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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Led Zeppelin - Led Zeppelin IV

O álbum Led Zeppelin IV, lançado em 1971 pelo Led Zeppelin foi escolhido por votação aberta na disputa entre este e Highway to Hell.




Phantom Lord

Após ouvir “trocentas” músicas do Led nas programações das radios por aproximadamente 10 anos (entre 1996 e 2006), ouvi os 4 primeiros álbuns de estúdio destes “dinossauros” do rock. A sonoridade (principalmente nos 2 primeiros discos) me pareceu bastante próxima do blues. Mas o que impressiona são as músicas do tipo “rock pauleira”. De onde os caras tiravam tais idéias? Talvez foram inspiradas em algumas músicas de bandas como Cream e Jimi Hendrix?... Definitivamente estas músicas do Led devem ter servido de inspiração para diversas bandas dos gêneros mais pesados do rock (como o metal).

Sem dúvida alguma, o álbum que mais me chamou atenção entre estes quatro do Led Zeppelin foi o Led Zeppelin IV. Black Dog e Rock n Roll, são aquelas músicas que todos já ouviram em algum lugar... estes dois clássicos foram tocados inúmeras vezes nas rádios, sendo a segunda faixa a minha música favorita feita por esta banda. The Battle of Evermore mostra um pouco de experimentalismo... Stairway to Heaven é um hino mega-idolatrado do rock, definitivamente uma boa música. Misty Mountain Hop é mais um criativo e bom rock... daqueles que também tocaram várias vezes nas rádios-rock. Four Sticks... ta aí uma música diferente, na verdade até esquisita. Going to Califórnia é razoável... um acústico um tanto “deprê”. Para finalizar When the leeve Breaks também é boa. Estranho como eu tenho a impressão de que todas as músicas deste disco tocavam na rádio frequentemente, talvez este seja o trabalho mais comercial e/ou divulgado do Led Zeppelin... e o melhor deles também.
A sonoridade varia bastante, não parecendo repetitiva em momento algum, enfim Led Zeppelin IV é um grande álbum... um clássico do Rock.

Nota 7,8.


The Trooper
3
Um clássico, não há muito mais o que dizer sobre este álbum. O instrumental é envolvente e algumas composições extraordinárias, arrisco a dizer que, se você excetuar todas as letras que falam de "pegação", temos o fundamento do power metal (The Battle for Evermore e Stairway to Heaven). É claro que este é um álbum de rock'n roll, com uma pegada de blues, leve em consideração a época e quantas vezes aparece nas letras alguma garota com flores no cabelo, e embora algumas faixas (explicitamente Rock And Roll) sejam a epítome do rock'n roll, outras tem uma pegada muito light, logo, minha nota segue meu gosto pessoal mais pesado, mas é impossível desmerecer o trabalho desses caras, que inovaram em sua época e construíram algo lendário que é o alicerce de tudo o que nós metaleiros gostamos hoje em dia (junto com os pedreiros do Sabbath e outros).
Destaque para Rock and Roll e Stairway to Heaven, que é, com certeza, uma das melhores músicas já criadas até hoje, em todos os quesitos.

Nota: 7,5.

The Magician

Em minha opinião, a maior banda de rock de todos os tempos.

Se “The Beatles” alimentou o Rock no mainstream por dez anos (60’s aos70’s), o Led Zeppelin foi o grande responsável por continuar esta saga por mais dez (70’s aos 80’s). Não estou desmerecendo o resto do cenário com sua pluralidade e profusão de bandas grandiosas que existiram durante este período e que foram também fundamentais para concepção e maturidade do Rock’n Roll, mas estou dizendo que o Led foi a maior delas e os outros de uma forma ou de outra “corriam atrás”.

Além disso, acredito que a música de Plant, Page e Cia. foi a grande responsável por criar o Hard Rock, o verdadeiro“coração do Rock”.

Sobre a banda e sua formação há de se dizer que era um dos Dream Teams da cena inglesa da época, não foi um acerto de primeira e houve muitas experimentações até a formação do Zeppelin de Robert, Bonham, Jones e ele: Jimmy Page.

Todos sabem sobre a nítida qualidade dos vocais, do contra baixo e da bateria do grupo, mas com certeza a mente mais brilhante era responsável pela super-premiada guitarra Ledzeppeliana.O cara começou como músico de estúdio e suas interpretações estão em músicas como“Twist and Shout” e “Girl You Really Got Me” sob a estampa da gigante EMI. Tocou ao lado de Eric Clapton, Jeff Beck e era um dos grandes nomes da cena mesmo antes de inventar o Led Zeppelin.

Em meu entendimento Page foi responsável por sofisticar os arranjos criados por seus antecessores, que antes eram moldados com levadas sobre bases de acordes primários para sustentar a melodia vocal da mesma forma que funciona um leito de um rio; Page (e sua geração de guitarristas) dava muito mais ênfase aos floreios e aos riffs“desenhados”, o que motivou de certa a forma a visibilidade da guitarra na frente dos outros componentes das bandas de Rock. Esses riffs progressivos são a marca registrada de Page, que lembram em alguns casos uma breve evolução sobre uma escala (como em “Black Dog”) e com o uso de mais um ou dois acordes nos versos, eram o suficiente para nortear uma música inteira; tamanha a riqueza e criatividade colocadas nessas linhas de composição.

Alem disso o músico criou solos e construções melódicas emblemáticas, como no caso de “Stairway to Heaven”, música que por si só, merecia um post exclusivo aqui no blog.

Entendo Jimmy Page e Richie BlackMore (guitarrista e co-criador do Deep Purple) como uma espécie de reencarnação de Beethoven e Mozart nos tempos modernos, suas idéias e abordagens reconfiguraram o panorama musical da época e definiram axiomas para o conceito do Rock And Roll e de suas gerações sucessoras.
Cinco das sete músicas em “Led Zeppelin IV” são verdadeiros clássicos, e uma é obra-prima (provavelmente a maior de todas elas); nota: 9 ou \m/\m/\m/\m/\m/.

Pirikitus Infernalis

Banda lendária no blog, é hora de Led Zeppelin. O quarteto mais queridinho da Kiss FM chega aqui com o seu poderoso Led Zeppelin IV.

Este cd possui músicas que mesmo quem não gosta de rock conhece, como Stairway to Heaven, Black Dog, Rock and Roll e Going to California. Talvez Misty Mountain Top seja conhecida por alguns, mas não podemos parar por ai.

O Zeppelin provavelmente disputava com o Doors (e talvez SteppenWolf e Jethro Tull estejam na parada) sobre quem era a banda mais chapada e viagem dos anos 70. Alguns sons que eles fazem é uma trip pra outro planeta, e isso as vezes pesa. Isso é o que se percebe em músicas como The Battle of Evermore, Four Sticks e When the Levee Breaks. Os caras são bons demais, porém qualquer viagem excessiva cansa até mesmo os mais empolgados viajantes.

Devo concordar com nosso amigo Magician sobre a importância de Jimmy Page nesse cd, nessa banda e na história do rock. Esse cara transforma riffs, acordes e solos em poesia, e isso não é exagero não, a guitarra de Stairway to Heaven (que solo é aquele? Eu tenho CADA NOTA memorizada no cérebro) deve estar entre as Top10 das mais belas do rock. John Bonham sempre merece destaque, provavelmente o bateria com o maior swing da história. Robert Plant lidera a trupe, se bem que seus gemidos excessivos me irritam.

Um cd que possui seu lado brilhante e seu lado hippie.

PS: ACDC > Led Zeppelin

Ps²: Cuidado com o excesso de Led tocado na Rádio Kiss FM, isso pode fazer você começar a pegar raiva da banda...

Top 3: Black Dog, Rock and Roll e Stairway to Heaven. A mais chatinha é a Four Sticks.

Nota: Normalmente ele levaria 7,5, porém Stairway to Heaven carregou um 8 nas contas.


segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Testament - The Legacy

O álbum The Legacy, lançado em 1986 pelo Testament foi escolhido por votação aberta na disputa entre este e Silence.


Phantom Lord

Escutei uma música do Testament há um tempo atrás e achei interessante, por isso acabei votando neste álbum. Mesmo porque já ouvi o Sonata algumas vezes no passado e achei a maioria de suas músicas entediantes...
O álbum The Legacy começa com Over The Wall, um bom metal-pauleira, segue com The Haunting, Burnt Offerings, Raging Waters e C.O.L.O.T.D. Estas músicas individualmente não são ruins, mas todas possuem características obviamente similares com as melodias focadas em velocidade e agressividade. Apesar de Burnt Offerings possuir uma breve introdução diferenciada, estas quatro músicas acabam se mesclando em uma espécie de "rustic thrash mass"... parecem rascunhos de heavy metal.
De First Strike is Deadly em diante o álbum recupera um pouco de sua sonoridade criativa, tornando-se mais escutável.

O vocal canta de um modo parecido ao Mustaine do Megadeth, a parte instrumental segue o estilo das bandas thrash metal da mesma época (anos 80) mas sem inovar muito e as letras parecem todas baseadas em contos de terror e temas afins.
Talvez o maior problema do álbum é o fato dele seguir o estilo das outras bandas já existentes, pois o Kill em All do Metallica inovou lá pelo começo dos anos 80, o Megadeth inovou com seu vocal "barking-squawking" pouco tempo depois, o Slayer aproximava o thrash do death metal, mas o Testament... parece ter pego um pouco disso tudo sem adicionar nada.
Enfim, o álbum está repleto de breves pauleiras, nada mal... nem muito bom. Falando em breve, eu acho que devo ser mais breve com esta resenha: Nota: 5,8.


The Trooper
3

Eu comecei a ouvir este álbum e logo lembrei das bandinhas chinfrins que tocavam em um programa de heavy metal numa rádio rock aos domingos (no fim da noite). Afinal o que, para mim é uma banda chinfrim?

Tive que chegar a uma conclusão para poder escrever esta resenha, primeiro prestei atenção na bateria de "The Legacy", e logo associei a batida contínua na caixa como uma das principais características do estereótipo de banda chinfrim. OK, mas peraí, algumas bandas peso-pesado possuem músicas com bateria desse jeito, não? Vou comparar em breve.

Então, digamos que a bateria seja assim mesmo, o que pode salvar a música? Os riffs de guitarra? Os vocais? Bem, as duas coisas neste álbum não tem condições para salvar nada (teriam que se sobressair muito, o que não acontece), o que eu noto que melhora muito a qualidade da música, são os solos de guitarra, sim, pelo menos nisso o Testament parece acertar.

O principal motivo d'eu estar "descendo a lenha" neste álbum é porque eu pensei "a produção é de um álbum de 1986, vou ouvir o primeiro álbum do Megadeth e o primeiro do Metallica para comparar", "bem, eu não tenho o "Killing Is My Business...And Business Is Good", então enquanto tento arranjá-lo vou comparar com o "Kill'em All", afinal é bem tosco e a primeira faixa, "Hit The Lights"...segue o esquema de bateção contínua na caixa se eu não me engano", pois é, me enganei. Logo na primeira faixa a diferença é monstruosa, a guitarra entra sozinha, antes da bateria, destacando a qualidade do riff, o baixo dá uma impressão e tanto, o riff da guitarra-base alterna, uns 500 solos de guitarra se intercalam ... "caramba, que diferença", daí vem "The Four Hoursemen", "putz..." pensei, "covardia...", entra a primeira guitarra com um riff absurdo e uma distorção animalesca, entra a segunda guitarra ... "afff...f#$%¨, deixa eu escrever a resenha logo", a música segue, a bateria mais lenta não usa o esquema "bata sem parar na caixa e encha o saco", e eu escrevo a resenha ouvindo o "Kill'em All".

Para não dizer que o álbum ganhou meu desprezo, o que seria uma mentira, ele despertou minha vontade de ouvir um álbum mais bem-produzido da banda. Quanto às faixas, concordo com o que o Phantom disse, tanto que, se eu não usasse a abordagem acima, minha resenha ficaria igual a dele.

Nota: 6,5.

The Magician


O “ser metaleiro” é usar um jeans velho, camisa preta desbotada cabelo comprido, barba mal feita e arrotar após uma bela golada em uma breja barata.


O ser metaleiro é bangear em um barzinho fedido, embalado por: distorções infinitas e embolantes, com ataques frenéticos e sem nexo da bateria e “vocais – grunhidos”, com solos velozes e sem melodia cortando os confusos riffs britadeiras... opa! É exatamente aqui que entra o Testament!


O Testament entra no cenário com um tipo de música para preencher o estereótipo trash, na verdade vai além (aqui a questão não é meramente como comentado no post do Sacred Steel, uma vinculação somente à imagem...), entra para preencher um determinado subgênero em que ainda existe espaço na industria.


Vou tentar explicar...


Um produto que dá certo, ganha mercado; se ganha mercado é preciso criar oferta. Este é o resultado final da equação de “relação oferta x demanda” de um nicho de mercado super específico como o da música, onde a função de quantidade (nº de CDs vendidos) não cobre a demanda mesmo quando sua capacidade está potencialmente maximizada. Ou seja, se você vende 500 mil cópias de Master of Puppets você consegue cobrir a demanda, pois os 500 mil metaleiros existentes já possuem seu próprio Master of Puppets;


Logo, a oferta esta saturada e é o fim para este micro-mercado?


Não. Apesar de nenhum dos 500 mil consumidores desse mercado comprarem mais um Master of Puppets, um percentual considerável deles poderá adquirir um “Killing is my Business” ou um “The Legacy”. As gravadoras conseguem aumentar sua oferta mas A BANDA (neste caso hipotético, o Metallica) não pode fazer isso em um curto período de tempo. Ponto para as bandas de segunda linha que estão lá pra morder esta fatia e sobreviver da insaciável necessidade de bangers pouco ou nada exigentes.


Uma investida como essa pode gerar um ou outro som/título marcante na carreira das chamadas bandas de segunda linha como o Testament (ou Heavy Metal Genérico), mas daí o camarada vir aqui e votar neste CD como um dos 20 melhores da história do Rock/Metal??!!


É no mínimo uma fanfarronice...


Após essa explicação de como tal tipo de música se torna vendável, me resta fazer uma análise do disco, e só como apologia ao Sonata: errei meu voto!


Como defesa ao álbum escolhido posso dizer que é o primeiro disco da banda, e julgar uma banda pelo seu primeiro trabalho é sempre uma sacanagem...


De resto: O CD é uma mesmice, baseado na estrutura do trashmetal clássico, com condução da bateria acelerada e riffs bastantes velozes e distorcidos, com leve sintetizador na voz de Chuck Billy para maquiar e preservar o estilo semi arranhado do front man da banda, a sonoridade geral de fato nos remete ao célebre "killen All" só que sem nenhuma criatividade.


"Burnt Offerings" ensaia um riff mais delineado e agradável, mas acaba se perdendo na tempestade inaudível como as demais músicas; "First Strike is Deadly" apresenta um solo bem interessante; e ... fim é só isso.


Nota 5 ou \m/\m/\m/.


Um fato curioso.


Coincidentemente nesta semana que passou enquanto eu fritava o côco pensando no que escrever sobre esta pérola de álbum, ocorreu um fato engraçado. Meu professor de guitarra se atrasou alguns minutos para a aula semanal e chegou desesperado entrando bruscamente na sala que praticamos e acendendo a luz, eu o acompanhava...


Eis que lá dentro da sala não-mais escura, da frente de um monitor de tubo salta assustado da cadeira como um gremilin flagrado por um forte feixe de luz: ele - Rafael Bittencourt, o guitarrista e co-líder do Angra.Após um ritual de desculpas por estar utilizando a sala de aula sem avisar Rafael relaxou e nos convidou para o curso que está ministrando atualmente na escola - sobre criatividade. Não só no meio artístico, mas a criatividade no dia-a-dia e no cotidiano.


Interessante, após o acontecimento fiquei tentado a apenas escrever aqui, o ocorrido, mas senti que sob algum ponto de vista seria injusto com esta resenha. Mas no fim das contas o conteúdo de uma obra de Rock/Metal se trata disso, e apenas disso: criatividade. Quando ela existe o resultado é bom, quando não o resultado é desastroso.


Acho que perdi a oportunidade de oferecer para o Rafael o CD "The Legacy" do Testment como um case de falta de criatividade artística...


Pirikitus Infernalis

Puuutzzz!!! Uma pura e total bofetada na orelha!

Anos atrás quando ouvi Metallica, Megadeth e Slayer percebi que gostava mesmo desse estilo de som, ai me questionei o que mais esse estilo musical poderia me proporcionar. Durante meu processo de “metallicamaníaco”, descobri que o lugar que eles vieram era bem rico musicalmente, principalmente nesse estilo, a tal da Bay Area. De lá também saíram Heathen, Sadus, Exodus e Testament.

– O CD em 3 partes–

1 - Over the Wall, The Haunting, Burnt Offerings (a melhor do cd) e Raging Waters. Esse começo é algo quase demoníaco de tão bom. Nenhuma falha, nenhum fator negativo, apenas pescoços quebrados.

2 – A partir daqui o cd perde um pouco daquele nível cabuloso, mas nada de possa prejudicar o restante do cd. C.O.T.L.O.D. continua com as bofetadas e First Strike is Deadly possui um solo maravilhoso.

3 – Do or Die possui um refrão que me lembra MUITO Iced Earth, ou seja, é uma música muito boa. Alone in the Dark é o único ponto fraco do cd que volta ao ótimo nível musical com a Apocalyptic City.

Resumindo, um bom cd pra quem curte metal, um ótimo cd pra quem curte Thrash. É como dizia o poeta: “This is the classic Thrash Metal. It kind of sucks, but is always fun to listen”

Ratings:
All music: 8/10
Rateyourmusic: 3.9/5
Metal-archives: 93%

Aaahh, já ia esquecendo. Cara que vota em Ecliptica como um dos 20 melhores merece no máximo um ignore para certos comentários. A magia com que o metal une os amigos é algo considerável.

Top 3: Burnt Offerings (FOOOODAAAA), Over the Wall e First Strike is Deadly. Ponto fraco é a Alone in the Dark.

Nota: 8 bangueadas!


sábado, 27 de agosto de 2011

Judas Priest - Painkiller

O álbum The Painkiller, lançado em 1990 pelo Judas Priest foi escolhido por votação aberta na disputa entre este e Ritual.






Phantom Lord

Judas Priest foi uma banda que demorei um pouco para conhecer. Até o fim dos anos 90 eu praticamente apenas ouvia falar da banda. Era difícil de tocar uma múscia do Judas nas rádios-rock e mesmo os supostos colegas-headbangers pareciam não ter discos da banda. As primeiras músicas do Judas que ficaram gravadas em minha mente, entre 2002 e 2004, são provavelmente as mais óbvias: Breaking the Law de 1980 e Painkiller de 1990, possivelmente adquiridas de um “mp3” ou computador de algum colega. Depois disso surgiu uns cds desta banda no covil... escutei todos, porém só uma coisa me chamou atenção naquele momento: a música Painkiller.

Enfim, passei anos conhecendo pouquíssimas músicas da banda, valorizando apenas as duas músicas já citadas aqui... Até que depois de ouvir um monte de gente elogiando alguns álbuns do Judas, e depois de um visigodo teimoso elogiar incansavelmente o álbum Painkiller, decidi escuta-lo de novo... Afinal já fazia tanto tempo que eu não ouvia um disco do Judas, então acabei dando mais esta “chance” a eles... E desta vez não me arrependi.

O álbum Painkiller começa com nada menos do que a destroçante faixa-título... Painkiller é um hino do heavy metal, tão poderoso que pode acabar ofuscando as outras músicas do álbum (foi o que aconteceu quando ouvi este álbum pelas primeiras vezes). Hellpatrol pode não ser marcante como a faixa-título, mas segue o mesmo estilo e está muito longe de ser ruim. All Guns Blazing é mais uma paulada de alta qualidade do Judas; Leather Rebel não tem a mesma força das faixas anteriores em minha opinião, mas não é um ponto fraco no álbum. Metal Meltdown traz trechos interessantes e criativos e Nightcrawler é ainda mais criativa, erguendo a força do álbum ao nível de All Guns Blazing novamente. Ainda mantendo o ótimo nível musical temos a seqüência Between The Hammer and the Anvil e Touch of Evil (esta última parece uma faixa um pouco mais comercial, pois é mais lenta e chegou a tocar nas rádios algumas vezes).
Para finalizar temos a intro Battle Hymn e One Shot at Glory que tornou-se trilha sonora do Brutal Legends... A mais fraca do álbum em minha opinião, mas ainda assim razoável.

Posso concluir que Painkiller não é um trabalho feito para meros ouvintes de “rádios-rock” nem para aqueles que tendem a preferir músicas mais simples ou comerciais. Os gritos prolongados e agudos de Rob Halford, os ocasionais surtos virtuosos dos guitarristas (Glenn Tipton e/ou K.K. Downing) não devem agradar gente de gosto tão simples. Recomendável para quem gosta do verdadeiro heavy metal...
E como diria uma outra banda: “whimps and posers leave the hall!”
Nota 8,9.

The Trooper

3Que cd! Uma verdadeira bifa na orelha! Se não me engano já tinha ouvido uma vez, mas não prestei muita atenção, e ultimamente fiquei viciado.
Você só pára para pensar no que te atropelou lá na quarta faixa (e eu peguei uma mania de deixar 2 números do volume do celular perto do máximo, colocando no máximo quando chega Leather Rebel). O Painkiller desce na Terra na primeira faixa e a porradaria só pára um pouco antes da batalha final (One Shot At Glory) em Touch of Evil, faixa que quebra um pouco o ritmo para focar em uma ambientação de terror (desnecessário a meu ver, porque Night Crawler já faz isso com primor sem parar de destruir em velocidade). Between The Hammer And The Anvil parece ser uma reciclagem de riffs mas é excepcional.
Este álbum deve ser merecidamente chamado de obra-prima, ele é uma síntese do que é o heavy metal. Destaque para as 7 primeiras (e absurdas) faixas, em especial Night Crawler.
Nota: 9,0.


Metal Mercante
Que paulada!

Painkiller foi uma das melhores coisas que aconteceu depois de uma estúpida viagem de ano novo ao Litoral norte de São Paulo, onde minha “querida” família e eu fomos passando de praia em praia em busca de uma vaga em uma pousada. O problema era que era dia 30/12/199x e que bando de burros vai atrás de vaga em pousada no dia 30? Aparentemente a família do Mercante...
Depois de passar um dia inteiro na porra da estrada a frustração era tanta que meu pai até parou de trocar as fitas do radio e para minha felicidade era uma fita do Judas Priest que ficou tocando e tocando e tocando...A fita era do “Screaming for Vengeance”(1982), mas eu não sabia disso, só sabia que tinha gostado muito e que precisava comprar um CD dessa banda para minha coleção.
No fim de semana consecutivo a passar a virada vendo aquele imbecil do Faustão contar até 10 fui a Galeria do Rock e comprei o primeiro CD do Judas que ví....Painkiller...Sorte?
Até então a única coisa que eu conhecia de Judas era o Screaming e o British Steel, que convenhamos, nem se comparam em termos de agressividade e velocidade ao Painkiller. Os vocais do Rob Halford estão melhores que nunca e eu desafio a todos os cantores de banheiro tentar cantar a parte a partir de 2:55 da música Hell Patrol!
Sinceramente não consigo encontrar músicas fracas nesse cd, todas elas estão muito acima da média, se bobear, “Between the Hammer and the Anvil” é uma das minhas preferidas, mas por muito pouco.
Por fim, sabendo das “preferências” do Rob Halford, desconfio um pouco da música “Touch of Evil” para canta-la em público...


In the night
Come to me
You know I want your Touch of Evil
In the night
Please set me free
I can't resist a Touch of Evil

Aroused with desire
You put me in a trance…


Não sei não…

Nota: 9


The Magician

Painkiller é sem dúvida nenhuma um grande clássico.


Um álbum verdadeiramente pesado que, com seus setups ultra agressivos acompanhados pelo vocal super-estilizado de Rob Halford e por uma das mais impactantes gravações de bateria já escutada no gênero, foi definitivamente uma das grandes contribuições para o “boom” do metal no inicio dos anos 90.

É um marco para a banda e um marco para o Metal em seu apogeu.

Se analisado como um todo, sem minudenciar as canções individualmente, o álbum pode ser considerado mais do que excepcional; sua abordagem sobre os riffs de guitarra é provavelmente a mais empolgante e influente que já escutei, parece ecoar pelas inúmeras discografias metaleiras espalhadas pelo mundo.

Outra característica interessante é que todas as linhas/canais (com exceção do baixo, que tenho a impressão, não foi gravado em Painkiller) são extremamente exibicionistas e ainda assim nem os vocais nem as guitarras e nem a bateria chamam excessiva atenção, ou seja, mesmo com todos os músicos “exagerando” em seus takes, o conjunto não destoa. Ponto para a produção geral do disco.

Esses dois atributos, no entanto, colocam o trabalho de certa forma em um posto de CD caricato, com sonoridade que pode ser acusada de poserismo ou apenas de cafona mesmo. O maior exemplo desta atribuição é a banda-paródia Massacration, que se inspira e rouba arranjos do Judas e timbres vocais de Halford na maior cara de pau, já que “Detonator” seu vocalista, é membro da banda cover do Judas: "Painkiller".

Mas isso em nenhuma hipótese piora ou muda a qualidade do disco do Judas.

Embora até aqui a resenha tenha sido só elogios, percebo algumas pequenas “falhas” em Painkiller.

Os versos de guitarra principais dos sons, aqueles que formam de fato o “dorso” da música juntamente com algumas pontes, são arrebatadores com certeza, mas me parece que as musicas se perdem nos seus refrãos e em pausas que soam estranhas ou fora de contexto sonoro. Este fenômeno se aplica a quase todas as faixas e nos dá impressão de que elas podiam “nos dar um pouquinho mais” ou que chegaram “quase lá”.

Esse entendimento de que “esse refrão podia ser cantado com voz grave” ou “esse lick deveria fechar o refrão” ou qualquer outra alteração na morfologia das composições só não pode ser utilizado ao analisarmos a faixa título Pain Killer, que já nasceu como um grande clássico do gênero. Por achar que esta faixa de abertura é tão absurda acabamos exigindo demais das outras que a seguem, e infelizmente acabam por ser ofuscadas.

Destaque também para as ótimas: “Shot at Glory”, “A Touch of Evil” e principalmente “The Hammer and the Anvil”.

Nota: 8 ou \m/\m/\m/\m/


Pirikitus Infernalis

Painkiller, o que posso dizer é que Graças ao Deus Metal, esse cd fez parte da minha tardia formação! Como esse cd fala por si só, vou colocar algumas curiosidades pessoais.

A minha adoração por esse cd se faz por diversos motivos, alguns óbvios e outros não. O mais recente deles foi quando eu fiquei fora 3 meses por intercambio e precisaria de um leque forte de músicas para aguentar bem esse período. Painkiller foi o principal alicerce desse leque de músicas do mal \m/

Em duas oportunidades de ver o Judas ao vivo, eu consegui pegar 2 set lists completamente diferentes, e somando isso eu tive a oportunidade de ver 6 músicas dessa obra prima ao vivo, incluindo a Between the Hammer and the Anvil na apresentação de 2008.

Enfim o cd...

Começamos pela formação dessa magnífica banda: Halford, K.K., Tipton, Ian Hill e Travis. Praticamente um dream team, só seria melhor se fosse o Holland na bateria...o cara gravou o British, Screaming e Defenders, então fim de papo.

Não muito diferente do que já foi falado, esse cd não te dá permissão pra olhar pro lado, pra pensar em outra coisa, pra ir buscar uma cerveja. Do primeiro segundo de painkiller até os 5:22 da One shot at Glory você é nada mais do que um comandado, e isso é que faz de um cd um ícone de um gênero musical.

Esse cd é totalmente top.

Ps: A gente ouve esses cds e, depois, é obrigado a ouvir que o Bruce é melhor que o Halford...putz!

Nota: 9 com louvor!


Hellraiser
3Isso é um verdadeiro tapa na orelha ! 

O ultimo album com Rob Halford nos vocais, e primeiro com o monstro das baquetas, Mr. Scott Travis ( que pra mim influenciou demais no peso do disco ) é sem duvida alguma o mais pesado, rápido e agressivo da banda. 

Scott Travis já no inicio do álbum mostra por que veio, com uma maravilhosa intro na faixa titulo de deixar os ouvintes de boca aberta. 
Uma performance digna de um grande baterista, o qual já se apresentava como um dos melhores de sua época desde sua banda anterior, o Racer X ( diga-se de passagem, um super grupo ). 

Painkiller é um arregaço de musica. 

Alias isso me lembra também a entrada de Nicko no Iron Maiden, com sua performance na primeira faixa do álbum, quebrando tudo em ``Where Eagles Dare`` 

E depois dessa pancadaria toda, quem ainda achava que a banda iria descansar, muito se enganou. 
O álbum conta com excelentes faixas, até o termino dele. 
O álbum é totalmente dinâmico, sem pausa para respirar, mesmo nas faixas mais cadenciadas, o ouvinte se prende por total na audição. 

Minhas preferidas alem da faixa de abertura são ( praticamente todas ), mas ainda assim, destaco ``Hell Patrol``, ``All Guns Blazing``, ``Night Crawler`` e as magníficas ``Between the Hammer and the Anvil`` e ``A Touch of Evil`` que acho sensacionais !!! 

Um dos melhores álbuns dos anos 90. 
Nota 9,1

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Bruce Dickinson - The Chemical Wedding

O álbum The Chemical Wedding, lançado em 1998 por Bruce Dickinson foi escolhido por votação aberta na disputa entre este e Mondo Bizarro.



Phantom Lord

Mais um trabalho do Bruce Dickinson no blog... Justo, afinal se o Accident of Birth apareceu por aqui, porque o Chemical Wedding não deveria aparecer?

Ouvi este disco pela primeira vez lá pelo ano de 98, quando ainda era possível escutar boas músicas como Psychoman, Psycho Circus e Chemical Wedding nas rádios. Minha opinião não mudou muito desde aquela época: este disco é praticamente tão bom quanto seu antecessor. Talvez umas músicas pareçam um pouco menos inspiradas, mas por um outro lado parecem mais pesadas.
O cd começa bem com a paulada King in Crimson, segue com a marcante faixa-título e a ótima The Tower.
Book of Thel merece uma atenção especial: poucas bandas de heavy metal conseguem fazer músicas longas realmente boas do começo ao fim (sem mudanças bruscas de ritmo, por exemplo)... Book of Thel tem mais de 8 minutos de duração, e não possuí falha alguma! As três músicas seguintes também são definitivamente boas.
Enfim, não há nada que realmente possa ser chamado de ponto-fraco em The Chemical Wedding, mas existem três músicas que eu considero menos interessantes: Killing Floor, Machine Man e Chemical Wedding Part 2.... ops, eu quis dizer The Alchemist.

Apesar dos “pormenores”, posso concluir que este ainda é um álbum equilibrado, as poucas músicas menos interessantes merecem ao menos nota 6,5, e as melhores 9,0.
Imaginar que conheci fanfarrões que afirmaram que as duas últimas faixas são as melhores músicas deste álbum. Tsc tsc, tem gosto pra tudo mesmo...
Nota 8,4.



Metal Mercante
The Chemical Wedding sempre foi um cd problemático para eu comentar. Da mesma forma que “And Justice for all” do Metallica esse CD veio depois de uma obra prima – Nesse caso o Accident of Birth – e não trouxe praticamente nada de novo para meus ouvidos. Além disso, acredito que se embaralhássemos as músicas do Accident com as do Chemical em um saco e fizéssemos 11 sorteios (12 músicas no Accident e 10 no Chemical) não seria possível notar diferenças bruscas de continuidade no CD.

Em minha opinião as grandes obras do Metal surgiram na maioria dos casos da reinvenção da própria banda buscando uma identidade e não de um trabalho de continuação de algo que a banda já havia feito. Exemplos disso, são o Accident of Birth do Bruce Dickinson, o Brave New World do Iron Maiden, o Imaginations from the other side e depois o Nightfall in Middleearth do Blind Guardian, Louder than Hell do Manowar, Rust in Peace do Megadeth, Ride the Lightning, Master e o Black Album do Metallica, os Keepers e depois de muitos anos o The Dark Ride do Helloween , Tunes of War do Grave Digger, Rebirth do Angra e por aí vai…

…A maioria desses cds já foi aclamada aqui no nosso blog e todos eles foram obras que redefiniram as bandas, agradaram e atraíram fãs pelo mundo inteiro, porém os próximos cds que seguiram geralmente não tiveram o mesmo impacto que seus predecessores.
Só de olhar para as notas dos metalcólatras no link (aqui) é possível perceber como os cds posteriores a uma obra prima geralmente não são tão bem recebibos. Os exemplos mais evidentes são o Knights of the Cross do Grave Digger, o pobre Dance of Death do Maiden, and Justice for all do Metallica, e até certo ponto o at edge of time do Blind Guardian, todos eles essencialmente uma “cópia” do seu antecessor.

The Chemical Wedding acaba caindo na mesma linha de cds que tentam se aproveitar do sucesso do anterior e isso geralmente tende a atrapalhar o processo criativo, pois o medo de não conseguir criar nada a par com a obra anterior limita as opções do artista.
Como minha nota para o Accident foi 9...

PS: Como reclamei bastante no post do Slipknot, não pensem que eu não ouvi a discotecagem no final da música “Machine Man”...


...nota: 8,0

The Trooper
3Ótimo trabalho, o ponto mais marcante deste álbum está nas guitarras e baixo, composições excepcionais de cabo a rabo levam o ouvinte durante toda a viagem das letras, heavy metal indiscutível, mas ainda acho que Accident of Birth tem uma pegada mais pesada e suas baladas são mais marcantes.


De qualquer maneira, não há como remover esse álbum de sua coleção, sempre ficará aquela sensação que falta algo. Destaque para King In Crimson, The Tower, Trumpets of Jericho e Machine Men.
Nota: 8,4



The Magician


Se alguém aí souber como exprimir em um post a essência de uma Obra-Prima me avisem, por favor.

Para explicar uma obra desta magnitude, um simples texto em um blog de uns metaleiros malucos pouco ajuda. Qualquer subsidio vocabular aqui utilizado se torna limitado ou pobre ao tentar traduzir a qualidade dessa raríssima e singular peça do Heavy Metal. No entanto, farei minha parte.

De tudo aquilo que o Heavy Metal gerou em sua história, o disco “The Chemical Wedding” (TCW) está entre as produções mais essenciais e qualificadas da cena como um todo. O projeto inteiro – da capa ao contexto, de sua estrutura à sonoridade – é uma das mais plausíveis criações deste universo.


Acredito que Bruce Dickinson com seu segundo trabalho dentro do Metal despontava como um grande nome para uma promissora carreira solo, mas infelizmente se viu obrigado a voltar ao IronMaiden durante o período que os especialistas (Metalcólatras) chamam de “A grande depressão do Heavy Metal” em meados da virada do século, justamente para fortalecer este mercado (e até certo ponto conseguiram, mas isso é história para um outro post...).


Ainda assim sua curta discografia foi capaz de se imortalizar.


No álbum anterior – Accident of Birth (AoB) - o compositor-vocalista apresentou o trabalho consolidado sobre temas muito mais obscuros do que o Maiden fazia (há de se dizer que os ingleses eram freqüentemente mais generalistas, levando em consideração sua projeção e pré-repercussão dos seus trabalhos na mídia geral) e essa proposta-solo ligada ao ocultismo no entanto, não se apega ao ‘mitológico’ ou ao ‘fantasioso’ - já desgastados pela prática metaleira -, e sim à uma fonte literária histórica de viés profético. A criação desta atmosfera misteriosa/cabalística em suas músicas teve sua continuidade aprofundada em um contexto soturno registrado aqui em TCW.


Buscando uma maneira de se desvencilhar da imagem de sua antiga banda sem ter que partir para um caminho mais “pop”como já tinha feito antes, esses temas formaram a base que Bruce adotou para seus trabalhos próprios, criando com primazia uma inconfundível identidade musical.


Para materializar as idéias do excêntrico Dickinson estava novamente ao seu lado Roy Z. Com a competência de sempre produziu com esplendor o material sonoro e visual do encarte, totalmente condizente com a proposta dramática do álbum. O acabamento do material gráfico nos remete à baixa idade das trevas por causa de sua simbologia mística, grafias arcaicas e principalmente devido às estranhas ilustrações retiradas da coleção do poeta/artista britânico William Blake (cortesia do Tate Gallery -Londres). Ao tempo que você lê as letras e visualiza as pinturas do encarte enquanto escuta suas canções, automaticamente é enviado para o insólito e nefasto mundo proposto por Dickinson. Tudo parece convergir em apenas uma única proposta.


Mas é claro que a parte mais valiosa desta obra é contida em seu magnífico material sonoro.


As composições e melodias são perfeitas e somente esses fatores já seriam suficientes para manter este ótimo trabalho no nível de AoB. No melhor estilo Bruce as composições não falham em nenhum momento do álbum, mas sempre providenciam arranjos que moldam temas melancólicos ou sombrios. Para ilustrar esta ambientação, algumas músicas foram gravadas com afinação de D# (meio tom abaixo).


Entretanto, o que de fato difere este álbum é sua proposta de embutir peso às canções, se AoB progride sobre os interlúdios, TCW é extremamente direto e contundente diminuindo o ritmo apenas nas ótimas baladas “Gates of Urizen” e “Jerusalem”. Para isso apresenta características surpreendentes, como:


- o comportamento vocal menos virtuoso e mais grave, às vezes dissimulados para preencher a temática aterradora;


- a ênfase instrumental, pois diferente de sua obra precursora os instrumentistas se destacam nas suas partes, sejam nas pujantes bases ou nos melodiosos e afiados solos grande parte do tempo das músicas é dedicada às apresentações instrumentais, onde o grande exemplo está na destruidora é inesquecível faixa “Book of Thel” (provavelmente a melhor de todas criações de Bruce);


- texturas e efeitos sonoros complementares enriquecem as composições como se pode perceber principalmente na faixa “Chemical Wedding” e por todo o decorrer do álbum, considerando que a maioria destes sons foram reproduzidos por sintetizadores de guitarras colocados por Roy, sendo que apenas na faixa “Killing Floor” é utilizado o auxilio de teclados;


- e por fim o experimentalismo acertado nas faixas “Machine Men” e “Trumpets of Jericho” onde a banda flerta com o rock moderno, sendo pela escolha das distorções ou pelo ritmo quebrado das guitarras.


O resultado final foi a concepção de um dos principais lançamentos do gênero nos anos 90, que imprimia a personalidade não de apenas um vocalista virtuoso em sua jornada solista, mas sim de uma verdadeira banda com personalidade e proposta bastante claras.


Para os verdadeiros apreciadores do gênero, The Chemical Wedding é uma obra genial de conteúdo grandioso e complexo, mas se eu pudesse resumi-lo em poucas palavras diria que é um dos mais marcantes, sombrios e sofisticados discos de Heavy Metal de todos os tempos.


Épico por excelência.


Nota: 9,7 ou \m/\m/\m/\m/\m/.

Pirikitus Infernalis

The Chemical Wedding é o sucessor de Accident of Birth e, provavelmente, o cd mais adorado e conhecido do Bruce. Eu enxergo nele muitas características que foram retiradas dos álbuns anteriores do Iron Maiden, e isso é um ponto de muita qualidade.

A formação continua a mesma do seu antecessor AOB, com Adrian Smith e Roy Z nas guitarras, Eddie Casillas no baixo e David Ingraham nas baquetas. O que muda são os já conhecidos artistas convidados, bastante utilizados pelo mestre Bruce. Apesar de o grupo mostrar uma originalidade menor quando comparado ao AOB, esse cd continua mantendo a sua boa qualidade tanto lírica, como musical.

Falar música a música é surfar no Tsunami, já que meus companheiros falaram o suficiente. Algumas observações podem ser ditas, como o fato de Chemical Wedding ser tocada nas rádios na época em que o gosto musical era menos sofrível (agora raramente se ouve algo na Kiss, quando a mesma não está tocando Zeppelin). Book of Thel merece um destaque na perfeição com a qual Bruce administra sua variação rítmica. Jerusalém possui uma climatização digna de ser aplaudida de pé. The Tower é algo surreal, mesmo eu odiando esperar ela começar no álbum Scream for me Brazil. E pra finalizar temos The Alchemist....Aaaahh The Alchemist, essa música me remete aos bons tempos de Diablo 2, onde ela tocava repetidamente nas várias e intermináveis madrugadas de jogatina, com certeza é especial.

Bruce mostra que é uma das maiores cabeças pensantes do metal. Um cara que não se limita, não é a toa que o cara é historiador, aviador e tenor. Aliando essa sede de conhecimento a uma ótima capacidade de transformar boas histórias em música, temos esse cd que também faz parte da discografia básica de qualquer metaleiro, mesmo estando centímetros abaixo do seu ponto mais alto: Accident of Birth.

Top 3: The Tower, Boof of Thel e The Alchemist.



quinta-feira, 28 de julho de 2011

Megadeth - Cryptic Writings

O álbum Cryptic Writings, lançado em 1997 pelo Megadeth foi escolhido por votação aberta na disputa entre este e The Dark Ride.



Phantom Lord

Quando eu era um “metaleiro-de-gosto-limitado” lá pelo ano de 1998, ouvi pela primeira vez a música Trust na 89 (a Rádio Rock)... e apesar de toda resistência que eu tinha em conhecer bandas novas, imediatamente achei tal música excelente!
Há quem considere Cryptic Writings “leve” e/ou comercial... mas acho que tais críticas são feitas por “thrashers” saudosistas que preferem os primeiros álbuns do Megadeth (do Rust in Piece para trás).
Me emprestaram este cd duas ou três vezes entre 1998 e 2005, e cada vez que eu ouvia eu passava a gostar mais de suas músicas. Para mim Trust, ao lado de Symphony of Destruction e Tornado of Souls são as melhores músicas do Megadeth. Gosto de praticamente todas as músicas deste álbum, Almost Honest, Use the Man (com seu começo lerdo), Mastermind (meio falada), The Desintegrators (velho estilo pauleira), I´ll Get Even, Sin (vocal meio falado de novo), Secret Place, Have Will Cool Travel ("bonito nome de música"), She-Wolf (uma das melhores do disco), Vortex e...
Então... o disco tem muitas músicas boas, podia parar aí, mas pra fechar com “chave-de-alumínio” temos Motorbreath 2... não é ruim mas é um lapso do Sr. Mustaine...
Ainda assim, este é um dos meus discos favoritos de heavy metal.
Nota 9,0.

The Trooper
3
Mais um de meus álbuns favoritos no blog, inclusive já o citei na resenha de Countdown to Extinction, então nem tenho muito o que escrever. É um trabalho mais cadenciado, com certo peso, mas não muito rápido, acelerando nos momentos certos e contando com uma qualidade instrumental impressionante. As letras sempre corrosivas (embora neste álbum, algumas mais mundanas - do tipo "você foi embora" - apareçam) e riffs e solos de guitarras excepcionais deixam esse álbum com a nota próxima do máximo. Às vezes me pergunto, dando razão para os megavedeths, por que diabos eu dou uma nota para este trabalho maior do que a nota que dei para Rust in Piece? (fiquei em dúvida especialmente depois de ouvir o Cryptic e colocar o Rust na sequência - que abre com a estrondosa Holy Wars) E a resposta é: equilíbrio, nenhuma faixa deixa a peteca cair, um álbum bem planejado, produzido, executado. Discordo de Phantom Lord sobre FFF, chave de alumínio não, no mínimo prata. E daí que seja igual a Motorbreath? Quem bolou a joça do riff foi o Mustaine, além disso, ao contrário de Mechanix, acho que superou a "original".
Só mais uma coisa sobre Megadeth: tem gente que não curte o vocal do Mustaine (ok, ele só tá lá pra botar a letra mesmo e tocar guitarra), mas é impossível desconsiderar o instrumental dessa banda, se você ouve uma Tornado of Souls e não curte, é porque você não é metaleiro, pode até ser um eclético que ouve metal, mas não metaleiro. Eu posso até ouvir outro tipo de som, mas o que ferve meu sangue é heavy metal e Megadeth com certeza é heavy metal.

Nota: 9,0.


Metal Mercante
O ano era 1997 o mundo ainda estava se recuperando das maiores decepções coletivas já sofridas pela humanidade, depois da teoria da Evolução, que foram lançamento do LOAD em 1996, do ReLoad em 1997 e do corte de cabelo do Bruce Dickinson que vieram para finalizar de vez com o que havia sobrado do Heavy Metal. Os 2 álbuns do Metallica foram um lixo completo, mas não tem nada mais deprimente do que um Metaleiro tentando “Headbanguear” de cabelo curto enquanto toca sua “air guitar”...eu sei, é triste...

Porém, em meio a toda essa desgraça o Heavy Metal ainda tinha mais um último suspiro a ser dado e para isso estava lá Dave Mustaine, Paladino do Metal, campeão de Guitar Hero, rejeitado pelo Metallica, líder da banda Megadeth a qual escreveu mais uma obra de arte no seu cd Criptic Writings, sendo que este era o seu quarto álbum lançado em 7 anos todos eles muito diferentes entre sí, mas todos absurdamente bons.
CW é sem dúvidas mais comercial do que as obras anteriores e provavelmente vem de um esforço da banda em deixar o som mais simples do que os cds anteriores, principalmente “Rust in Peace” o que ela conseguiu principalmente mantendo a boa qualidade do som. Apesar de ter 13 músicas, são poucas que ultrapassam a marca dos 4 minutos o que deixa pouco espaço para devaneios e as músicas sempre vão direto ao ponto o que é bom e faz com que o álbum seja acessível a um número maior de pessoas.

Nota: 9

Maurock


Neste álbum, boas canções, “boa voz” e é claro um bom Heavy-Trash-Metal do Megadeth, e fim de papo!
David Mustaine e suas oscilações vocais nesse álbum e nos anteriores. Mas as suas composições me levaram a pensar se ainda estivesse no Metallica?. Mas acho que ninguém se importaria, pois a banda sem ele mandou muito bem naquela época. A vingança de Mustaine foi o Megadeth!
Honestamente as músicas preferidas do álbum são todas do fim do álbum: A Secret Place, Vortex, She-Wolf e FFF.
Ah, quase ia me esquecendo da última faixa " FFF " com o Riff igual ao da música " Motorbreath " do Metallica. Conforme mencionado pelo The Tropper o que é bom tem que ser copiado e também melhorado!
Nota: 8,0

The Magician
Heavy Metal tem muitas facetas: seus temas, sua técnica, o peso e também a energia. Megadeth é com certeza a tradução deste ultimo aspecto: a energia – quando você escuta parece que uma poderosa corrente elétrica atinge e atravessa sua cabeça te despertando a ponto de esbugalhar os olhos.

Eu diria que foi realmente emocionante escutar novamente - depois de ANOS - este CD, mas a trupe americana não emociona. Suas canções nunca tiveram esta intenção, elas instigam a revolta e o “bangerismo involuntário” e são verdadeiras bifas na orelha!! A verdade é que não dá vontade de resenhar só para continuar escutando este álbum até estourar os tímpanos.

Quem dera tivesse um desse toda semana para comentarmos aqui no blog... mas enfim, vamos lá.

No dia 28/3/2011 fui categórico: “Countdown to Extinction é o melhor CD do Megadeth...”.

No dia 28 de março não escrevi a verdade, pelo menos não toda ela, pois ao lado daquele trabalho, figurando como melhor disco do Megadeth está com certeza o álbum de 1997 - “Cryptic Writings”. Este álbum forma ao lado de CountDown e Rust uma tríplice de obras que provavelmente coloca os americanos no pódio das 3 maiores bandas de Heavy Metal do planeta.

Mustaine e cia. nunca estiveram tão inspirados, ainda mais levando em consideração que em CW eles trabalham com uma sonoridade menos estridente e agressiva do que em lançamentos anteriores (característica principal do som da banda, que ainda está presente por sinal), e atuam sobre linhas mais graves e pesadas. Acredito que boa parte desse peso já estava nos dois álbuns anteriores, mas aqui se percebe com clareza a abreviação dos excêntricos solos de guitarras tanto em quantidade quanto em extensão, alem de economizarem também nos licks afiados de Martin Friedman.

Mas como o foco ainda é guitarra – e quando falamos em Megadeth creio que sempre será – o que sobra desta vez são os riffs matadores e principalmente os grooves infernais invocados pelas batidas no bordão da guitarra Dean do líder malucão. O som de uma verdadeira marcha demoníaca.

Com uma produção extremamente trabalhada, na verdade a melhor produção de um release do Megadeth, várias passagens são dignas de nota:

Com a cadência mais lenta nas faixas “Trust”, “She Wolf” (sim, cadenciada) e “My Secret Place” a responsabilidade sobre as melodias aumenta, e os caras deram conta do recado como nunca, gerando as melhores composições se tratando de melodia na carreira megadethiana.

A faixa “The Desintegrators” é um flashback da fase anos 80 da banda – uma cacetada sem intervalos ou pausas - , e “Have Cool, Will Travel” e “Vortex” seguem uma linha semelhante e são faixas-arrasa-quarteirão.

Com certeza toda a alucinante trilha sonora do game Quake 2(PC e Playstation) foi inspirada na música “Mastermind”. Normalmente não gosto do estilo “falado” de canto com batidas quebradas, mas neste caso tiro o chapéu para Mustaine.

E Por fim: as faixas “Sin” e “I’ll Get Even” (a mais pop do CD) são mais combustível para este turbilhão, enquanto “Use the Man” e “Almost Honest” são definitivamente as melhores faixas, caso tivesse que escolher alguma.

Cryptic Writings foi a despedida de Menza e a despedida dos ótimos álbuns feitos pelo MD, e sim, eu escutei o End Game...


Eu juro....

Juro que queria acabar aqui e não falar mal sobre algo neste álbum, que não apresenta nenhum petardo no nível de “Tornado of Souls” ou “Skin o’ my teeth”, mas que com certeza é o mais equilibrado mantendo um nível altíssimo em todo seu decorrer. Mas, como puderam reparar não escrevi nada sobre Fight For Freedom (FFF), a última faixa do álbum que pode ser descrita como um FETO, um NASCITURO incompleto e deficiente da música “Motorbreath” presente no primeiro CD do Metallica.

Por isso, e só por isso, por essas atitudes invejosas e carentes do Sr. Mustaine, o Megadeth SEMPRE será comparado ao Metallica e destinado a morrer em sua sombra!

E tarda mas não falha, aqui vai:




Independente do mico que represente esta participação de Mustaine no DVD “Some Kind of Monster” de 2004, é acima de tudo um TAPA NA CARA nos fãs do Megadeth, uma bela cusparada no prato que comeu por 20 anos.
“...tudo o que vocês tocam se torna ouro...”
- Dave Mustaine líder do Megadeth -
Nota: 9,1 ou \m/\m/\m/\m/\m/

Pirikitus Infernalis

Cryptic Writings, um cd que beira o meu fanatismo.

Último cd da formação monstra Mustaine/Menza/Ellefson/Friedman, esse cd possui uma veia um pouco mais comercial do que os anteriores, o que transformou ele em um verdadeiro sucesso. Não adianta, vamos direto ao assunto. Mustaine é o cara, ele escreveu todas as músicas (nem todas sozinhos), tem uma veia musical absurda, um feeling pro bom heavy metal e uma seleção de músicos do seu lado, não teria como ser diferente.

Nesse CDs temos porradas como The Disintegrators, musicas mais calmas como A Secret Place, sucessos como Trust, uma música mais alternativa/pop como Almost Honest, um dos melhores solos da história como She-Wolf...agora, qual a semelhança entre todas essas músicas? Elas são todas impecavelmente perfeitas. Não possui um defeito, uma sensação de que algo não deveria estar em determinado lugar em determinado momento. Simplesmente awesome!

Sobre a formação, não tem muito o que falar além do que já foi falado nas outras resenhas. Apenas uma observação...Nick Menza + 2 baquetas = Monstro!

Mustaine é um dos músicos mais respeitados no cenário heavy mundial, mas como pessoa o cara se complica. Sempre fez idiotices e quando a gente pensa que o cara mudou, faz mais uma. Desde sua aparição bizarra no documentário “Some Kind of Monster” até o fato de dizer que seu atual guitarrista Chris Broderick (realmente muito bom) é melhor do que o genioso Friedmann. De se recusar a fazer um show com a banda grega Rotting Christ, mas dividir palcos com a nada católica $layer. Não bastasse todos os vexames pitorescos e intrigas bisonhas que ele vem colhendo e plantando ao longo de sua carreira, o cara nunca vai conseguir superar o fato de não estar no Metallica, mesmo eles lançando um lixo como Reload no mesmo ano que o Megadeth lançou uma masterpiece como C.W.

É aquela velha história, a grama do vizinho é sempre mais verde...

O ponto fraco fica por conta de Sin e Vortex que não são tão boas como as outras. Único motivo pelo qual o cd não toma uma nota10.

Nota: 9,0

"We say retribution, We say vengeance is bliss
We say revolution, With a cast-iron fist

Coming down the road, Watching every move
Kicking in the door, Taking what we choose

Anarchy's coming to town, A feiry invader
Burning it down to the ground, The Disintegrators"



quarta-feira, 13 de julho de 2011

Running Wild - Black Hand Inn


O álbum Black Hand Inn, lançado em 1994 pelo Running Wild foi escolhido por votação aberta na disputa entre este e Powerslave.



Phantom Lord

No fim dos anos 90 apresentaram-me a banda Running Wild através do cd Black Hand Inn. Ainda me lembro de como fiquei impressionado com as faixas Black Hand Inn, Soulless e Fight the Fire of Hate. Era época de conhecer novos trabalhos de heavy metal (sair do arroz-feijão, quer dizer metallica-maiden) e este álbum do Running deu uma forcinha... ao lado de Louder Than Hell, Tunes of War, Ozzmosis, Reunion e Renegade, o Black Hand Inn me ajudou a perceber a amplitude deste gênero musical. Porém me lembro que achei as outras músicas do cd meramente complementares e aparentemente repetitivas.
Anos depois ouvi a música Metalhead na rádio (o velho Backstage...) o que me despertou o interesse pela banda novamente... Ouvi mais dois álbuns de estúdio e uma coletânea (esta via Julião)... encontrei algumas músicas boas, mas notei que havia uma generosa dose de repetividade pela discografia do Running Wild.

As músicas do Black Hand Inn seguem um padrão de ritmo consideravelmente acelerado e ainda que muitas delas sejam semelhantes entre si, o trabalho como um todo ficou muito bom.

Enfim, com o passar do tempo, ouvi o Black Hand Inn do Running Wild várias vezes e concluí que este é um dos melhores discos de “metal-redundante” ou “metal-repetitivo” de todos os tempos. Creio que seu único ponto fraco seja a prolongada faixa Genesis.
Nota 8,0.



The Trooper
3
Eu tenho um certo problema em analisar bandas como Running Wild, Motorhead e Ramones, não tenho paciência para ouvir 1 hora de músicas quase iguais. Quando ouvi Mondo Bizarro e Inferno, fiquei positivamente impressionado pelas bandas terem saído de seu padrão, mas não ouvi nada assim do Running Wild ainda.
Sobre Black Hand Inn, eu não sei porque exatamente, não me chama a atenção. Talvez seja o vocalista, talvez o ritmo empregado pela bateria em todo o trabalho, embora as músicas individualmente sejam razoáveis. Acho que posso usar a frase da avó do Julião para Running Wild: "muito ajuda quem não atrapalha".
Meu destaque vai para a capa, muito boa (embora o maluco da esquerda pareça o Harrison Ford), algumas letras bem interessantes e a faixa Freewind Rider (a que mais sai do padrão).
P.s.: Magician, a faixa Genesis é um resumo daqueles seus dvds sobre U.F.O.s.
Nota: 6,7


Metal Mercante
Black Hand Inn, uma das maiores surpresas do metal para mim.
Não consigo me recordar direito de onde foi que surgiu esse cd na minha vida. Duas hipóteses, ou foi o Metal Kilo que apareceu com isso não sei da onde ou foi em um daqueles cds que meu pai comprou na Sta. Ifigênia com 500 músicas de Metal (onde duas são boas...)

De qualquer forma, assim que ouvi pela primeira vez a música “Black Hand Inn” fui imediatamente a Galeria do Rock comprar esse cd pra mim e fiquei mais impressionado ainda.

Esse é um daqueles cds em que “os caras estava, inspirados”, não consigo encontrar pontos fracos e todas as músicas são grudentas no formato padrão sem firulas nem nada. O Running Wild vai direto ao ponto nesse álbum.

Outra coisa que gostei bastante é o trabalho da guitarras, não por ser técnico ou rápido e sim por causa dos Riffzinhos repetitivos no melhor estilo Iron Maiden que todos nós adoramos. Riffs esses dignos de um “Ô o oooo Ô, Ô o oooo Ô... Ô o oooo Ô” em uma versão ao vivo, escute esse cd algumas vezes e você entenderá...

Falando em “Ô o oooo Ô, Ô o oooo Ô... Ô o oooo Ô”, além das músicas absurdas que se encontram nesse cd como Black Hand inn, Dragonmen, Freewind Rider e Powder and Iron tem a “maldita” música “Genesis” com um dos Riffs de guitarras mais grudentos que existe. Por várias vezes enquanto re-escutava este cd para o blog eu me pegava cantarolando ou assobiando esse riff, simplesmente animal...

The Magician

Pra variar os Metalcólatras que escreveram anteriormente foram direto ao ponto: repetitivo e inspirado.

Prefiro chamar o repetitivo de consistente, daí concluímos que Black Hand Inn é realmente um grande álbum.

O CD é uma barulhada incessante e a peteca não cai, e esse pragmatismo sim é uma característica do verdadeiro genuíno Power Metal alemão. Sem preciosismo em excesso e sem experimentalismo o material não necessita de ouvidos exigentes para sua apreciação, basta que se admire o velho e bom som pesado de guitarras distorcidas, vocal semi arranhado e bateria frenética.

Ainda por cima podemos distinguir entre as músicas algumas criações singulares e super-inspiradas como “Soulless” e “Fight the Fire of Hate” e outras que se destacam embora não tenham sido criadas no mesmo lampejo de criatividade que as outras duas citadas, como: “Black Hand Inn”, “The Phantom of Black Hand Hill” e “Dragonmen” (aliás quem criou a cavalgada na guitarra é um gênio, o galope da palheta sobre os bordões salva QUALQUER música, só não deve salvar axé...).

As músicas dão bastante foco às guitarras (inspiradas) e vocal, mas a bateria também sobra, e o baixo completa o conjunto com o básico do básico. O som geral possui certas limitações técnicas, o que não chega a ser um empecilho para o bom resultado final do trabalho em questão.

O que de fato importa é que na contramão dessas características de acessibilidade e de fácil digestão já citadas, estão os fatores de repetição que desgastam o som. Os guitarristas não exploram sets de distorções variados e o vocal de Kasparek é limitado e poluído com ecos, sem grandes variações tonais ou de texturas.

Esses pontos fracos não seriam percebidos..., não se o CD fosse mais breve e não somasse o total de uma hora e cinco minutos, que acabam “sublinhando” essas falhas.

Em suma o álbum é fácil de gostar e fácil de enjoar.

Eu diria que o CD “Black Hand Inn” seria uma boa pedida em uma festa-metal ou como som de fundo em casa de shows durante os intervalos. Com exceção de uma ou duas faixas, a cadencia acelerada se vicia, e amarra uma música à outra.

Black Hand Inn é um produto pirata... mas um produto pirata de qualidade!

Nota: 7,5 ou \m/\m/\m/\m/



Pirikitus Infernalis

Um cd que só eu e Venâncio votamos, mas conseguimos a vitória. Como disse o Phantom Lord, um dos melhores cds redundantes da história do metal.

Cheguei até esse cd pela música Under Jolly Roger, um dos hits da banda. Achei aquela música sensacional e fui atrás da banda, que não é tão sensacional assim, mas proporcionou aos fãs do gênero uma extensa lista do bom e puro pirate heavy metal.

O som dos caras segue uma pegada power alemão, típica de Grave Digger e Rebellion, com uma base muita forte e sem muito espaço pra farofada. Todas as músicas são muito empolgantes, porém ouvir uma trás da outra complica as coisas. Eu que geralmente vou ouvindo no trabalho, sempre perdia minha atenção e quando via já tinha passado umas 3 músicas que eu tinha que voltar.

É aquela coisa, se colocar um cd inteiro para ser a trilha de fundo de um churrasco, logo ela se tornará nula, porém se colocar uma música do Running Wild no meio de uma lista de metal melódico, teremos um “Acenderê”!

A trinca de ouro fica por conta de Black Hand Inn, Fight the Fire of Hate e Dancing on the Minefield. O ponto fraco fica pela extensão da música Genesis, que não possui uma força para prender a atenção do ouvinte durante os seus 15 minutos.

Nota: 8