sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Firewind - Days of Defiance


Escolhido por The Trooper, o álbum Days of Defiance de 2010 da banda Firewind para análise.



Faixas: 01 - The Ark Of Lies; 02 - World On Fire; 03 - Chariot; 04 - Embrace The Sun; 05 - Departure; 06 - Heading For The Dawn; 07 - Broken; 08 - Cold As Ice; 09 - Kill In The Name Of Love; 10 - SKG; 11 - Losing Faith; 12 - The Yearning; 13 - When All Is Said And Done.

The Trooper
3Lembram-se daquela minha busca por músicas dos guitarristas bam-bam-bans? Pois é, esta postagem também é fruto dessa missão, Gus G, atual guitarrista de Ozzy Osbourne, é o fundador desta banda grega de power metal. Depois de ouvir "World On Fire" fui atrás de mais músicas e consequentemente, de boa parte da discografia. Como o vocalista, para mim, tem um grande peso sobre o trabalho, acabei escolhendo um dos trabalhos com Apollo Papathanasio nos vocais, que achei mais sólido.
As três primeiras faixas são, para mim, de altíssimo nível (embora se Chariot pudesse manter o peso do riff inicial seria melhor ainda), depois o álbum dá uma "afrouxada", mas nada que comprometa o todo. SKG é uma boa música instrumental, e as baladinhas são bem razoáveis.
Enfim, prefiro até o trabalho de Gus G em sua banda do que no último álbum do Ozzy.

Nota: \m/\m/\m/\m/




Phantom Lord


De volta aos álbuns da vertente Power e/ou melódica...
Desta vez o assunto é a banda Firewind que, para mim, era praticamente desconhecida até então.
The Ark of Lies dá o “ponta-pé” inicial.... que belo ponta-pé... mas a faixa a seguir mostrou-se ainda melhor: World of Fire é um bom heavy metal com um refrão um tanto aderente.

Embrace the Sun possuí características e/ou passagens familiares... que me lembram outras músicas de outras bandas... é uma boa música, com uma discreta aparição dos teclados.
Heading for the Dawn pende pro speed metal e as guitarras mostram seus momentos de “virtuoses”...
Da faixa 7 (Broken) em diante o álbum apresenta mais músicas lentas ou com mais momentos de calmaria...
A faixa instrumental (SKG) tem um começo (não sei se é uma introdução) que parece vagamente uma versão Power metal de alguma música do Rush...

Ao todo, o álbum mostra-se consistente (em minha opinião, é claro) mesmo não demonstrando músicas que se destacam. Em vários momentos do álbum percebi semelhanças com músicas de outras bandas que ouvi ao longo dos anos, mas nada que eu reconheça rapidamente ou precisamente, ou seja, nada que possa ser chamado de cópia.

The Ark Of Lies 7,5
World On Fire 7,9
Chariot 6,8
Embrace The Sun 7,0
The Departure -
Heading For The Dawn 7,0
Broken 6,6
Cold as Ice 7,0
Kill In The Name Of Love 6,9
SKG 6,9
Losing Faith 7,2
The Yearning 6,8
When All Is Said And Done 7,0

Bom álbum... Não tenho certeza do que poderia ser melhorado no Days of Defiance do Firewind... Acho que criar músicas marcantes dentro de um estilo/gênero que já existe há décadas não deve ser algo fácil.

Modificadores de Nota: Nenhum

Nota: 7,1

The Magician


O que a Grécia exporta? A mitologia? A história da civilização? Seu alfabeto? Filosofia???
A Grécia não exporta nada, na verdade traz seu mercado de consumo para comprar dentro de seu próprio território, e pode-se concluir que o turismo é praticamente seu único e principal produto. Excluindo o fator “corrupção”, acredito que o grande motivo da descendente da linha grega nos gráficos macroeconômicos das nações européias se deve a este fato.
Se o país não possui diversidade em sua produção de bens ele se torna mais sensível aos baques da globalização (nesse caso particularmente fica fácil explicar: se as pessoas pelo mundo perdem dinheiro, não viajam, se não viajam a Grécia dança); por isso o offshore e as exportações oferecem certa blindagem à economia interna de um país. No entanto, que marca grega você conhece? “God of War”? Não é marca… e nem é originalmente grego.
Enfim, e o kiko????!!
Bem..., existe uma exportação bem peculiar da Grécia: a teoria musical. Os “métodos gregos” são ensinados ao redor de todo o planeta e norteiam a estrutura da musica ocidental. Infelizmente, da mesma forma que os ensinamentos da política e da filosofia criados pelos gregos, isso não é vendável.
Mas criar um CD de metal muito bom como “Days of Defiance” do Firewind, e exportar guitarristas como Gus G, isso sim é vendável, e porque não dizer..., pode até ser um caminho para a Grécia sair da lama!
Aliás, esse disco pelo que enuncia seu título é com certeza um subproduto da crise econômica e de como o país encara isso. Embora as letras permitam várias interpretações (como deve ser) e tenham características bastante abstratas, sentenças como: “...Hold on - even if your world's colliding...”/”... Carry on - days of defiance you are yearning…”/”… Send a nation into a void…”/”… The days of defiance, Revolt of the mass…”, acabam por revelar a faceta do cenário atual. Somado a isso, as letras que vez ou outra desdenham a religião (nenhuma especificamente), formam uma propaganda geral de não-conformismo.
Mas na parte musical é onde reside a verdadeira qualidade do “DoD” (Days of Defiance). DoD é muito equilibrado, não existe de fato músicas abaixo da média, passagens a se reclamar ou outros “presentes gregos”, e achei sua evolução bastante interessante para agradar os metaleiros ouvintes.
Li que a banda foi criada por Gus G que reuniu os outros integrantes para poder “mostrar seu talento” na guitarra, mas o que notei no CD foi a participação plena de todas as partes com destaque mútuo, inclusive as frases das guitarras nos versos são bastante reservados com o preenchimento quase integral de suas extensões por parte dos vocais.
Mas o grande acerto nesse caso foram os refrãos; não tem UM – nenhunzinho - refrão que não seja notável ou que é inexpressivo, e todas musicas são articuladas em função deles, com exceção é claro, de alguns solos que realmente se destacam e da música instrumental. Nesse aspecto o disco DoD me lembrou álbuns como “Renegade” do Hamerfall.
As duas primeiras músicas “Ark of Lies” e “World on Fire” introduzem a sonoridade por caminhos mais agressivos que condizem com a temática de insurreição, a condução acelerada exige do mais do baterista do que os demais integrantes.
Quando Chariot começa imaginamos que seguirá a proposta das faixas iniciais, mas de repente se inverte em uma estrutura mais cadenciada e muito mais melódica, e a fórmula desse som mais as intervenções dos teclados servem para a próxima faixa– “Embrace the Sun” talvez a mais melódica e grudenta de todas.
“Heading for the Down” se mostra bastante diferente das demais faixas, e seguindo o formato Speed Metal do Stratovarius ou Angra resulta em uma das melhores faixas do DoD.
Acertar a mão em baladas não é fácil, precisa ter aderência e parecer original (e esse é o grande problema), mas em “Broken” o Firewind conseguiu. Ótimo som!
“Cold as Ice” é a melhor música de todas, das letras até sua composição de versos e pontes, e é claro, principalmente o refrão. Arrebatador.
As outras 5 faixas são muito boas, mas já não mantém o mesmo nível do “miolo” do CD, dois destaques para elas: 1. A Faixa “SKG” é onde Gus G resolveu mostrar todo seu talento, o cara debulha incrivelmente a guitarra, e não soa daquele jeito inócuo que normalmente escutamos quando os virtuoses querem mostrar a habilidade; 2. a segunda parte do solo de guitarra da música “The Yearning” (3:11) é coisa rara de se escutar. Possui um timbre extremamente brilhante (o brilhante não se refere à genialidade, aqui ele traduz o som “estalado”, claro, límpido, muito bem delineado como se cada nota fosse pincelada na guitarra), um solo com essa distorção e característica sonora se torna bem difícil de realizar por causa das eventuais ressonâncias, trastejamentos ou possíveis notas fantasmas, mais uma vez parabéns ao senhor Kostas Karamitroudis. No Guitar Hero Metallica esse solo é o famoso “Alkaline Solo”.
Tenho apenas uma ressalva ao vocalista Apollo, o qual às vezes lembra o estilo de Coverdale; seu desempenho é bastante engessado durante o CD, mesmo na faixa lenta “Broken” não muda sua postura de vocais semi-arranhados.
No geral um trabalho muito bom, o suficiente aliás para ficar no repeat de seu MP3 por várias semanas (no meu ficou).... e talvez para acabar com a crise na Europa.
Agrada a gregos e troianos.


Nota 7.4 ou \m/\m/\m/\m/.




Metal Mercante


A cá estou eu mais uma me preparando para escrever uma resenha para o Metalcólatras e lamentando a perda de tempo que isto é quando tenho que “resenhar” um cd tão...tão....tão porra nenhuma...

Do mesmo jeito que esse cd é uma mistureba de tudo que é razoavelmente bom no metal hoje em dia, eu pensei que pegar pedaços de resenhas minhas antigas, amarrar daqui, costurara dalí e voilá, uma resenha digna desse cd.

Convenhamos, Days of Defiance da banda Firewind é um bom álbum no geral, mas é igual a tudo o que eu já ouvi por aí, não adiciona nada, absolutamente nada de novo, nada de espetacular ou chocante...nada. No limite, a música “When all is said and done” é a única que me chamou a atenção. De resto, a mesma fórmula de sempre, refrãos até que “relembráveis”, riffzinhos de guitarra bacanas e só.

Esse álbum foi uma grande perda de espaço aqui no blog, pois não é bom o suficiente para justificar sua presença e também não ruim ou polêmico suficiente para valer a pena escrever algo sobre ele.

Nota: 5


Pirikitus Infernalis

Metal grego no blog, ζήτω το μέταλλο!

Sexto cd da banda de power/melodic metal Firewind. Eu já havia escutado anteriormente o álbum Forged by Fire, apesar de não lembrar quase nada (me lembro apenas da musica Beware the Beast, absurda!)

Aqui o destaque vai, obviamente, para Gus G. Afinal, a banda é do cara, não? O resto da banda parece trabalhar bem, sem muitos destaques. Eu gostei bastante do baterista, evita ficar naquela pegada única e mostra bastante desenvoltura e swing atrás das baquetas para se enquadrar bem nas musicas. O vocal eu achei mediano/bom para um metal melódico mas, nesse cd, ele até que dá conta do recado.

A primeira parte da bolacha é definitivamente seu ponto forte com músicas sólidas como The Ark of Lies, World on Fire, Embrace the Sun e Heading for the Dawn. Depois o cd perde um pouco a pegada com musicas mais fracas como Broken e Kill in the Name of Love, a faixa instrumental é muito boa (a diferença entre esmerilhar uma guitarra em uma música e em um cd inteiro), e a musica de encerramento When All is Said and Done merece seu crédito. Esse cd me fez lembrar de uma porrada de coisas que ouvi antes e fiquei meio abismado com isso, mas lendo o blog percebi que não fui o único a ter essa percepção. Cold as Ice me fez lembrar de umas 3 musicas, mas ficou a boa memória de The Chosen One do Dream Evil (não sei explicar o porque...), em Losing Faith o vocal canta IGUAL o Roy Khan (Kamelot) puxando para um lado meio poético.

O cd mostra que o gênero de Power melódico ainda consegue proporcionar coisas boas utilizando seus elementos básicos: Um excelente guitarrista + refrões pegajosos. The Ark of Lies e World on Fire não sairão do meu iphone por um bom tempo.

Apenas como observação, eu li que a arte desse cd ficou por conta do brasileiro Gustavo Sazes, que está consolidando cada vez como um dos tops no ramo.

Essa foi a primeira vez que eu fiquei com dúvida em relação a uma nota redonda, na minha opinião entre cd fica entre 7,0 e 7,5, mas como eu não possuo a percepção necessária para saber se um álbum é nota 7,1 ou 7,2...

Top 3: The Ark of Lies, World on Fire e Embrace the Sun - Shame Pit: Broken

Nota: 7,0


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Motorhead - Overkill


Escolhido por Phantom Lord, o álbum Overkill de 1979 da banda Motorhead para análise.


Phantom Lord
Percebi que os metalcólatras de um modo geral, postaram muitos álbuns com características complexas e próximas dos estilos mais melódicos do heavy metal nos últimos meses. Porém acho importante mostrar os clássicos e trabalhos que influenciaram o heavy metal, por isso escolhi (retirado do fundo do baú) o “disco” Overkill.

Antes de falar do álbum em si, tentarei resumir como conheci os trabalhos desta banda: Em meados dos anos 90, ouvi de “tabela” algumas vezes a música Hellraiser (e talvez Ace of Spades) nas estações de rádio... Mas naquela época, estas músicas pararam no meu campo de força anti-tudo (já falei do meu gosto limitado na época em posts anteriores). Uns dois anos depois (1998 ou 1999), um colega do ensino médio me apresentou o álbum “March or Die”, quase contra minha vontade... Fui surpreendido, acabei gostando bastante do álbum... Quase 6 anos depois, me passaram o álbum Inferno, que me despertou o interesse pela banda e foi ai que ouvi Overkill.

Geralmente quando fala-se o nome Overkill, os metaleiros que não conhecem muito do Motorhead, até lembram-se da música mas não do álbum.
O detalhe é que em 1979 eu não acho que existia bandas de heavy metal, ou álbuns de heavy metal... existiam algumas músicas deste gênero espalhadas por diferentes álbuns de diferentes bandas... mas só isso.
Overkill NÃO é um álbum de heavy metal, pois os integrantes do Motorhead nunca tiveram a intenção de fazer heavy metal e além do mais, este é o segundo álbum da banda, onde creio que eles ainda estavam encontrando sua “identidade”.
E é justamente isso que faz o Overkill tão bom: a banda parecia se arriscar mais quando gravou este disco, então a “identidade” ou a padronização do “estilo motorheadiano” não existia ainda.

O álbum começa com uma dais maiores cacetadas do universo rock / metal: Overkill é uma música para se ouvir estrondosamente e deve ter inspirado zilhões de bandas “metal-pauleira” que surgiram nos anos seguintes. Como citado por Treebeard há um tempo atrás aqui em nosso blog, a energia que ela passa aos fãs em um show é impressionante... Não consigo descrever aqui, então... Ouçam.
Depois da avassaladora faixa-título temos 3 inspirados “rocks um tanto das antigas” (Stay Clean, Pay Your Price e I`ll be Your Sister. Capricorn é uma música mais parada, No Class recupera a energia do álbum e antecede a clássica Damage Case. As últimas três faixas não devem praticamente nada para as anteriores em minha opinião.
Na versão com “bônus tracks” o cover Louie, Louie que se tornou um clássico, também merece destaque.

Overkill 10,0
Stay Clean 8,0
(I Won't) Pay Your Price 8,2
I'll Be Your Sister 7,8
Capricorn 6,0
No Class 8,2
Damage Case 8,5
Tear Ya Down 7,5
Metropolis 7,0
Limb from Limb 7,5


Modificadores: Nota: 8,5


Metal Mercante
Eu gostaria de falar mais sobre esse álbum, mas não consigo, ele é simples, direto, cru, mal produzido, influenciou gerações e gerações de Metaleiros e Punks e é chato pra cacete.

Overkill, a faixa título começa muito bem, muito bem mesmo e seus 3:09 de duração a impedem de ser maçante, porém acabou Overkill acabou o álbum, “Stay Clean”? Fala sério...”Capricorn”? Afff...

A verdade é que no ano de 79 quando este álbum foi lançado não havia muitos parâmetros mesmo e como a maioria dos álbuns da época a grande maioria das músicas só serve para preencher espaço no disco, enquanto uma ou duas acabam sendo imortalizadas.

Para a época Overkill pode até ter sido um grande álbum, hoje em dia eu tenho tido dificuldades em mantê-lo tocando mais do que 15 minutos...Na verdade eu paro em “Capricorn”, que bosta de música...
Nota: 5...só por ser considerado um clássico


The Trooper
3
1979 é um ano especial, o mundo foi presenteado com minha existência, já para o Motörhead foi o ano em que consolidaram sua ascensão com o lançamento de Overkill. Vou deixar bem claro, este é um álbum de Rock N' Roll, e posso afirmar que ele cumpre seu propósito, a faixa título é uma precursora do assim rotulado "speed metal", mas se você considerar a época, era um rock rápido, de longe, a melhor música do álbum. Com uma fórmula simples, o Motörhead conseguiu fazer um álbum com boas músicas "bate-cabeça" e rockzinhos razoáveis. As músicas não parecem todas iguais, a duração do álbum é curta (o que é bom para a estrutura de música utilizada), aquela assinatura (que faz vc reconhecer a banda rapidamente) já estava presente nas faixas e os 3 instrumentistas fizeram um trabalho bem legal na maioria das faixas, embora algumas músicas sejam extremamente simplórias.
Meu destaque vai para a óbvia Overkill, Stay Clean (gostei bastante do baixo do Lemmy, acho que ele deveria repetir a fórmula mais vezes) e Limb From Limb. Aqui, o peso de ser um clássico, somado ao contexto também influencia na nota.

Nota: \m/\m/\m/\m/


Pirikitus Infernalis
Tentando aos poucos voltar a ativa, nada melhor do que o bom e velho Godfather para isso. Motorhead é aquela coisa que todo mundo já conhece, e Overkill, obviamente, não foge disso. Não é o meu favorito, mas é Motorhead.

Naquela época, o trio era outro, formado por Lemmy, Fast Eddie e Philthy Animal, o que já conclui nosso primeiro parágrafo. Aliás, é sempre bom lembrar que o Motorhead possui 2 dos melhores power trios já registrados na história do rock/metal (Lemmy/Eddie/Phil e Lemmy/Campbell/Mikkey).

Overkill, Stay Clean e No Class são os carros chefes do cd, não a toa são entoadas nos shows até os dias atuais. Metropolis e Damage Case pertencem ao segundo escalão, rock ‘n roll de primeira. Músicas como I’ll be your sister, Tear Ya Down e Capricorn (chaaaata) ainda seguem uma tendência da época de não conter tanto peso.

O fato, ao menos em minha opinião, é que esses primeiros álbuns moldaram o som que viria a ser a característica do Motorhead no futuro, de acordo com suas músicas de maior sucesso...and thats a bingo! (Como diria o coronel Hans Landa).

Como eu disse no início, não é meu favorito, porém é Motorhead...e como todo metaleiro sabe, Motorhead é unanimidade (Constatada pelos próprios metalcólatras anos atrás em um certo Extra...).

Top3: Overkill, Stay Clean e No Class. Shame Pit: Capricorn.

Nota: 7


The Magician

Clássico é clássico, e vice-versa...

Overkill remonta a época em que eu desbravava o mundo Heavy Metal com meu violão estudande #8 Giannini, buscando por novas tablaturas e sons que pudessem ser reproduzidos com certa semelhança às gravações, ainda que com minha habilidade precoce e extremamente tosca (e ainda sem colaboração do equip disponível da época...).

E cheguei em Overkill justamente com a música Cover de Richard Berry - "Louie Louie" com sua viciosa levada blues em ré (D) (D5-A5-D5-E5), mas que na voz de Lemmy ficou incomparável com qualquer outra versão regravada.

Na ocasião não extraí nada do CD além da divertida música do garçom Louie, da faixa título e também a clássica Damage Case, presente na relíquia "Live Shit" de 1989 criada por uma de suas bandas seguidoras. Para uma mente jovem como a minha, que buscava grandes hits e clássicos sagrados estas poucas músicas mais: "Hellraiser", "Born to Raise Hell", "Orgasmatron" e "Im So Bad" bastavam para resumir todo conteúdo desses dinossauros do Rock.

Estava enganado é claro. Acabei no decorrer dos anos conhecendo diversos outros álbuns/sons dos velhinhos que fizeram jus aos anos de estrada e ao peso do nome que conseguiram forjar.

Ao redescobrir o disco "Overkill" aprovei a maioria das músicas da qual não me lembrava, como: "I´ll be your Sister" e "Limb from Limb", que é claro, flertam muito mais com o Rock and Roll/Blues do que com o Metal propriamente dito. Mas o grande destaque em minha opinião (com exceção da óbvia faixa título e Damage Case) é a música "Tear Ya Down", que apresenta uma das mais cativantes características do Motorhead desde sempre - o Lead de contrabaixo com suas viradas e invertidas desconcertantes.

Os fatores de produção na ocasião da gravação (1979) obviamente não permitiam os membros da banda captarem seus mais recentes timbres explosivos, o que obriga ao metaleiro ouvinte aumentar bastante o volume... e sair bangeando da mesma forma de sempre.

Nota: 6,8 ou \m/\m/\m/.

P.S: Em minha opinião Kilmister é a maior influencia clássica de todo o gênero do Trash Metal, posição adquirida por causa de sua rouquidão natural permanente em uma época em que a voz melodiosa era realmente MUITO almejada nos meios do rock. Os claros impeditivos das gravações de sua época também devem sempre ser considerados ao analisarmos as obras. E por fim, os caminhos que os antigos metaleiros escolheram ("preencher espaços" cfe. citado por metalcólatra) para não só criar um gênero, mas principalmente vestir a camisa desse segmento posteriormente em tempos mais modernos, não devem em hipótese nenhuma ser questionados por caras que se dizem metaleiros.

Como meus poderes premonitórios permitem: Tem cara aqui do blog que escreve todo dia uma besteira sem pensar duas vezes, que ainda vai ouvir do filhinho fã de bandinhas do futuro pseudo-metaleiras coisas como "Manowar é mal produzido...", "Countdown to Extinction possui vários preenchimentos de espaço...", "If I Could Fly? ...que bosta de música!".
E sentirá o mesmo desgosto que dá ao seu pai hoje...

Na 13 de Maio eu grito na orelha desse figura até ele ensurdecer:
"MOTOOOOOOOOORHEEEEEEEEEEEEEEEEAAAAAAAAAAAAAAAADDDD!"