The Magician
A postagem atual vem contribuir com o numeroso acervo de boas bandas de Heavy Metal da Alemanha que popularam o cenário nas décadas passadas, reforçando minha tese de que os Germânicos formaram no passado a mais forte escola metaleira que já existiu. Aliás muito me estranha que até o Metal da Alemanha tenha sucumbido para falta de criatividade e para o modismo que definitivamente contaminou o meio, mas enfim...
A bola da vez é Angel Dust, e seu álbum semi-alternativo de 98 "Border of Reality".
De características bastante ambíguas e peculiares, o grupo imprime sua principal assinatura através de tremendas sequências de poderosos riffs de guitarras, que com frequência abrem espaço - às vezes de forma bem repentina - para os ultra melódicos solos lustrosos, ou ainda para as camadas etéreas de teclados atmosféricos. Embora a atuação simultânea das guitarras britadas com os tons amplos dos teclados de semblantes góticos, me induziram a achar que o trabalho poderia ser uma espécie de prelúdio para o metal sinfônico (que viria a ser valorizado nos anos seguintes na Europa), o trabalho na verdade está vinculado ao progressive metal, de forma inegável.
O disco que inicia sua trajetória em duas faixas com vestígios de potente Metal tradicional e com alguns flashbacks de Thrash oriundos do passado perdido da banda, balança sobre os limites do Power Metal técnico nas faixas seguintes ("Nightmare" e em "Centuries") para assumir de vez a trilha sem retorno do Metal Progressivo nas longas faixas "When I Die", "Where the Wind Blows" e "Behind the Mirror" (somam 26 minutos). Neste ponto já é possível detectar uma forte similaridade com trabalhos de bandas como Savatage e Dream Theater, com aquelas mesmas premissas já conhecidas de sofisticação sonora - dos múltiplos canais filtrados e também da qualidade técnica sobre as abordagens melódicas oscilantes.
Mas tudo parece afinal, ser proposto de forma gradual e bem diluída pela bela produção do álbum que dá a dica faixa por faixa de onde a coisa vai acabar. O próprio vocalista Dirk T. evolui suas interpretações de forma bastante inteligente no decorrer do trabalho.
A complexidade dos instrumentos parecem se completar, sendo que nada destoa na massa de som, com exceção das guitarras brutais que são convocadas de surpresa em partes inesperadas das audaciosas composições. Mas quando isso acontece você acaba por se render às cativantes levadas de Aufermann.
Que o Cd todo é uma viagem é inegável, mas funciona como um entorpecente bastante convidativo...
Nota 7,2 ou \m/\m/ \m/ \m/.
P.S1: Não houve nenhum motivo especial para essa postagem, além do óbvio: na Alemanha, na década de 80 e 90 bastava fechar os olhos apontar o dedo e escolher às escuras... não importa, o resultado seria uma grande banda de Metal.
P.S2: Nada a ver com minha postagem anterior do "Angel Dust" do Faith No More... não sou tão mongolóide assim como pareço ser. Mas curiosamente no presente trabalho tem uma faixa chamada "No More Faith" .... seria o delicado senso de humor dos alemães?
Angel Dust é uma banda de que ouvi falar há muito tempo (por volta do ano de 2000), mas creio que eu escutei apenas alguns covers feitos por esta banda.
Logo que ouvi a primeira música (Border of Reality) já imaginei diferentes fontes de inspiração para o trabalho dos caras. Um speed metal com influências de variadas bandas de rock e metal, dos anos 70 e 80. Os caras alternam entre alguns subgêneros do heavy metal, com frequentes quebras de ritmos, o que faz com que os críticos de música os "rotulem" de metal progressivo. Apesar das quebras de ritmos, experimentalismos destemidos e sons sintéticos (teclados e afins), o Angel Dust consegue invocar bastante peso durante grande parte do álbum Border of Reality, mostrando bastante criatividade.
Eu que achava o vocalista do Angel Dust medíocre em suas performances de covers, acabei gostando de seu desempenho na maior parte deste álbum.
When I Die é um exemplo de excesso de mudanças de ritmos: Começa como uma "powerballad", ganha peso, chegando a possuir até mesmo um solo de piano (?!) quase descambando para um jazz por alguns segundos... No fim das contas parece mais de uma música e ainda tem um final que se encaixa com a música seguinte "Where the Wind Blows"...
Enfim, o álbum (que vinha bem até então) segue com um bom cover de Spotlight Kid e mais duas faixas menos aceleradas... O que geralmente me causa efeitos adversos como distração, tédio etc etc. Talvez eu tente ouvir outro disco dos caras...
Uma banda com esse potencial deve render ao menos uma boa coletânea.
Border of Reality 7,2
No More Faith 7,3
Nightmare 7,3
Centuries 6,8
When I Die 6,0
Where the Wind Blows 6,7
Spotlight Kid -
Behind the Mirrior 6,2
Coming Home 6,7
Nota Final: 6,8
Hellraiser
Confesso aqui que o Angel Dust nunca foi uma de minhas bandas preferidas.
E apesar de não ser um verdadeiro fã da banda, prefiro muito mais a fase inicial do Angel Dust, com os dois primeiros álbuns, que são grandes clássicos do Thrash Metal germânico, com muito peso, técnica, agressividade e velocidade, do que esta fase melódica.
Depois de um hiato de 10 anos, a banda retorna com este álbum, com uma sonoridade muito mais melódica, com menos peso e velocidade, e que pra mim, ( e pra muitos na época ), a degustação das musicas se tornou bem indigesta.
O uso excessivo de teclados sobressalentes, joga a banda num território muito perigoso, numa troca de sonoridade brusca, e que aqui, faz o som cair de cabeça num Power Metal melódico, bem ao estilo das bandas europeias, com generosas doses de progressivo chato.
Apesar de ter escutado algumas poucas vezes esse álbum, e nas ultimas, apenas para vir dar meu veredicto aqui, não encontrei nenhum ponto alto no álbum.
Muito pelo contrario, nada diferente da imensa leva de bandas deste estilo já tão saturado.
Teclados, bumbos duplos, refrões em coros, muita melodia, mudanças repentinas de andamentos, e tons altos.
Acredito que a banda teria muito mais credito se continuasse na sonoridade de seus dois primeiros álbuns, pois são muito bem elogiados pela maioria dos banguers da época.
Uma pena a banda ter tentado se enquadrar na moda dos anos 90, e com isso ter ficado praticamente no esquecimento, visto mal ser lembrada até pelos bangers simpatizantes do Power Metal.
Nota 6,2
The Trooper
Bem, antes de mais nada, para deixar bem claro: isso aqui é heavy metal.
Com isso esclarecido vamos à resenha: Trata-se de mais uma banda de baixista, pelo menos neste álbum, já que Frank Banx usou um Phoenix Down pra trazer a banda de volta com o baterista Dirk Assmuth, e ainda chamou seu irmão mais novo, Steven Banx para tocar teclado. Aliás, parece que Frank sai posteriormente, deixando seu irmão para trás, o que tornou o Angel Dust uma banda de tecladista por um tempo.
Essa segunda formação da banda pode ser considerada outra banda, já que não segue mais os moldes de uma banda de thrash metal (quem conhecer uma banda de thrash com teclado me avisa que eu quero conhecer ... ou não). Mas ela é o que então nessa reencarnação? Power, melodic ou prog metal? Eu diria que em Border of Reality o peso do viés prog da banda é muito mais forte do que as outras vertentes. Isso fica muito claro à partir da quinta faixa, When I Die, depois desse ponto as únicas faixas que podem ser consideradas não-prog são Spotlight Kid e Easy Living (os covers das bandas Rainbow e Uriah Heep).
Este trabalho me lembrou muito (muito mesmo), The Wake of Magellan e Operation Mindcrime, aliás, até estranhei o Magician gostar do álbum e o Hellraiser não gostar, já que um não gostou do álbum do Savatage e o outro gosta muito do álbum do Queensryche. Enfim, prog não é minha área preferida, mas os músicos aqui foram muito competentes, linhas de baixo muito boas, guitarras destacadas e até o teclado, seguindo uma linha mais psicodélica (e menos alegrona, como a maioria dos tecladistas ativos hoje gostam de seguir).
Meu destaque logicamente vai para a metade mais acelerada do álbum, o que seria o antigo lado A do discão. Se o Magician não proibisse a gente de dar nota pelos covers (déspota!), a nota seria mais do que 7, porque ficou bem legal (tirando uma viagenzinha prog inserida em Easy Living).
Com isso esclarecido vamos à resenha: Trata-se de mais uma banda de baixista, pelo menos neste álbum, já que Frank Banx usou um Phoenix Down pra trazer a banda de volta com o baterista Dirk Assmuth, e ainda chamou seu irmão mais novo, Steven Banx para tocar teclado. Aliás, parece que Frank sai posteriormente, deixando seu irmão para trás, o que tornou o Angel Dust uma banda de tecladista por um tempo.
Essa segunda formação da banda pode ser considerada outra banda, já que não segue mais os moldes de uma banda de thrash metal (quem conhecer uma banda de thrash com teclado me avisa que eu quero conhecer ... ou não). Mas ela é o que então nessa reencarnação? Power, melodic ou prog metal? Eu diria que em Border of Reality o peso do viés prog da banda é muito mais forte do que as outras vertentes. Isso fica muito claro à partir da quinta faixa, When I Die, depois desse ponto as únicas faixas que podem ser consideradas não-prog são Spotlight Kid e Easy Living (os covers das bandas Rainbow e Uriah Heep).
Este trabalho me lembrou muito (muito mesmo), The Wake of Magellan e Operation Mindcrime, aliás, até estranhei o Magician gostar do álbum e o Hellraiser não gostar, já que um não gostou do álbum do Savatage e o outro gosta muito do álbum do Queensryche. Enfim, prog não é minha área preferida, mas os músicos aqui foram muito competentes, linhas de baixo muito boas, guitarras destacadas e até o teclado, seguindo uma linha mais psicodélica (e menos alegrona, como a maioria dos tecladistas ativos hoje gostam de seguir).
Meu destaque logicamente vai para a metade mais acelerada do álbum, o que seria o antigo lado A do discão. Se o Magician não proibisse a gente de dar nota pelos covers (déspota!), a nota seria mais do que 7, porque ficou bem legal (tirando uma viagenzinha prog inserida em Easy Living).
Nota: \m/\m/\m/\m/