sábado, 24 de maio de 2014

EdGuy - Space Police

O álbum Space Police - Defenders of the Crown lançado pelo EdGuy em 2014, foi escolhido para a análise por The Trooper.


Faixas: 01-Sabre & Torch; 02-Space Police; 03-Defenders of the Crown; 04-Love Tyger; 05-The Realms of Baba Yaga; 06-Rock me Amadeus; 07-Do me Like a Caveman; 08-Shadow Eaters; 09-Alone in Myself; 10-The Eternal Wayfarer.

The Trooper
3Edguy não havia aparecido no blog ainda, e eu pensei "Por que não?", e aí está o último lançamento dos caras. O comentário do Mercante, contra a "bonjovização" do metal, levou-me a questionar "do que diabos ele está falando?", mas quando cheguei na faixa Love Tyger encontrei a resposta, um belo hard rock farofa, diferente da maior parte do álbum no entanto (com a óbvia exceção de Alone in Myself).
Eu ganhei o álbum Hellfire Club de presente de aniversário em 2005, e para ser sincero não vi nenhuma diferença abissal entre aquele trabalho e este, para mim, Edguy é isso, heavy metal, humor, riffs legais e uns ritmos alegrões que diminuem um pouco a chance d'eu gostar muito da banda. Um exemplo claro do que eu estou falando se dá na faixa The Realms of Baba Yaga, que começa com uns riffs de guitarra muito bons e entra em bridges e refrãos alegrões que acabam por deixar a música besta quando ela estava pesadona.
Enfim, é Edguy, o que significa músicas boas com partes entediantes, no geral eu achei legalzinho, pelo menos eu dei risada com a letra de Do me Like a Caveman.
Destaque para Sabre & Torch, a única porrada na orelha do início ao fim.

p.s.: Usando um artifício do Pirikitus: Shamepit para a faixa cover Rock me Amadeus.

Nota: \m/\m/\m/

Metal Mercante
Amadeus, Amadeus…Ô, Ô, ô Amadeus…

Ai meu Deus…pode onde começar nesse travesti de cd?

Escutei esse cd uma paulada de vezes, pois ele foi lançado um pouco depois do lançamento da expansão do Diablo III, então enquanto jogava D3 eu escutava esse troço e para um cara que tem um personagem de cada classe no nível máximo (algo que eu não tenho orgulho algum) isso significa muitas vezes no repeat.

A única música que chama atenção no álbum inteiro é uma que é um cover ridículo de uma música ridícula cuja única intenção é ficar repetindo uma palavra só por várias vezes e todo mundo sabe como isso é contagiante.

De resto é um monte de músicas com aquela pegada mais cômica que o Edguy sempre teve, mas sem nem chegar perto dos dias de glória do Mandrake ou das pauladas do começo da carreira da banda como “The Headless Game”, “Vain Glory Opera”, “How many miles” e por aí vai…

É difícil dar destaque para alguma música, talvez “Defenders of the Crown”…

PS: E essa capa? É um Freddie Mercury espacial sendo atacado por um alienígena?

Nota: 5,5 

Phantom Lord
De fato demorou para a banda do mentor do projeto Avantasia aparecer neste blog... 
Space Police é o segundo álbum do Edguy que eu escuto na íntegra e aparentemente apresenta diversas faixas de heavy e power metal com algumas poucas que saem deste eixo. As influências deste trabalho do Edguy são claras: Helloween (em diversos trechos tanto instrumentais como vocais) e algumas das bandas manjadas do NWOBM, como Iron Maiden (Tobias às vezes se aproxima muito do estilo do Bruce) e Saxon (o ritmo + distorção da faixa Sabre & Torch e a introdução de The Realms of Baba Yaga, por exemplo se parecem com algumas músicas/elementos do álbum Inner Sanctum). Porém existem algumas exceções: Love Tyger é um hard rock com forte influências de bandas que popularizaram-se durante os anos 80... Em minha opinião, muito próxima das músicas do Van Halen... Parece absurdo, mas esta música me pareceu mais inspirada do que as duas faixas anteriores, que quase caem na categoria do Powerless Metal (típico de várias bandinhas escandinavas que seguem o subgênero sem adicionar nada). Já o cover de Rock me Amadeus de um tal Falco... O que dizer? Pop rock "oitentista" com pitadas de Rap... Uma combinação das mais cafonas possíveis. 
Além destas esquisitisses, o teclado aparece em alguns trechos de diversas músicas, sendo que em algumas destas músicas, sua participação é notoriamente boba alegre e/ou brega. 

Concluindo, o disco apresenta o grande potencial da banda, porém não ultrapassa a linha do "apenas bom" e se eu não contasse "Rock me Amadeus" nesta avaliação, a nota final do Space Police - Defenders of the Crown seria significantemente melhor... 

Sabre & Torch 7,9 
Space Police 7,0 
Defenders of the Crown 7,0 
Love Tyger 7,3 
The Realms of Baba Yaga 7,2 
Rock me Amadeus [cover] 5,4 
Do me Like a Caveman 7,0 
 Shadow Eaters 7,5 
Alone in Myself 7,0 
The Eternal Wayfarer 7,2 

 Nota Final: 7,0


The Magician
Ótima proposta do Trooper! 

O Edguy faz parte da excepcional safra de bandas alemãs noventistas de Heavy Metal e já demorava para aparecer no nosso blog, que honrou presenças de bandas bem menos expressivas ou merecedoras.

Suas referências (do trabalho em questão e da banda) são claramente vinculadas às bandas alemãs de Power/Speed Metal como Helloween e Gammaray, mas com temperos fortes de Hard Rock (essa influência vem crescendo a cada lançamento) que faz o balanço do CD oscilar bastante em níveis diferentes de estilos, e consequentemente o transformando em um trabalho bastante dinâmico. 

A receita básica e infalível do Heavy Metal é respeitada em faixas como "Sabre & Torch", "Defenders of The Crown", "The Realms of Baba Yaga" e "Shadow Eaters", enquanto as fórmulas mais experimentais e mais populares são testadas nas faixas "Space Police", "Love Tyger" (totalmente Hard Rock), "Do me Like a Caveman" e no insólito cover "Rock Me Amadeus" (Falco). Mas independente do tipo ou do ritmo empregado nas canções, Tobias e a trupe continua com uma sensibilidade musical impressionante, pois não vejo músicas rifadas ou notas jogadas à toa, desperdiçadas ou fora de timing ou sem inspiração. É um trabalho muito bem definido e direto sem, no entanto, grande pretensões.

Isso quer dizer que a banda soltou sua criatividade, sem se deixar influenciar por qualquer tipo de pressão, ou absorver algum reflexo negativo que eventualmente o trabalho poderia ter sofrido devido ao sucesso do já rodado projeto Avantasia (mais sério e incontestavelmente mais sóbrio que as obras do Edguy).

Essa transparência da personalidade descompromissada do Edguy, que "brinca" durante vários sons (por exemplo com o "uh-uh-uhhhhhhhhh" no "Alone in Myself", a música mais Bonjovisada do álbum), é o que definitivamente me cativou. Tive a sensação diversas vezes enquanto escutava o CD de ainda ter meus 21 ou 22 e estar escutando um daqueles grandes trabalhos do Heavy Metal dos 90's, fase áurea do cenário europeu..

Disco para curtir - de verdade - o Heavy Metal criativo e também acessível, e melhor, sem ter que levar muito a sério, como afirmado pelo próprio Tobias Sammet.

Nota 7,3 ou \m/\m/\m/\m/. 

sábado, 10 de maio de 2014

Virgin Steele - Invictus

O álbum Invictus lançado pelo Virgin Steele em 1999, foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord
Se não me engano conheci a banda Virgin Steele pela música Great Sword of Flame do cd House of Atreus Act 1 por volta de 2004... Depois de alguns meses, Julião, "o bardo", deixou um cd da banda tocando "de fundo" durante uma bebedeira dos metalcólatras em um estacionamento de super-mercado. Assim, como Julião, a impressão que tive da banda, é de que se tratava de um Manowar mais técnico, competente e pomposo. Poucos anos depois, Venâncio me apresentou o disco Invictus, o que me despertou curiosidade sobre o Virgin Steele, fazendo-me baixar o Age of Conscent... Um disco de power metal infectado pelo glam rock. 

 Falando do Invictus, ao que parece, se trata de um disco da fase pseudo-épica, ou simplesmente pomposa da banda. Pelo que entendi, após passar pelos anos 80, a banda resolveu seguir o caminho do tal "power metal" com fortes tendências sinfônicas, se prendendo aos temas mitológicos e similares. Invictus é um álbum de metal desta época (power e/ou sinfônico) conceitual, focado em contar histórias... 
Acredito que todos integrantes da banda sejam competentes, porém a proposta do disco e sua produção não são grande coisa... Existem alguns momentos de destaque, e muitos momentos de "arroz e feijão" e de pompa (comum das vertentes sinfônicas), mas não posso deixar de citar: Entre as pompas mais estranhas estão os gritos melódicos gays utilizados ocasionalmente pelo vocalista. 
 Apesar dos pontos negativos, a qualidade de muitas músicas, principalmente do meio até o fim do disco, são muito boas, fazendo do Invictus, um álbum no mínimo, digno de se conferir. 

 Encerrando esta resenha com uma dica: se você gostou de alguns trabalhos do Manowar, porém se decepcionou com a banda ao longo dos anos, vá curtir um Virgin Steele, uma banda menos preocupada com a pose e mais preocupada com a música. 

Blood of Vengeance/Invictus 7,0 
Mind, Body, Spirit 7,2 
In the arms of death god/Through Blood and Fire 6,0 
Sword of Gods/God of our Sorrows 6,8 
Vow of Honour/Defiance 6,7 
Dust from the Burning 7,5 
Amaranth/A Whisper of Death 7,2 
 Dominion Day 7,7 
A Shadow of Fear 7,0 
Theme from the Marriage of Heaven and Hell - 
Veni, Vidi, Vici 7,8 

 Nota Final: 7,2

Metal Mercante

Esse post foi um dos mais inesperados dos últimos tempos… Em primeiro lugar porque não era esperado que o Phantom, de todos fosse escolher este álbum para resenha, mas também pelo fato de cada linha escrita pelo nosso amigo Phantom ser praticamente um tapa na cada de todo o bom metaleiro existente…


A primeira coisa que vem a cabeça ao ouvirmos Virgin Steele são as semelhanças do vocalista David DeFeis com o Eric Adams do Manowar (“POWA!!!”), mas as semelhanças acabam por aí. Comparar Virgin Steele com Manowar é vazio…fruto de uma resenha descuidada e descompromissada… (isso que dá escutar uma vez o álbum e achar que é expert no assunto!)

Os álbuns do Virgin Steele, principalmente a “trilogia” The Marriage of Heaven and Hell que contou com a Parte I, Parte II e o cd Invictus possuem uma pegada bem épica, com partes melódicas e sinfônicas, sendo que a última gera força faixas “mortas” no álbum para dar clima na obra o que as vezes chega a atrapalhar a escuta contínua da obra, porém não incomodam tanto quanto nos próximos álbuns da banda (House of Atreus), talvez porque o Invictus possui mais faixas memoráveis como:

“Invictus”, “Sword of the Gods”, “Whisper of Death”, “A Shadow of Fear” (na minha opinião a melhor do álbum) e “Veni, Vidi, Vici”…

Resumidamente, a proposta do Virgin Steele é bem mais complexa que o bom e velho “Other bands play, Manowar Kill!”, nem melhor, nem pior, simplesmente diferente e as vezes um nível mais avançado de complexidade nas músicas pode afastar alguns ouvintes, mas se você está disposto a escutar com calma e apreciar a obra de arte que é o álbum Invictus você não irá se decepcionar.

“I will be there when you DIE!”

Nota: 9,0

PS: Lembrei disso quando ao escrever este post...



The Trooper
3A “EricAdamização” do Virgin Steele começou em 1986, com o álbum Noble Savage, e desde então é impossível escrever algo sobre a banda sem comparar com Manowar, o vocalista, David DeFeis mudou seu estilo sim, até se tornar uma cópia completa de Eric Adams (no álbum The Marriage of Heaven and Hell, de 1995). 
A diferença ao ouvir o álbum Virgin Steele de 1982 e Guardians of The Flame de 1983 é óbvia. Tudo bem que a produção tosquíssima da época talvez atrapalhe na comparação, mas não a impede. Digo isso por quê? Porque da primeira vez que você ouve Invictus, você pensa “Caramba, esse cd do Manowar é bom, diferente da maior parte da discografia”, só que não é Manowar, resta então perguntar por quê? Por que faz isso David? 
Não precisava … a não ser que o cara pensou, “ok, meu timbre é parecido com o dele, e daí se ele usou o estilo gritado antes de mim? Nossa banda é muito melhor.” Pode ser cara, mas eu vou sempre pensar nisso como uma cópia, e daí não tem como, afeta minha avaliação aqui no blog (não que alguém tenha que se importar com isso além de mim, mas estou justificando minha metodologia). 
Enquanto o Manowar se afundava em poserismo (o último álbum decente é Louder Than Hell-1996), o Virgin Steele continuava se aprimorando em técnica e fazendo bom uso das possibilidades que a tecnologia oferecia para a melhoria da produção dos álbuns. O que vemos em Invictus é um álbum extremamente bem produzido, pensado do início ao fim, com riffs inspirados de guitarra, e ótimas linhas de baixo que garantiam a cozinha com a bateria. Claro que, sendo um álbum temático, você tem que ir preparado para ouvir esse tipo de som, se for, com certeza, não vai se decepcionar. Meu gosto pessoal clama por mais peso e menos partes desaceleradas, mas a qualidade deste trabalho é indiscutível. 
Destaque para “Mind, Body, Spirit”, “Defiance” e “Dust From The Burning”. 

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
Um trabalho de Power Metal super enraizado como não poderia deixar de ser, afinal as mais diversas características do disco se empenham nessa única direção. 
"Invictus" tem foco na ambientação histórica e na atmosfera épica das histórias suportadas pela mitologia greco-romana, e relembra a afronta da raça humana perante os deuses olímpicos. Defeis obviamente não fez nada novo no Heavy Metal quando decidiu narrar essa epopeia, mas tenho que destacar o empenho com que fez.
Para isso a banda se comprometeu de fato em expor a essência do trabalho homérico com elementos que de fato passassem a ideia de uma novela heroica: seguidas toadas de múltiplas vozes, camadas de pianos e teclados, interlúdios de baladas, retomadas de elevação, vocais eloquentes e as famosas e intensas cavalgadas nos versos dorsais das músicas. Não faltam os solos e as partes em guitarras que protagonizam as músicas mais compridas, que por sinal é um dos principais fatores que reforçam a proposta de clima ostentoso - são 6 músicas com mais de 6 minutos sendo que duas delas ultrapassam os 8 minutos de duração.
Para todas as partes inclusive, a banda e os produtores tomaram muito cuidado com o nexo e com a coesão dos elementos, mesmo se arriscando com diversos interlúdios e imersões, as ideias principais de cada faixa são respeitadas e retornam para seu tema principal com performance convincente.
Minha avaliação é que com todo esse esforço e entrega dos participantes em montar um trabalho seguro, com foco e super bem ambientado, Invictus consegue se firmar como uma obra competente e interessante, mas que por vezes sugere uma atenção maior do ouvinte quanto às suas letras e narrações, fazendo dele um disco não muito acessível ou fácil de escutar, correndo o risco de frequentar o temido quartinho do esquecimento dos Metaleiros.
Destaque para "Dust From the Burning", nota 7 ou \m/\m/\m/\m/.

P.S: É muito óbvia a semelhança do timbre e do estilo de canto de DeFeis com Eric Adams "do Manowar", ignorar este fato é tolice. O Virgin Steele abriu shows para seus colegas americanos em 1985 e 1986 na Europa e foram convidados novamente em 1995. Mas alguns fãs do Manowar, pelo simples fato de serem babacas e sustentarem uma ideia babaca que "ninguém pode ser como o Manowar", bloqueados pelos seus cabrestos, não conseguem enxergar a realidade de que ao lado de DIO a banda de DeMaio é a maior influência de Power Metal no mundo, sendo influência direta também para o Virgin Steele (ainda que sejam de épocas parecidas).

O Manowar se utiliza desse endeusamento imbecil de seus fãs, mas no fim das contas não pode negar sua influência e consequentemente sua popularização inerente.

Influenciou inclusive Paulo Miklos, ex-titã.



e muito provavelmente motivaram sua inspiração para criação do "hino da torcida" de um dos patrocinadores da Copa, onde toca baixo e canta junto com uma integrante do "Pato Fu"....

                                                  "Mostra tua força Brasil..."

...logo Eric Adams e Joe DeMaio foram possíveis influências negativas para a derrota catastrófica do Brasil nessa Copa do Mundo... e mais uma vez o Manowar caga no pau.



                           jogadores brasileiros desesperados durante o histórico 7 x 1


    

domingo, 27 de abril de 2014

Anthrax - Among the Living

O álbum "Among the Living" da banda Anthrax, lançado em 1987, foi escolhido para análise dos Metalcólatras, por The Magician.


Phantom Lord
O disco considerado clássico do Anthrax chega ao blog depois de quase 4 anos de Metalcólatras. 
Mais ou menos tão rústico e agressivo quanto seu antecessor (Spreading the Disease), o Among the Living traz algumas músicas mais longas e muitas com mais quebras de ritmo. As quebras em muitos momentos fazem parecer que o álbum está cheio trechos interessantes de música, porém a maioria das músicas como um todo ficam muito confusas.Tal confusão pode gerar reações negativas em quem espera algo a mais, eu por exemplo fui afetado por um grande tédio lá pela faixa 7 (One World) depois de ouvir tantos trechos acelerados acabando repentinamente para logo entrar outro trecho semelhante... 
Enfim, Among the Living tem muito potencial, mas apresenta um baixo aproveitamento das ideias, fazendo com que eu o classifique como uma boa coleção de "rascunhos" com duas ou três faixas bem trabalhadas...

Among the Living 5,9 
Caught in a Mosh 7,5 
I am The Law 6,0 
Elfinekufesin 6,3 
A Skeleton in the Closet 7,0 
Indians 6,2 
One World 5,9 
A.D.I. Horror of it All 6,7 
Imitation of Life 6,9 

 P.S.: Escutei o Among the Living algumas vezes desde o ínicio deste ano e não entendi porque o Spreading the Disease não fez mais sucesso do que este álbum. 

 Nota Final: 6,6

The Trooper
3Taí mais um álbum que o vocalista estraga do início ao fim (e os backing vocals também, que merda), mas ao contrário do Lights, Camera, Revolution, Among the Living dá pra escutar até o fim de boa, e curtir o instrumental das músicas, talvez porque não tenha uma proposta específica de nicho por trás (como chicano way of life). Instrumental aliás que traz trechos muito interessantes seja de riffs ou solos de guitarra ou de linhas de baixo. Não vou negar aqui que seja um trabalho cru, mas há criatividade, sem maluquices que estraguem as músicas em seu todo. Embora a banda não siga muito meu gosto ao usar a estrutura: introdução legal, bateção contínua de caixa (uma das características que me remete a bandas chinfrins, lembram?), riffs legais; muitas faixas ficaram bem bacanas (talvez por não insistirem na bateção de caixa infinita). É uma pena que os vocais sejam tão toscos.

Destaque para I am The Law, Indians e A.D.I. Horror of it All.

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
A postagem do Anthrax no nosso blog resgata o tema da contundência do Heavy Metal americano durante os anos 80, da dicotomia peso x melodia e também da inclinação dos norte americanos aos famosos cross-overs com outros estilos de música.

Um dos pontos mais nítidos da sonoridade do Anthrax e de "Among the Living" é justamente a pitada de cross-over no meio da porradaria que a banda distribui; esse ponto é motivado acima de tudo pelo estilo dos vocais de Belladona que na verdade, canta de forma escrachada e descompromissada o tempo todo, gerando uma espécie de faceta punk à sonoridade geral quando não simula um estilo rap, propriamente dito. Verdade é que o frontman, nada ortodoxo, coloca todo tipo de entonação (falada e cantada) em seus versos, desafina a torto e a direito, manda variações dissonantes e até agudos desafiadores (alguns até engraçados) em momentos inesperados, mas o interessante de tudo isso é que no fim, a fórmula dá certo! 

De qualquer modo me parece muito claro que a escolha do estilo de canto de Belladona não busca necessariamente um experimento sonoro de miscigenação musical, pelo contrário, é o jeito natural dele lidar com as sequencias de guitarras que sua voz é incumbida de preencher. 

Mas não pensem que toda essa (i)responsabilidade sonora cai nos ombros de Joey B., as partes de cordas - solistas e suporte - adoram se aventurar em acordes dissonantes e passagens cacofônicas, e adivinhem: deu certo de novo! Scot Ian tem um faro invejável para riffs e trabalha esta habilidade de forma exímia, principalmente quando quer inverter sequências rápidas em grooves cadenciados de forma repentina, mas suas composições não passam nem perto de respeitar os limites dos intervalos mais conservadores do rock, e podem soar por vezes ligeiramente desestruturados ou improvisados. Percebe-se que seu tipo inspiração criativa não segue estudos aplicados de teoria, mas sim: 

- "puta, isso soou muito foda!",
- "é verdade, mas você sabe que nota é essa que você está fazendo?"
- "... a mínima ideia..." 

Longe disso ser um problema, afinal alguns ótimos guitarristas "teóricos" cruzam a linha das limitações predefinidas pelos campos harmônicos para perseguir a "nota perfeita", oculta atrás de intervalos dissonantes ou em evoluções inarmônicas.  

Para não dizer que o baixo e a bateria também dão uma verdadeira "banana" para as pautas rítmicas, prefiro afirmar que usam de clichês do estilo que fornecem liberdade nas variações de tempo e ritmo.

Com esta análise, de que no fim das contas "Among the Living" é um trabalho sem rédeas e sem apego ao estudo musical, pulamos para um outro ponto de discussão que enquadra a banda e o cenário efervescente do Metal norte-americano daquela época:  a dicotomia peso x técnica.

Não é tão fácil separar o joio do trigo, mas dá pra afirmar a grosso modo que os músicos e bandas inglesas ou europeias se beneficiavam de melhores atributos musicais, eram mais técnicas, formadas muitas vezes por produtores e caras do meio que garimpavam os pubs e clubes de rock da época, quando não convocavam músicos de estúdio para se performarem em bandas;  já do lado americano era um processo mais cru, nascidos em bebedeiras de garagem e sem muita interferência de agentes. Na Bay Área oitentista era comum ter personagens com passado complicado ou protagonistas de verdadeiras algazarras ou quebra-quebras das maiores proporções imaginadas. Do lado desses caras, o importante é você encaixar riffs e grooves de colocar a casa à baixo, ou fazer o solo mais rápido e "esmirilhante" possível à ponto de furar o braço da guitarra, sem que esse solo respeite um intervalo harmônico específico. Para eles, ser músico de banda não significa estudar 8 horas por dia... tenho que beber oito horas, e tocar duas horas no palco... método jônio? mixolídio?? Dório??? modos gregos???? WTF??????

No geral, sempre vou pender um pouco para o lado mais técnico e menos caótico de música, mas independente do lado do muro que você caro metaleiro se posicione, não dá pra negar que o lado marginal gerou belos petardos como a faixa arregaçante "Caught in a Mosh" do álbum em questão.

DUVIDO que você, em um bar rock com umas cachaças na caxola, não chute a canela do primeiro babaca mais próximo ao escutar "caught in a mosh"....

Nota 6,9 ou \m/\m/\m/.



Hellraiser
3Taí, como prometido, …
vou incluir alguns ´´pontos de vista´´ em alguns álbuns já antigos aqui no blog,.....
.e começando com um ´´disco de cabeceira´´ pra mim. 
Quando ouvi o Anthrax pela primeira vez, foi justamente com esse álbum, la por volta de 1987, e confesso que simplesmente gamei na sonoridade da banda logo na primeira audição. 
Para os desavisados de plantão : A banda executa um Heavy/Thrash com muitas pitadas de Crossover, e assim sendo, soa um som bem despojado, sem se prender a regras, e,  pra quem escuta pela primeira vez, ...parece quase uma ´´zoeira´´ chegando quase a ser divertido em alguns momentos. 
É isso que fazia do Anthrax uma banda única, pelo menos na sua época, a junção de peso, velocidade, quebras de andamentos, partes melódicas, backing vocais despojados e um vocal simples, ...sem ser rasgado como na maioria das bandas de Thrash. 
A faixa titulo pra mim é sensacional, seguida de ``Caught in a Mosh`` que se tornou um hino da banda e que ao ouvi-la você tem vontade de se atirar na primeira muvuca de pessoas que você ver na rua. 
``I Am the Law``, mais cadenciada, é uma verdade satira (ou zueira) ao verdadeiro modo Anthrax de ser ! Destaco ainda as excelentes ``Indians`` e ``One World``como minhas preferidas, porem gosto do disco como um todo. 
Destaque geral para o excelente baterista da banda, Charlie Benante, que consegue ser rápido, criativo, pesado e técnico sem um mínimo de esforço qualquer, ...pra mim a alma da banda !! 
Um dos maiores clássicos da banda e do Thrash !! 
Nota 8,1

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Wintersun - Winter Madness

O álbum Winter Madness (Wintersun, Merchant, seu relapso!) ,lançado pelo Wintersun em 2004, foi escolhido por MetalMercante para análise.





Phantom Lord
Depois de muito tempo (desde a Turminha de Ódio do Obituário postado por Magician em julho de 2012) temos o retorno do goblinoid death metal... Na verdade o vocal do Wintersun, às vezes se aproxima do gutural médio do Avatar... A parte instrumental fica próxima do speed metal, talvez se aproximando um pouco do power... Como eu já comentei em alguma outra resenha, ambos subgêneros podem ser chamados genericamente de metal melô... Mas para tentar explicar (mais uma vez) o quanto o vocal gutural é mono-tônico e infectante, prestem atenção que quando o guitarrista veloz e pomposo tenta acompanhar o ritmo do vocal (em Battle Against Time por exemplo) ele apenas repete umas poucas notas freneticamente até o cessar do vômito. Isso sem contar a bateria que vira um mero espancamento de lata em vários destes momentos. A verdade é que eu já ouvi a minha cota máxima do enraged gorfo metal... Mesmo com aparições breves de outros tipos de vocal (meio melódico), um álbum tão desguelado e vomitado se torna tosco e irritante em poucos minutos. Outro agravante é que no decorrer do álbum as faixas vão se tornando cada vez mais longas, aumentando o tempo de regurgitação... 
Enfim, pode ser um prato cheio para os fãs do estilo... Para mim os poucos (quase) destaques ficam em introduções e momentos sem vocais...

Beyond the Dark Sun 5,2 
Winter Madness 4,0
Sleeping Stars 4,7 
Battle Against Time 4,2 
Death and the Healing 6,0
Starchild 4,5 
Beautiful Death 3,9
Sadness and Hate 4,2 

 São aproximadamente 50 minutos de regurgitação... Haja estômago. 

 Nota Final: 4,5 (ainda vou inventar um modificador negativo para essa gorfaria) 

The Magician
Não gostei, obrigado.
Os vocais são fracos e não trabalham com melodia, logo sua participação se resume à uma interlocução distorcida e sem expressão (eu sei, é estilo Black Metal). Tudo isso sobre uma base musical média e repetitiva, sem momentos memoráveis que justifiquem pelo menos o porquê fazer o disco.

Nota 3,5 ou \m/\m/.

   P.S: prefiro estilo "cabeludo chorão"; não sou finlandês, sueco, norueguês, anti-cristo, não tenho nada a ver com os "problemas" sociais desses países que geram desvios ou "sub-produtos" com cara pintada e tendências homo sexuais, em uma sociedade quase perfeita de PIB per capta e IDH referenciais...
Resenho o que escuto, e isso é uma bosta. Caso tenha mais de 12 anos e seja esclarecido sobre como o mundo funciona não existe razão para escutar esse tipo de merda.

Foda-se se você pinta a cara, engole sêmen e é fã do Manson Family, no braço eu arrebento suas fuças, seu filho da puta.

  P.S2: Não foi direcionado a você Merchant, que é apenas um cara com gosto bem ruim. 

The Trooper
3Hahaha, depois de rir com a rasgação de tanga do Magician, eu ri na primeira linha sobre a banda na Wikipedia, segundo o site, o nosso amigão, Jari, começou a banda "to make sounds that make you feel like you are floating in space"... bem que eu senti um congelamento e descompressão mesmo, mas embora esse instrumentalzinho de Sonata Arctica possa levar a tal ambientação, os vocais não, não faz o menor sentido (o espaço deve ser bem mais tranquilo, já que não possui ar pra transmitir as vibrações das cordas vocais do Jari). A verdade é que o Mercante postou este álbum (aliás, sem saber nem mesmo o nome do álbum - o título do post está errado, já que o álbum é homônimo à banda) por birrinha, sim, ele não gostou da afirmação de que é contraditório, e que embora reclame de cabeludos chorões, postou mais álbuns destes do que de todos os outros subtipos de metal. Mas não adianta não, ele é contraditório sim, afinal, dizer que Chaos AD é uma bosta, e postar esse álbum é uma afronta. A verdade é que o Mercante gosta de metal espadinha apenas, daí se o vocalista gorfa em cima da espada não importa para ele.
Bem, sobre o álbum, os bocós acima o resumiram bem, a única faixa que é legalzinha e dá pra prestar atenção é Death and The Healing, que aliás destoa do álbum por ser a mais prog de todas (outro subgênero que o Mercante baba ovo), o restante é Rhapsody misturado com death metal, ou seja, uma mistura do entediante com o irritante ... o resultado foi esse inusitado álbum.
Nós já discutimos sobre quando determinados tipos de vocais seriam bem utilizados em uma música, e não vou entrar nessa discussão novamente (post do Haggard, por exemplo. Um exemplo clássico de bom uso, seria a faixa Shadow Island da banda Sinergy, no álbum Suicide by My Side).
Não há destaques.

Nota: \m/\m/\m/

p.s.: é melhor vc escrever logo algo pra defender esse álbum aí Mercante, da última vez o Pirikitus demorou e a gente teve que ficar lendo comentário idiota, do tipo "vcs não tem capacidade técnica para resenhar o álbum".

Metal Mercante
Os comentadores acima não tem capacidade técnica para avaliar este álbum!

Se o cara é poser é porque o cara é poser, se o cara canta fino é cabeludo chorão, se o cara imita fulano é um “imitão”, se o cara canta canta gorfando é uma bosta, se tem tecladinho é lixo, se o instrumental é mais complexo é prog, prog é uma bosta, se tem uma mulher cantando é cabeludo chorão, se tem espadinha é poser, bla bla bla…vão a merda todos vocês!

Eu, por mais de uma vez, já fiz a proposta de mudar o nome do blog para “Metallicolatras”, pois é só isso que meus colegas de blog são capazes de escutar e todo o resto é lixo…

Aproveitando que este é um post de lavação de roupa suja vou fazer aquilo que todo acadêmico arrogante faz: Citar suas próprias publicações!!!

Vamos voltar 3,5 anos no passado para o começo do Metalcólatras e revisitar meus comentários no CD Master of Puppets do nosso querido Metallica, onde eu comentei que a repetição, familiaridade e complexidade são a chave para o gosto musical.

“…Vários estudos mostraram que ao ouvir repetidamente partes de músicas, especialmente com ritmos incomuns ou acordes discordantes podem levar a um aumento na sua preferência (Bartlett, 1973; Hargreaves, 1984). Além disso, essas pesquisas mostraram que ocorreu um aumento na preferência por músicas no mesmo estilo dos pedaços de músicas repetidos.

Outros pesquisadores chegaram a criar um modelo de Complexidade Ótima (Finnas, 1989), onde a preferência por músicas segue uma relação de U invertido com a familiaridade, ou seja, a repetição de uma música aumenta a preferência da audiência e ao mesmo tempo diminui a complexidade subjetiva da música até um ponto máximo onde a audiência passa a considerar a música simples e sua preferência decresce. Além disso, existe o efeito social onde os pesquisadores descobriram que estudantes tendem a ajustar as notas dadas às suas preferências para que estas fiquem mais próximas as notas dadas pelos “líderes” do seu grupo social (Inglefield, 1972).

Além disso, a aprovação de um “disk Jockey” (qualquer outro expert ou pessoa de prestígio) é importante na formação das preferências …”

Resumindo…Meus coleguinhas viveram em um mundinho fechado, comendo bolinho de chuva, escutando Metallica e jogando Mario Kart, era de se esperar que eles fossem tecnicamente incapazes de resenhar qualquer coisa que diferencie muito do feijão com arroz que eles estão acostumados…

Agora, para você (caro leitor), que consegue ouvir mais do que três notas escute esse álbum, eu gostei bastante…

Nota: 8.5

segunda-feira, 24 de março de 2014

Kayser - Read Your Enemy

O album Read Your Enemy lançado pelo Kayser em 2014, foi escolhido por The Trooper para análise.


Faixas: 01-Bark and Bow; 02-Bring Out the Clown; 03-I'll deny You; 04-Dreams Bent Clockwise; 05-Read Your Enemy; 06-Almost Home; 07-Where I Belong; 08-He Knows Your Secrets, 09-Forever In Doubts; 10-Carve the Stone; 11-Roll the Dice; 12-The Fake Rose.


The Trooper
3Estava dando uma olhada nos lançamentos de 2014 e acabei encontrando o último álbum do Kayser, daí como de costume fui clicando nos links sugeridos do Youtube e fui caindo de banda thrash em banda thrash ... pra variar meus ouvidos limitados não conseguiam diferenciar uma banda da outra, uma música da outra, todas iguais, uma pancadaria mono-tom. Acabei voltando ao Read Your Enemy, que por se diferenciar dos outros álbuns das super-bandas-clone-thrash causou uma boa impressão em mim. O Kayser distribuiu porrada por todo álbum de maneira inteligente, pelo menos em comparação com 90% das bandas que eu ouvi. O  instrumental é muito bom, embora alguns refrãos acabem se tornando parecidos, principalmente por causa do vocalista que parece cantar do mesmo jeito na maior parte do tempo, eu até curti esse estilo Mustaine-gritado, mas ele podia tentar dar uma variada de leve.
Enfim, cumpre seu papel de manter o thrash vivo e revigorado, obrigado camaradas suecos.
Destaque para Almost Home, He Knows Yours Secrets e Carve The Stone.

Nota: \m/\m/\m/\m/

  Phantom Lord
A banda Kaiser é mais uma novidade em meu repertório... 
Logo nas primeiras músicas é possível notar a criatividade da banda dentro do já surrado thrash metal... Como o Trooper citou, a linha do vocal se parece um pouco com o Mustaine do Megadeth, mas é um pouco mais rasgado, ou talvez, escrachado. 
A banda não se arrisca muito no que se diz respeito a uma variação de ritmo ao longo do álbum, apesar disto ser uma característica comum em trabalhos do thrash metal... Como um todo, Read Your Enemy é um bom álbum repleto de pedradas, porém a longo prazo, o vocal ser um pouco cansativo e a distorção/ritmo das guitarras pode embolar um pouco as faixas. 

 Bark and Bow 7,5 
Bring Out the Clown 7,7 
I'll deny You 7,9 
Dreams Bent Clockwise 6,8
Read Your Enemy 7,5 
Almost Home 7,4 
Where I Belong 7,3 
 He Knows Your Secrets 7,7 
Forever In Doubts 7,1 
Carve the Stone 7,8 
Roll the Dice 7,2 
The Fake Rose 6,9 

 PS: Pensei em juntar os demais metalcólatras para sovar o Trooper por não ter baixado e compartilhado o álbum, mas tudo bem... Desta vez passa... Ouvir Read Your Enemy pela internet serviu para que eu prestasse mais atenção nas letras para não me perder na hora de reconhecer as faixas. 

 Nota Final: 7,3


The Magician
A sonoridade da banda Kayser, natural da Suécia (possível nova Meca do Heavy Metal), ao lado de outros trabalhos interessantes da última década reforça a ideia de que a depressão do gênero ocasionada na virada do século esteja talvez, sendo superada.
Acredito que esse processo é de certa forma um reflexo da relação do gênero metaleiro com a mídia e a indústria musical como um todo, e explico: ao tentar incansavelmente e falhar repetitivamente nas suas investidas de direcionamento dos produtos da música pesada ao rumo do pop comercial, as corporações musicais através de seus representantes e agentes, em sua maioria encostaram esse gênero musical. Logo, coube às gravadoras e etiquetas menores (ou às produções independentes de gente que realmente entende ou gosta de Heavy Metal) abocanhar esse mercado tido como falido ou sem rentabilidade. Ótimo, porquê aos poucos podemos perceber que o Heavy Metal consegue nivelar as características do consagrado Old School com os artifícios mais modernos que são interessantes para a definição de uma personalidade genuína de uma nova geração de Metalheads, sem que os "gurus" da oligarquia musical/midiática prescrevam a direção da música pesada.

Ainda que o trabalho de "Read Your Enemy" não seja de saltar os olhos (ou os ouvidos), é exatamente disso que estamos falando aqui; a sonoridade é consistente a ponto de fazer um bom Metal "hallshaking" durante toda sua extensão inspirado em grandes petardos de bandas como Pantera, ou dos hits mais pesados do Motorhead. Aliado ao estilo quebra-tudo das guitarras e bateria, se apresenta um vocal de trash moderno que flerta com o Groove/Sludge Metal, muito mais inclinado ao estilo de Zack Wild, em minha opinião, do que ao estilo arranhado de Mustaine ou Chuck Billy, por exemplo.

Um destaque criativo que é necessário ressaltar neste caso é a faixa 3 "Ill Deny You". Com especial menção ao refrão super grudento, um daqueles acertos raros em que a música parece se compor sozinha, uma nota puxa a outra, e você já sabe quais são as notas da melodia antes mesmo de serem tocadas, um espécie de "de ja vú" sonoro. Um exemplo memorável desse estilo de composição é o trecho clássico do solo "cantado" nas guitarrs de Janick Gers em "afraid to shoot strangers" do Maiden...

A conclusão é que o trabalho do Kayser, consistente e com apenas um grande hit, ao lado de outras obras dessa nova geração do Metal, servem para aplainar o terreno novamente, construindo estilo de som que é sobretudo inspirado nos grandes trabalhos das bandas de rock pesado nos anos 90. 

Mesmo com todos os impeditivos e obstáculos que o gênero teve que superar nas três últimas décadas, parece que as grandes influências de minha geração afinal, se fazem valer.

Nota 6,9 ou \m/\m/\m/.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Scorpions - Blackout

O álbum Blackout lançado pelo Scorpions em 1982, foi escolhido para análise por Phantom Lord.


Phantom Lord
Depois de passar a infância e adolescência (na verdade, dos 9 aos 25 anos de idade) ouvindo músicas do Scorpions espalhadas pelas programações das estações de rádio, finalmente decidi ouvir alguns álbuns desta banda por volta de 2006. Comecei pelos álbuns In Trance e Blackout, para pouco tempo depois explorar o Lovedrive e o Love at First Sting... 
... Apesar de ouvir que o Scorpions foi uma grande influência para as vertentes pesadas do Rock, como o Heavy Metal e até ver alguns indivíduos classificá-lo como pertencente ao gênero Power Metal, a conclusão que eu tive é que esta banda trabalha principalmente dentro do estilo Hard Rock... Um Hard Rock virtuoso, com algumas vagas aproximações ao heavy metal, e várias músicas carregadas de "glamour" e "farofa". Para confirmar isto basta conferir o nome de alguns trabalhos e escutá-los... 

 Mas vamos ao álbum escolhido: Blackout lançado em 1982, após a banda já ter se aproximado do Hard Rock "romântico" lá pelo ano de 1979 ou 1980, já tinha quase tudo para ser um disco "Love Metal" (ou farofão), mas até que se desviou deste caminho meloso e entediante... Com ao menos 3 faixas do tipo rock-pedrada-na-orelha este álbum consegue ser o provável maior vínculo do Scorpions com as vertentes mais pesadas do Rock. (Provável porque ainda não ouvi a discografia inteira dos caras...) 
A produção do Blackout se aproxima do rock "comercial" dos anos 80 (o tal glam/farofa) mas ainda é rústico se comparado com o pop-enfarofado Love at First Sting, o disco contenedor dos hits Rock You Like a Hurricane, Big City Night e Still Loving You. 

Blackout 8,9 
Can`t Live Without You 7,2 
No One Like You 7,0 
You Give Me All I Need 6,4 
Now! 7,9 
Dynamite 7,5 
Arizona 7,0 
China White 6,9 
When The Smoke is Going Down 6,6 

 Nota Final: 7,3 

PS.: O Scorpions gravou algumas músicas genialmente aceleradas ou pesadas em álbuns anteriores a este, porém tais álbuns apresentam muitas faixas distantes do heavy metal. Recomendo as músicas Dark Lady (a original e "Blacksabbathica"), Robot Man e Another Piece of Meat (que conheci via o ótimo cover feito pela banda Metalium).

The Trooper
3Eu poderia dizer que por trás desta carcaça morta-viva com lencinho vermelho, armadura negra, espada longa enferrujada sob a iluminação dos relâmpagos da capa do Metallica, está uma alma com lencinho vermelho na cabeça, óculos coloridos e calça colada comendo farofa, mas tudo bem Phantom, eu entendo a necessidade do Scorpions aparecer por aqui, afinal alguma coisa precisa ser dita sobre esta banda que existe há milênios enganando leigos com o nome Escorpiões (quem ouve acha que é alguma banda de heavy metal). O Phantom acerta ao dizer que três faixas são "pedradas": Blackout (muito boa), Now (boa) e Dynamite (medíocre). O resto (assim como grande parte das letras) é de uma melação nível épico, quando o álbum chega em Arizona eu já estou gastando toda a minha força de vontade pra terminar de ouvir o trabalho dos caras e não trocar pra algum outro cd mais legal. Sobre as letras, o que não é melação é putaria, com exceção de duas músicas: China White (tudo a ver com o contexto de uma Alemanha dividida por um muro de Berlim) e When The Smoke is Going Down (que deve ter sido escrita para os fãs).
Por fim, dá pra perceber que a do Scorpions é sexo, drogas e rock'n'roll, mas a melodia é voltada para conseguir o primeiro item do lema mesmo, então não dá pra esperar algo muito pesado da banda.
Destaque para Blackout (embora a letra tosca deva ter sido influenciada por algum membro da banda que chapou e pegou alguma mina -ou travesti- cuja beleza -atributos- o fez se arrepender) com instrumental que quase engana aqueles que acham que Scorpions é banda de heavy metal.
O destaque negativo vai para You Give Me All I Need, além da melodia xarope, a letra de corno (nada contra relacionamentos abertos, mas corno manso chorão é algo muito triste) é "difudê".

Nota: \m/\m/\m/

The Magician
Sou suspeito para falar do Scorpions, banda alemã pré histórica e uma das grandes contribuições para minha "formação musical". Por isso, não me cobrem coerência, afinal o Metal, o Rock, enfim... a música não é coerente, nem tem uma relação tão próxima com a lógica.
Digo isso talvez, como uma defesa instintiva de eu criticar o Glam Rock oitentista tão veementemente em postagens passadas (link) aqui no blog, pois, Blackout é descaradamente moldado na fôrma de farofa que sustentava metade das bandas criadas em L.A naquela época (embora Blackout tenha sido gravado em estúdios na França e na Alemanha). 
O ponto é que, além dos alemães serem na verdade co-criadores do gênero (assim como Alice Cooper), sou fã incondicional dos vocais de Meine e das assinaturas da guitarra de Schenker, esses elementos foram cravados em minha mente desde os primórdios, quando tive o primeiro contato com a banda através do programa referencial de VJ da TV Gazeta que constava na programação dos anos 80: o falecido "Clip Trip". 
E afirmo que embora Dokken tenha gravado as demos desse álbum, Meine tem uma voz sem equivalente no mundo do Heavy Metal, demonstrando um timbre compatível tanto para Hard Rock rasgado, quanto para as mais épicas baladas do gênero.
O disco é ágil, não exige muito do ouvinte na medida que a maioria das faixas possuem de 3 a 4 minutos. Seu conteúdo desfila a gritaria rasgada de Meine que puxa os arranjos de Schenker/Jabs, com licks furiosos, como sempre. Duas músicas são o grande destaque, inclusive, faixas de promoção do álbum: "Blackout" e "Cant Live Without You", mas acrescento em favor do disco mais duas faixas em que de fato houve uma doação do talento dos envolvidos: "Dynamite" e "China White".
No geral um disco suficiente, não para escrever a história do rock, mas para contribuir com mais hits explosivos da banda e injetar mais nitroglicerina naquele motor do Rock oitentista.

Nota 7 ou \m/\m/\m/\m/.

P.S: Falando mais particularmente sobre Scorpions x Heavy Metal, e menos sobre o álbum que é apenas mais um na carreira dos caras, o Heavy Metal produtivo da Alemanha deve boa parte de seu sucesso a esses caras; que durante os anos 60, ousavam um estilo como nenhuma outra banda naquele país naquela época. Abriu as portas para bandas como Helloween, Warlock e até mesmo para o Accept, sendo os verdadeiros responsáveis pela região, anos depois, se transformar na verdadeira Meca do Metal.  

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Týr - Valkyrja

O álbum Týr, lançado em 2013 pela banda Týr, foi escolhido por "The Magician" para análise dos Metalcólatras.
 

Phantom Lord
Pode parecer que esta banda não traz algo novo ao blog, mas a verdade é que o tal Folk Metal ainda não foi devidamente explorado no espaço dos Metalcólatras. 
Folk Metal? 
Pois é, como não sou estudioso de música nem adoro estes rótulos, tentarei ser breve na "classificação" do estilo musical. Folk Metal pode ser considerada a vertente do Heavy Metal que explora musicas tradicionais de uma determinada região. A palavra Folk está relacionada aos termos povo, tribo, folclore etc. Bom, então, existe um estilo folk para cada canto do planeta... e já passou alguns estilos "folk" aqui pelo blog... 
Vide Arya, que em algumas de suas músicas mostrava melodias/ritmos típicos da Rússia... 
O Folk aqui no disco do Tyr, é do "canto do mundo" conhecido como Ilhas Faroe... Embora 99% da população mundial nem deve saber que as Ilhas Faroe existem, não é necessário estudar geografia para saber que o trabalho do Tyr aborda a cultura nórdica, basta ver o nome de algumas músicas. 
Enfim, podemos concluir que o Folk Nórdico é o "Viking"... Eu não tenho certeza de como eram as músicas vikings (acho que nunca ouvi alguma), mas este é o rótulo dado pelos críticos de música... O que me faz pensar qual seria o (sub) rótulo do álbum Holy Land do Angra... Tupi-Metal, Pataxó-Metal? ...Sei lá... 

Falando do álbum em si, excluindo os elementos "folk" (ou vikings) do trabalho, temos o que eu, genericamente chamo de metal melô, ou seja, músicas que flutuam entre o power e o speed... como sempre. Afinal de contas estas vertentes do metal sempre veneraram a cultura nórdica, desde o Manowar até centenas de outras bandinhas que eu não me lembro dos nomes agora. Então é natural que o Folk nórdico tenha elementos power/speed e é melhor que seja assim, porque quando as bandas do norte da Europa optam por fazer outro tipo de "Folk Metal" elas tendem a utilizar elementos do Death/Black Metal com os não-tão-clássicos vocais urrados e/ou destribuchados. 
Voltando ao Valkyria do Tyr, podemos notar um trabalho bem executado porém com um vocal que alterna entre um estilo desanimado-tristonho e um estilo vagamente Blind Guardian... As letras parecem quase todas relacionadas a cultura nórdica (como era de se esperar), mesmo a bizarra faixa 2, ainda que esta possa ser interpretada como uma visita a um bordel-sado-masoquista. 
Hel Hath No Fury apresenta trechos mais cafonas do que as mais cafonas músicas do Helloween e Another Fallen Brother possuí quebras de ritmo um tanto desconexas, mas nenhum destes defeitos chega a estragar as músicas por completo, pois os instrumentistas parecem bem competentes. 
Enfim, acho que como eu não tinha nenhum álbum "viking metal" em meu computador, deve valer a pena manter o Valkyria do Tyr aqui em meu pc para que eu escute de vez enquando... 

 Blood of Heroes 7,2 
Mare of My Night 6,1 
Hel Hath No Fury 6,7 
The Lay of Our Love 6,9 
Nation 7,0 
Another Fallen Brother 7,0 
Grindavísan 7,0 
Into the Sky 6,8 
Fánar Burtur Brandalijoo 7 
Lady of the Slain 7,6 

 Nota Final: 7,0 

 PS.: Para quem odiou os discos com músicas cantadas em russo, italiano, alemão, japonês que passaram por este blog... Neste álbum temos algumas cantadas em... feroês, que deve ser algo como uma mescla de dinamarquês com islandês.


The Magician
Para que uma data tão importante como o Ragnarok - fim do mundo na versão da mitologia nórdica - não passe batida por esse blog repleto de cultura e conhecimento, trouxe aos queridos colegas Metalcólatras a banda Týr, direto das Ilhas Faroé.

Os escandinavos e sua cosmologia singular não poderiam ser melhor representados do que por uma banda como "Týr", sendo que suas letras focam quase que completamente os contos e lendas do "Edda em Prosa" e as antiquíssimas histórias de Asgard. Não que as epopeias nórdicas sejam uma verdadeira novidade para Heavy Metal, aliás bem sabemos, que o Manowar já explorava suficientemente essas referências folclóricas no início dos anos 80.  Mas convenhamos, na contextualização desses vikings existe uma nuança própria e genuína que não engana, e modifica a ambientação normalmente apresentada pelas bandas comuns de Power Metal.

Esses asgardianos levam a sério seu estilo de música, já que a maioria das canções, se filtrarmos as distorções pesadas, poderiam muito bem ser entoadas por batidas de copos sobre uma mesa de carvalho secular de alguma taverna na Escânia medieval (termo original germânico utilizado pela descrição de Plínio, o Velho em 1D.C); ou adaptadas como um hino de batalha / elegia fúnebre (baritusou ainda como um canto ritualístico da época. Ou seja, notoriamente é inserido um conteúdo cultural/regional nas canções, seja pelo padrão do intervalo dórico comum na música celta, pelo padrão de voz do vocalista ou pelos andamentos totalmente descontinuados da música folclórica dos vikings.

Mas os homens das neves embutiram todos esses fatores sem eliminar os dogmas mais fundamentais do Heavy Metal, i.e. sem ceifar as distorções e ainda por cima com grandiosas sequências de bumbos galopantes, e principalmente por isso chamou a atenção deste metalcólatra que lhes escreve. No fim das contas é um álbum bastante criativo e diferente, muito peculiar e que talvez possa lembrar em algumas passagens alguns registros do Blind Guardian (acredito eu que principalmente pelo timbre de Heri Joensen se assemelhar ao de Hansi Kursh). 

Mas para aquele que nunca ouviu falar da banda e que pensa que sou um profundo olheiro do Metal,  afirmo que é muito pelo contrário; o grupo já é bem badalado em algumas mídias especializadas do gênero, e para os conhecedores das sub-ramificações (atribuo esse estilo ao "Viking Metal" mesmo, já que a temática foi arreganhada, e folk, em minha opinião seria no caso de haver presença de instrumentos acústicos com o acréscimo de alguns aerofones) é até certo ponto, uma banda já consagrada, de modo que o álbum anterior "The Lay of Thrym" foi muito bem recebido pela crítica.  

É bom saber que ainda florescem ideias produtivas nos vastos desertos gelados do Metal.

Destaque para a faixa de abertura "Blood of Heroes". Nota 7,4 ou \m/\m/\m/\m/.

P.S: Os covers de Maiden e Pantera são destruidores, com menção especial para uma das melhores e mais ignoradas músicas da donzela "Where Eagles Dare", o cara simplesmente se esgoela nessa interpretação (ao seu modo é claro).

Ah, ... já ia me esquecendo. Sobre as Ilhas Faroé:

Føroyar (Feroês)
Færøerne (Dinamarquês)

Ilhas Feroé/Faroé/Feroe
Bandeira das Ilhas Feroé
Brasão de armas das Ilhas Feroé
BandeiraBrasão de armas
Hino nacionalTú alfagra land mítt
("Minha terra, a mais bela")
Gentílico: Feroês, feróico

Localização das Ilhas Faroe/Faroé/Feroe

Localização das Ilhas Feroé (em verde).
No continente europeu (Norte da Europa) (em cinza).
CapitalTórshavn
61° 57' 15" N 6° 51' 25" W
Cidade mais populosaTórshavn
Língua oficialFeroês e Dinamarquês
GovernoRegião autónoma daDinamarca;Democracia parlamentar no contexto de umamonarquia constitucional
 - RainhaMargarida II da Dinamarca
 - Alto ComissárioDan M. Knudsen
 - Primeiro-MinistroKaj Leo Johannesen
 - Unificada com aNoruega1035 
 - Cedida à Dinamarca14 de Janeiro de 1814 
 - Transformação em região autónoma1 de Abril de 1948 
Área
 - Total1399 km² 
População
 - Estimativa de 201048917 hab. 
 - Censo 200748760 hab. 
 - Densidade35 hab./km² 
PIB (base PPC)Estimativa de 1,56 mil milhões (biliões) (estimativa 2008)
 - TotalUS$ 2,45 mil milhões (biliões) (estimativa2008) ((não está presente no ranking).º)
 - Per capitaUS$ 50300 ((não está presente no ranking).º)
IDH (2006)0,943 (15.º) – muito elevado
MoedaCoroa feroesa (DKK)
Fuso horárioGMT (UTC0)
 - Verão (DST)EST (UTC+1)
Cód. ISOFO
Cód. Internet.fo
Cód. telef.++298

Fonte: Wikipédia.



The Trooper
3Excepcional, este trabalho sai do comum e atinge um alto grau de criatividade. Não há uma faixa fraca no álbum todo, e a banda não toca um power metal padronizado, traz seu próprio estilo e músicas com características independentes, se uma única banda representasse todo um estilo musical eu diria que a partir de hoje sou fã de folk metal.
Não achei que o vocalista lembrasse o Hansi não (as guitarras sim, lembraram Blind Guardian em alguns trechos), o cara aliás manda muito bem, canta em tons médios, quando grita, arrebenta e até quando se arrisca nos agudos, destroça, que o diga o cover Cemetery Gates, aliás, que escolha de covers do c@$@%¨*, esta música do Pantera é uma das que eu mais gosto, e Where Eagles Dare idem, sou fã da versão inglesa do Best of The Beast (álbum duplo por lá), justamente por causa dela. E além da escolha, a execução foi excepcional, a banda (e o vocalista) segurou a bronca muito bem em ambas as músicas (embora Cemetery Gates tenha ficado um pouco mais lenta).
Valkyria abre muito bem com uma bela porrada, segue com peso e criatividade, tocam uma baladinha bem bacana (com outra vocalista de voz belíssima), e arrebentam bem no meio do álbum com as melhores faixas, para fechar com os dois covers destruidores. Aliás as músicas cantadas em feroês encaixaram de maneira bem legal, o Julião havia dito no post do Arya que escolheria russo como a segunda língua para se cantar metal, e eu havia concordado com ele ... até agora.
Por fim, pode ser que da primeira vez que você escutar este álbum, ache apenas um trabalho legalzinho, mas aqui, quanto mais se ouve, mais legal fica.
Concluindo, não pode ficar fora da coleção.
Destaque para Blood of Heroes, Nation e Another Fallen Brother (a melhor do cd).
Nota: \m/\m/\m/\m/