O álbum Tales of Avalon-The Terror lançado pelo Dark Avenger em 2001, foi escolhido por The Trooper para análise.
Faixas: 01-The Terror; 02-Tales of Avalon; 03-Golden Eagles; 04-Heroes of Kells; 05-Crown of Thorns; 06-Wicked Choices-Part I; 07-Clas Myrddin; 08-As The Rain; 09-De Profundis; 10-Caladvwch; 11-The White of Your Skin; 12-Crownless Queen; 13-Morgana
The Trooper
Este álbum está aqui por dois motivos:
1- Eu esqueci que era minha vez e não tinha o que postar;
2- Em uma longa conversa regada a cerveja na casa de Gafgarion, meus amigos Virtuoso e Bearded Friend discutiam sobre bandas de metal melódico ou nacionais (não me lembro bem, como disse, foi regada a muita cerveja), e Bearded Friend sugeriu que eu ouvisse uma banda 'muito foda' (se não em engano até colocou uma faixa para tocar).
Bem, a banda foda era Dark Avenger, e o álbum sugerido foi Tales of Avalon. Eu fiquei bem surpreso com a qualidade do som e tenho que admitir que a banda é foda mesmo.
Mas nem tudo são flores para ouvidos rústicos como os meus, acabei achando Tales of Avalon bem, mas beeeem cansativo. Lembra bastante o Operation Mindcrime, mas diferentemente do trabalho do Queensryche, este aqui não conseguiu me envolver com a temática.
As letras não entraram na minha cabeça e achei que elas são bem difíceis de encaixar com a melodia.
Entretanto não há o que falar do falecido vocalista. Detentor de uma voz que estava em outro patamar, sua qualidade somou muito à dos já talentosos instrumentistas.
Enfim, o trabalho está aqui para o Magician dizer se é melódico, ópera, ou o diabo-que-o-for, para terminar a discussão que ele começou lá no OMC. Está aqui também porque pessoas com ouvidos mais refinados podem simplesmente pirar na batatinha com este trabalho. E está aqui também para mostrar um metal brazuca refinado.
Sem mais, encerro mais uma resenha pífia.
Nota: \m/\m/\m/
P.S.: Tava lendo as letras no Vaga-lume, que foto de pagoder é essa véi? -->
P.P.S.: Carai, tava esquecendo ... e o processo? Quem lembrar de qual livro de D&D roubaram esse desenho da capa, conta pra mim.
O álbum Are You Experienced lançado por The Jimi Hendrix Experience em 1967, foi escolhido por Phantom Lord para análise.
Phantom Lord
(Esta resenha é um remake de um arquivo tragicamente perdido.)
Neste niver de 10 anos dos Metalcólatras, pensei em trazer álbuns manjados de metal como Rebirth (Angra), Somewhere in Time (Iron Maiden) e The Last in Line (Dio), mas decidi trazer o que considero mais significante.
Há anos atrás eu (e talvez outros metalcólatras) garimpamos em busca do primeiro álbum de heavy metal. Uma busca infrutífera considerando que o surgimento de novos gêneros ou espécies de músicas acontece gradualmente. Agora está na hora de falar um pouco das origens do pai do metal, ou seja, um pouco da história do rock.
O 1º álbum do The Jimi Hendrix Experience foi lançado em 1967, primeiramente na Inglaterra e poucos meses depois nos EUA. Há quem diga que o rock britânico estava em ascendência após uma certa decadência do rock estadunidense.
A verdade é que este trabalho de Jimi Hendrix não só mostra toda sua habilidade espetacular com a guitarra, como também mostra uma mistura de ritmos. Mas uma mistura muito competente que a maioria das bandas parece não se aproximar.
Da versão americana do álbum (resenhada aqui), ao menos 3 músicas, tornaram-se hinos do rock n roll: Purple Haze, Foxy Lady e Fire. Fora o famoso cover da música Hey Joe.
Eu não tenho mais o que falar das músicas: Apenas ouça essa joça que, se influenciou 20% das bandas posteriores, já influenciou trocentos artistas...
"Purple Haze"9,0
"Manic Depression"7,0
"Hey Joe" (Billy Roberts) 7,2
"Love or Confusion" 7,2
"May This Be Love" 7,0
"I Don't Live Today" 7,0
"The Wind Cries Mary" 6,8
"Fire" 8,3
"Third Stone from the Sun" 7,2
"Foxy Lady" 8,0
"Are You Experienced?" 6,6
Nota: 7,3
Agora sobre o contexto e o cenário em que Are You Experienced foi lançado:
Talvez pareça desnecessário dizer que Jimi Hendrix foi um dos guitarristas mais influentes da Terra. Mas nunca é demais lembrar que este guitarrista que emplacou tantos hits nas rádios e nas casas de shows, foi um negro (ou preto, pra quem prefere assim), com descendência indígena norte americana, e que começou sua carreira ao lado de artistas do blues. Tudo preto, e, no mínimo boa parte deles, pobre. Não falo aqui de um conto inspirador para meritocracia: Longe disto. O álbum foi lançado em um cenário de crescentes protestos populares não só nos EUA, como em alguns países europeus também. É o período em que alguns sociólogos determinam o início da era pós moderna, cuja uma das principais características é maior liberdade em troca de mais insegurança, desigualdade e valorização das narrativas ante os fatos (sim, a pós verdade é mais velha que as redes sociais). Parece muita coisa ruim para pouca coisa boa e o resultado de alguns movimentos foi esse mesmo, mas a questão principal não é essa. A questão principal é lembrar que o rock e seus subgêneros (heavy metal etc) não são conservadores e devem sua existência aos negros.
Portanto você moderador branquinho e conservador de página de metal, que idolatra a antipolítica e a meritocracia pela internet, deve muito às pessoas progressistas e às etnias não européias.
Você que ganha cargo no governo para inventar que rock é “coisa de satanás/ abortista”, mas gosta de Angra e Metallica, deve muito a quem você odeia.
Essa turma de conservadores (que só conservam ignorância), não estuda nem a ciência, nem a religião e querem vincular suas bandas favoritas de rock ao cristianismo renegando tantas outras. O rock pode ser vinculado ao cristianismo sim, mas não ao cristianismo de vocês conservadores de ignorância e de negacionismo. O rock tem mais a ver com o profeta progressista que criticava a ganância, pregava o amor ao próximo e a partilha do alimento. Inclusive devo lembrar que Jesus disse isso aqui, sobre o tradicionalismo, o clubismo e o conservadorismo:
"Não penseis que eu tenha vindo trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada; — porquanto vim separar de seu pai o filho, de sua mãe a filha, de sua sogra a nora; — e o homem terá por inimigos os de sua própria casa."
The Trooper
10 anos de blog! Quem imaginaria que chegaríamos até aqui? Quer dizer ... chegamos capengas, com os membros que fizeram a proposta de criar o blog (Mercante, Pentelho, etc.) totalmente desaparecidos (não entram nem para ver o que está rolando).
Mas chegamos, e é isso que importa! Um comprovante de perseverança, particularmente deste morto-vivo que vos fala, que insistiu em dar poção de lich na boquinha dos membros restantes, que também foram perseverantes ao tapar o nariz e tomá-la.
É aniversário também do nosso membro passeriforme, que como fênix, seu antepassado distante, ressurgiu das cinzas para nos infernizar novamente. Parabéns, Pirika!
Por fim, Jimi Hendrix. Não tenho muito o que falar. Acho algumas músicas realmente fantásticas, como All Along the Watchtower, que não é deste cd, e serviu de trilha sonora para Battlestar Galactica.
Neste trabalho, em específico, três músicas são muito boas: Purple Haze, Fire e Foxy Lady (estou proibido de comentar e dar nota para covers pelo burocrata lawful, Magician, então nada de Hey Joe).
De resto, é claro que eu reconheço o talento do cara, e principalmente, a influência/contribuição dele para o rock e seu descendente, o heavy metal. Mas paro por aqui, meu gosto é apático com blues e ignora músicas viajantes.
Como velho que sou, claro que irei reclamar dos metalcólatras, esse palhaço do Phantom tinha que comprar o cd e emprestar para o restante dos membros. O Pirika tentou remediar mandando um zip safado baixado de algum lugar virtual imundo que estava todo zoado. Fui ouvir no Youtube e alguém teve a pachorra de adicionar à lista uma das músicas tiradas de sua jogatina num Guitar Hero da vida!
O álbum Something Wicked This Way Comes, lançado em 1998 pelo Iced Earth, foi escolhido por Pirika para análise.
Faixas: 01-Burning Times; 02-Melancholy (Holy Martyr); 03-Disciples of the Lie; 04-Watching over Me; 05-Stand Alone; 06-Consequences; 07-My Own Savior; 08-Reaping Stone 09-1776 (Instrumental); 10-Blessed Are You; 11-Prophecy; 12-Birth of the Wicked; 13-The Coming Curse
Phantom Lord
Excluindo as fases ignoráveis do blog como as épocas das postagens dos álbuns do Slash e do Lulu, este é o meu maior atraso neste blog. “Pulei” a postagem anterior para resenhar este disco do Iced Earth...
Vocês fãs e demais metalcólatras devem estar se perguntando: Porquê?? Por onde andou o sábio Phantom Lord?? (Brincadeira, eu sei que vocês não estão)
A verdade é que estou gradualmente cada vez mais desinteressado no Révi Metau. Para mim está ótimo ter uns 200 álbuns no pc e um total de quase 4000 músicas para se ouvir ás vezes. Bem às vezes. Além de meu gosto estar mudando (ou só saturando), estou às portas da tiozisse oficial: Em alguns meses entro para turma dos entas. Mas juro que não vou gostar de MPB por causa disso.
Agora sobre o álbum do Terra Congelada, eu já ouvira (que jeito chique de falar “tinha ouvido”, né?) várias vezes. Achei ele melhor que o Dark Saga que só tem a capa de bacana. Este álbum que leva o nome duma obra literária (a tradução seria Alguma Coisa Pervertida Está à Caminho?) contém ao menos 4 faixas que me chamaram bastante atenção por anos: Burning Times, melancholy, Disciples of Lie e Watching Over Me.
Sempre vi um potencial no vocalista por causa de seu timbre diferenciado, mas em diversas músicas ele escolhe uns tons meio bundões por muito tempo (como em Blessed are You, por exemplo), daí acaba me torrando a paciência.
A parte instrumental tem seu diferencial ou sua marca em relação às outras bandas, mas ao todo, o Iced nunca conseguiu fazer um álbum fodão.
Observações feitas, a minha opinião é que o SWTWC é bacana. Passei a gostar mais de Consequences após a última audição... Sendo assim sugiro aos fãs de heavy metal, que ao menos ouçam uma vez este álbum do Iced Earth.
Enfim opinião é isso aí. Não é bem como a bunda como dizem por aí, pois Platão descreveu melhor o que é opinião: É o que fica entre a ignorância e a ciência/ o conhecimento. Se a opinião não é uma busca pela(s) verdade(s) como o conhecimento/ a ciência, a opinião não deve ser imposta guela abaixo dos outros. É assim que mamadeiras de piroca, ditadura gayzista e terraplanismo viram “verdades” hoje em dia.
1. "Burning Times" 8,0
2. "Melancholy (Holy Martyr)" 7,3
3. "Disciples of the Lie" 7,5
4. "Watching Over Me" 8,8
5. "Stand Alone" 7,0
6. "Consequences" 8,2
7. "My Own Savior" 6,0
8. "Reaping Stone" 6,7
9. "1776" 7,0
10. "Blessed Are You" 6,1
11. "Prophecy" 6,3
12. "Birth of the Wicked" 6,5
13. "The Coming Curse" 5,8
Nota: 7,0
Curiosidade: Muitas bandas criticam um determinado tema ou alvo, imitando este alvo. Como exemplo de imediato lembro-me de Disposable Heroes do Metallica (onde o vocalista grita palavras de ordem de um comandante para o soldado) e esta Burning Times parece seguir a mesma linha. Eu achava válido (ainda acho que são boas músicas em variados aspectos), mas muita gente, mas muita mesmo, não entende as mensagens destas músicas. Quando digo muito, nem preciso de um vasto estudo, é só constar os fatos que citei acima. Num mundo onde acredita-se que o planeta é um disco ou uma chapa, quantos vão entender a mensagem destas músicas? Isto deve agradar muito caras como o Metal Mercante que pregava que o metal não precisava se popularizar e que era melhor que se mantivesse “para poucos com bom gosto”...
Pirika
Nota do editor - Esta resenha contém clubismo.
10 anos depois do começo do blog temos o prazer de resenhar Something Wicked This Way Comes, essa obra maravilhosa que fez parte da minha história como Metalcólatra. Meu carinho por esse cd se deve ao fato de que ele foi comprado na minha segunda ida a Galeria do Rock lá em meados de 2000 junto com o Alive 3 do Kiss, ambos por indicação do Julião que já conhecia a banda bem melhor com o Alive in Athens e não posso deixar de dizer que ele acertou em cheio em ambos.
Eu ouvia tanto esse cd que minha mãe quis me fazer uma surpresa e me presenteou com outro cd da banda tão escutada, o primeiro cd intitulado Iced Earth cujo o vocalista não era o divino Matt Barlow e sim Gene Adam. Posso garantir até hoje que depois de ouvir When the Night Falls do Alive in Athens na voz do Barlow trocentas vezes com aquela baixa qualidade de produção ao vivo, descobrir no momento que eu botei o Iced Earth pra tocar que o vocal era outro, e bem pior, foi uma das minhas maiores decepções metaleiras da adolescência.
Agora que já contei a maravilhosa experiência negativa com o primeiro cd do Iced Earth, precisamos falar sobre a experiência com Something Wicked This Way Comes que foi o completo oposto. Pra começar que esse cd por si só é de uma qualidade ímpar, a capas do Iced Earth sempre foram de longe uma das minhas preferidas (essa em especial feita por Greg Capullo) e o som feito pelo Iced Earth que na época não era nem um pouco batido, um power/speed de respeito com Jon Schaffer sendo um monstro da guitarra e Matt Barlow sendo um monstro nos vocais. Era simples assim.
O cd praticamente inteiro é de total solidez, a única música um pouco mais fraca é Consequences porém até ela possui uma letra muito legal. Burning Times merece destaque como a melhor música desse cd, uma porrada de boas vindas. O cd também possui outros diversos destaques como as outras porradas (My Own Savior, Disciples of the Lie, Stand Alone), as músicas mais lentas (Melancholy, Watching Over Me (letra maravilhosa feita para o falecido amigo de Jon), Blessed Are You) até a música instrumental 1776. O meu último destaque fica por conta da Trilogy of the Wicked, as 3 últimas músicas do álbum que dão início ao conto da saga de Set Abominae e os Setians.
Para finalizar eu queria lembrar tive o privilégio de ir no show em 2010 quando o Barlow voltou a banda. Eu fui algumas vezes agraciado com com o melhor set list possível para o meu gosto pessoal (Impossível não mencionar aqui o Megadeth com a Blackmail the Universe tour em 2005 e aquele setlist pra lá de absurdo.), uma delas definitivamente foi o inesquecível show do Iced no Via Funchal com a galera pirando no Burning Times, se emocionando na dobradinha Dark Saga + A Question for Heaven (nessa última com a galera substituindo o maravilhoso back vocal feito originalmente pela irmã do Matt Brown) e até mesmo se surpreendendo com a capacidade do Matt Brown de cantar Ten Thousand Strong gravada por Tim "Ripper" Owens. Adicionei todos esses vídeos abaixo, menos Ten Thousand Strong pois não achei registro com qualidade suficiente, e adicionei também o AMV de My Own Savior do anime Berserk pois assistir vídeo musical de anime era uma das formas mais legais de conhecer músicas novas de metal (depois só passaram a usar nu metal aí ficou uma bosta).
Não sei se deu para perceber mas a minha casa ama e protege o Iced Earth com Jon Schaffer e Matt Barlow. Obrigado. De nada.
Top 3: Burning Times, Melancholy (Holy Martyr) e Watching Over Me. Shame Pit: Consequences.
Nota: 8
"Wrote about in history as if it’s all O.K.
A race of people murdered, another one enslaved
Now our world crumbles, it’s happening within
Open your eyes and realize the world we’re living in."
AMV - My Own Savior
Iced Earth - Burning Times
Iced Earth - A Question For Heaven
Iced Earth - Ten Thousand Strong (Metal Camp Open Air - 2008)
The Magician
Dos recônditos mais profundos da memória
desse metaleiro, nosso amigo pássaro arrancou e trouxe à tona Something Wicked
This Way Comes (SWTWC), um trabalho magistral da banda americana Iced Earth.
Aliás antes de escrever qualquer coisa,
é preciso dizer que o Iced é o maior acerto americano no sub gênero Power Metal
desde DIO (que basicamente ratificou o gênero). Digo isso porque em inúmeras
passagens aqui do blog critiquei o fraco movimento do Power Metal americano,
sempre sob as sombras do movimento europeu.
Tudo bem que no caso da banda de
Schaffer, as referências ao Heavy Metal Britânico Old School
(especificamente Iron Maiden) e ao Thrash Metal americano (especificamente
Metallica), nesse álbum por exemplo, ficam realmente muito claras. Isso facilita
muito para a banda promover seu estilo nos critérios de eliminação do mercado
do Heavy Metal. Mas cuidado, não confunda; beber dessa fonte de referências
clássicas não desqualifica e não reduz o próprio estilo super peculiar do Iced
Earth, que mesmo com a alternância de vocalistas se manteve fiel a criação de
uma identidade forjada ao longo de mais de três décadas. Outro ponto importante
é que o Iced é uma das bandas que solidificaram sua carreira justamente com os
trabalhos produzidos próximo à virada do novo (hoje já não tão novo assim) milênio;
época extremamente producente para o gênero Heavy como um todo (o cenário B do
Metal tinha muita demanda para shows, o movimento do compact disc no auge....
dinheiro entrando e fomentando essa criatividade, já falamos disso por aqui).
Mas a despeito do cenário geral e do
mercado da música pesada, a banda de John Schaffer deixou alguns legados para
as gerações futuras, e arrisco dizer que o melhor de sua obra como banda está
exatamente aqui. SWTWC é um álbum direto com grande profundidade ao imprimir as
linhas de percussão, guitarras base e melodia dos vocais (ainda acho que é também
a melhor apresentação das guitarras solo da banda até 2000). A contundência
entregue nos sons mais pesados é contra balanceada pelas 'heavy ballads',
intercalando assim as faixas entre peso e melodia, em boa parte do trabalho.
Mesmo acatando que o Iced tem limites bem estabelecidos em sua sonoridade que
podem ser entendidos como vícios que 'prendem' a banda em uma determinada zona
de ação, não tem como não reconhecer o poderio das composições dos americanos
em "Something Wicked...".
A consistência em alto nível do disco é
assustadora, quando você pensa: "OK, agora vem uma música para eu poder ir
tirar água do joelho.." nada disso meu amigo, só tem paulada ou sons
épicos, sem tempo para digerir a massaroca que vem goela abaixo.
John Schaffer que já era reconhecido
como um dos mestres do groove metaleiro, aqui vai além, e da espaço para
melodias pontuais da guitarra solo, e também com sincronização mais coesa com
as linhas de bateria (o bumbo duplo em consonância com os riffs do refrão em
"Stand Alone" simplesmente irão tirar o seu fôlego). E sobre MB, como
o próprio Shaffer disse, foi o trabalho que mais se envolveu e dedicou seu
talento para o Iced. Simples assim, e o resultado não poderia ser outro:
interpretações eloquentes que elevam as composições a um patamar de imersão que
dificilmente podemos encontrar nas demais publicações da banda (ouvir o Robb
Flymm "chupando" o microfone nas suas inspirações que procuram
demonstrar raiva nas interpretações me fizeram desistir do Machine Head, e aqui
Barlow simplesmente dá uma aula de como usar essa técnica em "Disciples of
The Lie" sem cagar na música).
Difícil destacar faixas que sobressaem,
todas sem exceção são destaques, mas vou citar a faixa "1776" que
mesmo sem a presença de Barlow exprime toda a essência do momento inspirado do
Iced Earth em SWTWC, e é claro "Watching Over Me" que é um expoente
na discografia dos americanos. Mas fique esperto, e se quiser conhecer "Something..."
escute este trabalho com atenção que ele merece, pois cada som é uma jóia rara
e é por isso que o triplo 'Live in Athens' sempre foi entendido como o
essencial sobre o grupo de John S., porque SWTWC é tocado na íntegra nesse ao
vivo na Grécia.
Nota 9, ou \m/\m/\m/\m/\m/.
Quantas milhares de vezes eu escutei o
triple digipack live do Iced (literalmente esse mesmo que o Pirika comentou na
resenha dele)??? lembrar de Something Wicked foi como acessar memórias por meio
de hipnose, estava tudo lá o tempo todo, cada faixa, cada riff, grooves,
melodia... e tudo continua tão brilhante e maravilhosos como naquela época, em
que o Heavy Metal para mim ainda era um vasto campo a ser desbravado!
Nostálgico, valeu Pirikotes.
The Trooper
Confesso que este álbum me surpreendeu um pouco, ao contrário dos baba-ovos acima, eu nunca fui fã de carteirinha do Iced, tanto que tive que me retratar na resenha do Dark Saga.
Embora já tivesse ouvido o Live In Athens, não sabia muito o que esperar do SWTWC, não sabia nem mesmo que este foi o trabalho subsequente ao Dark Saga, ao contrário, pela sonoridade achei que era um trabalho anterior.
O que mais me surpreendeu foram as letras, há uma grande diversidade, indo da fantasia à crítica social. Depois li que o dono da banda pensou em fazer um novo álbum temático mas tinha composições prontas, então apenas as três últimas faixas estão nesse contexto (a última, embora não tenha o nome do álbum, parece ser a verdadeira Something Wicked This Way Comes).
As críticas atiram para todo lado (talvez incluindo obras de ficção como meio), desde padres pedófilos à religião, colonização e escravidão. Não era algo que eu esperava do Iced Earth (embora se eu fosse chutar alguma posição política, chutaria um anarquismo).
Por fim, o som me surpreendeu também, pois Dark Saga eu só consegui apreciar devido à imersão no tema, que canalizou a lentidão do Iced para algo bom. Aqui não há tema único (exceto o combo final), mas houve muitas vezes a imersão em músicas separadas, algo difícil para mim, que achava as músicas do IW todas iguais. Talvez a velhice amoleceu meus ouvidos.
Ainda há alguns sons estranhos por aqui, Disciples of Lies é a faixa que mais destoa do restante, parece que saiu de um debut semi-punk. O Iced se aventura em algumas quebras de ritmo que nem sempre passam pela minha garganta, como em Reaping Stone. Mas no geral é um álbum muito bom. Meu destaque vai para a manjadíssima Watching Over Me, Melancholy (Holy Martyr) e o trio temático (com o ápice do álbum, The Coming Curse, fechando com chave de ouro).
Nota: \m/\m/\m/\m/
P.S.: Dark Saga ainda é melhor como um todo.
P.P.S.: Aviso - como eu disse, é possível que a velhice amoleceu meus ouvidos, portanto, você, jovem hard ear, pode ter o saco explodido pelos diversos trechos lentos.
O álbum Resurrection lançado em 2000 pela banda Halford, foi selecionado por The Magician para resenha dos Metalcólatras.
Faixas: 1."Resurrection";2."Made in Hell";3."Locked and Loaded";4."Night Fall";5."Silent Screams";6."The One You Love to Hate" (feat. Bruce Dickinson);7."Cyberworld";8."Slow Down";9."Twist";10."Temptation";11."Drive";12."Saviour".
The Magician
O Titio do Metal está no blog novamente. Dessa vez com seu mais duradouro projeto solo: "Halford", que gerou 4 álbuns desde 2000.
Adicionei essa postagem no blog pela nostalgia que essa época e esse estilo enraizado de Metal me provoca, sendo um trabalho sólido e de qualidade dentro do "Heavy-Metal-Sem-Sub-Gênero" de meados da virada do século, época em que acredito ter sido o verdadeiro último suspiro da cena envolvendo as grandes bandas.
Uma das memórias mais vívidas que tenho até hoje foi daquele memorável RiR de 2001, no qual tivemos grandes apresentações de bandas ressurgindo das trevas, como Sepultura, GnR, Iron Maiden e o a banda do Frontman Metal-God, Rob Halford. Naquele show ele tocou o álbum Resurrection praticamente na integra e não fez feio, mesmo estando órfão do Padre Judas, o velhinho mandou muito bem.
Aliás Rob tem uma reputação inabalável, desde essa época com o “Halford” até seu retorno e continuidade ao lado do Judão, não dá pra falar que o carequinha sensível saiu do estilo para se aventurar em experimentações psicodélicas como muitos outros grandes vocalistas do Rock/Heavy Metal fizeram. Rob é honesto em saber que essa é sua praia, e se sai muito bem em aplicar toda sua habilidade vocal em um modelo que só lhe dá liberdade para experimentar, quando muito, no âmbito na voz (que diga-se de passagem, aqui nessa época já entregava suas linhas com maestria sem igual).
Uma vez definido o terreno em que o Metal-God erigiria seu novo trabalho, bastava escolher um line-up de suporte experiente e competente para a fórmula mágica do Heavy Metal reagir e criar uma obra notável. E foi o que aconteceu, o recrutamento de Jarzombek (lembram da resenha do Riot?) P. Lachman (Damage Plan) e Chlaciak (support do Testament, S. Bach e tantos outros) foi o suficiente para materializar o grande trabalho que estava na moringa lustrosa do inglês. Mas é claro que teve a faísca que acendeu toda essa pólvora depositada em Resurrection: o iluminado produtor Roy Z.
Já nem sei quantas vezes escrevi aqui sobre o talento e habilidade desse produtor-guitarrista que deixou sua marca em inúmeros trabalhos memoráveis de bandas como Helloween, Sepultura, Bruce Dickinson, André Matos, Malmsteen, entre outros... . Para vocês terem ideia mesmo assumindo a guitarra em somente uma faixa deste álbum (“The One You Love to Hate”), Roy participa efetivamente em 8 das 12 composições do trabalho (o release de 2006 tem 16 faixas).
A fina sintonia que Roy encontrou para casar a super desenvoltura das vozes de Rob com as guitarras e com a cozinha, gerou uma pegada surreal para um álbum de aproximadamente 45 minutos (uma hora na versão estendida) que parece voar nos nossos ouvidos. Incrivelmente não achei nenhuma faixa fraca, com vários destaques notórios como a paulada faixa título, “Locked and Loaded”, “Made In Hell”, “Night Fall”, “The One You Love to Hate”, “Twist” e “Savior”.
Sobre o trabalho lírico, acredito não ter muito para escrever.. são letras simples e bastante abstratas, que pela quantidade de repetições de versos e bridges, não possuem nem espaço para se mostrarem profundas. Contanto que mantenha essa sonzeira viva, não critico as opções semânticas de Rob Halford (e achei a letra de “Made In Hell” divertida...).
Talvez apenas tenha faltado uma faixa ‘super épica’ para elevar o patamar dessa obra para o nível daqueles grandes trabalhos históricos do Heavy Metal, mas se tem uma coisa que dá pra afirmar na conclusão dessa resenha sobre o debut do “Halford” é que Resurrection é extremamente sólido e totalmente fiel.
Aquela velha fidelidade que enche o coração dos verdadeiros metaleiros de pura alegria e satisfação..... enfim, um álbum delicioso!
Nota 7,9 ou \m/\m/\m/\m/.
Um capítulo a parte para escrever sobre a participação de Bruce Dickinson nesse álbum. O baixinho teve sua participação na composição e nas linhas vocais de “The One You Love To Hate” facilitada pelo seu guitarrista e produtor da carreira solo Roy Z, e agora estava trabalhando com Halford, a combinação em minha opinião (e acredito que na opinião da maioria dos headbangers) foi explosiva.
Em sua biografia, Dickinson confidencia que este trabalho motivou a possível criação de um projeto “3 tenores do Metal” que seria conduzido pelo sr. Rod Smallwood produtor e testa-de-ferro do Iron Maiden. Contudo desde o começo Bruce falava que entraria no projeto somente se seu dueto com Rob fosse completado por Ronnie J. Dio, mas o querido do Smallwood defendeu a presença de Geoff Tate por causa da idade “avançada” de Dio (em 2000..... ¬¬’).
Bruce aceitou enfim conversar, e chamaram o tal americano metido a besta para a ouvir proposta (inclusive rendeu uma versão de “The One You...” com Tate, Rob e Bruce), e adivinhem.... Geoff não se interessou. Assim morreu o maior projeto da longa história do Heavy Metal antes mesmo de ter nascido........ Smallwood, seu A-Hole!
Geoff Tate...... quem é você, maluco??? QUEM É VOCÊ??? VAI FICAR CANTANDO SOZINHO OPERATION MINDCRIME NO SEU QUARTO DO FUNDO DA CASA DA SUA AVÓ!!!!!!!!!!
Pirika
Resurrection, primeiro cd do Metal God debaixo de sua banda Halford, chega ao blog 10 anos depois da criação do mesmo. O álbum é bom, é sólido e possui música com 2 dos 3 melhores vocalistas da história do metal, não há como o final da história ser muito diferente.
Como frisou bem o Magician em sua resenha, um dos pontos mais importantes a se destacar sobre esse álbum é que ele foi produzido por Roy Z, aquele mesmo que havia acabado de produzir Accidenth of Birth, Chemical Wedding e estava trabalhando na produção The Dark Ride. Juntando a produção, um line-up de responsa e o talento de Rob tava escrita a fórmula do sucesso.
O cd em sua totalidade é de bom pra cima, com os óbvios destaques para a música de abertura Resurrection, a maravilhosa Made in Hell, a agradável surpresa Silent Screams e The One You Love to Hate. O que dizer dessa última além de que mesmo se ela fosse ruim seria boa? Rob Halford + Bruce Dickinson, não há muito mais que precise ser dito para ilustrar a importância e qualidade dessa faixa 6. O resto do cd mantém a sua qualidade, Slow Down, Twist e Drive são realmente boas músicas. As exceções ficam a par de Lock and Loaded e Temptation que para mim soaram muito batidas e pouco agradaram.
Top 3: Resurrection, Made in Hell e The One You Love to Hate. Shame Pit: Lock and Loaded.
Nota: 7,6
The lies that never learned
The needles in my heart
And things will never change
So every time I scream I'm killing pain
PS: Segue como bônus a faixa título ao vivo no Rock in Rio, a voz do Metal-God é realmente um dos maiores tesouros do metal. Long live the God.
Phantom Lord
Vamo lá resenhar (este sim, atrasado) mais um álbum de popstars do heavy metal.
Diferente do trabalho com o Fight este álbum de Robert John Arthur Halford traz músicas com conteúdo / letras mais de cunho pessoal e de clichês do heavy metal. Exceções feitas a The One that You Love to Hate (onde parece haver uma crítica aos “religiosos do deus dinheiro”) e Cyberworld (que parece um tema visionário para época, sobre o que empresas como o Google e o Facebook fazem de uns anos para cá).
A sonoridade está mais ou menos em um padrão esperado de Rob Halford: Metalzão com bastante espaço para seus vocais marcantes (claro, afinal é um “álbum solo”). Por causa deste “padrão esperado”, um dos destaques fica por conta de Silent Screams. Não que eu achei esta música espetacular, mesmo porque ela possui umas mudanças de ritmo que eu não acho tão interessantes assim... O que me chamou atenção é que ela tem uma pegada típica do álbum Brutal Planet do Alice Cooper, o que dá uma variação inesperada neste álbum do Halford.
Outro destaque é “O Cara que Você Ama Odiar”, mas se trata de uma faixa meio desleal, pois conta com participação de nada mais, nada menos do que Bruncin DinckinSonn: O famoso frontman do Maiden, quando ainda tinha fôlego.
Ainda sobre a sonoridade do Ressurection é curioso que nota-se o dedo de alguém que também esteve por trás de Chemical Wedding (de Bruce Dickinson) e do Dark Ride (do Helloween)... É o produtor tão admirado por Magician e talvez pelo Pirikitus também... Enfim, produção conta... Um pouco.
1. "Resurrection" 7,5
2. "Made in Hell" 6,4
3. "Locked and Loaded" 6,6
4. "Night Fall" 6,0
5. "Silent Screams" 7,0
6. "The One You Love to Hate" 8,0
7. "Cyberworld" 7,7
8. "Slow Down" 7,2
9. "Twist" 6,4
10. "Temptation" 6,6
11. "Drive" 6,7
12. "Saviour" 7,0
Nota: 6,9
Creio que se ouvisse Ressurection 2d4 anos atrás eu iria curtir mais este álbum. Hoje em dia, como eu disse na resenha de Something Wicked This Way Comes, tô ficando meio sobrecarregado do gênero musical. E de muitos temas comuns neste gênero.
The Trooper
Finalmente apareci para escrever minha resenha, ando com dificuldades para parar e ouvir os álbuns, talvez essa fosse uma das poucas e mínimas vantagens de não se fazer home office: ser forçado a ficar 3 horas preso indo de algum lugar para outro, e portanto, forçado a ouvir os álbuns.
Choradeira de lado, foi inevitável desde as primeiras audições (na verdade ouvi este álbum em algum ponto do passado distante, mas a lembrança é vaga) compará-lo com o outro álbum do 'Halford' (na verdade, Fight) que apareceu por aqui, o War of Words.
Houve alguns pontos em que eu pensei que Resurrection ultrapassaria War of Words, e realmente, talvez algumas melhores músicas de um sejam melhores que a do outro, mas no fim War of Words me pareceu ligeiramente melhor.
A primeira ideia que me surgiu foi o gráfico de uma distribuição normal (claro que, só para enfatizar o meio, afinal não há faixas ruins para terem uma nota semelhante a zero), pois o meio do álbum é excepcional, as quatro faixas, Silent Screams, The One You Love to Hate, Cyber World e Slow Down são definitivamente o destaque do trabalho.
Embora eu tenha achado as letras deste trabalho bem abaixo daquelas do War of Words (são pessoais demais para eu me identificar), elas também tem o topo de sua qualidade nas quatro faixas do meio.
Para quebrar a ideia da distribuição normal, o álbum dá um último pico de energia e criatividade na faixa Drive (embora a letra não acompanhe a qualidade do som). Se eu desse notas por faixa, acho que ficaria bem semelhante à avaliação do Phantom (de vez em quando ele é coerente).
A influência de Roy Z é perceptível, em breves momentos consegui lembrar do Accident of Birth, e o trabalho dele é muito bom. Mas é claro que o destaque vai para o maldito do Halford, vai cantar bem assim na casa do c@#@*&0! E, é claro, o dueto com Dickinson foi difudê de bom, mas mesmo não sendo fã de músicas lentas, Silent Screams me surpreendeu, é uma música extremamente densa, e supera The One You Love to Hate como a melhor do álbum.
O álbum Rage Against the Machine, lançado pela banda homônima em 1992, foi escolhido por The Trooper para análise.
Faixas: 01-Bombtrack; 02-Killing in the Name; 03-Take the Power Back; 04-Settle for Nothing; 05-Bullet in the Head; 06-Know Your Enemy; 07-Wake Up; 08-Fistful of Steel; 09-Township Rebellion; 10-Freedom.
The Trooper
Estamos aqui de novo, dessa vez com talvez o post mais polêmico do blog, nada parecido com a baboseira do Sacred Steel, talvez mais parecido com o post dos Titãs, já que o som desvia bastante do padrão do blog, mas não só por isso é polêmico.
Você pode fingir que está fora de tudo o que está acontecendo por aí, mas não está, ninguém está. Toda essa merda voando pelo ventilador global está caindo em nossas faces, ela te cega quando você tenta enxergar, você sente o metano quando inspira e sente o gosto podre quando tenta falar. O cérebro queima, a fúria não tem por onde sair, foda-se! O post hoje é Rage Against.
Dei uma vasculhada na discografia dos caras bem por cima e acabei escolhendo o debut porque é o álbum com a musicalidade que desce menos quadrado pela minha garganta. Mas o que desce quadrado mesmo são as letras, e essas tem que descer rasgando na garganta de todo mundo. O álbum é sobre isso, a banda é sobre isso. As porções de rap do álbum tem muito a dizer. Nos trabalhos posteriores o rap e o funk ficam ainda mais fortes.
Não importa as notas que o álbum receba aqui pela musicalidade, ele está aqui pela mensagem. Uma última dica: entender a letra aqui é essencial e a mensagem do Phantom "vá ler um livro", só é válida se você for ler o livro depois de ouvir. Parte dois da última dica: ouça a porra do álbum no maior volume que conseguir.
O resto da minha minha resenha é isso aqui:
Nota: \m/\m/\m/\m/ (Infinita na atitude)
P.S.: em minha ignorância eu nem mesmo sabia que Killing in the Name era sobre a Ku Klux Klan.
P.P.S.: se quiser vir aqui falar merda, injete desinfetante, enfie a cloroquina no cu e vaze!
Phantom Lord
Peculiar... Não o álbum em si, mas sua aparição neste blog: Talvez fosse inaceitável anos atrás entre tantos conservadores seja no quesito musical ou no quesito político. Conservadores não quer dizer que busquem integridade de alguma coisa (tipo conservar algo útil), os conservadores aos quais me refiro aqui são caras que apenas querem deixar as coisas como estão, seja o mesmo punhado de artistas / mesmo estilo em determinado(s) cenário(s) musical ou os mesmos multimilionários no poder socioeconômico. No quesito musical (rítmico, melódico etc), as coisas mais próximas que passaram por este blog foram Faith no More e Suicidal Tendencies. E mesmo assim não estão tão próximo assim:
O debut do Rage Against é tomado pelo vocal rapper e ritmo instrumental cadenciado ou cheio de pausas não à moda do rock ou heavy metal e sim mais voltado ao funk e ao rap (ou hip-hop, sei lá...). Ainda assim é claro que as guitarras somadas a bateria caracterizam as músicas como algum tipo de rock. Sempre pensei que o baixo foi um instrumento mal utilizado nas vertentes "pesadas" ou "pauleiras" do rock / metal e o Rage Against é uma das raras bandas que consegue combinar tais elementos (as outras são Faith no More e Suicidal): Bullet in the Head é o maior exemplo, ainda que o baixo seja notório em outras músicas como Know Your Enemy, ali ele parece mais "funkeado".
Embora eu nunca fui fã dos estilos do eixo funk - rap, é inegável a genialidade como o Rage Against mistura estes elementos em várias faixas. 1. "Bombtrack" 7,0 2. "Killing in the Name" 7,7 3. "Take the Power Back" 7,2 4. "Settle for Nothing" 6,6 5. "Bullet in the Head" 7,4 6. "Know Your Enemy" 7,0 7. "Wake Up" 7,2 8. "Fistful of Steel" 6,8 9. "Township Rebellion" 6,0 10. "Freedom" 7,0 Em relação ao(s) tema(s) do álbum:
O ano era 1992. Fazia 1 ano que o capitalismo vencera a guerra fria para a alegria dos seguidores da doutrina truman, criada um ano após o fim da 2ª mundial nos EUA, como propaganda "anti comunista".
A URSS, agora a Rússia separada dos demais países do extinto bloco socialista, abre seus portões ao sistema sócio-político tão reforçado pelos EUA mundo a fora como o ideal de liberdade e prosperidade. Então tudo era flores nos EUA? O 'sistema do bem" venceu o "sistema do mau"? O Rage Against the Machine, dá a resposta mostrando problemas e necessidades dos EUA: Crítica à venda de propriedades aos mais ricos e às desapropriações de terra dos mais pobres; Crítica aos movimentos racistas pró supremacia branca (a escória KKK); Crítica à mídia corporativa, à influência das igrejas "cristãs" e ao imperalismo estadunidense. Atenção às vítimas de violência (doméstica etc) e menores infratores; Auto reconhecimento como ativistas; Crítica às propagandas corporativas e a inércia do povo diante anúncios e programas de entretenimento; Crítica à ação policial brutal, à impunidade, à ignorância e ao sistema capitalista / neo liberal; Auto reconhecimento como revolucionário; Crítica à intervenção estadunidense no Vietnã (Guerra do Vietnã); Crítica aos Fascistas e seu nacionalismo sensacionalista, racista e brutal-repressor; Crítica à culpabilização do Islamismo; Crítica aos ataques covardes às comunidades / reservas indígenas. Todo o sistema tem seus podres, assim como todo ser humano tem, mas: Quem se irrita com o(s) tema(s) do álbum Rage Against the Machine? Phantom Lord dá a resposta: Quem gosta de oprimir ou quem é idiota.
Nota Final: 7,8 The Magician
O núcleo da banda RATM é formado literalmente por descendentes de revolucionários latinos e africanos, e acho que isso já diz bastante sobre qual é o componente principal em questão nessa resenha proposta pelo Trooper.
Mas a verdade é que o Heavy Metal sempre teve um pézinho no discurso crítico à política, e ocorre principalmente (mas não exclusivamente) devido a origem dos membros das bandas, que em grande parte nasceram nos subúrbios pobres de países ricos; portanto o Heavy Metal é um produto da divisão de classes e do déficit distributivo, e sua própria razão de ser tem um ponto de partida na teoria política. Posso rapidamente lembrar de um punhado de álbuns com forte apelo político já em seus próprios nomes (sem precisar mencionar cada uma das canções, individualmente): "... And Justice For All" (Metallica), "Peace Sells" (Megadeth), "Blood of the Nations" (Accept), "Chaos A.D." (Sepultura), "God Hate Us All" (Slayer), "Mob Rules" (Black Sabbath) e assim por diante.
E a conclusão é óbvia para quem quiser enxergar: I - quer ser conformista, vá escutar outro gênero musical; II - O Heavy Metal, por derivar de uma classe desfavorecida, tem seu discurso natural vinculado ao pensamento de ESQUERDA (left-wing).
Se você não percebeu isso ainda, é um puta de um zé ruela, e se você nega este fato, é retardado mesmo. Mas normal... fique tranquilo, estamos em uma época onde os retardados chegaram ao poder, então você está no time que está vencendo (weeeeeeeeeeeeee!).
O problema, no entanto, com o idealismo oposicionista do Heavy Metal (e aqui falo diretamente do posicionamento declarado dos compositores e músicos) é o negacionismo com relação à solução política; ou seja, após desconstruir o capitalismo neoliberal que foi no mínimo ineficiente em proteger a sociedade da profusão de periferias econômicas carentes, violentas e ignorantes, os headbangers querem que se fodam todos os sistemas. Neste ponto, o gênero que acaba não se relacionando com as propostas de reforma, transforma o Heavy Metal em uma espécie de movimento pseudo anarquista.
A grande diferença da retórica do Rage Against é sobre este ponto, a banda de Morello, De La Rosa & Cia. está declaradamente posicionada na esquerda vermelha e revolucionária. Talvez isso seja resultado de um dos membros da banda ser um cientista político formado em Harvard.
Sobre o aspecto musical do trabalho, é sem dúvidas diferente do que o Heavy Metal conservador costuma apresentar; tem bastante conteúdo hip-hop inserido entre as guitarras e a bateria HC/Heavy Metal do RATM, que faz o trabalho se assemelhar um pouco aos crossovers feitos pelo Anthrax e Suicidal, mas ainda assim bem diferente. O som é mais arraigado nas bases do rap mas sem negar o protagonismo do "Locking in", que somado ao estilo totalmente único das guitarras de T.Morello ofereceu um tipo de peso que não se pode escutar nem mesmo nas mais parrudas bandas de Metal raiz.
A gritaria rasgada e enfurecida de De La Rosa e o wah/whammy de Morello fazem do Rage Against uma daquelas raríssimas bandas que você saca com apenas uma nota (tipo ACDC, Sepultura ou Megadeth).
Fora isso, tem umas pedradas aí nesse álbum que são dignas de entrar em qualquer top list de Heavy Metal, independente de qual for a retórica, política ou não: "Killing in the Name", "Take the Power Back" e "Wake Up" são minhas favoritas.
Nota: 7,5 ou \m/\m/\m/\m/.
p.s: chegamos ao fundo do poço (na verdade ainda vai piorar) por sua culpa, imbecil, que escuta Roger Waters mas vai no show do cara reclamar que ele é ativista. Que nunca prestou atenção nas letras de Eye of the Beholder ou Peace Sells e que votou em caras que vão tirar o seu direito em troca do ganho de alguém que relativamente, já possuía uma qualidade de vida melhor que a sua. Que olha uma capa como esta do Rage Against e que não vai buscar a história por trás dessa foto (que expõe o tipo de governo assassino que o modelo pró-capital americano apoiou ao longo da história e ainda apoia nos dias de hoje). Você, filha da puta, que canta RATM em showzinho de motoclube e botequim na noite de SP mas vota em marionete facistóide porque acha que está na hora de colocar "ordem" nas coisas. E por sua causa, seu ser humano detestável, que não reconhece a verdadeira situação do país, que sem política pública não tem condições de promover uma meritocracia orgânica financiada primordialmente por capital privado.
Poderia ficar aqui descrevendo sobre você pelo resto da eternidade, seu bosta. Mas faça um favor a você mesmo, e principalmente ao seus filhos quem você talvez ainda queira salvar: Vá estudar sociologia, teoria social de verdade, nos livros e faculdades, não na internet. A ciência exata e a engenharia que você tanto respeita, não são ensinadas pela internet, mas sim em faculdades. Não ter respeito à academia e aos teóricos de ciências sociais que acumularam séculos de estudos, é tão idiota quanto desmerecer a engenharia, a computação e a ciência exata acadêmica. Papo de fakenews, miniom, terraplanista, facistóide ou de uma pessoa qualquer que não merece escutar Heavy Metal.