sábado, 26 de dezembro de 2015

Savatage - Sirens

O álbum Sirens lançado em 1983 pela banda Savatage foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord
Após ouvir algumas músicas boas e escutar comentários elogiosos sobre o Savatage ao longo de anos, decidi buscar uns trabalhos desta banda... Então neste ano de 2015 voltei a "investigar" um pouco da discografia do Savatage. Acabei encontrando e ouvindo o debut dos caras: Sirens. 
Algumas músicas me impressionaram logo de primeira. Dentro de um estilo "tradicional" de heavy metal, quase sem mudanças de ritmos repentinas (utilizadas em discos posteriores como Edge of Thorns e Wake of Magelan), a banda mostrou muita criatividade e técnica com um pouco de virtuosidade também. 
Ao meu ver, embora não seja um amontoado de obras primas, o disco tem muitos pontos altos sem nenhuma música ruim. 
A produção ainda é meio rústica mas é compensada pela combinação peso + criatividade, enfim um álbum essencial em listas e sites/blogs de heavy metal e digno de admiração!

Sirens 7,3 
Holocaust 7,8 
I Believe 7,1 
Rage 7,0 
On the Run 7,3 
Twisted Little Sister 6,7 
Living for the Night 7,8 
Scream Murder 7,7 
Out on the Streets 6,9 

Obs.: Não considerei as faixas-bônus Lady in Disguise e The Message nesta "avaliação".

Modificadores:





Nota Final: \m/ \m/ \m/ 

The Magician

Como qualquer outro debut, com algumas raras exceções, há de se ter cuidado com a análise, pois nessa fase da banda já é esperado certa inibição e insegurança por parte dos membros, que às vezes acaba modificando o caminho que as composições assumem quando gravadas em suas versões definitivas.

No caso do álbum de estreia do Savatage - "Sirens" - pode-se notar as abordagens pragmáticas sobre os versos, pontes e refrãos na maioria das músicas, sem muitos interlúdios diferenciados, sem progressões ou experimentações em excesso, coisa que se tornaria bastante comum posteriormente na carreira dos americanos mas que obviamente ainda morava no subconsciente dos jovens músicos nessa época. As estruturas são aliás, em alguns casos, surpreendentemente simples, se olharmos o grupo como uma super banda progressiva-melódica; é bem mais aceitável que aqui em Sirens a vibe dos caras estava mais para um Heavy Metal básico com pitadas de HardRock virtuoso.

A primeira parte do álbum traz um Metal seco e direto, que inclusive limita as aventuras do vocalista sobre muitas passagens diferentes, o contendo em uma região curta de tons, quando na maioria das vezes percebe-se que Jon poderia oferecer muito mais. Nas 3 primeiras faixas ("Sirens", "Holocaust" e "I Believe") os refrãos são claramente delimitados pelo groove quebrado das guitarras que se comportam como cabrestos para os vocais. O punch de Metalzão básico é evidenciado principalmente nas faixas "Rage" (uma paulada daquelas que corre na maioria do tempo em 150bpm) e "Twisted Little Sister", que podem lembrar até por alguns momentos sequências de thrash clássicas se você ignorar os vocais oscilantes do Savatage. Nenhuma dessas estruturas mais simples, no entanto, impedem os acessos super-técnicos dos irmão Oliva (já naquela fase tão tenra); seja com as guitarras malucas, talentosas e mirabolantes de Criss ou com as imersões à lá Dio e Halford de Jon Oliva.
A parte mais interessante do disco fica porém guardada na segunda metade, quando a partir de "Living for the Night" faixas parecem começar a se soltar das amarras que deixavam o disco caminhar previamente para uma possível mesmisse. É possível também que nessa segunda metade alguns entendam certas faixas como hard-rock bombadinho, mas acho que aqui a banda começava a esboçar aquelas que seriam suas principais características por mais de 3 décadas, com especial menção a "Scream Murder", a melhor criação do disco, e aqui sim: Savatage direto na nata!

Um bom debut afinal, com temperos que atiçam o ouvinte a escutar trabalhos mais maduros e completos da banda, que nos anos seguintes seria responsável por imprimir alguns dos mais belos clássicos do Metal Melódico. 
   
Nota 6,9 ou \m/\m/\m/.

Ah sim! Já ficava claro a afinidade da banda com baladas marcantes, com esse belo projeto de quase-balada que é "Out on the Streets", belo som. 


Hellraiser
3 Olá Metalcolatras ! 
Depois de um breve hiato, eis que me encontro de volta ao blog para pôr ordem nesses novos álbuns postados quase esquecidos, rsrs 
E então, nada melhor que ao menos, recomeçar com um belo clássico do Heavy Metal. 
E a bola da vez, é o debut do Savatage intitulado, Sirens 
A banda que é conhecida mundialmente pelo seu Prog Metal, aqui em seu álbum de estréia, executa apenas o bom, velho e simples Heavy Metal. 
Nota-se fácil a qualidade dos membros da banda, e em especial da dupla Criss e Jon Oliva. 
Mesmo com a produção tosca da época, o álbum empolga, e se ouve bem a maioria dos detalhes da gravação, e em especial, todas as linhas de baixo. 
Temos aqui um álbum simples, sem as viagens que tanto fizeram a banda ser conhecida, mas ao mesmo tempo, um álbum que agrada aos ouvintes do Metal tradicional. 
Ao contrário do Magician, minha preferência se prende a primeira parte do trabalho, onde os riffs parecem ser mais potentes e pesados como nas músicas ¨Holocaust¨, ¨I Believe¨, ¨Rage¨e a própria faixa título de abertura do álbum, porém mesmo na segunda parte do disco, ao meu ver, não existe uma mudança mais brusca na sonoridade, continuando a empolgar também. 
Dois pontos que considero positivos neste trabalho: 
1 – A ainda ausência dos teclados de Jon 
2 – A pouca freqüência dos gritinhos chatos de Jon. ( Ahhh, .....Ahhh, ....Ahhh ) 
Nota: 6,5 

 
The Trooper
3
Foi preciso paciência e insistência para poder prestar atenção em Sirens, atribuo isso à uma dependência desenvolvida por mim em relação à uma boa produção.

O disco possui uma produção tosca, que eu, que nada entendo do assunto, achei que alguns trechos foram gravados todos em um mesmo canal (volto afirmar: nada entendo do assunto).

Na wikipedia consta que Jon Oliva afirmou que Sirens e o ep Dungeons are Calling foram gravados e mixados em apenas um dia, que era o que a banda podia pagar. Bem, apenas isso já coloca esses caras como deuses do metal, já que os supostos deuses do metal que usam tangas e passam óleo no corpo demoraram uma semana para fazer Hail to England e ficou uma bosta.

É uma pena que esses deuses do metal tenham optado por assumir como área de influência o prog metal, porque o trabalho deles com o heavy metal basicão é muito bom. Imaginar esse som naquela época é muito interessante, embora os caras possam lembrar ligeiramente uma mistura de Judas e Maiden, o som deles tem uma pegada bastante única.

É bom lembrar que o primeiro álbum dos caras tinha apenas um guitarrista (e com esse apelão retardado do Criss Oliva precisa de mais um?), e o baixista assume a bronca de maneira magnânima. Enfim, o trabalho instrumental é muito acima da média, e o vocal (o outro irmão Oliva) também manda muito bem.

Para encerrar, recomendo mexer na equalização e aumentar bastante o volume para poder lapidar essa joia bruta que é Sirens.

Destaque para Holocaust e Scream Murder (músicas realmente acima da média alta do álbum)

Nota: \m/\m/\m/\m/


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Fight - War of Words

O álbum War of Words lançado em 1993 pela banda Fight foi escolhido por Hellraiser para análise.





  1. "Into The Pit" - 4:13
  2. "Nailed To The Gun" - 3:38
  3. "Life In Black"- 4:34
  4. "Immortal Sin" - 4:39
  5. "War Of Words" - 4:29
  6. "Laid To Rest" - 4:40
  7. "For All Eternity" - 4:42
  8. "Little Crazy" - 3:49
  9. "Contortion" - 4:35
  10. "Kill It" - 3:30
  11. "Vicious" - 3:11
  12. "Reality, a New Beginning" - 13:18
  13. "Jesus Saves" - faixa escondida, inicio aos 9:43
Phantom Lord
Fight é "quase" uma novidade para mim. Não por ser "a banda de Rob Halford", mas porque eu já tinha escutado uma ou duas músicas desta banda. 

A sonoridade do War of Words parece menos centrada na velocidade e no virtuosismo de guitarras se comparado ao Painkiller, mas obviamente, ainda lembra Judas Priest, afinal Halford até então, tinha sido front man dos "sacerdotes" por cerca de 20 anos. 
As letras se afastam dos clichês do heavy metal (leather, thunder, steel etc) super utilizados na carreira do Judas e entram em temas pessoais e "sociais". 

Ao ouvir a primeira metade do disco achei que se tratava de um meio termo de Judas com UDO, porém Halford e sua cambada se aventuram além do Heavy Metal Arroz-e-Feijão, o que pode ser facilmente perceptível nas faixas Little Crazy, Contortion e Vicious. Além destas faixas citadas, "Kill it" vai se transformando num "metal" similar ao feito pelo Sepultura... 
Nestes casos, eu não estou criticando o "arroz-e-feijão" do heavy metal, pois na verdade acho que eu gostei mais das 5 primeiras faixas. 

O vocal de Halford também alterna mais entre graves e agudos se comparado com as músicas gravadas durante a sua carreira no Judas Priest e isto pode ser um fator que aumenta a diversidade e a criatividade musical do álbum... E falando em vocal, nos últimos segundos da faixa War of Words podemos entender onde o Massacration se inspirou. 

Into the Pit 7,7 
Nailed to the Gun 8,0
Life in Black 7,1 
Immortal Sin 7,1 
War of Words 7,3 
 Laid to Rest 6,7 
For All Eternity 6,8 
Little Crazy 6,8 
Contortion 7,1 
Kill it 6,9 
Vicious 6,0 
Reality, A New Begginning 6,8 
Jesus Saves 6,1 

Seria Nailed to the Gun uma crítica à indústria de armas e também aos adoradores de armas, geralmente "haters" da sociedade? 




Nota Final: \m/ \m/ \m/ 



Hellraiser
3Saudações headbangers, metalcolatras e simpatizantes. 

Eis que nos encontramos novamente aqui para falarmos de mais um album poderosíssimo. 

Agora a bola da vez é o debut da banda Fight, liderada e criada por nada menos, o Sr. Careca Metal God, Rob Halford. 

E pra esse petardo, Halford recrutou na bateria, um nome de peso para acampanha-lo em sua nova empreitada, Scott Travis, que sem duvida nenhuma foi melhor baterista que já passou pelo Judas Priest. 

Halford carregou Travis junto com ele, e recrutou outros membros menos conhecido no mundo metálico, porem ambos com certo talento e com muita sede de brutalidade. 

Por falar em Judas Priest, não hesito em afirmar que este álbum do Fight, poderia muito bem ser o sucessor do magnífico Painkiller, pois cairia muito bem na discografia do Judas Priest, e digo mais, este é o melhor trabalho de tudo o que foi feito por Rob Halford depois do Painkiller. ( seguido de perto pelo Resurrection ). 

Quanto ao disco, encontramos Halford no topo de sua boa forma, alcançando notas onde poucos se arriscariam, e à frente de uma banda super afiada, esbanjando peso e exalando brutalidade com muito feeling e criatividade. 

Heavy Metal poderosíssimo, com pequenas pitadas de modernidade, mas que não prejudicam em nada a obra num todo. 

Encontramos Scott Travis bem mais ´´manso´´ aqui, porem nem assim não tem como não se encantar com suas batidas, viradas e bumbos duplos cheios de técnicas e peso. 

O álbum é perfeito do seu inicio até o fim, começando pela excelente paulada e rápida Into the Pit, seguida por Nailed to the Gun que não deixa a peteca cair de maneira nenhuma. 

Life in Black e Immortal Sin são bem mais cadenciadas, porem são magníficas. 

Não tem como não guarda-las no fundo da mente. 

Temos outra paulada, a faixa titulo War of Words, seguida de Laid to Rest ( uma das mais simples ). 

Com For all Eternity temos a balada do disco, bem a cara de Halford, musica bonita, ...mas ao meu ver chega a ser até desnecessária, tamanho o peso em que o álbum vinha seguindo. 

Little Crazy foi a musica de trabalho, chegou a tocar insistentemente em várias rádios na época. 

Ai vem minha trinca preferida, com Contortion, Kill It e Vicious. Tres sons maravilhosos e pegajosos. 

E pra fechar com chave de ouro, mais um grande hino do álbum, Reality, a New Beginning. Excelente musica. 

Ainda temos uma faixa escondida, chamada Jesus Saves pra dar mais um UPzinho no que já esta ótimo. 

Nota 8,1

The Magician
Antes de qualquer comentário sobre o trabalho gostaria de ressaltar a importância de Mr. Halford para esta singela comunidade conhecida como Heavy Metal. Ao meu ver Rob está entre os 3 maiores vocalistas de sua geração, não somente pelos seus atributos técnicos (nem vou gastar lápis pra falar sobre isso), mas principalmente devido sua ampla influência promovida pelo seu estilo de cantar. 

O vocalista inglês nunca poupou os ouvintes para se adequar ao "establishment" da música de sua época, e para isso cravou na história seus falsetes super agudos e exagerados como uma marca registrada que ecoa até hoje sobre os estilos mais melódicos de Metal. Acima de tudo Rob H. foi e ainda é um defensor declarado do Metal, não optando por nenhuma outra abordagem ou mudança de estilo ao longo de sua longa carreira (só 46 aninhos, já beneficiário da previdência social), tal como uma porrada de outros tiozões que se desviaram para diferentes rumos. Enfim, o cara já tem seu busto em ouro garantido no salão de Valhalla...

Como link para a própria resenha do disco "War of Words" (ou WoW), posso afirmar que toda essa experiência e competência do grão-mestre vocalista inglês garante, no mínimo, que nenhum de seus trabalhos se tornem fiascos. 

Aqui no álbum proposto isso é bem óbvio, já que se por um lado o resultado final pode decepcionar muitos ouvintes no quesito "impacto", a banda é categórica em traçar uma sonoridade sólida e firme sem deslizes na proposta de sonoridade "mega pesada". Fica claro durante seu decorrer que "WoW" prioriza a cadência arrastada dos tempos, costurada entre as distorções brutais das guitarras, ao invés de ataques rápidos e ininterruptos de riffs fraseados. 

Em outras palavras, Halford e sua banda troca a agressividade virtuosa registrada em "Painkiller" (já que não tem como não citar o trabalho prévio) para adentrar quase que exclusivamente em um estilo muito mais pesado e soturno de Heavy Metal, preenchido integralmente pelos acordes super cheios, pelos timbres "gordássos" das guitarras, pelos tons ultra graves e também pelos ranges mais curtos executados nas bases (talvez a única exceção seja a mais animadinha do conjunto - "Nailed to the Gun").

Nesse sentido, o álbum se torna infalivelmente contundente e direto, mas também mais difícil de se manter interessante por muito tempo, já que após algumas audições fica grudado aquele "bate-estacas" dentro de sua cabeça, realizando um incansável looping que gera fadiga como se fosse uma espécie de "ressaca musical". Um outro ponto fraco é que a versatilidade do careca é automaticamente inibida pelas já citadas balizas dos tempos cadenciados e por grande parte dos riffs claustrofóbicos do disco (ainda assim, mesmo com as estruturas limitadas, ele consegue tirar vários coelhos da cartola).

Com essa proposta exposta pode-se dizer que a nata do disco está entre as faixas 2 e 6 ("Nail to the Gun" até "Laid to Rest"); todas essas tem peso com qualidade e não soam como clichês do gênero. Ainda dou maior ênfase para "Imortal Sin" e "War of Words", faixas marcantes do disco, e ainda vale citar "For All Eternity" e "Little Crazy" como músicas, no mínimo, interessantes.

Sobre tudo isso, fica ainda registrada a acidez das composições de Rob quanto suas letras, críticas escancaradas que estapeiam a cara de nossa sociedade suja de hoje, ainda que tenham sido escritas lá atrás em 1993.

Nota 7 ou \m/\m/\m/\m/. 


The Trooper
3
Tenho que começar discordando levemente com Hellraiser, embora ele seja claramente mais gabaritado para falar sobre Judas Priest, eu insisto na subjetividade da visão do meu mundinho: não acho que War of Words seria naturalmente o sucessor de Painkiller, embora eu ache (e presumo que Hellraiser discordaria dessa minha opinião) que o álbum lembre um pouquinho o Jugulator; também discordo que seja a melhor coisa que Halford fez desde Painkiller, o próprio Angel of Retribution é melhor).

Terminadas as discordâncias é hora das concordâncias, e a principal é: esse álbum é bom. O Fight emprega estilos variados na construção do War of Words, mas é heavy metal, e é tudo pesado, ou é raivoso ou é melancólico. Embora mais simples do que Judas, é tão pesado quanto (claramente MAIS pesado do que os álbuns mais pops) e mantém a qualidade durante todo o trabalho.

Outro ponto forte são as letras (em oposição às letras do Angel supracitado, que o Phantom resmungou sobre os chavões), como afirmou o Magician, um cuspe ácido na cara da sociedade, mas não só isso, embora eu não seja muito fã na maior parte do tempo, as letras das músicas mais lentas e melosas também são bacanas (algumas são meio cor sim, cor não, se é que você me entende, como Immortal Sin e Laid to Rest - parecem ter como inspiração antigos namorados cretinos - mas For All Eternity é bem legal - inspirada em alguém da família?).

Embora a nota pudesse ser maior se o álbum fosse um pouco mais acelerado, a peteca não cai justamente porque a banda varia bastante o estilo, lembrando um heavy metal mais clássico no início (e acelerado, como Judas), passando por uma fase mais Sabbath/Ozzy lentona e terminando num estilo mais doidão.

Recomendado.

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.:  Into the Pit parece que foi escrita pro Temer.