Faixas: 1-Venite 2.0; 2-Your Time Has Come; 3-Exceptional; 4-For the Kingdom; 5-Not Gonna Take Anymore; 6-Night of the Long Knives; 7-Find Shelter; 8-Blood; 9-When the Deeds is Done; 10-Throne of the Down; 11-Manhunter; 12-You and I.
The Magician
Uma das manifestações mais importantes no cenário Rock/Metal de 2000 pra cá é o fenômeno dos chamados "super grupos", que são no geral, bandas que se reinventaram a partir de desmanches de outras bandas (já comentei o tema parcialmente nos posts do Megadeth e Dio), mas que adicionalmente procuraram se mesclar com ex-formações de outros grupos já consagrados perante o grande público.
Esse conceito gerou recentemente a formação de bandas como Symfonia (Matos, Tolki & Cia.), Winery Dogs (Portnoy, Kotzen & Cia.) Big Noize (S. Bach, Vinny Appice & Cia.) e Chikenfoot (S. Hagar, Satriani & Cia.), e antes disso a ideia já começava a crescer no cenário alternativo com bandas como Velvet Revolver, Audioslave, Alterbridge e Them Crooked Vultures.
Não dá pra saber se esse movimento é mais um suspiro derradeiro do gênero como um todo, ou apenas representa o reflexo da liberdade oferecida pela tecnologia no âmbito da música, que viria a permitir reuniões e gravações mais descompromissadas sem a interferência de grandes estúdios e técnicos de som.
De qualquer modo, um dos trunfos dessa tendência foi a auspiciosa reunião originada do "berço dourado" do Metal alemão oitentista, a tão sonhada aliança de Kiske e Herr Kai!
A união de duas mentes desse calibre (ou somente da guitarra de um e voz de outro) não poderia dar errado, e não deu, mas preferi escolher o segundo trabalho frente ao primeiro (que tinha um perfil muito mais Hard Rock). Quanto as atuações desses membros sêniors, são firmes como rocha, de uma sobriedade assombrosa na escolha de timbres e tons. Nada foi jogado à toa nas músicas.
O disco "Light of Down" é equilibrado e atua em um nível bastante alto de qualidade (gostaria de sublinhar as melodias muito boas que são performadas com estruturas convincentes), além de que, o trabalho se mostra bastante inspirado sempre importando os pontos altos da longa carreira do Gamma Ray, Helloween e Iron Savior. O core do CD é sem dúvidas Heavy Metal, com exceção apenas para as faixas "Manhunter", "Not Gonna Take Anymore" e "When the Deed is Done" que são interpretadas em pautas um pouco mais "Hard roqueiras"; e posso afirmar que fora esses momentos o trabalho inteiro é uma saborosa regressão nostálgica aos gloriosos momentos áureos do Power/Speed Metal germânico.
Nesses memoráveis flashbacks oferecidos pelo grupo em "Light of Dawn" fui realmente cativado por todas as faixas, mas me rendi de fato à qualidade do trabalho e ao talento dos músicos quando fui atordoado pelas músicas "Night of the Long Knives" (que refrão f$%d@!!!) e "Find Shelter". Adicionalmente destaco as 4 primeiras faixas (com menção especial para "For the Kingdom", que em alguns momentos me lembrou a super épica faixa "Streets of Fire" do Place Vendome).
Longa vida aos super grupos, principalmente quando se originarem do núcleo do Heavy Metal Germânico.
Nota 7,9 ou \m/\m/\m/\m/.
p.s: qualquer trouxa vê que o primeiro álbum dos caras é bem mais pop/hard rock:
"...It should be noted for the record that while this is much more of a power metal album than its predecessor,..." (Metal Archives)
"...para o primeiro lançamento era bem grande [...] onde a sonoridade pendia mais para o Hard Rock do que para o Metal propriamente dito..."
"...Ao começar a audição de "Light Of Dawn" fica logo evidenciado que se trata de um registro de Power Metal..." (Wiplash)
Seguindo a linha de trabalhos do Helloween (e talvez Gamma Ray) surge Unisonic com seu segundo disco:
Light of Dawn traz bastante do Power metal, metal melado ou qualquer outro nome que identifique (ou tente identificar) este gênero musical...
Mas é só isso? Com certeza não!
O figura do Kyske após se cansar de experimentar do hard rock meloso e chorão, veio trazendo alguns de seus elementos de encontro ao heavy metal, e é claro, ao subgênero praticamente fundado pelo Helloween: o tal do power metal. Estes estilos musicais estão presentes no Unisonic, e embora eu não goste da definição "power metal", utilizo-a para evitar atritos com grande parte do povo metalhead, que num geral tende a ser cabeça dura.
Desta união ou mescla de estilos utilizada no álbum Light of Dawn, surgem diversas músicas boas que demonstram não apenas qualidade (instrumental/vocal) como também mostram inspiração.
Este é um ponto ainda não tocado pelos metalcólatras, talvez por ser subjetivo e altamente complexo de se interpretar. Ao meu ver, a inspiração é uma coisa QUASE aleatória de se obter, mas tem seus pré-requisitos para ser alcançada.
Vejamos, alguns casos onde a inspiração foi mínima ou inexistente: Como citado por Venâncio em Black Label Society - Order of the Black, é possível perceber que muitos músicos e artistas em geral, fazem seu trabalho por necessidade (ou "fazem por fazer"). A chance de um trabalho artístico ser bom quando feito por mera necessidade, é minúscula, na verdade quase inexistente, pois pelo menos um indivíduo da banda deveria ter inspiração enquanto compõe a música. Order of the Black foi criticado e tido como um álbum medíocre aqui entre os Metalcólatras, apesar de ser uma banda liderada por um ótimo guitarrista (Zakk Wylde).
Há 2 ou 3 anos atrás, percebi uma falta de criatividade no álbum 7 Sinners do Helloween: Bons trechos de músicas, gravados individualmente, mas como um todo, não passou de um amontoado de fragmentos mal costurados, ou seja mais um frankstein da indústria da música (neste caso, um frankstein do heavy metal e seus sub gêneros). Talvez os casos mais óbvios (de inspiração mínima ou inexistente) sejam de bandas com muitos anos de estrada, que acabam lançando discos apenas para cumprir contratos...
Por um outro lado, se buscarmos álbuns aparentemente cheios de inspiração poderíamos citar vários dos "debuts" como "Black Sabbath" de 1970, "Sirens" do Savatage (1984), "Kill em All" do Metallica (1983), "Apetitte for Destruction" do Guns n Roses (1988)... E saindo dos debuts das bandas que se tornaram famosas, temos o projeto de Tobias Sammet e seu "super grupo" Avantasia - The Metal Opera (2001), também temos o genial e atemporal "Blood of the Nations" lançado pelo Accept (em 2010) depois de uma "pausa" de 13 anos! Enfim, juntando estas peças, talvez seja possível compreender a importância (e a raridade) da inspiração em trabalhos musicais.
Música, assim como pintura, ilustração, escultura, dança, teatro, cinema etc é arte. Não há nada de errado em querer seu ganha pão, ou bofunfa, com isso, mas todas as artes requerem inspiração e trabalho. O trabalho serve para aprimorar, refinar a execução da arte e sua qualidade. E a inspiração seria a essência, o lado mais intuitivo e ainda assim obrigatório para se "criar arte", pois se não houvesse inspiração haveria apenas o trabalho e todos sabemos que trabalho não é arte, é uma necessidade (ou um porre).
Light of Dawn não é um debut nem um trabalho lançado após anos de inatividade da banda. Ao meu ver, a inspiração deste álbum surgiu de uma maneira mais rara, como a ideia de unir elementos que combinam entre si. Os elementos utilizados pelos integrantes do Unisonic são frutos de suas experiências musicais ao longo de suas respectivas carreiras: são os elementos do hard rock, do heavy metal e de seu sub gênero (power metal).
Ainda que o álbum Light of Dawn possa apresentar alguns altos e baixos, o segredo de sua qualidade e inspiração foi a ideia de unir estes gêneros musicais de maneira harmoniosa, se desprendendo um pouco de rótulos únicos e de "trabalhos enlatados". A união de elementos e gêneros pode não ser presente em todas músicas, mas se mostra como uma arma secreta para se fazer músicas memoráveis e até certo ponto inovadoras.
(É claro que se o ouvinte não gosta da maioria dos estilos musicais abordados pela banda, ele simplesmente achará o trabalho uma merda)
1."Venite 2.0" /2."Your Time Has Come" 7,2
3."Exceptional" 8,0
4."For the Kingdom" 7,0
5."Not Gonna Take Anymore" 7,6
6."Night of the Long Knives" 8,1
7."Find Shelter" 7,5
8."Blood" 6,9
9."When the Deed Is Done" 6,7
10."Throne of the Dawn" 8,8
11."Manhunter" 7,9
12."You and I" 6,4
Nota Final: 7,6
The Trooper
Belíssima pedida do Magician, já tinha ouvido esse álbum uma vez mas passou batido, ter que ouvir mais uma vez foi muito bom para prestar atenção nos detalhes desse grande álbum que é 'Light of Dawn'.
Ele começa numa pegada meio 'Place Vendome' na faixa 'Your Time is Come', o que causou um certo desânimo e temor de que o trabalho viesse a descambar para a veia pop do vocalista. Mas nada disso senhores, logo em seguida vem a excepcional 'Exceptional' (desculpa, não deu pra segurar), com uma linha de baixo fantástica, esta é a melhor faixa do álbum, obra-prima.
Temos muitas músicas boas na sequência até chegar no segundo melhor ponto do cd, 'Find Shelter' (talvez a música mais 'Helloween' do álbum), e não é só, o que vem depois dela? Uma balada ... baladaaaaa? blargh ... no, no, no, essa balada deu gosto, bateu bem na parte saudosista e fez lembrar as baladas fodas do 'Helloween', como 'Why?' ou 'In the Middle of a Heartbeat', deu até vontade de levantar da cadeira no final dela e bater palmas.
'When the deed is done' deixa a peteca cair ligeiramente embora ainda seja boa, mas beleza, 'Throne Of the Dawn' dá um up novamente (esse comecinho parece que saiu da era Load do Metallica, mas acalme-se, tudo vai ficar bem).
'Manhunter' e 'You and I' fecham o álbum com uma boa qualidade mesmo sem se destacarem muito.
Considerações finais: O Helloween voltou pra valer! OK, não é Helloween, lembra bastante mas tem uma identidade própria bem forte, de qualquer maneira, obrigado ao Kiske e ao Kai Hansen por se moverem do hard rock do primeiro álbum para o metal melódico de Light of Dawn, deram uma revivida nesse estilo tão controverso e cheio de chatices e me lembraram que há muitas coisas boas nesse gênero.
Destaque para 'Exceptional', 'Find Shelter' e 'Blood'.
p.s.: Quem é o baixista? O cara tava entre duas lendas do metal e não fez feio, pelo contrário, até chamou mais a atenção que os caras várias vezes.
p.p.s.: O Kiske é um baita de um cantor, mas as vezes ele me enche o saco e eu não sei bem ao certo porquê. Mas o importante é que neste trabalho ele agradou muito mais do que me perturbou.
Ele começa numa pegada meio 'Place Vendome' na faixa 'Your Time is Come', o que causou um certo desânimo e temor de que o trabalho viesse a descambar para a veia pop do vocalista. Mas nada disso senhores, logo em seguida vem a excepcional 'Exceptional' (desculpa, não deu pra segurar), com uma linha de baixo fantástica, esta é a melhor faixa do álbum, obra-prima.
Temos muitas músicas boas na sequência até chegar no segundo melhor ponto do cd, 'Find Shelter' (talvez a música mais 'Helloween' do álbum), e não é só, o que vem depois dela? Uma balada ... baladaaaaa? blargh ... no, no, no, essa balada deu gosto, bateu bem na parte saudosista e fez lembrar as baladas fodas do 'Helloween', como 'Why?' ou 'In the Middle of a Heartbeat', deu até vontade de levantar da cadeira no final dela e bater palmas.
'When the deed is done' deixa a peteca cair ligeiramente embora ainda seja boa, mas beleza, 'Throne Of the Dawn' dá um up novamente (esse comecinho parece que saiu da era Load do Metallica, mas acalme-se, tudo vai ficar bem).
'Manhunter' e 'You and I' fecham o álbum com uma boa qualidade mesmo sem se destacarem muito.
Considerações finais: O Helloween voltou pra valer! OK, não é Helloween, lembra bastante mas tem uma identidade própria bem forte, de qualquer maneira, obrigado ao Kiske e ao Kai Hansen por se moverem do hard rock do primeiro álbum para o metal melódico de Light of Dawn, deram uma revivida nesse estilo tão controverso e cheio de chatices e me lembraram que há muitas coisas boas nesse gênero.
Destaque para 'Exceptional', 'Find Shelter' e 'Blood'.
p.s.: Quem é o baixista? O cara tava entre duas lendas do metal e não fez feio, pelo contrário, até chamou mais a atenção que os caras várias vezes.
p.p.s.: O Kiske é um baita de um cantor, mas as vezes ele me enche o saco e eu não sei bem ao certo porquê. Mas o importante é que neste trabalho ele agradou muito mais do que me perturbou.
Nota: \m/\m/\m/\m/