terça-feira, 30 de novembro de 2021

Blind Guardian - Tales from the Twilight World

 O álbum Tales from the Twilight World, lançado pelo Blind Guardian em 1990, foi escolhido por Trooper para análise.

Faixas: 01-Traveler in Time; 02-Welcome to Dying; 03-Weird Dreams; 04-Lord of the Rings; 05-Goodbye My Friend; 06-Lost in the Twilight Hall; 07-Tommyknockers; 08-Altair 4; 09-The Last Candle




The Trooper
3
Aqui estou eu, na árdua missão de não deixar o blog morrer. Embora árdua, é sempre uma missão recompensadora. É só olhar aí o que eu escutei para cumprir a missão.

Tales from the Twilight World é mais um álbum do Blind Guardian, mas é mais um álbum que não podia ficar de fora.

Foi aqui que o Blind Guardian virou a chave e resolveu fazer um som maluco ... ainda bem! Dá pra notar ainda que é um álbum bem rústico, mas a maluquice já tava comendo solta!

Uma das coisas que mais chama a atenção é a dupla de guitarras, entre a porradaria da violenta bateria ela aparece o tempo todo transformando o álbum em algo único e excepcional.

O álbum já começa com a porrada de Traveler in Time e só vai diminuir o ritmo lá no meio, em Lord of the Rings. Hoje em dia não posso avaliar esta faixa com clareza porque eu tive uma overdose dela, mas é inegável que é uma balada viajante ,que te arrasta para o clima da letra. Aliás, o álbum inteiro faz isso com maestria. Talvez Goodbye My Friend seja a mais estranha no quesito clima, se o trecho da Wikipedia que eu copiei foi verdadeiro (tava com a bandeirinha de falta de citação):


Mas ainda sim, é uma música duca. O álbum inteiro é duca, claro. Pode ficar ligeiramente atrás dos mais pomposos e densos, mas o ponto forte dele é não ter pontos fracos, absolutamente todas as músicas são bacanas, e algumas delas são épicas.

Meu destaque vai para ... putz, vai para o álbum todo, não tem uma mais ou menos, até Altair 4 que é estranha, é muito boa. The Last Candle merece um destaque à parte porque é pra lá de épica (eu prometi um dia montar uma aventura baseada nela no meu cenário de campanha principal - mesmo q o cara da wiki esteja certo e a música seja sobre Dragonlance).

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician

Mais um álbum marcante do Blind Guardian no blog, o primeiro realmente digno de nota na discografia deles, na verdade, embora eu respeite os dois primeiros trabalhos.

Tales From the Twillight World” (TFTTW), é marcante por estabelecer o primeiro milestone da banda em direção de um estilo muito próprio e característico de Power Metal Progressivo. À partir daqui a banda alemã estabelecia características marcantes – e sem volta – que a diferenciava da maioria das outras bandas de Heavy Metal, a tornando única no estilo de sua musicalidade. Em TFTTW algumas rupturas são claras com relação aos álbuns anteriores, principalmente no que diz respeito:

- à adesão de linhas de teclados mais presentes que contribuem em fraseados importantes no decorrer das faixas (exemplo em “Atair 4”);

- as pautas polirítmicas por todos os lados colocando os dois pés da banda de vez, no sub gênero metal progressivo (graças ao trabalho primoroso de Thomas Stauch, isso foi possível, o cara é monstruoso);

- as melodias vocais muito mais técnicas e trabalhadas, com grande contribuição dos backing vocals dos demais membros da banda. As camadas de linhas simultâneas de vocais com diferentes fraseados, são pela primeira vez trabalhadas aqui, exemplo no final de “Last Candle” (uma marca definitiva da assinatura do Blind Guardian, mas reparem que aqui Hansi não interpretava ainda todas as linhas, como faria depois nos trabalhos mais rebuscados do BG com a inclusão de canais apartados);

- As músicas (como bem lembrou o Trooper), ainda são rústicas em sua produção geral, mas o modo como as guitarras e vocais se harmonizam em melodias mais complexas, já eleva o patamar das composições na ‘régua’ da teoria musical;

Todas essas propriedades musicais inseridas no terceiro disco da banda, foram incorporados e apurados em trabalhos posteriores, de modo mais e mais extremo, até tudo culminar naquela bagunça que é o Night At The Opera (o sétimo álbum)...

Mas isso não importa, naquele momento específico da carreira dos alemães, em 1990, isso aqui foi praticamente uma obra de arte, que foi decisiva para a promoção da banda para uma elite do power metal europeu, que serviria de referência para grupos mais novos desse segmento. Ao escutarmos a discografia ‘vencedora’ do Blind, fica muito claro onde foi que a banda deu o salto para sair do status de “mais uma banda de metal”, para garantir seu crachá de banda importante do circuito do Heavy Metal (digamos que fechar um Wacken Open Air, garante esse status, se você está em dúvida).

Existem inúmeros destaques, pois o álbum é muito forte na primeira metade, mas no geral não deixa a peteca cair em nenhum momento. O som “Lord of The Rings” por muitos motivos é o ponto mais alto, mas por favor prestem atenção (com o volume bem alto de preferência) em “Traveler in Time”, “Welcome to Dying”, a instrumental “Weird Dreams” e “Lost in the Twillight Hall” (com a participação adivinha de quem?? De quemmmm???? O tio farofeiro Kai Hansen!!).

Nota 8,1 ou \m/\m/\m/\m/.

Para não deixar passar batido, deixo um parágrafo de reconhecimento para uma das maiores duplas de guitarristas da póstuma história do Heavy Metal, em minha opinião. A obra subestimada pela grande maioria, dos músicos Andre Olbrich e Marcus Siepen estará para sempre na memória e no coração daqueles postulantes guitarristas que por alguma vez tiveram a sorte de escutar obras primas como “Time What Is Time”, “Lost in Twillight Hall”, “Into The Storm” e é claro icônica “Bright Eyes”... Riffs eloquentes, a contundência magistral das ‘infinitas’ palhetadas groovadas, e a sincronia alienígena das bases e dos solos super melódicos e cintilantes dobrados, são apenas algumas das marcas dessa dupla, com raro talento para não somente aplicar a técnica, mas principalmente fazer isso de modo contributivo às composições como um todo. 


Phantom Lord

Aqui vai uma resenha "atrasada". 
Ouvi este álbum 7.3 zilhões de vezes através de uma fita que eu tocava no estéreo do meu bro, Trooper: Acho que ouvi este álbum quase tanto como eu comi batata frita em minha vida. 

Sonoramente falando, este álbum me causou estranheza nas primeiras audições (lá pelo final dos anos 90), mas isso não é novidade: Todos álbuns do Blind Guardian me soavam assim - Diferentões da maioria das outras bandas de metal. Não descreverei as faixas, nem seus ritmos (entre outras características), pois Trooper e Magician já fizeram isso.
Inicialmente gostei da faixa instrumental Weird Dreams, mas conforme fui ouvindo o álbum Tales From Twilight World por anos, fui gostando mais dele como um todo e cheguei a ter uma camiseta deste álbum que eu surrei (usei) por uma década - praticamente dos meus 20 aos 30 anos de idade. Neste período e até mais uns 8 ou 9 anos depois, eu não ligava muito para as letras das músicas: Para mim era tranquilo ouvir qualquer heavy metal, bem como rock, desde que o ritmo me agradasse e as letras não fossem MUITO podres.  

Porém, por mais que eu tivesse a fama de "ranzinza parado no tempo", eu mudei devido a razões certamente bem particulares. E por isso, passei a preferir músicas que tivessem um significado para mim, particularmente, coisas que entendo como boas. 
Mas como assim? Simples: Por exemplo, porque eu deveria continuar ouvindo uma música que mostra uma visão de mundo contrária à minha, ou que enaltecesse algo que acho insignificante ou mesmo desprezível? Não existe motivo algum para continuar, inclusive, ao menos até alguns anos atrás, alguns (ex) membros deste blog pareciam agir assim também - não há nada de surpreendente nisso. Claro, alguém poderia me fazer uma acusação do tipo: Ah, mas você ainda ouve aquela música "X" que enaltece coisas que você diz ter horror (aversão)!" Bom, se isso ocorrer, certamente é devido a forma ambígua de como algumas letras de música são escritas e, de toda maneira, eu posso interpretar uma música (bem como qualquer arte) do jeito que eu quiser - A interpretação humana está sujeita à diversidade. Enfim, as pessoas mudam, umas devagar, outras depressa, umas mudam pouco, outras mudam muito etc. Nos meados da minha infância, eu mudei quando passei a ouvir músicas que outros membros da família escutavam. Eu mudei quando adolescente, ao passar a ouvir quase que exclusivamente heavy metal. Eu mudei um pouco nos meus vinte e pouco anos, quando passei a gostar mais de clássicos de rock... E agora, o resultado desta minha mais recente mudança desviou maior parte de minha atenção para longe de meros gêneros musicais e suas bandas, compositores, composições etc.

Em relação ao conteúdo das letras deste álbum, durante muitos anos eu mal sabia do que a maioria falava. Imaginava que fossem temas de ficção e fantasia medieval escolhidos por gosto particular dos membros da banda (e de acordo com a resenha do Trooper, aí em cima, eu estava certo). Por causa de seu conteúdo, o TftTW não se tornou um dos álbuns que eu não escutaria novamente, mas também ficou menos significante para mim. Na verdade vários dos álbuns que resenhei neste blog eu deixei de ouvir e diminuiria a nota deles (se eu fosse reavaliar eles), porém o TftTW pouco mudou: Receberia nota 8,1 ou 8,3 até meus 39 ou 40 anos de idade... Diminuí a nota dele? Sim. 
Diminuiria mais com o passar dos anos? 
Não sei - só sei que hoje ele recebe "Nota: 7,6"