quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Motorhead - Overkill


Escolhido por Phantom Lord, o álbum Overkill de 1979 da banda Motorhead para análise.


Phantom Lord
Percebi que os metalcólatras de um modo geral, postaram muitos álbuns com características complexas e próximas dos estilos mais melódicos do heavy metal nos últimos meses. Porém acho importante mostrar os clássicos e trabalhos que influenciaram o heavy metal, por isso escolhi (retirado do fundo do baú) o “disco” Overkill.

Antes de falar do álbum em si, tentarei resumir como conheci os trabalhos desta banda: Em meados dos anos 90, ouvi de “tabela” algumas vezes a música Hellraiser (e talvez Ace of Spades) nas estações de rádio... Mas naquela época, estas músicas pararam no meu campo de força anti-tudo (já falei do meu gosto limitado na época em posts anteriores). Uns dois anos depois (1998 ou 1999), um colega do ensino médio me apresentou o álbum “March or Die”, quase contra minha vontade... Fui surpreendido, acabei gostando bastante do álbum... Quase 6 anos depois, me passaram o álbum Inferno, que me despertou o interesse pela banda e foi ai que ouvi Overkill.

Geralmente quando fala-se o nome Overkill, os metaleiros que não conhecem muito do Motorhead, até lembram-se da música mas não do álbum.
O detalhe é que em 1979 eu não acho que existia bandas de heavy metal, ou álbuns de heavy metal... existiam algumas músicas deste gênero espalhadas por diferentes álbuns de diferentes bandas... mas só isso.
Overkill NÃO é um álbum de heavy metal, pois os integrantes do Motorhead nunca tiveram a intenção de fazer heavy metal e além do mais, este é o segundo álbum da banda, onde creio que eles ainda estavam encontrando sua “identidade”.
E é justamente isso que faz o Overkill tão bom: a banda parecia se arriscar mais quando gravou este disco, então a “identidade” ou a padronização do “estilo motorheadiano” não existia ainda.

O álbum começa com uma dais maiores cacetadas do universo rock / metal: Overkill é uma música para se ouvir estrondosamente e deve ter inspirado zilhões de bandas “metal-pauleira” que surgiram nos anos seguintes. Como citado por Treebeard há um tempo atrás aqui em nosso blog, a energia que ela passa aos fãs em um show é impressionante... Não consigo descrever aqui, então... Ouçam.
Depois da avassaladora faixa-título temos 3 inspirados “rocks um tanto das antigas” (Stay Clean, Pay Your Price e I`ll be Your Sister. Capricorn é uma música mais parada, No Class recupera a energia do álbum e antecede a clássica Damage Case. As últimas três faixas não devem praticamente nada para as anteriores em minha opinião.
Na versão com “bônus tracks” o cover Louie, Louie que se tornou um clássico, também merece destaque.

Overkill 10,0
Stay Clean 8,0
(I Won't) Pay Your Price 8,2
I'll Be Your Sister 7,8
Capricorn 6,0
No Class 8,2
Damage Case 8,5
Tear Ya Down 7,5
Metropolis 7,0
Limb from Limb 7,5


Modificadores: Nota: 8,5


Metal Mercante
Eu gostaria de falar mais sobre esse álbum, mas não consigo, ele é simples, direto, cru, mal produzido, influenciou gerações e gerações de Metaleiros e Punks e é chato pra cacete.

Overkill, a faixa título começa muito bem, muito bem mesmo e seus 3:09 de duração a impedem de ser maçante, porém acabou Overkill acabou o álbum, “Stay Clean”? Fala sério...”Capricorn”? Afff...

A verdade é que no ano de 79 quando este álbum foi lançado não havia muitos parâmetros mesmo e como a maioria dos álbuns da época a grande maioria das músicas só serve para preencher espaço no disco, enquanto uma ou duas acabam sendo imortalizadas.

Para a época Overkill pode até ter sido um grande álbum, hoje em dia eu tenho tido dificuldades em mantê-lo tocando mais do que 15 minutos...Na verdade eu paro em “Capricorn”, que bosta de música...
Nota: 5...só por ser considerado um clássico


The Trooper
3
1979 é um ano especial, o mundo foi presenteado com minha existência, já para o Motörhead foi o ano em que consolidaram sua ascensão com o lançamento de Overkill. Vou deixar bem claro, este é um álbum de Rock N' Roll, e posso afirmar que ele cumpre seu propósito, a faixa título é uma precursora do assim rotulado "speed metal", mas se você considerar a época, era um rock rápido, de longe, a melhor música do álbum. Com uma fórmula simples, o Motörhead conseguiu fazer um álbum com boas músicas "bate-cabeça" e rockzinhos razoáveis. As músicas não parecem todas iguais, a duração do álbum é curta (o que é bom para a estrutura de música utilizada), aquela assinatura (que faz vc reconhecer a banda rapidamente) já estava presente nas faixas e os 3 instrumentistas fizeram um trabalho bem legal na maioria das faixas, embora algumas músicas sejam extremamente simplórias.
Meu destaque vai para a óbvia Overkill, Stay Clean (gostei bastante do baixo do Lemmy, acho que ele deveria repetir a fórmula mais vezes) e Limb From Limb. Aqui, o peso de ser um clássico, somado ao contexto também influencia na nota.

Nota: \m/\m/\m/\m/


Pirikitus Infernalis
Tentando aos poucos voltar a ativa, nada melhor do que o bom e velho Godfather para isso. Motorhead é aquela coisa que todo mundo já conhece, e Overkill, obviamente, não foge disso. Não é o meu favorito, mas é Motorhead.

Naquela época, o trio era outro, formado por Lemmy, Fast Eddie e Philthy Animal, o que já conclui nosso primeiro parágrafo. Aliás, é sempre bom lembrar que o Motorhead possui 2 dos melhores power trios já registrados na história do rock/metal (Lemmy/Eddie/Phil e Lemmy/Campbell/Mikkey).

Overkill, Stay Clean e No Class são os carros chefes do cd, não a toa são entoadas nos shows até os dias atuais. Metropolis e Damage Case pertencem ao segundo escalão, rock ‘n roll de primeira. Músicas como I’ll be your sister, Tear Ya Down e Capricorn (chaaaata) ainda seguem uma tendência da época de não conter tanto peso.

O fato, ao menos em minha opinião, é que esses primeiros álbuns moldaram o som que viria a ser a característica do Motorhead no futuro, de acordo com suas músicas de maior sucesso...and thats a bingo! (Como diria o coronel Hans Landa).

Como eu disse no início, não é meu favorito, porém é Motorhead...e como todo metaleiro sabe, Motorhead é unanimidade (Constatada pelos próprios metalcólatras anos atrás em um certo Extra...).

Top3: Overkill, Stay Clean e No Class. Shame Pit: Capricorn.

Nota: 7


The Magician

Clássico é clássico, e vice-versa...

Overkill remonta a época em que eu desbravava o mundo Heavy Metal com meu violão estudande #8 Giannini, buscando por novas tablaturas e sons que pudessem ser reproduzidos com certa semelhança às gravações, ainda que com minha habilidade precoce e extremamente tosca (e ainda sem colaboração do equip disponível da época...).

E cheguei em Overkill justamente com a música Cover de Richard Berry - "Louie Louie" com sua viciosa levada blues em ré (D) (D5-A5-D5-E5), mas que na voz de Lemmy ficou incomparável com qualquer outra versão regravada.

Na ocasião não extraí nada do CD além da divertida música do garçom Louie, da faixa título e também a clássica Damage Case, presente na relíquia "Live Shit" de 1989 criada por uma de suas bandas seguidoras. Para uma mente jovem como a minha, que buscava grandes hits e clássicos sagrados estas poucas músicas mais: "Hellraiser", "Born to Raise Hell", "Orgasmatron" e "Im So Bad" bastavam para resumir todo conteúdo desses dinossauros do Rock.

Estava enganado é claro. Acabei no decorrer dos anos conhecendo diversos outros álbuns/sons dos velhinhos que fizeram jus aos anos de estrada e ao peso do nome que conseguiram forjar.

Ao redescobrir o disco "Overkill" aprovei a maioria das músicas da qual não me lembrava, como: "I´ll be your Sister" e "Limb from Limb", que é claro, flertam muito mais com o Rock and Roll/Blues do que com o Metal propriamente dito. Mas o grande destaque em minha opinião (com exceção da óbvia faixa título e Damage Case) é a música "Tear Ya Down", que apresenta uma das mais cativantes características do Motorhead desde sempre - o Lead de contrabaixo com suas viradas e invertidas desconcertantes.

Os fatores de produção na ocasião da gravação (1979) obviamente não permitiam os membros da banda captarem seus mais recentes timbres explosivos, o que obriga ao metaleiro ouvinte aumentar bastante o volume... e sair bangeando da mesma forma de sempre.

Nota: 6,8 ou \m/\m/\m/.

P.S: Em minha opinião Kilmister é a maior influencia clássica de todo o gênero do Trash Metal, posição adquirida por causa de sua rouquidão natural permanente em uma época em que a voz melodiosa era realmente MUITO almejada nos meios do rock. Os claros impeditivos das gravações de sua época também devem sempre ser considerados ao analisarmos as obras. E por fim, os caminhos que os antigos metaleiros escolheram ("preencher espaços" cfe. citado por metalcólatra) para não só criar um gênero, mas principalmente vestir a camisa desse segmento posteriormente em tempos mais modernos, não devem em hipótese nenhuma ser questionados por caras que se dizem metaleiros.

Como meus poderes premonitórios permitem: Tem cara aqui do blog que escreve todo dia uma besteira sem pensar duas vezes, que ainda vai ouvir do filhinho fã de bandinhas do futuro pseudo-metaleiras coisas como "Manowar é mal produzido...", "Countdown to Extinction possui vários preenchimentos de espaço...", "If I Could Fly? ...que bosta de música!".
E sentirá o mesmo desgosto que dá ao seu pai hoje...

Na 13 de Maio eu grito na orelha desse figura até ele ensurdecer:
"MOTOOOOOOOOORHEEEEEEEEEEEEEEEEAAAAAAAAAAAAAAAADDDD!"

11 comentários:

  1. Poderiamos ter uma disputa...as 10 piores músicas que já tocaram no metalcólatras...

    Capricorn se faria presente...

    ResponderExcluir
  2. Também não sou fã da música, Mercante... mas para Capricorn entrar nessa suposta lista teriam que ser as 50 piores no mínimo... Álbuns como Bloody Kisses entrariam com 6 ou 7 músicas, Iron Blessings com 8 músicas, Demanufacture com mais 3 ou 4... enfim, a lista seria loooonga. (nem contei o Hail to England...)

    ResponderExcluir
  3. Só pq não dá pra bater cabeça não quer dizer que seja ruim...

    ResponderExcluir
  4. Acho que em relação a resenha do Mercante nem é possível comentar seriamente...
    "Na verdade eu paro em Capricorn" mostra que esse fanfarrão nem ouviu o álbum inteiro.

    Em relação ao Trooper, concordo que a maioria das músicas não são parecidas e o álbum definitivamente não é longo. Essas características devem ter ajudado o álbum vender bem e ser considerado um clássico... mas o que tornou o Motorhead mais "popular" foi Ace of Spades de 1980. (pelo menos é o que eu li em "x" revistas e sites de rock)

    ResponderExcluir
  5. Só estou citando fontes não-confiáveis (wikipedia em inglês):
    1978–1979 – Rise to success: Overkill and Bomber.

    ResponderExcluir
  6. Lemmy é uma criatura mitológica, e com um estilo BEM peculiar de cantar. Isso as vezes ajuda para trazer fama pra banda.

    ResponderExcluir
  7. E certas atitudes também...tipo tomar ácido... kkk

    ResponderExcluir
  8. ...essa unanimidade também foi constatada nas diversas noitadas dos Metalcolatras na 13 de Maio: "... Eu quero Motorhead!" ao embalo de White Stripes.

    ResponderExcluir
  9. Essa unanimidade se deve por algumas das músicas do Motorhead ficarem próximas do gosto da maioria.

    Mas ainda assim muitas das músicas da banda não estão muito próximas do gosto da maioria, se fosse assim Overkill receberia notas mais altas...
    Se não me engano no dia (do Extra) citado por Pirikitus, a "unanimidade" foi o álbum Inferno.

    ResponderExcluir
  10. Alem da critica no meu post, eu digo mais merchant, chato pra kct é vc...
    o sr. é uma farsa mesmo...

    ResponderExcluir