segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Metal Church - Metal Church

O álbum Metal Church da banda Metal Church, lançado em 1984, foi escolhido por Hellraiser para análise.
Formação : David Wayne - vocals Kurdt Vanderhoof - guitarra Craig Wells - guitarra Duke Erickson - guitarra baixo Kirk Arrington - drums

 Musicas : "Beyond the Black" - 6:23 "Metal Church" - 5:03 "Merciless Onslaught" - 2:54 "Gods of Wrath" - 6:41 "Hitman" - 4:39 "In the Blood" - 3:31 "(My Favorite) Nightmare" - 3:12 "Battalions" - 4:53 "Highway Star" - 4:39

  Hellraiser
3 Bom, pra quem me conhece, com certeza já imaginaria que para o meu primeiro post no blog eu escolheria alguma coisa dos anos 80, ou alguma banda de Thrash Metal, ....pois é, então resolvi juntar as duas coisas, rsrsrs, e pra começar escolhi logo de cara um álbum que ja foi tido como um dos melhores debuts de Thrash Metal já lançados na década de 80, ao lado de Kill´Em´All, Show no Mercy e outros..... 

 Antes um pequeno resumo: O Metal Church não alcançou o mainstream como seus companheiros da Bay Area, como Metallica, Slayer, Anthrax, Megadeth, etc..... talvez por que quem não o conhece pense que se trata de uma banda extremamente pesada, mas nada mais é que um Thrash carregado de Heavy Metal.......porem entre os curtidores da época, sempre foi uma banda muitíssimo respeitada, lançando ótimos trabalhos. Teve algumas trocas de integrantes, inclusive 3 vocalistas passaram pela banda, David Wayne que canta neste disco faleceu em 2005 por causa de um acidente de carro ( ele já havia saído e retornado a banda ) e o único membro da formação original é o guitarrista Kurdt Vanderhoof, inclusive ano passado vieram ao Brasil no Live and Louder ! 

 Bom sem mais delongas vamos ao disco, que pra mim já começa com uma das melhores musicas de Thrash Metal, um instrumental maravilhoso e muito bem trabalhado se encontra nessa faixa de abertura, a Beyond the Black, que tem ótimas trocas de ritmos e chega a ser mais pesada no começo e depois mais rápida na segunda parte, mas já mostra uma banda extremamente competente e talentosa, e faz dessa musica um som digno de abertura de um disco de Metal, não ficando atrás de nenhum outro lançamento de qualquer outra banda !! Pra quem queria dar uma respirada, infelizmente o álbum não proporciona isso e já entra de cara na segunda faixa... A faixa titulo é um desfile de cavalgadas na guitarra, peso, muito peso, técnica, e um refrão fácil fazem com que vc se lembre dessa musica na hora do seu banho, matinal ou noturno. Vale ressaltar novamente o trabalho instrumental, presente na faixa titulo também. Merciless Onslaught é uma pura paulada instrumental, Thrash Metal direto, rápido e pesado e com uma banda super afinada ! Gods of Wrath chegaria a ser quase uma baladinha, começa tranquila, porem tem seus momentos mais agitados, alternando em partes mais tranquilas, com partes mais altas e agitadas, a musica acaba não se tornando chata ( uma vez que não gosto de baladas ), David Wayne põe seus pulmões pra funcionar, e ai no geral, a musica acaba se tornando até muito agradável. Passamos para o que seria o Lado B do Vinil de 1984, Hitman, um som mais rápido, gostoso de ouvir, riffs fortes, musica direta e novamente mostrando uma banda muito competente. In the Blood, mais cadenciada um pouco, e Wayne mostrando algumas notas altas novamente, musica com uma levada bem interessante. ( My Favorite ) Nightmare mostra mais uma vez muita criatividade de uma banda que nunca se prendeu apenas em altas velocidades comum no Thrash, e fazia ( e faz ) musicas com muita qualidade e com uma sonoridade bem unica, e além dos vocais de Wayne e da dupla de guitarras, uma cozinha extremamente competente se mostra presente ! Battalions talvez um pouco mais suave musicalmente, porém com velocidade, lembrando alguns Heavy Metal épicos, mas sem deixar a peteca cair em nenhum momento, e com ótimos duetos dos guitarristas ! A ultima musica é um cover de Highway Star do Deep Purple e confesso que, alem de não gostar de covers em álbuns, poderiam ter deixado ela fora, pois também não me soou agradável aos ouvidos, sendo aí, pra mim, o único ponto negativo desta obra ! Fiquem a vontade, ouçam sem moderação, e tirem suas próprias conclusões ! 

 NOTA 9 ( e subindo a cada audição )  


The Trooper
3Antes de mais nada vou deixar bem claro que achei o álbum de lançamento do Metal Church um trabalho muito bom, instrumentalmente falando, acima da maioria dos trabalhos de estreia que conheço. O mais difícil foi me acostumar ao estilo goblin metal do vocalista, o que começou a acontecer lá pela quarta vez que ouvi o álbum, embora minha opinião sobre ele não tenha mudado: não curti.

Creio que o Hellraiser fez uma resenha muito esclarecedora, então para diferir um pouco, irei voltar à polêmica que iniciei na resenha do Legacy (e que deve ter rendido infinitos xingamentos à minha pessoa). 

Dessa vez, após ouvir Metal Church algumas vezes (principalmente no celular, o que é injusto, pois dá uma sonoridade inferior a um aparelho se som de verdade) resolvi tocar faixa à faixa, ordenadamente, as músicas de Metal Church, Killing Is My Business ... and Business Is Good! e Kill'em All, e analisá-las comparativamente. Isso pode resultar em uma boa batalha de bandas, vamos lá:

Round 1 - O Metal Church começa muito bem com Beyond the Black, a faixa tem a maior influência de Black Sabbath das três iniciais, na minha opinião, o vocal decepciona quando entra. O Megadeth começa da maneira mais brutal possível em Last Rites/Loved to Death, de longe, a mais agressiva das três, entretanto, para mim, o mais brutal, não quer dizer o melhor, o vocal é tosquíssimo, mas a velocidade dos guitarristas é o ponto forte. O Metallica começa com agressividade próxima à do Megadeth, com a diferença que deixam o guitarrista solar loucamente apenas no minuto final da música, o vocalista também é bem toscão, como ponto positivo para os conservadores, é a música que mais segue o modelo mais comum de construção de músicas.

Round 2 - Metal Church lança a faixa homônima ao álbum, com uma letra tosca, digna de Manowar, uma sonoridade sabbathiana/venominiana, muito interessante a bateria lenta com guitarras rápidas. Mustaine ganha o prêmio de mais doidão novamente, ele teve a pachorra de deixar o solo de guitarra por cima de sua voz enquanto cantava o refrão da música homônima ao álbum, entretanto dá pra sentir um toque de genialidade nessa faixa. O Metallica não merece muito crédito pela faixa The Four Horsemen, afinal o criador original foi o Mustaine, mas esses riffs tocados nas duas guitarras são um arregaço, para completar, o baixo ficou bom, muito bom mesmo, essa música é uma obra-prima.

Round 3 - Merciless Onslaught é instrumental, um grande ponto positivo, já que os vocalistas dessa época gostavam de estragar músicas, é a música mais thrash até agora, o que é estranho para uma música instrumental. The Skull Beneath the Skin mostra de onde saíram os riffs iniciais de Metallica/Megadeth, o destaque é para o baixista-monstro que acompanha as sandices de Mustaine com esmero. A entrada de bateria de Motorbreath é o destaque, a música é rápida e pesada, mantém o ritmo do álbum depois de ter destruído tudo na faixa anterior.

Round 4 - A obra-prima do Metal Church, Gods of Wrath mostra que o vocalista é o melhor das três bandas quando quer cantar de verdade e não se comunicar com goblinóides, baixo, solos de guitarra, alternância de ritmos, tudo perfeito. Rattlehead é outra bifa de Mustaine, na pegada das outras anteriores. Mais uma faixa alienígena do Metallica, Jump In the Fire é outra obra-prima, que diabos de riff é esse?

Round 5 - Hitman é mais uma faixa de thrash, o baixo lembra Motörhead, boa porrada dos caras (alguém copiou esse riff deles não? Tenho a impressão de ter ouvido algo parecido em outra música). Chosen Ones é mais uma música onde o Mustaine encaixa solos loucamente, mas ela tem um ritmo bem legal, linha de baixo bacana. (Anesthesia) Pulling Teeth é a faixa instrumental mais inovadora, a contribuição criativa de Cliff Burton para o Kill'em All, bem legal para uma música onde o instrumentista toca praticamente sozinho.

Round 6 - In the Blood é um metalzão básico, tá dentro da média de faixas legais de metal. Looking Down The Cross é cadenciada, possui uma estrutura bem interessante, os solos malucos de guitarra estão sempre presentes. Whiplash é uma porrada a la Megadeth, nas breves pausas das guitarras trovejantes a bateria aparece com os tons.

Round 7 - Nightmare começa com peso e velocidade, é uma pena que é a faixa em que o vocalista mais tende para o goblin comunication, uns riffs bem legais aparecem no meio da música. Mechanix é basicamente a versão primitiva de The Four Horsemen, obviamente muito boa, mais rápida, entretanto, não sei se é devido a produção, mas a versão do Metallica é muito mais pesada, a letra do Mustaine também é muito mais tosca. Phantom Lord é uma porradaria bem rápida com a letra bem legal (pra mim, é claro, deve ter gente que acha um lixo), o trecho lento se tornaria uma marca do Metallica.

Round 8 - Batallions lembra um pouquinho Iron Maiden no início, o vocalista manda bem por um breve momento até oscilar para os gritinhos goblins. Megadeth se cansa da luta e manda um cover alterado que acaba sendo proibido pelo compositor original, um rockão que acaba se parecendo com o restante do álbum nas partes aceleradas. No Remorse parece ser uma música mais simples, mas possui alguns riffs interessantes, e embora a bateria apresente alguns trechos legais com a caixa, em outros ela é meio tosca.

Round 9 - No fim de suas forças, o Metal Church apela para o cover de uma das maiores músicas do rock, Highway Star, não estraga a original, mas fica longe de superá-la. Mustaine está no chão, babando. O Metallica vem justamente com Seek & Destroy, que diabos de riff é esse (2)?

Round 10 - Com os adversários no chão, ainda dá tempo de fazer um bate-cabeça com Metal Militia, boa música para abrir rodas em shows.

Enfim, Metal Church é um álbum de estreia muito bom, não deve nada para as chamadas bandas "mainstream", se eu fosse um manager de grande gravadora contrataria as três bandas. Acho Metal Church superior ao Killing Is My Business, mas Kill'em All ainda é uma monstruosidade por metade do cd ser um absurdo e a outra metade muito boa, mas daí é porque eu sou um fanático creeper, certo Mercante?

Meu destaque no trabalho do Metal Church vai para Beyond the black, Merciless Onslaught e Gods of Wrath.

Nota: \m/\m/\m/\m/

 
Megadeth/Killing is My Business
Metallica/Kill'em All
Metal Church
Last Rites/Loved to Deth \m/\m/\m/\m/ Hit the Lights \m/\m/\m/\m/\m/ Beyond The Black \m/\m/\m/\m/\m/
Killing Is My Business … \m/\m/\m/\m/\m/ The Four Horsemen \m/\m/\m/\m/\m/ Metal Church \m/\m/\m/\m/
The Skull Beneath the Skin \m/\m/\m/\m/ Motorbreath \m/\m/\m/\m/\m/ Merciless Onslaught \m/\m/\m/\m/
Rattlehead \m/\m/\m/\m/ Jump in the Fire \m/\m/\m/\m/\m/ Gods of Wrath \m/\m/\m/\m/\m/
Chosen Ones \m/\m/\m/\m/ Pulling Teeth \m/\m/\m/\m/ Hitman \m/\m/\m/\m/
Looking Down the Cross \m/\m/\m/\m/ Whiplash \m/\m/\m/\m/ In the Blood \m/\m/\m/\m/
Mechanix \m/\m/\m/\m/ Phantom Lord \m/\m/\m/\m/ (My favourite) Nightmare \m/\m/\m/\m/
These Boots
No Remorse \m/\m/\m/\m/ Batallions \m/\m/\m/\m/


Seek & Destroy \m/\m/\m/\m/\m/ Highway Star


Metal Militia \m/\m/\m/\m/




Phantom Lord
Após anos de decadência devido a desistências dos membros do blog, decidi convidar Hellraiser para se juntar aos metalcólatras, pois achei necessário termos um "old-school" em nosso espaço e também achei interessante aumentarmos um pouco a reduzida equipe do blog. Utilizo o termo old-school aqui mais pelo fato de Hellraiser conhecer (e apreciar) um número de bandas de heavy metal / hard rock e thrash metal dos anos 80 superior ao de qualquer outro membro dos Metalcólatras.
 Há quem imagine o old-school como aquele indivíduo que só gosta de rock/metal dos anos 80, mas eu acredito que não seja exatamente o caso de Hellraiser, embora este nos trouxe o álbum Metal Church de 1984 para análise. 

 Como já foi citado na resenha do Hellraiser, Metal Church não vingou como outras bandas de sua época (vide as bandas do tal "big four") ou seja, esta banda não se tornou popular, sendo condenada ao "lado B", ou talvez, ao cenário underground do heavy/thrash metal. Pode-se buscar um monte de causas para tentar explicar este fato, mas como os metalcólatras não são jornalistas, só nos sobra nossa percepção e dedução. Minha impressão, tem algumas semelhanças com as do Trooper: Durante maior parte do disco, o Metal Church mostra um bom trabalho instrumental apesar da produção tosca, típica das bandas iniciantes dos anos 80... Porém os vocais me desagradaram em certos momentos, sendo a maioria quando este alterna entre o rasgado (no estilo UDO/Accept) e o agudo prolongado (uma tentativa de alcançar estilos mais melódicos, como o do Judas Priest ou do Helloween?). Em minha opinião, na faixa 4 - Gods of Wrath, o vocal moderado ficou bom e na faixa 6 - In the Blood, ele soa como uma versão mais ponderada do King Diamond / Merciful Fate, o que achei interessante...
 Ainda sobre vocais, creio que seja necessário esclarecer alguns pontos para nossos leitores: Que m%$#@ seria vocais de goblin? Goblin metal? Deathgoblin? Goblin deathmetal? São termos que apareceram algumas vezes aqui entre os metalcólatras, supostamente utilizados para definir vocais dentro de estilos "rasgados" escrachados, exagerados e/ou desafinados. O termo vem de nosso repertório, um tanto influenciado por jogos eletrônicos, sejam eles de video games ou de computadores, onde os goblins apresentam vozes que flutuam entre agudas, roucas e, às vezes, anasaladas. E para quem nem sabe o que diabos é um goblin, aqui vai algumas dicas: Goblin refere-se a uma pequena criatura humanóide folclórica ou mitológica da europa, onde a tradução mais próxima para o português poderia ser duende (PRÓXIMA, não exata). É claro que nenhum metalcólatra ouve duendes fora dos jogos eletrônicos ou fora de certos trabalhos de bandas de rock e metal, então para mostrar o quanto a aparência destes seres pode variar, aqui vão alguns registros visuais dos "goblins":






 De resto, musicalmente o álbum apresenta poucos momentos de falta de criatividade tosca (o que acontece em grande parte do álbum The Legacy do Testament, por exemplo) e poucas mudanças de ritmo sem sentido. Não tive paciência de ler, decifrar e/ou prestar atenção em todos os temas (letras) das músicas, mas notei que há uma alternância entre críticas às guerras e clichês do metal e seus subgêneros... 

Beyond the Black 7 
Metal Church 5,8
Merciless Onslaught 7,6
Gods of Wrath 7,5
Hitman 7
In the Blood 7,2 
(My Favorite) Nightmare 7,4
Battalions 6,9 
Highway Star - 

 Nota: 7,1 

 P.S.: Em relação a polêmica sobre covers, eu geralmente não faço avaliações de tais faixas... Mas talvez eu invente um bônus (achievement) para bons covers que não sejam "bônus tracks".
 P.P.S.: O cover colocado por último na lista de faixas é mais fácil de se ignorar em minha opinião, enquanto aqueles colocados no meio da lista (como Time Machine do Blood of the Nations e Rock me Amadeus do Space Police) são mais difíceis de se separar do restante do álbum...
 P.P.P.S.: Anos atrás os metalcólatras chegaram a um suposto acordo que se álbuns de Coletâneas e de Covers / Tributos fossem resenhados, seriam colocados numa sessão (link) a parte.

The Magician
Na introdução do post do nosso amigo Hellraiser foi anunciada uma banda clássica de Trash Metal dos anos 80, logo, já preparei meus ouvidos para os gritos e "tossidas" do vocalista, que possivelmente teria o comportamento padrão dos vocais de Trash Metal que faziam sucesso naquela época.

Mas definitivamente não é o que acontece, e logo de cara nas faixas "Beyond the Black" e "Metal Church" o vocalista D. Wayne dá o seu recado sobre linhas bastante agudas e falseadas (mas não tão arranhadas assim para se definir dentro de um estilo mais clássico de Heavy Metal como Accept e AC/DC - o vocal goblinóide, como explicado na resenha do Phantom). Fato que me surpreendeu e fez eu dar risada sozinho, ao comparar esses vocais técnicos aos latidos de Kill'em All, Bonded by Blood ou The Legacy, pois as influências dos vocais em Metal Church parecem ter sido recebidas de bandas referenciais para o Speed/Power Metal, como Judas Priest ou Mercyful Fate (para constatar isso, prestem atenção no grito cômico de D. Wayne "It was yyyyyoooooooooouuuuuuuuuu" na faixa "Hitman" e especialmente sua abordagem do 3m15s aos 3m25s na faixa "In the Blood").

Por causa disso minha interpretação foi que a banda desenvolve um Trash muito mais próximo dos clássicos do Heavy Metal, e somente por algumas vezes mergulha de cabeça no gênero Trash - como em "(My Favourite) Nightmare" e "Merciless Onslaught". Enquanto, para meus ouvidos as faixas "Gods of Wrath" e "Batallions" (alguém aí se lembrou da "arue aruo" do Massacration???) estão muito mais próximas de Power Metal e Speed Metal respectivamente. 

Não é a toa que a Wikipédia em seu artigo "Trash Metal" cita a banda com a seguinte sentença:

 "... demo do Metal Church lançada no final de 1981. Esta foi uma demo instrumental que combinava elementos de thrash, speed, e power metal, ..."

Escrevi tudo isso para explicar que aos meus ouvidos é muito difícil entender este trabalho puramente como Trash Metal e compará-lo aos demais gigantes do Trash (como Trooper fez em sua resenha), mas acredito que isso seja também um ponto favorável para o disco que não se limita a algum estilo viciado de musicalidade.

As músicas se equivalem em qualidade e o álbum é equilibrado, com um ligeiro destaque para a faixa título e Battalions. Pena que faltou um grande hit...

Nota 7,0 ou \m/\m/\m/\m/. 


 
Metal Mercante

Tem um livro bem bacana chamado “Outliers” escrito pelo Malcolm Gladwell onde que ficou bem famoso por um troço chamado a “regra das 10.000 horas”, onde bem resumidamente o autor fala que para se conseguir virar expert e algo um ser humano tem que praticar em média 10.000 horas.


É lógico que hoje o livro é mais citado por conta dessa maldita regra, mas mesmo o autor diz que nem tudo é tão fácil assim atribuindo o sucesso de determinadas pessoas a forças praticamente cósmicas onde o alinhamento de vários fatores é determinante para o sucesso, como estar no lugar certo na hora certa.


Vamos agora voltar uns 35 anos no passado para a terra do metal. Olhando no retrovisor, em termos de Metal, 1980 e pouco deve ter sido uma era mágica onde ser Metaleiro era algo que não era somente para os gordinhos e jogadores de RPG e sim as pessoas legais gostavam de Metal, até as mulheres escutavam metal, a televisão tinha Metal, a radio tinha Metal e etc...


Era o ambiente perfeito para a a proliferação de bandas de metal, mas como tudo nessa vida algumas poucas bandas fizeram um puta sucesso e conquistaram o mundo e o resto...o resto é o resto, vivemos em um mundo em que o vencedor fica com tudo e ao perdedor sobram as batatas (desculpe Machadão!).


Ao Metal Church ficam os meus pêsames, a história decidiu quem é bom e quem não é. Vocês tiveram tudo nas mãos começaram até que bem, seu primeiro álbum foi um belo esforço, mas faltou algo. Minha principal decepção com este álbum é que instrumentalmente é bacana, eu até gostei dos vocais, mas eu odeio músicas com refrões preguiçosos de uma frase só e Gods of Wrath é uma tremenda decepção nesse caso, começa super bem, mas na hora que importa mesmo falta um refrão bacana para tornar a música memorável e isso se repete tristemente ao longo do álbum inteiro.


No final das contas este é um álbum medíocre, mesmo se descontarmos a época que foi gravado, porém tem um detalhe que me deixou com a pulga atrás da orelha. A música Battalions é muito boa, mas ela destoa do resto do álbum, ela é diferente, ela me lembra Helloween, é uma música que se encaixaria perfeitamente no Walls of Jericho, com a diferença que Walls of Jericho só foi lançado 01 ano depois, será que teve alguma influência?



Nota: 5,5

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Crimson Shadows - Kings Among Men

O álbum "Kings Among Men" da banda "Crimson Shadows" foi escolhido pelo MetalMercante para análise.

1.  March of Victory
2.  Rise to Power
3.  Heroes Among Us
4.  A Gathering of Kings
5.  Maidens Call
6.  Braving the Storm
7.  On the Eve of Battle (Intro)
8.  Freedom and Salvation
9.  Dawn Of Vengeance
10. Moonlit Skies and Bloody Tides




Phantom Lord
Nestas últimas semanas notei que para se manter como um "blogueiro de heavy metal" é preciso ser uma espécie de garimpeiro muito paciente... Nosso colega Hellraiser nos convidou para participar de umas páginas de heavy metal nas redes sociais e obviamente / inevitavelmente acabamos conhecendo alguns "novos" trabalhos deste gênero musical. Isto tem um lado bom e um lado ruim: O bom é que as vezes (estimo cerca de 15%) encontramos bons trabalhos... O ruim é que além de encontrarmos muitos discos que não nos agradam, é que passamos a ter uma convivência (ainda que digital) com headbangers com "surtos de ego" e opiniões corrosivas. Mas tudo isso faz parte, vejam por exemplo nosso colega Mercante: 
Perdido entre as névoas e a loucura há anos, agora ele percorre os campos dominados por bandas de power/progressive/death/postgrunge-metal. 

 Crimson Shadows chega se apresentando de uma maneira quase gloriosa: O instrumental promete bastante (ocasionalmente "dragonforçando" na medida certa), mas falta um elemento "de frente" chamado vocais. E olha que há uma alternância de vocais no álbum: Entre o deathgoblin, o deathbulldog metal e o... emocore!! 
Espera... EMOCORE??? Sim, eles mesmos: bobocas maníaco-depressivos de franjinhas esticadas sobre um dos olhos, tennis allstar e roupas coloridas! Não adianta dizer que os integrantes do Crimson Shadows não são emos. Eles podem não se vestir como emos, mas a sonoridade é severamente influênciada por gêneros pós grunge e/ou pós alternative, ou seja: Emocore. Em algumas músicas mesmo as guitarras descambam (ainda que poucas vezes) para riffs e/ou solos típicos deste gêneros emotivos de rock simplório de "adolescentes dos anos 2000". Pobre mercante... Ao menos as névoas e a loucura existentes no amplo cenário musical o tornou mais jovem... Pena que seja um jovem emocore. 
 Por fim... Como aconteceu em Iron Blessings, Hate Crew Deathrow e Avatar, eu não conseguiu ouvir este disco mais de uma vez, para uma suposta avaliação mais precisa. Após os longos minutos de tortura sonora, concluo que esta é uma "bela" obra de Power-death Emocore. 




[Avaliação faixa-a-faixa indisponível por problemas de absorção psíquica-sonora.] 

 Para ajudar todos leitores do blog deixo aqui o vocabulário desta Resenha: 

 Surto de Ego: Erupções de ego, que foi segurado por muito tempo debaixo de uma máscara de humildade;
 Adolescentes dos anos 2000: Vítimas da sociedade humana nascidas nos anos 90; Estima-se que 99% deles se tornaram pancadeiros ou emo-cores;
 Névoas e Loucura: A ampla miríade de bandas/artistas do planeta Terra;
 Dragonforçando: Speedmetalizando de maneira virtuosa;
 Absorção Psíquica-sonora: Recepção e interpretação de sons (incluindo supostas músicas).

 Nota Final: 4,8 

The Trooper
3Cannibal Corpse ... Dragonforce ... CPM 22 ... com essa fórmula mágica você consegue criar uma banda como Crimson Shadows. Não irei pela milésima vez iniciar a discussão de quando vocais guturais deveriam ser utilizados (nem citar em quais das quinhentas resenhas isso foi discutido). Também me recuso a discutir a mistura de gêneros novamente (desnecessário dizer o que o autor deste post concluiu na resenha sobre uma banda que misturava hardcore com heavy metal há um tempo aqui no blog). Vou focar no álbum, Kings Among Men, e já aviso, como é de praxe neste blog, não serei nem um pouco imparcial, afinal foram meus ouvidos que serviram de penico.

Os canadenses do Crimson Shadows usam os famosos "blast beats" na bateria, característica do death metal desde a segunda geração de bandas, presente também no hardcore. E foi aí que eu identifiquei meu principal problema com a obra, é IMPOSSÍVEL para mim, prestar atenção em alguma coisa que dure 1 hora com a bateria desse jeito. 

Mas os problemas não param por aí, porque nessa bateção contínua o que chama a atenção é a alternância entre vocais, e daí sua mente sai de um gutural ininteligível para um vocal choroso de hardcore ("ah Trooper, você tá sendo hipócrita, afinal você não desceu a lenha no A7X na resenha do City of Evil", é verdade, eu deixei claro lá que ficava com um pé atrás com os vocais, mas em City of Evil o instrumental me chamava a atenção o tempo todo, para mim, aquela mistura foi muito menos infeliz do que esta). 

Para encerrar as observações, a banda inovou ao colocar uma guitarra distorcida na base, acompanhando a bateria, e uma outra, mais limpa, solando o tempo todo, e é aqui que o Crimson Shadows queima minha língua ... não, não à respeito do trabalho deles, mas sobre minha resenha de Sonic Firestorm, onde eu reclamo que os trechos de guitarra base são encobertos por solos felizes. Pois é, Kings Among Men me fez refletir sobre qual seria o rumo de Sonic Firestorm se eles mantivessem a base distorcida naquela velocidade ... a resposta seria esta que vemos aqui, um trabalho esquecível.

Não há destaques em Kings Among Men, a boa qualidade técnica dos instrumentistas é encoberta pela própria proposta da banda em ser "épica" e "moderna".

Nota: \m/\m/\m/

Metal Mercante

“Hoje em dia você pode jogar um bumbo duplo em qualquer merda e falar que é Metal.” – The Magician (2014)


Pois é…
Existe um troço no campo da inteligência artificial que são os “Algoritmos Genéticos”, que basicamente são códigos utilizados em problemas de otimização os quais tentam copiar o processo de seleção natural. Em pouquíssimas palavras, vc tem os atributos do papai, os atributos da mamãe, misture os dois de forma aleatória, inclua uma mutação e pronto…filhos…os mais fortes sobrevivem e os mais fracos não…

O Metal existe a grosseiramente a uns 40 anos e este se caracterizou por reinvenções em cima de temas que existiam antes que vão desde o que acontece se dermos um clima de filme de terror pro Rock (Black Sabbath), maquiagens em excesso (Alice Cooper), elementos progressivos (Deep Purple), Metal+Conan (Manowar), Metal+Capeta(Iron Maiden), temas políticos(Megadeth), Metal e Tolkien (Blind Guardian) e por aí vai…

Então o que isso tem a ver com Crimson Shadows?

Coloquei esse álbum aqui porque, por incrível que pareça, este era um dos CDs mais esperados de 2014, pois os caras ganharam o Wacken Metal Battle de 2013 e assinaram um contrato com a Napalm Records lançando um álbum que é uma puta mistura de coisas…

…Vc pega os instrumentais do Dragonforce que já são por si só uma derivação do metal melódico que todos gostamos, mete um bumbo duplo retardado (que fica bom em qualquer lugar mesmo!), um vocal derivado do Amon Amarth para cantar as passagens (porque algum retardado um dia disse que todas as músicas nordicas tem que ser assim) e um vocalzinho limpo para deixar o refrão inteligível para o público mediano e pronto…Sucesso, certo?

Pelo visto não…

É inegável que instrumentalmente esse álbum é absurdo. A velocidade com que as coisas são tocadas, a nitidez com que se ouvem os instrumentos e o peso das composições são coisas que me fizeram ficar brincando com as configurações do equalizador de som do carro, eu realmente fiquei impressionado. Acho que a música “Braving the Storm” é um belo exemplo disso…

…Aí tem os vocais…hummm…Aqui está o problema, a mistura desse instrumental rápido com os vocais guturais até que ficou interessante, mas ainda me incomoda e ao longo do álbum as coisas parecem que se misturam. Tive que escuta-lo muitas vezes para distinguir as faixas, pois no começo tudo parecia a mesma coisa.

…Aí tem os vocais 2…hummmm…Boa ideia dar uma limpada nos vocais para o refrão, ajuda…Mas porra, isso só me faz lembrar que o vocal antigo me incomoda e esse vocal limpo nem é tão bom assim…bah…

No final das contas o Crimson Shadows deu uma puta misturada e as músicas “Rise to Power” e “Braving the Storm” se destacam, mas o álbum inteiro é duro…

PS: Mais uma, banda, mais um álbum e mais uma porra de música onde as porras dos nórdicos atravessam uma porra duma tempestade! Porra! Que falta de originalidade…Os nórdicos só faziam isso?

Nota: 6,5 


Hellraiser
3 Bom, vamos lá, ...essa é a tarefa mais difícil até o momento desde a minha entrada no blog. Não curto Death Metal e não sou totalmente fã de Power Metal, gostando de apenas algumas coisas... Mas New Metal e Emo, não dá!!!! 

Confesso nunca ter ouvido falar dessa banda.....e sem querer faltar com o respeito com meu amigo Mercante, ....eu poderia ter passado minha vida toda sem ter escutado isso, ...mas no final, ...tudo é aprendizado! rsrs 
 O som da banda é muito confuso, uma certa mistura de instrumental de Power Metal, com pitadas de Thrash, e ai vem um vocal gutural grave totalmente Death Metal, que as vezes acabam alternando pra outro gutural agudo, bem Thrash Metal, e ai do nada vem um cara cantando limpo, com refrões ultra melódicos e que chegam a ultrapassar os limites do bom senso. 
 Rise to Power é bem assim, como o Phantom disse, até se salva no instrumental, ...mas a linha vocal é de dar medo! Heroes Among Us me fez lembrar da palavra Emo, citada por meus amigos do blog, o vocal gutural se mistura a vocais a lá Emo e New Metal fazendo a audição piorar. A Gathering of Kings chega na mesma pegada, e confesso que uma certa introduçãozinha me faz acreditar que Maidens Call seria mais legal, ...mas continua a mesma mistura de instrumental de Power com vocais alternados de Death, Thrash e Emo, recheados de porradas e momentos melódicos. Praticamente tudo continua assim até o fim, sem novidades nenhuma a acrescentar, na verdade até, a impressão que fica, é que são músicos adolescentes querendo muito se aparecer, um mais que o outro,..... parecem ate músicos contratados... 
A bateria com bumbos na velocidade da luz e guitarras com solos mirabolantes, seguidos por todos os tipos de vocais, mas sempre com excesso do gutural!! 
 Pra dizer que o disco não é de todo ruim, destaco a faixa 1 March of Victory e a faixa 7 On the Eve of Battle que salvam o disco de ser um fiasco... Se vc quer gostar um pouco do disco, escute apenas essas duas!! Como gostei das duas musicas citadas, uma nota muito razoável seria 4,1 !!


The Magician
"…os mais fortes sobrevivem e os mais fracos não…" - Merchant (2014)

Essa afirmação do nosso colega Metalcólatra, postada na segunda resenha acima, oferece uma considerável contribuição para a localização do trabalho "Kings Among Men" dentro da "geografia" do Heavy Metal mundial.

A banda canadense colecionou propriedades de diferentes subgêneros extremos do Metal para confeccionar uma sonoridade que acima de tudo soa um tanto alegórica. A massa de som é rica, profusa e bem definida, no entanto é obviamente apunhalada pela própria articulação da banda em extremar as possibilidades do álbum, gerando o que para mim é o maior ponto fraco da obra: a desordenação de prioridades no som e a criação de harmonias super caóticas e por vezes antagônicas.

Adicionalmente o grupo se mostra repetitivo no desenvolvimento do disco, que parece priorizar a química da sonoridade explorada ao invés de focar em linhas de melodias que se façam lembráveis; logo, todas as faixas se assemelham e o disco se torna enjoativo.

Uma reflexão holística relevante nessa postagem, é que na medida que o caminho das multi abordagens do Metal moderno se ramificam, fica muito difícil para as bandas que não querem se rotular, criarem estilos de composições de qualidade que sejam rentáveis e promovam uma vida longa a esses grupos de calouros. Ou seja, ou você assume um sub-gênero específico e define uma sina restrita para toda a sua existência, ou se mete à fazer um Metalzinho básico com uma chance enorme de falhar em um universo dominado por gigantes que já se glorificaram por esmiuçar as possibilidades deste padrão.

A opção do Crimson Shadows foi uma terceira via: misturar de tudo de forma extrema em um liquidificador e ver o que sai. E ainda pode dar sorte e acabar criando um sub-gênero, já que TUDO, TUDO mesmo, não se consegue jogar dentro do liquidificador...

 O que saiu dessa jarra após a trituração dos ingredientes eu já escrevi no terceiro e no quarto parágrafo dessa resenha, mas acabo isentando a banda pelo resultado medíocre já que recorrendo ao conteúdo da frase de meu amigo Merchant no ínicio desse post, na hora de escolher o que entraria ou não na sonoridade extrema da banda, os caras escolheram os componentes "mais fortes" que venceram hoje em dia no mercado: vocal gutural grave, vocal gutural médio, guitarras em duetos melódicos, beats de extrema velocidade, bumbo duplo constante, vocal moderno, etc...

Concluindo: é a teoria da base de conhecimento se fazendo valer no Heavy Metal, independente de nós (conservadores) querermos ou não. O gênero talvez esteja moldando uma anatomia que garanta a sobrevivência para a sua nova geração. 

Nota 5.9, ou \m/\m/\m/.