O álbum Silence, lançado pelo Sonata Arctica em 2001, foi escolhido para análise por The Trooper.
01-...Of Silence; 02-Weballergy; 03-False News Travel Fast; 04-The End of This Chapter; 05-Black Sheep; 06-Land of the Free; 07-Last Drop Falls; 08-San Sebastian; 09-Sing in Silence; 10-Revontulet; 11-Tallulah; 12-Wolf & Raven; 13-Respect the Wilderness (bônus); 14-The Power of One; 15-Peacemaker (bônus)The Trooper
Confesso que estou feliz e surpreso de ver o Sonata aqui no
blog, mesmo depois de tantos anos, sempre é oportuno escutar novamente um
trabalho dos caras.
É uma banda que teve relativa importância naquela efêmera “re-ascensão”
que o Heavy Metal teve na virada do século, puxada principalmente pelo movimento
do power metal europeu (Edguy, Avantasia, Hammerfall, Primal Fear, Sonata Arctica,
Nightwish,etc..).
Antes de qualquer coisa, a pessoa que se aventurar nessa
sonoridade deve estar ciente do fato que o Sonata está mergulhado até o pescoço
no estilo power-melodic-speed-symphonic-metal-espadinha-farofa-Metal sem nenhum
tipo de remorso, lembrando que na ocasião o gênero ainda era uma promessa.
Dito isso, o que se sobressai é a veia técnica impecável da
banda, e aqui não estou ressaltando somente a técnica dentro das pautas (sobre
a execução das diferentes escalas, acordes, arpejos bem trabalhados, e o desenvolvimento
sobre as tessituras, em si...), mas sim e principalmente, a produção geral sobre
as melodias usando os multi canais de gravação, como as vozes dobradas, o piano,
e todas as texturas pomposas com abuso das camadas abertas dos teclados e dos sets
de distorções translúcidos das guitarras. O Sonata era de forma geral, bastante
eloquente em estabelecer um composto sonoro, sem se preocupar com o risco real
de sobrecarregar sua música... Mas vejo isso como uma característica geral das
bandas de metal da Finlândia.
Quando ouvi pela primeira vez esse trabalho na ocasião em
que foi lançado, de maneira equivocada eu o coloquei na prateleira “CD na bota
do anterior”, tipo “reciclado”, como se fosse uma reedição rebuscada do Ecliptica;
isso acontecia porque muitas vezes absorvia o conteúdo juntamente com muitos outros
CDs de outras bandas, e uma vez que eu escolhia um favorito desses trabalhos,
acabava subestimando todos os outros. Mas o fato é que “Silence” é acima da
média, e eu arriscaria dizer, que talvez, até melhor que o primeiro trabalho do
Sonata (preciso revisitar o debut para confirmar essa constatação).
Embora escutar esse tipo de som faça com que eu me sinta na
zona de conforto, tem muita coisa boa mesmo aqui nessa obra, sendo que sinceramente
não encontrei nenhuma música fraca na coleção e ainda por cima algumas coisas,
como por exemplo a frenética faixa “Wolf & Raven” que me surpreenderam bastante
(quando atua de forma rápida e “nervosa” o Sonata lembra o Dream Evil). Mas o
espetáculo inegavelmente está naquilo que o Sonata é em sua essência: uma banda
de balada; As composições mais atmosféricas e lentas se sobressaem de tal maneira
que é impossível não fazer um repeat no mplayer após escutar ‘Silence’
na íntegra, como se fosse um “resumo” desse álbum, com somente as ótimas: “The End
of This Chapter”, “Last Drop Falls” (cornozisse master mesmo), “Sing In Silence”
e “Tallulah”.
Sobre o conteúdo
escrito, escutar esse tipo de trabalho que flerta com o conceitual me faz não procurar
por significados nas letras, que ficam afinal muito presas às criações próprias
dos autores, e qualquer interpretação fora da história é puramente viajar na
maionese... mas cabe dizer que pela primeira vez eu li algo como “andar no frio
da noite sem cueca” em uma letra de metal melódico...
Aliás, falando em cuecas, embora seja um verdadeiro “mela-cuecas”,
esse é realmente um pusta álbum do gênero, e indico sem pestanejar como
referência verdadeira de toda uma época quando esse estilo de heavy metal parecia
ser o carro chefe da “música pesada” ao redor do globo.
Curta você também a nostalgia gostosa dessa geração nos
lindos embalos de “Tallulah”!