sábado, 29 de janeiro de 2011

Accept - Blood of The Nations


Escolhi para análise, o álbum Blood of the Nations lançado em 2010 pelo Accept.


Phantom Lord
Não conheço muitos trabalhos do Accept: ouvi somente “I am a Rebel”, “Restless and Wild”, algumas músicas do “Balls to the Walls” e este disco que acabei de postar no blog. Acho que não é possível fazer comparações entre estes álbuns, pois foram feitos em épocas distintas (Balls to the Walls é de 1984, e este de 2010). Porém acho que um dos pontos fortes do Blood of the Nations é manter boa parte das características clássicas da banda: Heavy Metal sem pender para nenhum dos sub-gêneros e sem cair na “modinha”. Diferente de algumas bandas (prefiro não citar nomes), não acho que o Accept seguiu a fórmula de não inovar, pois quando ouvi este álbum não encontrei nada semelhante (talvez o vocal do Accept seja similar ao do AC DC, mas isto é desde os anos 70).
As letras abordam desde temas históricos / de guerras (Teutonic Terror, por exemplo) até clichês de heavy metal (me pareceu o caso de Pandemic). A sonoridade apresenta certa variação também: ritmo mais acelerado em Beat the Bastards Down, Rolling Thunder e Lock And Loaded, lento com distorção “pesada” na faixa título, em Time Machine e em Shades of Death e mais melado (balada) em Kill the Pain. Creio que Blood of the Nations não apresentou pontos fracos específicos, mas talvez ficaria melhor com apenas 10 ou 11 faixas.

Será que o segredo para as bandas velhas de heavy metal lançarem bons álbuns é ficar mais de 10 anos fora de atividade (como o Accept)? Tenho esperanças que não, afinal o Megadeth parece estar se recuperando e o Grave Digger também não deu bola fora com seu último disco...
Nota: 8,5.


The Trooper
Quando o sr. Phantom Lord me apresentou essa banda eu lhe disse (debaixo de seus xingamentos) que os vocais "ACDC" não me agradavam muito, bem, minha opinião não mudou, ao contrário, ao ouvir em duas faixas, o vocalista cantar "limpo" é que me apeguei a idéia, ficou claro que o vocalista é bom e na minha opinião se ele usasse esse recurso na maior parte do álbum, este ficaria no mínimo 25% melhor. Um outro recurso da banda é o corinho backing vocal grave (o A7X poderia usar esse "corinho de macho" - a regra é a seguinte, se você tem voz de "bunda", use um timbre de macho) que as vezes lembra Manowar, mas cai bem no contexto.

A banda usa a fórmula de "lento e pesado" na maior parte do trabalho (entretanto as faixas lentas revezam riffs e aceleram o ritmo em alguns momentos, não deixando a "peteca cair") com algumas faixas aceleradas (as quais me agradam mais). Não sei porque, mas tenho o pressentimento de que Metal Merchant irá usar o selo de "metal genérico" mais uma vez, mas na verdade, acho esse álbum superior ao Metalhead do Saxon.
Destaque para as faixas rápidas, em especial "No Shelter", pela base do baixo e letra (a gente podia usá-la de trilha sonora pra queimar o congresso).
NOTA: \m/\m/\m/


Metal Mercante
Accept – Blood of the nations é sem dúvida nenhuma um CD difícil de ser comentado, quando ouvi pela primeira vez fui dar uma olhada nos comentários dos outros Metalcólatras vi que o “Trooper” tinha comentado sobre a possibilidade deste álbum ganhar o selo de “Metal Genérico". A priori, confesso que fiquei tentado, mas alguns pontos me chamaram a atenção e me forçaram a ouvir o CD mais vezes e redobrar minha atenção.

A “substituição” de Udo Dirkschneider por Mark Tornillo e a volta de Herman Frank que estava fora da banda desde 1983 (Balls to the Wall) – que, diga-se de passagem, lançou em 2009 o épico álbum “Herman Frank – Loyal to None) - foram grandes modificações para a banda, inclusive a mudança nos vocais não foi prejudicial ao material, na verdade esse cara é bem bom e até mais “versátil” que o vocalista anterior.

No mesmo estilo do clássico “Balls to the Wall”, “Blood of the Nations” também tem fortes influências políticas, é claro que não é a mesma coisa que um bando de adolescentes alemães descendo a lenha no “regime” como lá atrás em 1983, mas o grupo conseguiu manter-se atualizado como, por exemplo, na fantástica “No Shelter” com uma bela referência a crise econômica de 2008.

“Welcome to main street… you forgot your champagne
All of your off-shore accounts, have gone down the drain
Your stocks are all worthless, your paper trail burns
Your riches have turned into rags, the tables have turned
An eye for an eye… justice is served
Vengeance is ever so sweet, when you get what you deserve
No, no, no, no!!”
Eu achei o CD um pouco longo, mas com uma paulada de músicas muito boas e algumas que simplesmente seguem a fórmula o que talvez não o classifique como um “clássico do Heavy Metal”, mas um ótimo CD sem sombra de dúvidas. (vale lembrar que esse CD recebeu boas notas da critica e foi o álbum melhor “classificado” da banda nas “paradas de sucesso” até hoje)

Além disso, vale a pena mencionar a música “Time Machine” que é extremamente boa, mas é uma faixa bônus do CD japonês e apesar de não conseguir encontrar informação sobre isso me parece que o vocalista do RAGE faz uma ponta nessa música, ou isso ou esse Mark Tornillo é BEM mais versátil do que eu imaginava...

Para finalizar, “Blood of the Nations” é Heavy Metal na sua mais pura concepção, sem firulas, sem frescuras e direto ao ponto. Muito longe de ser considerado um CD de Metal Genérico, se você achou isso, escute novamente e mais alto.

Pirikitus Infernalis

Certos posts realmente te surpreendem, tanto para o lado positivo, como para o negativo. Blood of the Nations me surpreendeu de uma forma extremamente positiva. Não apenas pela qualidade do cd, mas toda a atmosfera que envolve esse post como um todo, tornando ele um dos mais interessantes até então.

Quando o Phantom Lord postou o Accept eu logo fiz uma careta e álbuns como Eat the Heat e Predator vieram em minha mente, mas em minha opinião Blood of the Nations é seguramente o melhor álbum que o Accept criou desde Russian Roulette. Motivo? Vários: Fôlego novo, mentalidade nova e tempo para compor músicas de qualidade digna desse nome. Mark Tornillo assumiu os vocais e fez um ótimo trabalho, sua voz suja é o meu estilo preferido de voz, Wolf, Herman, Peter e Stefan (Schwarzmann não o Kaufmann) completam o esquadrão.
Uma coisa que me chamou muito a atenção foram as composições maduras em diversas músicas como The Abyss, Blood of the Nations, New World Coming e No Shelter. O Accept sempre teve uma tendência de utilizar sua música para diversos protestos e isso não mudou nesse cd. O tempo é outro e os motivos para protestos também, mas sempre haverá motivos para protestos. Esse sempre foi um dos pilares do Rock ‘n Roll na sua essência.

O cd em si é muito bom, porém muito longo, se músicas como Shades of Death, Lock and Loaded, Pandemic e Bucket Full of Hate fossem guardadas para outro álbum, com certeza Blood of the Nation seria um sério candidato ao prêmio de álbum do ano. As músicas desse cd são muito bem estruturadas, além das citadas no parágrafo anterior temos Beat the Bastards, Teutonic Terror, Time Machine e Kill the Pain completam esta obra do Accept que depois de 30 anos provam que não limites para o bom e tradicional Heavy Metal!


Ps: Alguém mais teve a sensação de que o berro de Mark em Teutonic Terror é idêntico ao do Eric Adams? E teve a sensação de que New World Coming lembrou Knocking at your Back Door?


“Greed is your life-blood, and white collar crime

Your hands don't get dirty, no, you steal with your mind

But the days of your reign are all over now

The fortress you built for yourself, has come crashing down“



Joe The Barbarian
Quando fui buscar as músicas do Accept eu não me lembrava da banda muito bem, mas bastou achar alguns clips, que logo me veio a memória do vocalista estilo Brian Johnson (ACDC), com calças camufladas e luvinhas sem dedos, muito nostálgico.

Accept, de modo geral se apresenta como uma banda bem equilibrada e sólida em suas raízes, Heavy Metal cru e ao mesmo tempo fiel ao conceito simples da banda, após ouvir algumas músicas é possível definir bem a proposta do álbum, que diga-se de passagem foi muito bem produzido, a começar pela capa.

Mais precisamente sobre o Blood of The Nations - BOTN, eu gostei de tudo, claro não é meu estilo favorito (Heavy Metal Melódico), mas mesmo assim me agradou, com uma cadência bem definida, as faixas são atraentes tanto nas letras quanto nos riffs, aqui cabe abrir um parenteses o vocalista de BOTN não é o famoso Udo Dirkschneider (das luvinhas), que liderou a banda por muito tempo, inclusive tendo saido e voltado algumas vezes, em outras épocas, então é possível que os fãs vejam num futuro próximo o retorno de Udo. A nova voz está por conta de Mark Tornillo, que procurou manter a mesma linha de Udo D., sem causar, portanto, muito impacto no som da banda. De modo geral o instrumental da banda, me agrada, mas é difícil errar naquela velha receita do Heavy Metal, basta conseguir juntar dois guitarristas competentes que o resto vai no embalo. Mas neste álbum em especial o baixo merece um destaque, muito bem tocado e entrozado com as guitarras.

Destaque para as músicas Blood Of The Nations, Rolling Thunder e Shades of Death, as demais músicas são também muito boas, mas elas seguem como "acompanhamento" do prato principal.

Nota: 8,7


Kill, Crush and Destroy...



The Magician
Um tremendo CD de Heavy Metal!Poderia resumir toda a resenha com esta frase, mas acho que vale a pena citar algumas impressões que tive e passar uma ideia de como cheguei a esta conclusão.

No começo achei de fato que se trataria de um trabalho do tipo Genérico, com seu combo de “super - clichês“ do Metal dentro de cada uma das músicas, e alguns inclusive por todo o disco, como o vocal característico arranhado e “nervosinho” de Tornillo, que soa como bastante cafona.

Entretanto todos esses chavões, representados por passagens faladas por um narrador “sinistro” em “Shades of Death”, coro à lá Manowar (colocando em viés popular) no refrão da faixa título, ÔôÔ em “Teutonic Terror” e enfim - o mais simbólico de todos – a quebrada para violões e a levada de balada na faixa “ The Abyss “ com o vocal suave proferindo a romântica frase “...do you remember the blue Skies...” (quase vomitei na primeira vez que ouvi!), são na verdade propositais. Os artifícios que podem parecer apenas confete e poserismo gratuito são na verdade determinantes para que em ultima análise o CD pareça abordar todos os componentes do Heavy Metal já consagrado.

E fui percebendo a mensagem do álbum na medida em que escutava mais e mais vezes. Após a quarta vez em que escutei Blood of The Nations conclui que não havia nenhum defeito no álbum, e sim que eles estavam em minha percepção, já que ultimamente andei escutando trabalhos complexos que realmente precisavam de atenção e certo nível de discernimento musical para sua apreciação.

Blood of the Nations é uma síntese de Heavy Metal, e é justamente isso: cafona, clichê, genérico, e muito bom!!!! Provavelmente os alemães do Accept perceberam o que estava faltando no mercado afundado dos metaleiros, ou seja o “de sempre-com-batatas”, e muito bem feito por sinal.

Gostaria de enaltecer a mixagem e a produção como um todo, também a ótima interpretação dos cantos, a inspiração de todos os instrumentistas (guardado x anos em uma caixinha!), as faixas “Rollin’Thunder” , “Beat the Bastards”, “Teutonic Terror”, “Kill the Pain”, “Blood of The Nations” e o melhor trecho de todos, onde em um clima perfeito de balada na terceira faixa “The Abyss” o lead vocals recita: “...do you remember the blue Skies...”

Conclusão:

Um tremendo CD de Heavy Metal!



Venâncio
Valeu Phanton, não conhecia Accept e essa é uma bela obra. Todavia apos escutar Holy Diver, percebo a importância da sequencia de musicas num álbum, i.e., não adianta ter musicas boas, excelentes e ruins ou meia-bocas, pois se não souber onde coloca-las no álbum pode acabar por prejudicar a obra.

Em outras palavras a analise de determinado CD deve levar isso em conta e não somente a qualidade de suas musicas individualmente e de seu conjunto, mas também a sequencia em que nos são apresentadas.

Assim sendo colocarei aqui a sequencia que acho que essa obra seria melhor apreciada:

02 Teutonic Terror;
03 The Abyss;
06 Locked and Loaded;
05 Shades of Death;
09 Rollin' Thunder;
08 Kill the Pain;
01 Beat the Bastards;
04 Blood of the Nations;
13 Bucketful of Hate;
10 Pandemic;
11 New World Comin';
07 Time Machine e
12 No Shelter.

Nesta sequencia considerei apenas sonoridade...

7 pitus com coca-cola.



Hellraiser
3Começo frisando aqui que este álbum é consequência de um dos melhores retornos do Heavy Metal 

Quando foi anunciado o retorno do Accept, sem o baixinho Udo, muita gente temeu pelo que poderia vir, já que a banda, antes de encerrar as atividades, vinha lançando alguns álbuns bem abaixo da media. 

Porem com o retorno da banda, e Mike Tornillo responsável pelo microfone principal, o Accept voltou fazendo o que melhor fazia nos anos 80 !! 

O mais puro e pesado Heavy Metal tradicional, cadenciado e de altíssima qualidade. 

E Blood of the Nations é a maior prova disso. 

Album excelente, repleto de faixas super pesadas. ``Teutonic Terror``, ``Beat the Bastards``, ``Blood of the Nations``são só algumas das varias pauladas que esse disco traz ao ouvinte. 

Wolf Hoffmann novamente esta esbanjando de sua facilidade de criar riffs simples, porem de muita qualidade e fácil aceitação. 

Adoro o Accept, pois a banda executa um som bem na minha linha de gosto dentro do Heavy Metal. 

Nota 8,0

15 comentários:

  1. Xingamentos? Não me lembro dessa parte, talvez houve uma alteração no tom (ou volume) da voz por causa do álcool...

    ResponderExcluir
  2. Muito bom esse CD Phantom, bela escolha!

    Estavamos precisando disso...

    ResponderExcluir
  3. Considero Blood of the Nations um dos melhores cds de heavy metal dos últimos 10 anos. Olha que nunca fui fã ou conhecedor da discografia do Accept... Não entrou na minha lista "top 20", mas é bom...

    ResponderExcluir
  4. Pobre Blood of the Nations...esquecido em meio a polêmica GnR...

    ResponderExcluir
  5. Talvez seria "menos esquecido" se eu invertesse a ordem, postando o Blood of Nations por último (em cima)... ou não, talvez o povo só goste de cornetar mesmo.

    ResponderExcluir
  6. "...mas sempre haverá motivos para protestos"

    é nessas horas que vc pega os vermelhinhos do site!

    Deve ser amigo do Trooper....Maldito pessoal da FFLCH...

    ResponderExcluir
  7. Viva! Viva la revolución! Morte aos capitalistas da FEA!
    huauaua...escolha suas armas Mercante

    ResponderExcluir
  8. O comentário de P.Infernalis não está errado mas... os protestos foram "pilares" de gêneros de rock mais agressivos. Os temas que o rock (em geral, inclunido suas centenas de ramificações) abrange são diversos...

    ...vermelinhos do site... agora estou tentando imaginar um rock-abertamente-capitalista... Kiss? heheheh...

    ResponderExcluir
  9. "...mas é difícil errar naquela velha receita do Heavy Metal..."
    Levando em consideração que praticamente todas bandas "clássicas" de heavy metal, cedo ou tarde, entram numa fase decadente (ou, algumas delas, numa eternidade decadente)... eu creio que o difícil seja acertar a velha receita do heavy metal.

    ResponderExcluir
  10. Você está certíssimo Venâncio, a ordenação das músicas realmente é importante quando se escuta um álbum por inteiro (coisa rara para as pessoas hoje em dia).
    Uma boa comparação seria justamente o CD do Apust que o sr. postou.
    Começa muito bem, mas depois a insistência em baladinhas enchem a paciência!

    ResponderExcluir
  11. Tive que ajustar a nota desse Cd: 8,5,

    um pusta CD diga-se de passagem!

    ResponderExcluir
  12. Eu ia dar 7, mas a velha história do martelo...
    Tenho que reconhecer que é um dos poucos álbuns de puro heavy metal atualmente...a modinha hj em dia é death ou power. E nada que existe no mundo trash se quer se aproxima de Metallica/Megadeth.

    ResponderExcluir
  13. Um dos melhores retornos do Heavy Metal !

    ResponderExcluir
  14. Phantom, seu cocô! Fui enganado esse tempo todo (desde 2010!!); vi na Wikipédia que embora a faixa Time Machine seja faixa bônus, os autores são Tornillo, Baltes e Hoffmann, ou seja, o próprio Accept. Com isso esse álbum extrapola o nível fodástico!!!

    ResponderExcluir