Phantom Lord
Eu acredito que existe uma capacidade limitada de repertório na mente de cada ser humano e isto vale para praticamente todo assunto, incluindo música. Obviamente a capacidade varia muito entre cada indivíduo mas eu estou "re alcançando" meu limite no quesito música. Existem períodos de expansão da capacidade de absorver conteúdo (musical neste caso), mas após o fim de cada um desses períodos... Voltamos a escutar álbuns velhos!
"X" meses atrás, Metal Mercante afirmou algo sobre a preferência das pessoas ouvir sons/músicas repetidas... E também disse algo sobre estações de rádio induzirem tal comportamento nas pessoas... Talvez o limite de absorção de informação (cultural, musical etc) esteja interligado com a acomodação... ou a inércia de comportamento.
Eu tive 3 períodos principais de expansão de meu "repertório roqueiro-metaleiro": No final dos anos 90, fui bombardeado por colegas (principalmente pelo Mercante) com diversos cds emprestados, em sua maioria dos gêneros melódicos/power metal. Entre 2002 e 2005 expandi meus horizontes em direção às origens do metal, abastecido por programações de rádio e "bares de rock". De 2006 a 2012 foi a vez de caçar discos pela internet, ainda relativamente preso ao tal mainstream do rock/metal... E por fim incrementei um pouco meu repertório com páginas de suposto "metal independente" apresentadas a mim pelo Hellraiser em 2014.
Porque toda esta enrolação? Ora bolas, porque estou voltando ao passado e encontrando bons discos dos quais eu mal me lembrava: Se não me engano conheci Crows Fly Black do Tarot, via Julião, há muitos anos atrás em um "programa de índio" no estacionamento de um hiper mercado. "Re-encontrei" este álbum num site indicado pelo Hellraiser há uns meses atrás, então decidi escutá-lo novamente... E achei bom... Melhor do que eu imaginava.
Aparentemente Crows Fly Black conseguiu se desvincular da maioria dos gêneros do heavy metal conhecidos sendo nitidamente inovador com características próprias marcantes (vocais, teclados, distorções das guitarras, produção, praticamente tudo soa único) Poucas bandas conseguiram forjar uma identidade forte como O Tarot conseguiu neste álbum... É claro talvez eu não conheça o suficiente, talvez existam algumas bandas com características bem similares ao Tarot em seu álbum CFB... Mas o fato é que se passaram quase 10 anos desde que ouvi este álbum pela primeira vez e eu continuo percebendo suas características únicas.
A qualidade dos vocais e instrumentos são boas e embora eu não tenha encontrado um grande destaque em CFB, também não encontrei pontos fracos.
1. Crows Fly Back 7
2. Traitor 7,3
3. Ashes to the Stars 7,6
4. Messenger of Gods 7,8
5. Before the Skies Come Down 7
6. Tides 6,9
7. Bleeding Dust 7,8
8. You 7,8
9. Howl 6,8
10. Grey 7,5
Nota Final: 7,4
The Magician
Quando olhei para esta capa bibinha e constatei o local de origem da banda (Finlândia) confesso que torci o nariz e fiquei meio preocupado (me veio a mente coisas como Avatar e Wintersun), mas depois disso sabendo que o âncora da banda era Marco Hietala - o mesmo da dupla caipira Marco e Tarja - minha impressão já começava a mudar mesmo sabendo que a banda Tarot já vinha de antes dos anos 90.
Porém quando começou a rolar o som no meu Mídia Player todas as especulações e impressões iniciais ficaram para trás... ainda bem.
O disco tem aquele tempero de sonoridade "down", quando no recheio de grande parte dos versos ele usa aquela já conhecida fórmula da camada aberta dos teclados que ficam zunindo por trás dos demais instrumentos "pintando" a atmosfera das músicas com cores soturnas. É óbvio que para isso funcionar o som das bobinas elétricas dos captadores são retroalimentados umas 500.000 vezes com distorções ultra pesadas. Além disso o conjunto sonoro conta com um contra baixo saliente e bastante presente que colabora com mais uns 50kg de peso em cada faixa.
Tive também a impressão de escutar algumas passagens com uma pegada mais moderna, motivadas seja pelas distorções sintéticas, pelos grooves rachados (bastante perceptível em "howl!") ou por alguns backing vocals mais sincopados; no fim nada que tenha desviado o álbum de suas características principais.
Duas características que em minha opinião mantém esse álbum em um alto nível são as linhas melódicas bastante criativas (sempre a criatividade...) e aderentes, e a atuação dos vocais, que embora não seja o mais técnico que se possa escutar, primam por uma interpretação firme e sem muitos falsetes. Tem um perfil um pouco fanhoso as vezes, é verdade, e acredito que até por isso acaba dando bastante espaço para as guitarras protagonizarem. Em outras palavras, bastante sóbrio o trabalho do vocalista.
Isso resume minhas boas impressões sobre o trabalho, mas gostaria apenas de adicionar um adendo sobre os comentários de meu amiguinho Phantom que falam sobre a "inovação" e desprendimento aos genêros do Crows Fly Black.
Isso é Power Metal, e dessa fonte que o Tarot bebeu muitas outras bandas beberam, como Kamelot, Nightmare e Pyramaze, isso só pra citar algumas que desfilaram pelo nosso blog. Particularmente até acho que a presença contínua das linhas disfarçadas dos teclados poderiam contribuir para uma outra nomenclatura desse gênero, algo como "Power Metal Hipocondríaco" talvez... mas ainda Power Metal. Ademais, quando escuto esses trabalhos eles imediatamente remetem ao pesado, nefasto e referencial "The Chemical Wedding" de 98, esse sim Heavy Metal na veia.
Destaques para as boas "Crow Fly Black", "Traitor" e "Messenger of Gods" e para a ótima "Ashes to the Stars".
Nota 7,5 ou \m/\m/\m/\m/.
Metal Mercante
Uma surpresa esse álbum aqui no blog, principalmente postado pelo nosso amigo Phantom...
Eu faço meus reviews desordenadamente, mas vale mencionar que (se não me engano) temos 4 bandas diferentes da Finlândia no blog: Tarot, Nightwish, Amorphis e Battle Beast. O que é um belo número considerando que a terra da Nokia tem ¼ da população de São Paulo.
Mais especificamente Tarot é a banda que só apareceu no meu radar por conta do Nightwish que se deu conta lá no começo dos anos 2000 que a galera estava ficando com o saco cheio dessas bandas carregadas com tecladinhos e uma soprano miando no microfone e resolveu dar uma misturada nas coisas lançando o Century Child em 2002 que continha alguns duetos de vozes com Marco Hietala e realmente me surpreendeu. Músicas como Phantom of the Opera estão entre as melhores já gravadas pelo Nightwish.
Aproveitando a inércia do sucesso, Marco que já tinha sua bandinha Tarot lançou em 2006 “Crows fly back” que na época me deixou bem feliz...por algum tempo...E ele foi esquecido...
...Agora, alguns anos depois com o post do Phantom voltei a escutar esse álbum e minha opinião é de que no geral é um álbum “meh!”...Ele não tem defeitos, eu gosto bastante do vocal, mas falha em empolgar...
“Ashes to the Stars” é ponto fora da curva nesse álbum, o resto meio que segue uma fórmula batida e básica demais pro meu gosto...
Nota: 6.5
The Trooper
Chatão ... bem chatão ... se a voz do vocalista condiz com sua personalidade, ele também deve ser um baita de um chato, como seu trabalho.
Dizer que é ruim é forçar a barra, o álbum até engana no começo, você pensa 'ei, riffs pesados e bacanas com uma linha de baixo muito legal, o teclado tá bem discreto, não deve estragar o álbum'. É, ele não chega a estragar, mas o excesso de trechos lentos (e até faixas lentas) estragam.
O vocalista também não ajuda, quando ele canta gritando até que escapa, mas nos trechos lentos ele é quase tão chato quanto o vocalista do Sonata.
Eu ia comparar este trabalho com o Black Halo, mas a verdade é que Crows Fly Black está um pouco abaixo, pois além da falta de mojo do vocalista, tem mais trechos lentos e maçantes.
Meu destaque vai para Traitor, a única música realmente legal.
Dizer que é ruim é forçar a barra, o álbum até engana no começo, você pensa 'ei, riffs pesados e bacanas com uma linha de baixo muito legal, o teclado tá bem discreto, não deve estragar o álbum'. É, ele não chega a estragar, mas o excesso de trechos lentos (e até faixas lentas) estragam.
O vocalista também não ajuda, quando ele canta gritando até que escapa, mas nos trechos lentos ele é quase tão chato quanto o vocalista do Sonata.
Eu ia comparar este trabalho com o Black Halo, mas a verdade é que Crows Fly Black está um pouco abaixo, pois além da falta de mojo do vocalista, tem mais trechos lentos e maçantes.
Meu destaque vai para Traitor, a única música realmente legal.
Nota: \m/\m/\m/