terça-feira, 7 de maio de 2013

Crimson Glory - Transcendence

O álbum Transcendence lançado pela banda Crimson Glory em 1988, foi escolhido para análise pelo MetalMercante




Phantom Lord

Mais um álbum de uma banda classificada como "progressive metal" dos anos 80... 
 O álbum inicia-se com a música Lady of Winter, um bom heavy metal com "pitadas melódicas"... e segue com músicas diversificadas mas nenhuma longa viagem... Em outras palavras, nada muito progressivo, o que para mim está bom... 
 Acredito que os destaques sejam as faixas Burning Bridges (talvez a faixa mais "prog" deste disco) e Eternal World, que além de interessantes, mostram que a banda não se perde enchendo suas músicas com quebras de ritmos desconexas (gracias!). 
A sonoridade deste disco do Crimsom Glory, parece variar de Led Zeppelin ao Queensryche contendo pitadas de heavy metal a lá Judas Priest com uma inclinação melódica... Ou seja, pode-se notar a influência de várias bandas nas músicas do Transcendence, mas como eu já devo ter afirmado em outra resenha, não há problemas quando os músicos conseguem criar algo inovador a partir de sonoridades ou canções já existentes. 
 Afinal o importante é que não fique parecendo cópias descaradas... Neste caso, os caras do Crimsom Glory, acertam bastante, exceto pelas faixas In Dark Places (parece Perfect Strangers em vários momentos) e Masque of Red Death (esta última é nitidamente "Powerslaved"!!). 

Lady of Winter 7,7 
Red Sharks 7,5 
Painted Skies 7,5 
Masque of Red Death 7 
In Dark Places 6,2 
Where Dragons Rule 7 
Lonely 6,9 
Burning Bridges 7,8 
Eternal World 8 
Transcendence 7,2 

 Concluindo: Este não é um álbum do tipo porrada nem muito pesado, mas para quem curte "progressivo acessível" ou "rock/metal dos anos 80", vale a pena conferir! 

 P.S.: Acho que um segredo para achar músicas boas no fim do disco é ouvir ele em ordem aleatória uma das vezes ao menos, como eu fiz um vez com o Trascendence. 

 Nota: 7,4  

The Trooper
3Mais um álbum de progmetal no blog, o que acontece com o Mercante ultimamente? Wake of Magellan, Awaken the Guardian, Chameleon (!!?!?!?) e agora Transcendence, será que é isso, ele transcendeu sua existência como "true" metaleiro epopéico? Ou será que depois de seu casamento, seu coração de pedra amoleceu? Que meigo!
Patifarias à parte, ao contrário de Awaken the Guardian, do Fates Warning, Transcendence é bom, pelo menos no começo do álbum, a banda faz um progmetal dinâmico, com certa velocidade, talvez até flertando com power metal. O vocalista é muito bom, me lembra Savatage ou Queensryche, e a banda no geral também. Não sei por que, mas gostei mais do álbum quando ouvi com meu fone de ouvido que intensifica os graves, a linha de baixo fixou bem legal, em Masque of The Red Death, alguns trechos me lembram até Iron Maiden. Os solos de guitarra também são um destaque, o começo de Where Dragons Rule me trouxe boas lembranças de Blind Guardian.
O álbum dá uma desacelerada da quinta faixa (In Dark Places) em diante, e quando volta a acelerar em Eternal World, a penúltima, o faz de maneira caótica, com várias quebras de ritmo (comuns no progmetal e metal melódico), mas com exceção de alguns refrãos que parecem que a agulha do toca-discos pulou, essa é a única quebra de ritmo que aparece. Portanto as melhores faixas do álbum são as quatro primeiras, que seguraram a nota do álbum, com um destaque especial para Red Sharks, a melhor do álbum (aliás, acho que o Mercante escolheu este álbum só por causa da letra dessa faixa, para me cornetar). E por falar em letras, a maioria é bem viajante, e os temas variam bastante, mas no fim se trata de uma obra lírica razoavelmente melancólica.
Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
A Wikipédia coloca a banda americana "Crimson Glory" ao lado do Queensrÿshe e do Fates Warning como uma das progenitoras do gênero de Metal Progressivo norte-americano, eu incluiria nesse ilustre grupo de bandas o Savatage, que inclusive, teve membros que tocaram projetos ao lado de músicos do Crimson Glory. 
Logo percebemos que Merchant (nosso querido critico super-criterioso) tem particular afinidade com as bandas desse micro-núcleo do Heavy Metal, e que com sua generosidade e sabedoria, procura sempre que pode compartilhar deste conhecimento conosco.  
Obrigado professor Merchant... eu não conhecia o trabalho da banda, e confesso que embora o estilo de música não traia este movimento de metal prog no qual não sou exatamente fã, o resultado final do trabalho me surpreendeu.
O vocalista "Midnight" (falecido em 2009, era chegado numa cana...) era um ponto fora da curva, com uma capacidade de alternância na voz que era simplesmente fora de série, com certeza registrou as linhas de maior destaque no CD em questão. 
O trabalho instrumental é muito bom, desde o baixo e bateria até as linhas de guitarras, que em seus momentos de maior criatividade criaram uma trinca de alta qualidade: "Lady of Winter", "Lonely" e "Masque of Red Dead". O disco com certeza não se resume a isto, mas com certeza esta é a crista do álbum, que está exatamente no meio do trabalho e serve afinal para "trazer o ouvinte" para dentro do CD e criar o interesse para que continue escutando até o final. 
O que infelizmente me incomodou bastante e acho que foi determinante para colocá-lo na "vala comum", foram os fatores da produção; desde a equalização muito linear, com todos canais competindo nas mesmas frequências e alturas, quanto a pasteurização das passagens em geral que deixou a sonoridade meio chocha e sem personalidade. Acabou inibindo o potencial da obra, ou por falta de um produtor bom, ou por que algum bacana achou que esse tipo de mixagem ia melhorar a impressão sobre a sonoridade (meu palpite é que faltou um cara bom mesmo).
Com o fechamento desta disciplina "Metal-Prog-Americano" lecionada pelo Prof. Mercante, minha conclusão é que o Metal norte americano dos anos 80 chegou a sinalizar uma vertente promissora de heavy metal que fizesse frente ao estilo Speed/Power europeu, mas tropeçou nas próprias pernas devido o virtuosismo almejado e desmedido, e esbarrou também na concorrência interna do seu mercado de música pesada.
Pena..., pois se essas bandas de fato tivessem virado nessa época nos EUA, hoje com certeza teríamos uma cena muito mais forte e duradoura no Metal Melódico mundial.

Nota \m/\m/\m/ ou 6,9.

6 comentários:

  1. Masque of the Red Death me lembra alguma música...não sei qual...

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  2. Tem certeza que é Powerslave, Phantom?

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  3. Foi a impressão que eu tive das primeiras vezes que ouvi.

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  4. Sobre a suposta "evolução" do gosto de alguns metaleiros, tenho uma pré-teoria...
    Em uma conversa relativamente recente que tive com um outro amigo metaleiro (ou ex), ele também me confidenciou que está gostando apenas dos gêneros mais progressivos e com conteúdo lírico mais realista ou humano. Embora não me disse claramente, o discurso implícito me pareceu algo como: "parte do metal e suas letras é coisa pra criança , eu tenho vergonha de dizer para os outros que gosto ou gostei disso".
    Coincidentemente esse amigo tem um cargo importante em uma empresa de grande porte, seria esse o problema? Essas pessoas (ou ex-bangers) estariam sendo questionados no meio corporativo pela sua seriedade/sobriedade quando disponibilizam as partes de suas vidas e preferencias particulares no grande mosaico das redes sociais????
    Seria eu mais sério ou menos sério porquê escuto MPB, new age, blues ou fuzz???
    Sob este ponto de vista, acho que era realmente necessária a ascensão da geração Y, que acaba cagando para alguns paradigmas sociais realmente enferrujados.

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  5. Não acho que sejam só pessoas questionadas que mudam seu gosto musical. Há aqueles que procuram algo nas músicas (daí alteram sua preferência), há quem sofre uma "tiozificação" e passa a preferir musicas mais leves e também há quem aumente seu gosto musical, passando a ouvir mais uma série de outros gêneros de música...
    Este é assunto próximo daquele que começamos a discutir "off-blog": Mudança de gostos e hábitos tem relação com Personalidade em formação?

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  6. Acho que agora o blog esgotou as possibilidades de postagem desse gênero... certo Merchant?

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