções, produção superior etc... Mas se você for escutar o álbum Trash esperando algum tipo de heavy metal... Tire seu cavalo da chuva...
Trash apresenta uma gama musical que varia do bom hard rock (às vezes quase pesado) até vertentes mais populares (glam rock, pop rock etc).
O interessante é que o trajeto dos trabalhos do Alice Cooper variou bastante, fazendo com que muitos supostos fãs entrassem em contradição facilmente, por exemplo: já ouvi pessoas dizendo que odeia glam rock mas adora os trabalhos do Alice Cooper... Bem então esse mesmo indivíduo não deve ter escutado NADA do Alice entre os anos 80 e 90!
Pois é... Em minha opinião é possível montar uma "baita" coletânea do Alice Cooper, mas ainda não ouvi muitos discos deste artista um tanto peculiar.
Falando do Trash em si, eu gostei de boa parte do álbum, acho que os destaques são as músicas Poison (escolha óbvia?), Bed of Nails e Why Trust You.
Já Only my Heart Talking caí na maré do rock farofa juntamente com Hell is Live without You,enquanto This Maniac in Love e Trash viajam por ritmos cafonas daquela época...
Poison 8,6
Spark in the Dark 7,6
House of Fire 7,3
Why Trust You 7,9
Only my Heart Talking 6,1
Bed of Nails 8,2
This Maniac in Love with You 5,3
Trash 6,1
Hell is Live Without You 6,0
I am Your Gun 6,9
Nota final: 7,0
The Trooper
Car*%&$&!, mas que farofada da P*¨&&%! Como você tem coragem de criticar Bon Jovi e postar um álbum desses, Phantom?! Seu farofeiro!
Obviamente, eu só conhecia Poison, daí o resto do cd me surpreendeu bastante, e eu tive que segurar o riso na rua enquanto escutava essa farofada pra não me colocarem em uma camisa de força.
Parece Bon Jovi...mesmo, com a diferença que o Bon Jovi canta mais e é mais bonito (urgh! essa foi foda...), mas mesmo com meu sarcasmo, o pior é que eu to falando a verdade... trata-se de um hard rock popzão, até dá pra ouvir, mas enche os bagos rapidinho.
Enfim, álbum meia-boca, meu destaque vai para Poison, Bed of Nails (a mais Bon Jovi de todas ... o que veio antes? Bed of Nails ou Bed of Roses? ... deixo essa pra quem quiser perder tempo pesquisando, se você tiver coragem, responda nos comentários) e I am Your Gun (pela tentativa de acelerar o álbum apenas, porque é bem mediana).
O destaque negativo vai para This Maniac in Love with You, tem uma corneta digna de Chameleon, e é uma merda de música.
Nota: \m/\m/\m/
The Magician
O Cd em pauta traz com certeza uma das maiores influências do Rock/Metal de todos os tempos, Mr. Vicent Furnier, que além de músico ficou imortalizado pelas suas atuações performáticas nos palcos durante, principalmente, os 70's.
No entanto o álbum selecionado é oriundo da década de 80, longe de suas grandes contribuições para a cena, como "Schools Out", "Billion Dollar Babies" ou "Welcome to my Nightmare" (respectivamente 72,73 e 75). Aqui o artista já tinha mergulhado naquela que foi a mais fútil, promíscua, superficial e comercial onda do rock: o Glam Rock (Hard Rock de batom e maquiagem).
Como o crítico que escolheu o trabalho preferiu um disco recheado de artifícios desse sub-gênero, é lógico que fico inclinado a detalhar mais o estilo sonoro ao qual a obra pertence, do que suas próprias composições, até porquê ao analisar música por música percebemos que Alice Cooper apenas foi na "vibe" do momento e consolidou um material totalmente genérico desse estilo de música (com exceção a faixa 1 - "Poison", e à poucas outras partes realmente originais e bem compostas).
O Hard Rock após várias fases de refino (que incluí o próprio Alice Cooper, e bandas como AC/DC, Peter Framptom, Aerosmith, KISS, Led Zeppelin, Whitesnake, Def Leppard e Van Halen) chegou ao seu estado bruto nos anos 80, onde poucas bandas de fato contribuíram com lançamentos de conteúdo significativo nesse gênero (entre elas Bon Jovi, Skid Row e Guns n Roses). Essa forma definida e já lapidada assumiu algumas características bem claras:
- Guitarras com distorções suntuosas e brilhantes com timbres mais finos que tinham como moradia arranjos simples em suas bases (3 ou 4 acordes, raramente fraseados e normalmente em 5ª abafados) e que na hora do solo explodiam esbanjando velocidade e virtuosismo;
- a bateria extremamente sintetizada e levemente "swingada" grava marcação viciante de tom - espaço - tom - espaço (o famoso "zil" - "TÁ" - "zil" - TÁ"), que insere uma leve característica "dançante" à música Glam;
- Os vocais são rasgados e falseados nos versos, e basicamente todo refrão é entoado por coros de múltiplas vozes uníssonas que ocultam as assinaturas vocais, e colocam a maioria dos cantores (obviamente os menos virtuosos) de Hard Rock desta época, em uma vala comum.
Particularmente gosto do estilo, e acho que as grandes criações da guitarra elétrica saíram desse meio, mas acho que esta fórmula acima facilitou o lançamento de muita merda disfarçada nesse padrão comum, e é comum encontrar álbuns (e às vezes até bandas) que arrecadaram fortunas por causa de apenas um ou dois singles que encaixaram. É o caso desse CD do Alice Cooper e de bandas como Motley Crue, Cinderella e Poison; uns bostas que lançaram sim uma ou outra música de qualidade, só que não sabemos se de fato por sua própria inspiração e capacidade, ou originadas de um bom músico de suporte nos estúdios milionários da Califórnia.
Alice Cooper com seus trabalhos de Hard Rock dos anos 70, pode se intitular como uma das bandas que de fato contribuíram para que o rock comercial dos anos 80 se transformasse na infecção pútrida que se tornou, por isso tinha autoridade para se meter nesse meio e até lançar algumas porcarias enlatadas que supria a necessidade desse mercado. Mas o fenômeno Glam trouxe muita gente grande pra dentro, com o propósito único de "make money", como Ozzy Osbourne, Scorpions e o próprio Black Sabbath (?!).
Esse lançamento é típico de uma época em que o rock se perdeu, e quase se autodestruiu. Músicas totalmente previsíveis e sintéticas que se encondem atrás de um único grande single; uma espécie de manequim de vitrine ao qual a banda, os produtores, os músicos de plantão, a gravadora e etc. se debruçavam e gastavam toda energia nele para que estourasse no rádio, e consequentemente gerasse grana para alimentar o ciclo podre da música comercial da época, de sexo, drogas... e um pouquinho de rock n roll.
Nota 5.7 ou \m/\m/\m/.
Como eu disse em minha resenha, se você esperar algum tipo de metal ou rock pauleira nesse álbum, "tire seu cavalo da chuva".
ResponderExcluirO pop rock e o glam rock dominam mais da metade do cd, pois apesar de Alice servir de inspiração para algumas bandas de metal, creio que ele nunca fez trabalhos deste gênero (nem depois dos anos 80).
Agora, Trooper, não entendi a comparação de Bed of Nails com Bed of Roses. É porque tem "bed" no nome? Pela madrugada...
As faixas não tem muito a ver entre si, mas Bed of Nails é muito, mas muito Bon Jovi...
ResponderExcluirComentei pelo nome mesmo...
Magician, tu diz que o hard rock do Alice feito nos anos 70 contribuiu com o apodrecimento do rock comercial dos anos 80? Foi muito mais do que isso. Aerosmith, Nazareth, Kiss, por exemplo, são bandas que aparentemente passaram diretamente do "hard setentista" ao glam (ou rock comercial) dos anos 80. Enquanto neste mesmo período de transição, o Alice Cooper se afundou em problemas com alcoolismo e/ou (outras) drogas e lançou 4 álbuns próximos ao estilo new wave (que eu considero diferente do hard e do glam). Após essa fase problemática (entre 1980 e 1984) ele gravou a música "Be Chrool to Your Scuel" com o Twisted Sister em 85 e em 1986, o álbum mega-farofa Constrictor.
ResponderExcluirPor fim, o próprio nome "rock comercial" usado em tua resenha sugere que se trata de "músicas" primordialmente feitas para vender. Se a música passa a ter a vendagem como característica superior a qualidade, é claro que há um "apodrecimento". Podemos ver essa busca quase irracional por grana e fama em estilos diferentes do glam, por exemplo: Ghost (todo visual e temas polêmicos são muito mais trabalhados do que as músicas em si)... A "corrupção" do rock vai muito além de um punhado de culpados e se espalha por vários outros gêneros além do glam.
Concordo totalmente com seu comentário, Phantom. Talvez por causa da disposição do texto de minha resenha, haja alguma confusão aqui...
ExcluirO Alice Cooper contribuiu tanto quanto o Nazareth, Whitesnake e o Aerosmith para que o estilo HR dos anos oitenta explodisse atraindo muito $$ (ou lixo comercial)... eles não sabiam que estavam fazendo isso, não foi intencional e não produziram coisas ruins que acabaram nesse ponto, muito pelo contrário: o Hard dos 70's eram normalmente bons álbuns (leia o quarto parágrafo de minha resenha).
Como falei, Alice Cooper tem autoridade para lançar este CD meia boqueta por que já estava no meio, o que me estranha é bandas como Black Sabbath ou Judas Priest se perderem nessa onda.
Outra crítica principal de minha resenha é quanto às bandas que tiraram proveito da situação nos próprios 80's, que lançaram 4 ou no máximo 5 músicas misturadas com umas 300 porcarias e enriqueceram nessa história... (8º parágrafo).
Você foi mais do que perspicaz ao citar o Ghost e o "Black Metal", é exatamente o mesmo ciclo se repetindo, pelo mesmo motivo de sempre: $$$$.
Excelente álbum as 10 faixas são boas. Escute esse sem trocar nenhuma faixa.
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