O álbum Blackout lançado pelo Scorpions em 1982, foi escolhido para análise por Phantom Lord.
Phantom Lord
Depois de passar a infância e adolescência (na verdade, dos 9 aos 25 anos de idade) ouvindo músicas do Scorpions espalhadas pelas programações das estações de rádio, finalmente decidi ouvir alguns álbuns desta banda por volta de 2006. Comecei pelos álbuns In Trance e Blackout, para pouco tempo depois explorar o Lovedrive e o Love at First Sting...
... Apesar de ouvir que o Scorpions foi uma grande influência para as vertentes pesadas do Rock, como o Heavy Metal e até ver alguns indivíduos classificá-lo como pertencente ao gênero Power Metal, a conclusão que eu tive é que esta banda trabalha principalmente dentro do estilo Hard Rock... Um Hard Rock virtuoso, com algumas vagas aproximações ao heavy metal, e várias músicas carregadas de "glamour" e "farofa". Para confirmar isto basta conferir o nome de alguns trabalhos e escutá-los...
Mas vamos ao álbum escolhido: Blackout lançado em 1982, após a banda já ter se aproximado do Hard Rock "romântico" lá pelo ano de 1979 ou 1980, já tinha quase tudo para ser um disco "Love Metal" (ou farofão), mas até que se desviou deste caminho meloso e entediante...
Com ao menos 3 faixas do tipo rock-pedrada-na-orelha este álbum consegue ser o provável maior vínculo do Scorpions com as vertentes mais pesadas do Rock. (Provável porque ainda não ouvi a discografia inteira dos caras...)
A produção do Blackout se aproxima do rock "comercial" dos anos 80 (o tal glam/farofa) mas ainda é rústico se comparado com o pop-enfarofado Love at First Sting, o disco contenedor dos hits Rock You Like a Hurricane, Big City Night e Still Loving You.
Blackout 8,9
Can`t Live Without You 7,2
No One Like You 7,0
You Give Me All I Need 6,4
Now! 7,9
Dynamite 7,5
Arizona 7,0
China White 6,9
When The Smoke is Going Down 6,6
Nota Final: 7,3
PS.: O Scorpions gravou algumas músicas genialmente aceleradas ou pesadas em álbuns anteriores a este, porém tais álbuns apresentam muitas faixas distantes do heavy metal. Recomendo as músicas Dark Lady (a original e "Blacksabbathica"), Robot Man e Another Piece of Meat (que conheci via o ótimo cover feito pela banda Metalium).
The Trooper
Eu poderia dizer que por trás desta carcaça morta-viva com lencinho vermelho, armadura negra, espada longa enferrujada sob a iluminação dos relâmpagos da capa do Metallica, está uma alma com lencinho vermelho na cabeça, óculos coloridos e calça colada comendo farofa, mas tudo bem Phantom, eu entendo a necessidade do Scorpions aparecer por aqui, afinal alguma coisa precisa ser dita sobre esta banda que existe há milênios enganando leigos com o nome Escorpiões (quem ouve acha que é alguma banda de heavy metal). O Phantom acerta ao dizer que três faixas são "pedradas": Blackout (muito boa), Now (boa) e Dynamite (medíocre). O resto (assim como grande parte das letras) é de uma melação nível épico, quando o álbum chega em Arizona eu já estou gastando toda a minha força de vontade pra terminar de ouvir o trabalho dos caras e não trocar pra algum outro cd mais legal. Sobre as letras, o que não é melação é putaria, com exceção de duas músicas: China White (tudo a ver com o contexto de uma Alemanha dividida por um muro de Berlim) e When The Smoke is Going Down (que deve ter sido escrita para os fãs).
Por fim, dá pra perceber que a do Scorpions é sexo, drogas e rock'n'roll, mas a melodia é voltada para conseguir o primeiro item do lema mesmo, então não dá pra esperar algo muito pesado da banda.
Destaque para Blackout (embora a letra tosca deva ter sido influenciada por algum membro da banda que chapou e pegou alguma mina -ou travesti- cuja beleza -atributos- o fez se arrepender) com instrumental que quase engana aqueles que acham que Scorpions é banda de heavy metal.
O destaque negativo vai para You Give Me All I Need, além da melodia xarope, a letra de corno (nada contra relacionamentos abertos, mas corno manso chorão é algo muito triste) é "difudê".
Nota: \m/\m/\m/
The Magician
Sou suspeito para falar do Scorpions, banda alemã pré histórica e uma das grandes contribuições para minha "formação musical". Por isso, não me cobrem coerência, afinal o Metal, o Rock, enfim... a música não é coerente, nem tem uma relação tão próxima com a lógica.
Digo isso talvez, como uma defesa instintiva de eu criticar o Glam Rock oitentista tão veementemente em postagens passadas (link) aqui no blog, pois, Blackout é descaradamente moldado na fôrma de farofa que sustentava metade das bandas criadas em L.A naquela época (embora Blackout tenha sido gravado em estúdios na França e na Alemanha).
O ponto é que, além dos alemães serem na verdade co-criadores do gênero (assim como Alice Cooper), sou fã incondicional dos vocais de Meine e das assinaturas da guitarra de Schenker, esses elementos foram cravados em minha mente desde os primórdios, quando tive o primeiro contato com a banda através do programa referencial de VJ da TV Gazeta que constava na programação dos anos 80: o falecido "Clip Trip".
E afirmo que embora Dokken tenha gravado as demos desse álbum, Meine tem uma voz sem equivalente no mundo do Heavy Metal, demonstrando um timbre compatível tanto para Hard Rock rasgado, quanto para as mais épicas baladas do gênero.
O disco é ágil, não exige muito do ouvinte na medida que a maioria das faixas possuem de 3 a 4 minutos. Seu conteúdo desfila a gritaria rasgada de Meine que puxa os arranjos de Schenker/Jabs, com licks furiosos, como sempre. Duas músicas são o grande destaque, inclusive, faixas de promoção do álbum: "Blackout" e "Cant Live Without You", mas acrescento em favor do disco mais duas faixas em que de fato houve uma doação do talento dos envolvidos: "Dynamite" e "China White".
No geral um disco suficiente, não para escrever a história do rock, mas para contribuir com mais hits explosivos da banda e injetar mais nitroglicerina naquele motor do Rock oitentista.
Nota 7 ou \m/\m/\m/\m/.
P.S: Falando mais particularmente sobre Scorpions x Heavy Metal, e menos sobre o álbum que é apenas mais um na carreira dos caras, o Heavy Metal produtivo da Alemanha deve boa parte de seu sucesso a esses caras; que durante os anos 60, ousavam um estilo como nenhuma outra banda naquele país naquela época. Abriu as portas para bandas como Helloween, Warlock e até mesmo para o Accept, sendo os verdadeiros responsáveis pela região, anos depois, se transformar na verdadeira Meca do Metal.
Eu sei que as bandas clássicas tem que aparecer aqui no blog, então me ajudem a contar quantas faltam pra eu ter uma ideia de quantas farofadas terei que escutar.
ResponderExcluirTua interpretação da faixa Blackout que é tosca, Trooper. A letra (como várias do rock/metal) parece superficial... mas neste caso, ela pode estar "falando" de más escolhas, como um indivíduo que escolhe um emprego ou carreira e depois de algum tempo se arrepende, ou como uma pessoa assume um relacionamento com outra e depois vê tudo dar errado e por aí vai...Em relação as farofas... Sim, faltam mais! Mas parte da culpa é do Magician que abandonou a idéia de por as bandas supostamente influenciadoras do metal aqui no blog.
ResponderExcluirUé...tosca pra vc...toda interpretação de música é subjetiva, que o diga Dee Snider. Mas dado todo o contexto do álbum e da banda, minha interpretação é totalmente cabível.
ResponderExcluirp.s.: A sua interpretação da letra de Mare of my Night, do Tyr, tb foi totalmente diferente da minha e eu não te disse que foi tosca.
Phantom, podia ser "Love At First Sting", mais impactante e obviamente comercial... significa muito mais na história dos caras.
ResponderExcluirquanto à influência desses caras no mundo Heavy Metal: tive oportunidade de presenciar no show comemorativo do Algels Cry do Angra a performance do ícone do Scorpions Ulrich Roth em Sails of Charon (animal), e o mais engraçado: as caras de enbasbacados/hipnotizados que faziam Rafael Bitencourt, Tarja Turunem e Fabio Lione enquanto o cara tocava...
como voces fazem uma analise heavy metal em uma banda de hard rock? e ainda esperam um som mais pesado...vcs sabiam que as coisas nao tem que ser iguais? ;)
ResponderExcluirFala, Netocorecha! Eu não espero mais peso das bandas de hard rock não. Talvez o velho apático Trooper espere...
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