sábado, 29 de fevereiro de 2020

Diamond Head - Lightning to the Nations

O álbum Lightning to the Nations, lançado pelo Diamond Head em 1980, foi escolhido por The Trooper para análise.

Faixas: 01-Lightning To The Nations; 02-The Prince; 03-Sucking My Love; 04-Am I Evil; 05-Sweet And Innocent; 06-It's Electric; 07-Helpless; (08-Shoot Out The Lights; 09-Streets Of Gold; 10-Waited Too Long; 11-Play It Loud; 12-Diamond Lights; 13-We Won't Be Back; 14-I Don't Got)*
* Versão 'nefasta' que o Pirika odiou


The Trooper
3
Ainda bem que temos um dia a mais em fevereiro nos anos bissextos, ou este post não sairia.

Para um dia fora do comum, nada como um post fora do comum. Diamond Head é uma banda que conheci através do Metallica, e não havia escutado mais do que uma música original até hoje.

Ainda pensei em postar um álbum do Holocaust, pois a música que mais gosto do álbum de covers do Metallica é Small Hours, mas o álbum a que ela pertence, Hypnosis of Birds parece legal mas é paradão demais para o meu gosto.

Bem, Lightning to the Nations (LttN) é um álbum bem difícil de avaliar. Primeiro porque é difícil de desvincular as versões do Metallica da análise, segundo porque a banda gravou o álbum em sete dias com um selo próprio. O baterista e o vocalista parece que estão dentro de uma caixa de sapato (lembra a gravação das músicas da minha 'banda' feita com um aparelho de som portátil duplo deck). E por fim, a banda varia bastante o estilo dentro do seu primeiro trabalho.

LttN começa com a faixa que acabou dando o nome ao álbum e em seguida vem com The Prince. É um começo bem pesado, e quem ouviu o Garage Inc. pode reconhecer em The Prince mesmo que os safados do Metallica escolheram as melhores faixas para fazer cover.

O lado B da bolacha vem mais leve do que o A. Se você levar em conta que as influências dos caras eram Sabbath, Deep Purple, Led ... etc. Fica claro que a pegada começa Sabbath e termina em Led.

Waited Too Long e Diamond Lights são muito Led, em alguns trechos dá pra lembrar de Purple, e a parte mais pesada que lembraria Sabbath ficou bem distinta, esse parece ser o núcleo verdadeiro do que é Diamond Head.

Enfim, vale a pena conhecer, e por que não, guardar no hd.

O destaque, é claro, vai para Am I Evil, que é uma música bem legal.

Nota: \m/\m/\m/\m/


Phantom Lord
Desnecessário dizer que metade dos "roquistas/ metalbangos" do mundo ouviram só o cover de "Eu sou Mau?" e o "Príncipe" pelo Metallica. Mas nem por isso precisamos desmerecer a banda proprietária destas músicas: a Cabeça de Diamante... 
Eu acho... 

O álbum começa com a faixa título que é uma música claramente comercial - clichê do gênero (chame de rock ou heavy metal, tanto faz). A faixa seguinte, The prince, é sonoramente mais elaborada e embora longa, com alguns trechos cafonas e letra de um idiota obsessivo por se tornar rico (Streets of Gold deve seguir linha parecida?), a faixa até é legalzinha. 
Aqui um parênteses: Já é possível notar a produção tosca do disco. Não condeno, afinal não sou o Magician e entendo das limitações da maioria das bandas iniciantes da época. Aí caras como o Magicha diriam: mimimi, o Van Ralo tava começando e tinha uma produção boa. Até concordo, mas os caras deviam ser ricos ou bruxos, sei lá! 

Continuando com o álbum Raio pras Nações... Aí vem a música Chupando meu Amô com mais de 9 minutos de duração. Tá eu sei, os jovenzinhos (na época) queriam dizer que bimbaram pra caramba, colocaram gemidinhos metidos à Led Zeppelin na música e tal, mas... Que merda! Na melhor das hipóteses, esta faixa parece um amontoado de experimentos musicais sem criatividade e a música anterior, que é melhor, tem mais de 6 minutos... Então vem a posterior com uns 7 minutos! Chamo isso de querer dar o passo maior que a própria perna. Desnecessário para um álbum tão cru. E devia ser mais desnecessário para quem acha que todas bandas da época deviam ter uma produção melhor... Apesar dos pesares, Ama aí Evo é um crássico imortalizado pela banda de metal mais pop(ular) do mundo, o tal Metal lica... A produção simplória sem distorções de guitarra perceptíveis e o vocal sem tons agudos ou graves, sem grande alcance ou variação, deixa a música quase sem peso. Uma pena, tinha potencial para ser mais sonoramente pesada. A faixa 5 é passável, mas a seguinte (It's Electric) é melhor, na verdade acho que o Metallica também fez um cover (mais sem graça) desta música. E falando em cover, na sequência tem Helpless, uma música bacana que também foi regravada pelo Metallica... 

O álbum segue mediano, sendo os melhores pontos da "2ª metade", Shoot Out the Lights e We Won't be Back (esta última deve ter inspirado o Motorhead a gravar Another Perfect Day). 

01-Lightning To The Nations; 6,8 
02-The Prince; 7,0
03-Sucking My Love; 5,0
04-Am I Evil; 7,5 
05-Sweet And Innocent; 5,8 
06-It's Electric; 7,3
07-Helpless; 7,3 

(Faixas bônus do Relançamento):
08-Shoot Out The Lights; 7,0
09-Streets Of Gold; 6,5 
10-Waited Too Long; 6,0
11-Play It Loud; 6,8 
12-Diamond Lights; 5,0
13-We Won't Be Back; 7,0
14-I Don't Got 6,5 

Concluindo: A banda parecia ter algumas boas ideias, o álbum certamente não é ruim como um todo, mas talvez tenha faltado um pouco de técnica (principalmente nos vocais), sorte e... Produção, certo? 

Nota corrigida, contando só até a 7ª faixa: 6,8 (versão original do álbum)

P.S.: Este álbum tem potencial, tanto que a mega pop banda Metallica fez "x" covers dele, MAS um trabalho deste tipo deve atrair muitos tiozões, sejam metidos a troo ou scavengers (carniceiros) de discos velhos, principalmente no Brasil, um país cheio de baba ovo de gringo. Se um de vocês metau ruts, tiozão-saudosista-chato-pra-caralho, quiser criticar minha resenha, fique à vontade... A importância de tal crítica nula.



The Magician
A música, assim como a maior parte dos campos de estudo registrados ao longo das eras pela curiosa raça humana, faz parte de um corpo de conhecimento contínuo que se constrói com o passar do tempo com base na informação escrita previamente, consolidada e organizada.  Em outras palavras, algo que você escuta hoje no cenário popular da música, é uma camada de experimentação e conjunção sobre inúmeras miscelâneas harmônicas, melódicas e rítmicas que foram compostas e testadas por outro artista qualquer em algum momento no passado desse trabalho.

Citar tal obviedade parece ser ridículo caro amigo metaleirinho que nos lê, mas não é.

Isso porque em um cenário musical ‘vitrinesco’ (inventei mesmo), e de muita exposição, como acontece com a música pop em geral (inclui-se o Heavy Metal, para quem não sabe, tá?), escolhemos os ídolos como se realmente fossem semi-deuses iluminados e tocados pelo “dom” e o talento musical. E embora ser arrogante faça parte de ser um Metalcólatra, dessa vez eu não vou vestir meu manto de senhor da verdade para cravar que esse negócio de dom é uma verdadeira balela, mas que esse álbum do Diamond Head é um ótimo material para essa análise, ah.. é sim senhor...

Lightning to the Nations, o debut do Diamond Head é o resultado de uma soma de escolhas desastradas dos seus autores, quanto à decisão sobre a gravadora, tempo de gravação, duração do álbum e qualidade de produção, mas ainda assim com algumas composições de rara criatividade conseguiram chamar a atenção de personagens do meio que jogaram um merecido holofote para a banda inglesa naquela ocasião. Nascida em meados dos anos 70 e debutando em 1980 (assim como o Iron Maiden fez) o Diamond Head era mais um player do NWOBHM, e como tal, influenciou as bandas da Bay Area de São Francisco. 

E aqui entramos no cerne dessa história; quando o Metallica, banda apontada como uma das primeiras do movimento “thrash metal” norte americano, e uma máquina de $$$ dos dias atuais, gravou quatro covers da banda inglesa para distribuir entre suas demos e EP’s de divulgação. Não é exagero dizer que a influência do Diamond Head moldou boa parte do embrião do Metallica em sua fase pré ‘Kill’em All’, com contribuições que iam além dos covers de “Am I Evil”, “The Prince” e “Helpless”; “Shoot Out the Lights” e “Sucking My Love” (regravada também em bootlegs dos californianos) podem ser identificadas facilmente nas composições selfmade “Seek and Destroy” e “Hit the Lights”, verdadeiras estampas da “marca” Metallica. 

Quando desmembramos o histórico desses movimentos com o distanciamento dos anos e com a leitura correta dos dados, vemos que o julgamento comum de uma “verdadeira jóia” do Heavy Metal, como o Kill’em All, pode ser nada mais do que uma supervalorização de um trabalho criado sob influências bem específicas da banda naquela época.  Portanto, aqui enfatizo o meu discurso que cada parte desse todo que analisamos, e que chamamos de Heavy Metal, deve ser valorizado de acordo com sua respectiva contribuição, e Lightning to the Nations foi definitivamente uma grande contribuição para o segmento da música pesada. 

Sobre o álbum, vale destacar as criações e a interação das guitarras nos riffs e solos (ainda que sob uma impressão de timbres bastante toscos) e a condução rítmica da maioria das faixas que flerta em alguns momentos com um estilo punk (acontecia com certa frequência no NWOBHM) e dá liberdade ao uso do vocal “sem pautas” que o Diamond Head escolheu na maioria das canções. A criatividade fica muito clara nas faixas já citadas acima e reutilizadas pelo Metallica, tal como na faixa “It’s Eletric” (gravada posteriormente no Garage Inc., dos norte americanos), o que mostra que havia qualidade de composição no grupo britânico. Os pontos baixos vão para os vocais enjoativos e super limitados que nessa disposição de longa duração apresentada no álbum, ficaram extremamente irritantes.

Nota 6,5 ou \m/\m/\m/.


P.S: Eu vou entender e até quem sabe, concordar com você, caso use um argumento contrário do tom do meu texto do tipo: “quando o cara pega algo que ninguém dá valor e coloca seu talento sobre isso transformando em um material referencial e bombástico, isso também demonstra que possui um dom artístico..”, nesse caso, só não vem me falar merda sobre a “verdadeira música sai do coração”.



Pirika
Todo mundo sabe que o Diamond Head ficou famoso por causa do Metallica, não tirando os vários méritos que eles tiveram no cd de 1980 (o que tem o cover postado abaixo, não essa versão nefasta que o Trooper nos presenteou), porém it is what it is então não me irei me atentar a como o Metallica por tabela influenciou Diamond Head para todos seus seguidores e coisas do tipo e vamos nos atentar ao álbum.



O álbum pode ser facilmente dividido em duas partes, a primeira que vai até Helpless e a segunda que poderia ser facilmente esquecida, não que ela seja de todo ruim mas simplesmente não está no mesmo patamar da primeira.

Apesar de termos nos vocais desafinados de Sean Harris a parte mais fraca musicalmente falando, o lado A é de ótima qualidade com quase todas as músicas tendo seus covers feitos pelo Metallica e com razão. Aqui temos de longe os pontos altos do cd como The Prince, Am I Evil? e Helpless.

O lado B do álbum possui em excesso o maior defeito do lado A: O arrastado e desafinado vocal (LTTN, It's Eletric). Aqui temos isso acontecendo em praticamente todas as músicas com exceção de Waited Too Long, que é a música mais intrigante deste álbum, praticamente deslocada do resto porém uma boa música. De resto nesse lado B podemos citar uma influência muito mais voltada para o rock, os destaques positivos para Shoot Out the Lights, Steets of Gold e Play it Loud. Por último porém não menos importante precisamos citar a desafinação ímpar em Diamond Lights, coisa horrorosa.


Top 3: Am I Evil?, The Prince e Helpless. Shame Pit: We Won't be Back.

Nota: 6,9

PS: Ainda bem que quem saiu do banda foi o Harris e não o Tatler, dessa forma o Diamond Head ainda respira.





segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Rush - Counterparts

O álbum Counterparts, lançado em 1993 pelo Rush, foi escolhido por The Trooper para análise.

Faixas: 01-Animate; 02-Stick It Out; 03-Cut To The Chase; 04-Nobody's Hero; 05-Between Sun And Moon; 06-Alien Shore; 07-The Speed of Love; 08-Double Agent; 09-Leave That Thing Alone; 10-Cold Fire; 11-Every Glory




The Trooper
3
Saudações, mais um ano terrível se passa. Ficamos devendo uma postagem em dezembro, culpa do Magician, ele tentou convocar yuguloths mas acabou escravizado por eles, hoje está cerca de 14 horas por dia em algum plano inferior.

Coube a mim não deixar mais um mês passar batido neste decadente blog. O incentivo foi prestar uma homenagem póstuma ao grande baterista Neil Peart. E dentro do meu gosto limitado, resolvi postar o álbum que mais gosto dos caras: Counterparts.

Eu já havia dito isso no outro post de Rush feito pelo Phantom Lord e volto a reforçar, este é o melhor álbum dos caras, o mais pesado (na faixa Double Agent, minha mãe entrou no quarto e falou 'que baruiada filho') , o mais bem produzido, enfim, ouça aí para concordar (uma opinião de quem não ouviu nem 1/5 da discografia).

O baixo é o instrumento que traz mais peso ao álbum, mas ele (o álbum) é um espetáculo nos instrumentos como um todo. Preste atenção nas sacadas do Neil Peart (ouve a batera de Between Sun And Moon), nos riffs base do Lifeson. O baixo eu já citei que é minha paixão neste trabalho, mas os vocais suaves do baixista, Geddy Lee combinaram perfeitamente para fazer este um dos melhores álbuns de rock and roll que já ouvi (ou rock progressivo ... ou seja lá que classificação irrelevante você use).

A faixa instrumental (Leave That Thing Alone) é fodida, principalmente por causa do baixo, e Cold Fire dá aquele gás final antes do cd acabar, digo isto porque Everyday Glory é light demais para o álbum, não que seja ruim, mas lembra mais R.E.M. do que as outras faixas que estão mais próximas do heavy metal. Se não fosse pela última faixa e pela levemente sonolenta The Speed of Love, minha nota estaria próxima do máximo.

Destaque para Animate, Stick It Out e Nobody's Hero.

Nota : \m/\m/\m/\m/



Phantom Lord
Counterparts do Rush foi um dos meus álbuns favoritos por volta de 2010 a 2014... 
O pesado álbum (ao menos para os padrões de Rush) mostra bem a competência da banda canadense. A banda esbanjou qualidade musical ao longo de sua carreira e não é diferente com o álbum Counterparts lançado na 1ª metade dos anos 90. 
No momento só não posso opinar sobre o conteúdo de todas as músicas (letras) porque só lembro das poucas que eu li. Também me lembro que eu sempre cornetava Pirikitus e alguns outros colegas que defendiam Pink Floyd como o maior ícone da história do progressive rock. Eu posso tirar meu chapéu para consciência social de integrantes do Floyd, como Roger Waters, mas a sonoridade dos trabalhos do Rush deve continuar incomparável. Acredito que meu gosto permanece o mesmo porque o Rush faz músicas mais "digeríveis" do que o Floyd, portanto "menos progressivas". 
Falando do "peso" das músicas, ele aparece mais na faixa Stick it Out e em alguns trechos aqui e acolá do Counterparts, mas o Rush não precisa de peso para fazer boas músicas... 

Enfim, foi bacana ouvir este álbum novamente depois de vários meses e interpretar novos significados para algumas canções/ letras, mas vou encerrar a resenha aqui por falta de linearidade do meu pensamento. 

1. Animate 8,0 
2. Stick It Out 8,5 
3. Cut to the Chase" 7,2 
4. Nobody's Hero 7,1
5. Between Sun & Moon 7,1
6. Alien Shore 7,4 
7. The Speed of Love 6,8 
8. Double Agent 7,6 
9. Leave That Thing Alone 7,5 
10. Cold Fire 7,7 
11. Everyday Glory 7,2

P.S.: Sobre a relação letra e sonoridade, a música que impediu que eu desse o selo "Solid" para este álbum, The Speed of Love, tem um conteúdo interessante, mas não me chamou atenção melodicamente... Ao menos ainda não, mas talvez um dia. 

Nota: 7,5 


Pirika
"When we are young 
Wandering the face of the earth 
Wondering what our dreams might be worth 
Learning that we're only immortal For a limited time..."

Dessa vez não tivemos uma homenagem do clubista Magician, mas temos aqui mais um álbum do progressive power trio canadense em justa forma de homenagem e respeito a Neil Ellwood Peart, inegavelmente um dos maiores bateristas que o mundo já viu (para mim, o melhor) e principal letrista da banda, que nos deixou no último dia 07.

Counterparts com certeza está inserido naquele grupo de bons/ótimos cds do Rush. Ele veio naquela reviravolta dada pelo Rush no começo dos anos 90 após uma metade de década nada bem sucedida da banda com e conta com 3 hits que a banda levou até o seu fim com Animate, Nobody's Hero e Cold Fire, entre outras ótimas músicas e algumas longe disso.

O álbum começa com Animate que tem um riff de baixo bem forte, instrumento este que se encontra com presença marcante por todo o álbum. O fato do Rush ser um power trio com músicos de alta qualidade contribui bastante pra isso, é uma banda sempre bem equilibrada que dificilmente deixa o peso nas costas de alguém. Além do riff o refrão também merece destaque, com certeza umas das melhores do álbum e da banda.

O álbum continua com a boa Stick it Out que deve ser a música mais pesada do álbum com bom solo do Lifeson apesar de curto. Cut to the Chase é de igual qualidade sendo uma música mais cadenciada e abre pro clássico instantâneo do Rush Nobody's Hero principalmente devido ao seu tema abordado.

A partir daí o álbum dá uma derrapada, normal já que o nível estava bem elevado até então. Between the Sun & Moon traz um bom instrumental padrão Rush, mas aqueles "Ah yes to yes" são osso. Peart e o solo "meio riffado" do Liefson se sobressaem aqui. Alien Shore para mim é o ponto baixo do álbum, que depois carrega as duas músicas que passam batidas até Leave That Thing Alone. É incomum você ver um álbum retomar a pegada a partir de uma música instrumental e por algum motivo o riff do Lifeson me lembra uma música do Sonic, mas enfim...é uma boa música. 

Cold Fire pra mim é o ponto alto do cd, uma das minhas favoritas do Rush, tudo nessa música me agrada. Ela é aquela turbinada final que o álbum precisa que até carrega Everyday Glory junto com ela, que é uma musica ok sem muitos destaques. Um bom cd de uma ótima banda de rock que possui o melhor baterista do mundo.


PS: Eu aproveitei para ler minha resenha do Moving Pictures feita em 2011 e na primeira frase da resenha eu falo que Rush não me agrada, só tenho a agradecer o Father Time por nos deixar menos tapado. Ao menos meu endeusamento ao Peart já existia naquela época, bom sinal de que existe uma espécia de sanidade estável na minha cabeça. 



Top 3: Animate, Nobody's HeroCold Fire. Shame Pit: Alien Shore.

Nota: 7

Curiosidade: Nos dois últimos álbuns tivemos um "Lee" com composições fodas. O baixo do Geddy é bom demais de se ouvir.

Pra finalizar, deixo um vídeo tributo ao Neil Peart com a última música do último álbum do melhor baterista da história. 

Rest in Peace, Neil.



"Suddenly, you were gone 
From all the lives you left your mark upon..."




The Magician

Concordo em grande parte com a maioria das coisas que os três metalcólatras acima escreveram (com exceção da escolha descabida do shamepit do Pirika), inclusive sobre a introdução do post do Trooper que cita meu embate corrente com demônios das profundezas do Abismo. Portanto, podia me isentar dessa postagem que sob muitas perspectivas se faz desnecessária, mas acredito que o saudoso Peart ficaria chateado comigo caso optasse pela omissão...

 Na longa carreira dos canadenses muita coisa boa foi produzida, mas acho que destacar esse trabalho diante de grande parte dos demais da discografia do Rush não seja um exagero, e por isso endosso a escolha do Trooper como uma grande homenagem não somente ao N.P (rip), mas sim como uma grande homenagem à própria banda, que encerra suas atividades oficialmente com a morte do seu baterista.

O resultado do álbum Counterparts se avaliado como 'peça única' é genuinamente fiel ao estilo mais Rock'n Roll do Rush, que passou por algumas outras sonoridades meio "diferentes" na sua trajetória prévia, que o torna um trabalho bastante acessível para diferentes grupos de ouvintes, desde que apreciadores de boa música. E é importante frisar este ponto, pois mesmo com a utilização do modelo circular popular na composição da maior parte das músicas (V-B-R,- solo -V-B-R,.....), o Rush coloca realmente MUITA matéria prima sonora em cada estrofe.  Ou seja, não é um álbum preguiçoso, e as músicas apresentadas com estruturas de versos, bridges e refrãos mais comerciais - como "Cold Fire" - são construídas com detalhismo e certa complexidade nas pautas instrumentais, rebuscando e qualificando o produto como um todo.

Outro ponto digno de nota (e citado pelos demais metalcolatras acima) é o peso geral do álbum. O Rush fabrica esse peso sonoro bem mais pela escolha das melodias - quase sempre utilizando intervalos menores e progressões melancólicas - do que pelas escolhas dos timbres ou interpretações. Em outras palavras, não escutamos o Lifeson britando grooves rachados em uma guitarra super distorcida ou Lee usando cavalgadas no baixo, muito menos Neil impondo excesso de bumbos duplos, mas mesmo assim, a noção de peso nas músicas fica clara para a maioria das pessoas. Dá quase pra falar que é heavy metal sem "apelar".

Mergulhando nas composições, tem muita coisa digna de nota pra imprimir tudo nesse post, por isso vamos direto ao ponto: o baixo de Lee é o verdadeiro frontman protagonista na maior parte das canções, com destaque para seus rápidos ligados e nos agressivos slides em "Animate" e "Stick it Out", com certeza as músicas mais 'fortes' do disco, e em especial na maravilhosa música instrumental "Leave That Thing Alone". Alex é o mesmo guitarrista inteligente que citei lá em "Moving Pictures" e adapta as suas linhas para a guitarra não oprimir os demais instrumentos (o que facilmente acontece em power trios mais descuidados) se usando de versatilidade surpreendente com interpretações tanto de baladas em 'Nobody's Hero', como de rock clássico em 'Animate' e 'Between Sun and Moon' e até postura hardcore como nos riffs de 'Cut to the Chase". Aliás, sobre este ultimo som, vale a pena destacar o solo de guitarra nervoso que o guitarrista canadense criou, em um estilo de fraseado que lembra muito o mestre alienígena Joe Satriani, que inclusive deve ter sido homenageado também na faixa 'Alien Shore' - a MELHOR composição de guitarra de Alex Lifeson nesse trabalho!!!!!! - com um riff introdutório e interlúdio de guitarra encharcado de veneno, e finalizados com um harmônico maravilhoso!

Sobre Neil Peart nesse trabalho..... 'who am I' pra escrever qualquer coisa aqui??? O cara era um mestre, cada música de Counterparts tem uma característica atmosférica que na verdade é ditada pelos tempos e pela intensidade da bateria de Peart; sua bateria falava, e se você dúvida, escute aí novamente a faixa "Leave That Thing Alone". Lembro do documentário do Rush que Peart conversava com um batera clássico de Jazz, e nessa conversa os dois refletiam que a fluência da composição de bateria não deveria girar em torno da pontuação temporal (unidades de tempo marcadas pela batida da bateria, mínimas, semimínimas, fusas, etc..), mas sim era focada nos intervalos de pausas e contra tempos, mais ou menos como enxergar uma foto no negativo, ou como o laser do código de barras que na verdade lê somente os intervalos em branco..... sei lá... tô viajando aqui... quem sou eu pra entender a aplicação desse conceito?...

É isso aí coleguinhas, Couterparts é trabalho de gênio (3 gênios, específicos) quase que sem pontos fracos (não gostei de Speed of Love, pra falar a verdade) e com muitos pontos fortes. Obra cravada na história do Rock, assim como o nome de seus criadores.... um deles inclusive já partiu dessa realidade para se tornar mitologia.
Nota 8,4 ou \m/\m/\m/\m/.





sábado, 16 de novembro de 2019

Ozzy Osbourne - The Ultimate Sin

O álbum The Ultimate Sin, lançado em 1986 por Ozzy Osbourne, foi escolhido por Phantom Lord para análise.



Phantom Lord
Já que ninguém posta há quase 3 meses, decidi trazer a este blog um álbum que considero subestimado: The Ultimate Sin de Jake E. Lee... Ops! Eu quis dizer de Ozzy Osbourne. Embora minha música favorita da carreira "solo" deste cara, seja a "Bark at the Moon", o álbum homônimo é medíocre e indigno de resenha como um todo, pois se resume a faixa título. 

Pois bem, lembro-me de ter lido algumas resenhas sobre álbuns do Ozzy e The Ultimate Sin parecia ser taxado de "álbum comercial" e/ou "passável". Talvez a produção do trabalho remeta às vertentes mais populares do rock / metal dos anos 80, mas grande parte das músicas são de alta qualidade. O destaque vai para o guitarrista Jake E Lee, com seus riffs interessantes e (ao menos alguns) solos virtuosos, é claro. 
 Porque é claro? 
Porquê o Ozzy sempre se cercou de bons músicos, mais precisamente bons guitarristas. Convenhamos, o Ozzy em si, é um vocalista medíocre, embora tenha um estilo marcante de cantar. 

O conteúdo das letras parecem interessante em parte ao menos: Críticas válidas aos poderes corruptos da humanidade aparecem na faixa título, em Killer of Giants e talvez (?) em Thank God for the Bomb e outras. Musicalmente, os pontos fortes ficam por conta de Shot in the Dark e Secret Loser e o ponto fraco fica em Thank God for the Bomb, onde Ozzy mostra todo seu desafino. 

01-The Ultimate Sin 7,8
02-Secret Loser 8,5 
03-Never Know Why 7,5 
04- Thank God for the Bomb 5,2 
05-Never 7,2 
06-Lightning Strikes 7,4 
07-Killer of Giants 7,9 
08-Fool Like You 7,5
09-Shot in the Dark 9,3 

Nota: 7,6 

P.S.: As letras críticas que eu citei parecem diminuir nos álbuns seguintes. Um efeito causado por Sharon ou por Zakk Wylde? Bom... a esposa do madman parece não entender bodega alguma sobre música para substituir o guitarrista. E... Zakk Wylde é um bom guitarrista, com características nitidamente únicas, MAS nunca conseguiu, não consegue e nunca conseguirá reproduzir decentemente a obra prima de Jake E Lee: Bark at the Moon. 

The Magician
Quando você lê a biografia dos músicos, você acaba entendo muito do que existe  nas obras que escrevem. No caso de Ozzy Osbourne muita coisa fica esclarecida; no começo, é engraçado ler as loucuras de J. Osbourne, mas depois de um tempo mergulhado nas páginas - se você, como eu, for uma pessoa um tanto amargurada que possui o humor desgastado pelos anos - você percebe que Ozzy não passava de um debilóide que seguia a vontade das drogas e de outras pessoas com personalidade mais "forte" que a sua. O Pirikitus comentou comigo que a única parte que não gostou do filme do Motley Crue foi a parte do Ozzy, por ter sido retratado como um retardado mental... , mas a verdade é que ele agia como se fosse. Sua auto biografia descreve bem este comportamento: um cara loucão que andava por aí mostrando a bunda, mijando em locais públicos, falando besteira para os outros e se borrando nas calças por causa do excesso de drogas...

Sem julgar, afinal conheço muito idiota por aí (mais do que gostaria), que se não faz exactamente a mesma coisa, gostaria muito de fazer... e a desculpa por não agir assim, é não abusar das drogas como ele fazia. 

Citei a personalidade do Ozzy nessa época por perceber que este álbum é lançado no auge dessa crise pessoal do madman, e que a própria capa retrata um Ozzy grotesco, quase irreconhecível, afundado em uma poça tóxica, e claramente, a ser dominado por um 'demônio' feminino de calças agarradas e olhos ameaçadores, famintos por poder e controle (Sharon?). Inclusive o videoclipe da faixa título é uma clara referência ao sogro, importante empresário da música que travava uma guerra com o casal, segundo o próprio Ozzy.

Nisso tudo, é óbvio que a música sempre fica em um último plano; primeiro vêm as drogas, o dinheiro, o poder, a fama... e depois a música, um detalhe nessa altura do campeonato, para Mr. Ozzy. Por isso, a obra é quase uma criação solo do talentoso guitarrista Jake E. Lee, junto aos demais membros da banda contratada. 

Da mesma forma que um artista póstumo, J.Lee ganhou fama ao longo dos anos por causa de sua singular criação em "Bark at The Moon" (em minha opinião, o solo desta música está entre os dez maiores da história, e seu riff principal é influência direta na criação do speed metal), mas em minha opinião, são poucas composições dignas de nota se somarmos os dois álbúns em que contribuiu na carreira de Ozzy: "Bark at The Moon", "You're no Different", "Killer of Giants", "Shot in the Dark" e "Waiting for Darkness". Não é pouca coisa... mas podia ter sido muito mais. 

Por isso acho "The Ultimate Sin" um disco bem fraquinho, com o troféu de limite da falta de criatividade para a faixa "Tks God for the Bomb", uma cópia baratíssima de EVH (Ain't talk about love).

Podia fazer uma análise só dos guitarristas do Ozzy para esmiuçar as reviravoltas na carreira do O.O., mas nem o blog e nem você que está lendo, merecem isso.


Nota 6, ou \m/\m/\m/.

The Trooper
3
O Pharofa Lord não gostou muito da resenha do mago de araque do blog, com alguma razão. Uma vez que ela foca pouco no trabalho em questão, ela não presta para muita coisa, mas ela presta para algumas coisas.

Ela serviu para me incentivar a finalmente assistir The Dirt, o filme-biografia do Mötley Crüe. É um filme legalzinho, com uma narrativa meio forçada, algumas tomadas bem artificiais e um fim completamente 'lição de moral' que na verdade não faz juz à realidade (na vida real o baterista saiu da banda não muito depois daquela cena).

Serviu também para que eu ouvisse o primeiro álbum da banda, 'Too Fast For Love'. Pra quem desprezava totalmente essa banda lado B, até que achei umas músicas bem legais lá. Mas tá cheio de faixas meia-boca para completar o trabalho, claro que, no filme só aparecem as melhores.

Mas a resenha não é sobre 'Too Fast For Love', é sobre 'The Ultimate Sin', lançado por Ozzy Osbourne ... pera aí, seguindo a lógica do Magician, é melhor mudar essa apresentação.

O álbum The Ultimate Sin, lançado em 1986 por Jake E. Lee, foi escolhido por Pharofa Lord para análise.



Agora que nosso maguinho foi satisfeito, vamos continuar a resenha.

A capa realmente pode querer expressar isso que nosso querido Magician escreveu. Dado o conteúdo das letras do Madman, que é bem pessoal, isso é muito provável, mas se ele foi lá buzinar na orelha do artista sobre como queria a capa, ele devia estar com a ideia de expressar algumas outras letras, já que há uma bomba atômica sendo detonada ao fundo, e dado o histórico de Ozzy e suas letras e a quantidade de 'God' que aparece nelas, a aparência dada à sua representação pode também ter a intenção de dar um toque de Apocalipse na capa.

Eu nunca achei o Ozzy um compositor primoroso, cantor então, nem se fala. O forte dele, como o próprio Magician escreveu em algum resenha que não me lembro, é se cercar de músicos muito competentes.

E ao contrário do que o maguinho afirma em sua mais recente resenha, o padrão se repete em T.U.S.

Sim, 'Thank God For The Bomb' é a mais fraca do álbum. Principalmente com uma letra dessas, se Ozzy quis dar sua opinião sobre a bomba nuclear, ele poderia ter ficado calado ... se ele quis fazer alguma crítica como se a música fosse a visão de outra pessoa, não deu muito certo...

Segundo a lógica idiota apresentada, a pessoa que argumenta nela diz que prefere agradecer a Deus pela bomba nuclear porque o medo que ela incita inibe guerras ... isso é uma balela, guerras e barbarismo continuam a acontecer em tudo quanto é lugar. Mesmo que fosse verdade, a tal bomba está na mão de alguém... esse alguém a aponta como se fosse uma arma na cabeça para estuprar a vítima congelada pelo medo... enfim, não é uma letra que valha a pena discutir.

Musicalmente falando, a música também não é grande coisa, embora acusar de plágio é um pouquinho exagerado por parte do Magician. Os backing vocals cantando 'Nuke ya Nuke ya' certamente contribuem para 'merdear' a música.

Mas enfim, uma música sozinha não estraga um álbum. O restante é de mediana/boa para cima. Até nas mais medianas, como 'Never' e 'Fool Like You', Jake Lee tira uns coelhos da cartola no meio da música que te fazem prestar atenção no que está rolando na vitrola.

O baterista, Randy Castillo, (que foi avisado por um dos caras do Mötley Crüe que Ozzy estava contratando ... tá vendo? Li isso por culpa da resenha do Magician) também tem umas sacadas bem bacanas escondidas no meio das músicas.

O baixista, Phil Soussan, é o responsável por 'Shot in the Dark', uma das melhores do álbum.

Até os teclados de Mike Moran tiveram um bom papel no trabalho.

Enfim, trata-se de um bom álbum, com 'Killer of Giants' sendo a pérola dentro da ostra. Quando a música começa você pensa que é Blind Guardian, ou que você está jogando Diablo I, mas não, tá num álbum solo do Ozzy, com uma letra boa até, enfim, quem não ouviu, precisa conferir. Quem ouviu tem que guardar ... ouviu Magician?

Destaque para Killer of Giants (uma obra-prima) e Shot in the Dark.

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.: Sobre ser retardado - é meio triste ver alguém lambendo o mijo do outro mesmo.

P.P.S.: Ótimo álbum de Jake E. Lee.

P.P.P.S.: Esqueci de colocar na resenha - o ponto fraco do álbum é a produção. O próprio Ozzy afirma que este é o álbum que ele menos gosta por causa da produção.

“[Producer] Ron Nevison didn’t really do a great production job,” he says. “The songs weren’t bad; they were just put down weird. Everything felt and sounded the fucking same. There was no imagination. If there was ever an album I’d like to remix and do better, it would be The Ultimate Sin.”

- Ozzy

Pirika

The Ultimate Sin, vulgo quarto álbum do Ozzy saiu em um momento onde o metal farofa imperava e esse álbum mostra que as tendências devem ser serão seguidas, mesmo que o seu resultado seja bem merreca. Na minha modesta opinião, após o Diary of a Madman, a qualidade dos álbuns sofrem uma notável queda até a aparição do No More Tears (depois cai de novo, mas tudo bem...).

O Ozzy sempre seguiu com maestria a receita de sucesso daquele cara novo que se destaca em sua banda e resolve voar para a carreira solo que é achar uma cozinha sólida e um guitarrista pika, só pegar o retrospecto de pessoas que passaram pela sua banda: Rhoads, Lee, Wylde, Gus G., Soussan, Trujillo, Newsted, Castillo, Bordin, Clufetos, etc.., isso ajuda muito a segurar a peteca quando uma coisa não vai tão bem quanto poderia e esse cd é uma prova disso. Ele não chega a ser um cd de destaque, porém a boa qualidade dos músicos segura de forma ok principalmente na parte musical, Lee é o maior exemplo disso. Lee, ao lado da Shot in the Dark, são os grandes pontos positivos desse álbum.

O lado 1 é o lado mais passável com destaque para Secret Loser e só, o lado 2 tem mais vergonha na cara com todas as melhores músicas do cd incluindo a fodelona Shot in the Dark. Um cd passável que eu não ouvia faziam anos e provavelmente vai continuar seguindo dessa forma.

Top 3: Shot in the Dark, Lightning StrikesKiller of Giants. Shame Pit: Thank God for the Bomb.

"Mother Nature, people state your case without it's worth 
Your seas run dry your sleepless eyes are turning red alert"

Nota: 6,5

PS: Tivemos nesse cd Lightning Strikes e no Virtual XI, duas postagens atrás, Lightning Strikes Twice...Uma curiosidade à altura do álbum.

sábado, 24 de agosto de 2019

Ed Guy - Mandrake

O álbum Mandrake, lançado pela banda Edguy em 2001, foi escolhido para análise por Phantom Lord.



Phantom Lord
 
Anos e anos se passaram desde a criação dos metalcólatras e finalmente chegamos num momento ideal de comentar o álbum Mandrake. 
Existem álbuns que falam de clichês de estilo musical, álbuns que falam de fantasia, que criticam a religião, que falam sobre os rumos da humanidade, que fazem críticas sociais, que criticam o sistema... e existe o Mandrake. 
Embora existam temas básicos como questões em torno do destino (Wash Away My Poison e All the Clowns) e fanfarronice sem nexo (Save Us Now) o cerne de Mandrake parece girar em torno de críticas à corrupção da humanidade, seja com teor mais religioso (como em The Golden Dawn) ou com um teor (semi) histórico / econômico (Tears of a Mandrake). Estas críticas feitas de maneira aparentemente peculiar, se deve ao fato da banda (ou algum integrante dela) possuir um repertório esotérico/ mítico/ religioso, o que também explica o fato do vocalista Tobias Sammet ter trabalhado o projeto Avantasia mais ou menos na mesma época em que lançava o Mandrake. Acredito que este conjunto de características seja raro de se achar em um só álbum, o que acaba dando um grande potencial ao Mandrake... 
Musicalmente falando, é um álbum de "power" ou "melódico" competente, mas que em minha opinião, vai deixando de chamar atenção entre o meio e o final (faixas 7 a 10). 
Talvez a banda contesse (ou ainda contém?) um membro da Ordem Hermética da Aurora Dourada, ou da Rosa-cruz. Só espero que não seja da ordem dos amiguinhos do Treebeard. 

01-Tears of a Mandrake 8,5
02-The Golden Dawn 7,8
03-Jerusalem 10,0
04- All the Clowns 7,4
05-Nailed to the Wheel 8,0
06-Pharaon 7,7
07-Wash Away My Poison 7,2
08-Fallen Angels 6,7 
09-Painting on the Wall 7,0 
10-Save Us Now 6,7 
11-The Devil and the Savant 7,2 

Nota: 7,6

Apesar do Mandrake mostrar um grande potencial, o projeto paralelo de Tobias deve ter ofuscado este álbum do Edguy... Convenhamos, The Metal Opera foi gravado por uma "super banda", e acabou se tornando uma obra prima dos gêneros mais espadinha-piripimpim do metal (nosso blog confirma: Avantasia - The Metal Opera deve ser o álbum mais bem avaliado desde 2010 até este momento). 


The Magician
Este álbum é de um nicho e de uma época em que, na opinião deste modesto metalcólatra, tudo que era produzido era bom.

As bandas europeias de Speed e Power Metal estavam extremamente inspiradas, no auge de suas carreiras e dando contornos a um movimento que, embora não fosse novo (existente desde o início dos anos 80), ainda conseguia mostrar qualidade sonora sem soar datado ou repetitivo em demasia. Dentro dessa ilustre turma figuravam bandas como Sonata Arctica, Raphsody, Blind Guardian, Angra, Stratovarius, Hammerfall e Edguy.

Esta última banda não nega nem sua origem e nem suas referências, calcadas directamente do grupo metaleiro "sênior", o Helloween - os mestres do gênero Power Metal germânico. O Edguy, que o nosso amigo fantasmagórico escolheu para resenharmos nessa postagem, segue a linha exata definida e construída pelos cabeça de abóbora: cantos super melódicos em tempo integral, bastante uso dos famosos agudos vocais e de backing vocals em coros, músicas longas progressivas e com alternâncias rítmicas em excesso..., ou seja, toda aquela choradeira gostosa que nós fãs de Metal Melódico adoramos... 

Tem muita coisa boa pra destacar nesse álbum, e eu diria que somente com o que foi composto da primeira à sétima faixa, esse é um disco poderia entrar facilmente para o seleto rol de trabalhos clássicos do acervo permanente do Heavy Metal melódico. Só que em compensação fico um pouco reticente de avaliar o resto do Cd (faixas 8 a 12). As últimas faixas são longas e definitivamente não apresentam exatamente algo novo - com exceção talvez de "Painting On the Wall", não porque eu tenha gostado muito desse som, mas sim porque ele preenche a cota de Hard Rock farofa desse trabalho do Edguy.

Sobre as primeiras faixas, alguns pontos que acredito ser dignos de destaque positivo da obra: A atmosfera  imersiva moldada com excelência na primeira faixa do álbum - peso recorrente durante os versos e bridges para desembocar em um refrão apoteótico e super marcante - adicionalmente com a letra super pesada e 'pra baixo', que preenche muito bem as pautas do som (acredito inclusive que nosso coleguinha Metalcólatra Mercante tirou sua alcunha dessa música... poderia fazer o mínimo de vez em quando, e dar as caras aqui para resenhar esse disco); os licks melódicos solfejados pelas guitarras em consonância aos riffs pesados executados em "Golden Dawn" - essa é a nata desse subgênero metaleiro; o interlúdio épico cantado em "The Pharaoh" ("Don't you see that it's coming...") por um coro que interage e serve de base para uma camada solista da voz de T.Sammet - molde que forjou o "The Metal Ópera" do Avantasia; e por fim o trabalho de composição muito bem feito como um todo em "Jerusalem" e "Wash Away The Poison". Apesar desses destaques, tem muito mais o que escutar nas sete primeiras - excelentes - faixas desse álbum.

Uma coisa que gostaria de adicionar à esta resenha é um comentário sobre a personalidade de T. Sammet, que deixei passar em resenhas passadas aqui do blog. Ele é um cara extremamente engajado e antenado sobre os trabalhos e o movimento de Heavy Metal, e não digo isso somente por ter sido o autor do pretensioso projeto Avantasia; em entrevistas e em outras oportunidades ele demonstrou saber o que está exatamente acontecendo nesse meio (me lembro em um show que fui em que ele disse em bom português [brincando] para os fãs presentes: "Bon Jovi do Metal... vão se foder". Dada esta fina sintonia de Tobias Sammet com o movimento Heavy Metal, facilmente posso ver referências e homenagens nesse trabalho a outros grandes artistas do gênero; p.e. a faixa Jerusalém com o seu começo consistindo em acordes arranhados no violão acústico, para mim é uma alusão clara à música homônima de Bruce Dickinson (vocalista, que sem sombra de dúvidas guardas semelhanças quanto ao seu timbre de voz) lançada no disco "The Chemmical Wedding" - assim como existe uma referência clara e explícita no quarto verso de "The Devil and the Savant" ("Getting sight of a revelation forced: the chemical wedding day....."); entendo também que pelas características do canto e pelo próprio batismo da faixa "Nailed To The Wheel", não tem como não ser uma homenagem ao Halford... 

Bom trabalho, de uma época em que este gênero estava extremamente inspirado, pena que à partir da oitava faixa o álbum perde o fôlego. De qualquer modo, muito bom de relembrar.

Nota 7,5, ou \m/\m/\m/\m/. 
   

Pirika
O ano era 2000 e alguma coisa, a descoberta de músicas novas na internet ainda estava tentando se estabelecer e cada um se virava como podia para ampliar os horizontes dentro do metal. Na época eu assinava a Rock Brigade para isso e comecei a me deparar com um cd que mês após mês aparecia nas imagens de anúncio das várias lojas da galeria do rock que anunciavam na revista na época e este cd era nada mais nada menos do que Mandrake do Edguy, aquela banda do cara do Avantasia. Justiça seja feita, o Edguy já vinha fazendo cds consistentes desde o Vain Glory Opera porém foi com o Mandrake que eles atingiram um novo patamar encabeçando pela primeira vez turnê, gravando cd ao vivo e aproveitando o fim do contrato para assinar com uma gravadora maior (Nuclear Blast).

O cd começa com Tears of a Mandrake, possivelmente a melhor música do cd. Golden Dawn, Jerusalem (ótima) e All the Clowns mantém o nível alto do cd até chegar na Halfordiana Nailed to the Wheel. Para mim, ela e Wash Away the Poison são duas músicas que ficam meio deslocadas do resto do cd, o que não significa que são músicas ruins. The Pharaoh merece um senhor ponto de destaque pois isso aqui é de gigantesca semelhança com Avantasia. Fallen Angels é com certeza a música que eu mais ouvi desse cd e a minha favorita, transborda aquela melancolia do tempo que o metal ainda era um gigante universo a ser explorado.

Painting on the Wall é o ponto falho desse cd, seguida pela mediana Save Us Now. The Devil and the Savant é um alívio que não deixa o cd se encerrar de forma negativa, não entra no meu top 3 devido a qualidade das outras músicas mas ganha minha menção honrosa. Um álbum sólido de uma banda sólida que possui seus momentos de genialidade.

Top 3: Tears of a Mandrake, The Pharaoh e Fallen Angels. Shame Pit: Painting on the Wall.

"When they say you're a fossil
When their eyes nail you to the cross
Take their curse and join our way
Welcome my friend on the ship of the damned".

Nota: 7,5.




The Trooper
3
Confesso que ouvi este álbum com um alto grau de preconceito devido à grande quantidade de propaganda positiva que foi feita para o mesmo, principalmente pelo Mercante.

Mas o safado nunca postou o maldito fantástico álbum aqui, nem mesmo o colocou entre os seus dez álbuns favoritos, daí minha desconfiança e preconceito.

Nas primeiras audições até que meu preconceito estava prevalecendo, mas quando parei para prestar atenção não deu mais para negar que este é um ótimo trabalho do Bon Jovi do Metal.

Não vou me ater muito às faixas porque o pássaro infernal recém surgido do Tártaro resumiu bem o álbum, só discordo de achar que Painting on the Wall mereça um shame pit, ela até que é boa.

Então resumindo, concordo com os posts anteriores, o álbum é muito bom mesmo no lado A, e o lado B, embora caia um pouco o ritmo, ainda sim é bom. Mesmo o momento Helloween pastelão dos caras, Save Us Now, até que dá numa boa música, poderiam fazer um anime do Coelho Baterista e botar a música na entrada.

P.S.: Joe, the Barbarian, foi daí que você tirou inspiração para aquelas suas interpretações de personagem de desenho animado?

Nota: \m/\m/\m/\m/


terça-feira, 30 de julho de 2019

Iron Maiden - Virtual XI

O álbum Virtual XI lançado pelo Iron Maiden em 1998 foi escolhido por The Trooper para análise.

Faixas: 01-Futureal; 02-The Angel And The Gambler; 03-Lightning Strikes Twice; 04-The Clansman; 05-When Two Worlds Collide; 06-The Educated Fool; 07-Don't Look To The Eyes Of A Stranger; 08-Como Estais Amigo



The Trooper
3
Neste mês de julho completei 4 décadas neste plano, entre acontecimentos irrelevantes, desmotivantes, humilhantes, etc... Houve algo que o destino me reservou. Minha amiga havia consertado o toca cds de seu carro antes de me vender e num belo dia de julho em que liguei o carro para a bateria não arriar e fui com ele para a desagradável zona oeste trabalhar, coloquei um cd que havia sumido do meu hd para tocar: Virtual XI.

Que acontecimento agradável, um mergulho nostálgico sem memórias específicas, levado apenas pela qualidade do som. 'Qualidade do som?' Alguns palhaços devem estar se perguntando.
Sim! Qualidade do som! Melhor do que você, palhaço, nunca irá fazer!

O Iron Maiden usou a fórmula batida de sempre para fazer este álbum, com algumas pitadas de foda-se ('Foda-se, vou colocar um teclado nessa música sim'). Para mim, um álbum profundo, com a alma dos instrumentistas colocada nua no trabalho. Principalmente a de Bayley. E que interpretação! Quem falar mal do Bayley cantando The Clansman na minha frente vai levar um tapa na cara!

The Clansman e Lightning Strikes Twice são duas músicas que encaixam muito bem com sua voz. Aliás, acho que este álbum é o que foi melhor composto em sintonia com o vocalista. Bayley arrasta um pouco o Iron Maiden para uma pegada mais Black Sabbath e eu achei que o trabalho em geral lembra um pouco Classic Rock.

Murray e Gers estão afiadíssimos, Nicko com a pegada de sempre e Harris, Harris estava inspirado. Enfim, falem o que quiser, Virtual XI é um dos meus álbuns favoritos e quando Venâncio afirma que este é o melhor álbum do Iron Maiden eu quase não sinto vontade de discordar ... quase.

Destaque para o álbum inteiro, dos trechos acelerados de Don't Look To The Eyes Of A Stranger, da perfeição de The Clansman, até a melancolia de Como Estais Amigo (é engraçado pensar sobre essa música, o quanto nós não apitamos nada nessas guerras ridículas e nas decisões de nossos governantes nojentos).

P.S.: Obrigado, destino, pelo presente. (Você não, diretor).

Imitando Pirikitus:

"Time will flow
And I will follow
Time will go
But I will follow"

Nota: \m/\m/\m/\m/

The Magician
Qualidade do som, Trooper?.......... Não sei.... vamos lá.. 

O Iron Maiden é provavelmente a maior (em staff, material, marca, grana, etc..) e melhor banda de Heavy Metal que já existiu, então sob esta perspectiva o Trooper tem razão quanto a desafiar o questionamento da qualidade de qualquer obra feita pelos caras da banda (talvez seria melhor usar o termo "da empresa"). Nesse sentido, Virtual XI é mais um bom trabalho da super banda britânica, e de fato supera muitos dos álbuns do gênero nas últimas décadas se analisarmos somente a qualidade de produção; ou seja, qualquer trabalho do Maiden sempre vai chamar muita atenção, e a interpretação de que um álbum inédito da banda seja algo totalmente supérfluo ou sem nenhuma qualidade só pode ser o parecer final de um pusta de um mongolóide mesmo.

Dito isso, podemos aumentar o zoom da lente para analisar o segundo e ultimo trabalho de Blaze como vocalista do Maiden (acho que isso diz algo, não?), e levando em consideração o que o grupo, como uma banda de mainstream do gênero, poderia ou não produzir em 1998. 

O disco anterior - "X Factor" -, como o próprio Blaze afirmou, resistiu (ele usou "sobreviveu") à ferocidade da crítica e dos fãs, que já haviam até acendido a fogueira para lançar o pobre vocalista em seu interior, clamando pelo retorno do lendário Bruce Dickinson; logo, acredito que "Virtual XI" na verdade denota alguns erros de estratégia do líder da banda, Mr. Harris, uma vez que foi esse trabalho (e nada mais que isso) que desmantelou essa formação do Iron e comprometeu a carreira posterior de Blaze Bayley. Duas decisões em específico, podem ter contribuído bastante para o "fracasso" do álbum perante o público: 1 - O aumento da extensão das músicas conforme admitido por Harris numa entrevista de 2010, e; 2 - A inserção dos teclados gerando uma relativa mudança na sonoridade dos ingleses.

Steve Harris chamou essa nova abordagem da duração dos álbuns à partir de V.XI como "mais progressiva", mas não é de fato o que acontecia nessa época. Talvez com exceção de "Clansman", as músicas mais longas - como "The Angel and Gambler" e "Don't Look to the Eye of A Stranger", que somam juntas quase 20 miutos! - traziam os mesmos riffs e refrãos por repetidas vezes, de modo descabido e desnecessário. Isso foi uma bomba nos ouvidos dos fãs e críticos mais conservadores, que não tinham muita tolerância aos vocais fanhosos de Blaze; uma coisa é você escutar uma hora de Bruce Dickinson, outra bem diferente, é escutar Blaze por uma hora inteira repetindo os refrãos 700 vezes..... pqp, haja!!! Blaze, pelas suas características, se dava melhor com hits de curta duração (como "Man on The Edge" ou "Lord of the Flies"), ou pelo menos com as músicas longas em que ele não tenha que repetir a mesma frase por mais de 4x seguidas (cabe citar a boa parcimônia de "Clansman" que ao invés da infinita repetição -não passa de 4x a mesma frase- apela para o "Ôôo", já no refrão de "Angel and Gambler" Harris só pode estar de sacanagem com todo mundo).

Quanto aos teclados, acho até que são toleráveis e em alguns casos até muito bem fixados no contexto (novamente o bom exemplo cabe à "Clansman"). Porém o uso na desgastante "The Angel and Gambler" (novamente, representando o lado ruim do álbum), deixa a sonoridade mais alinhada com um estilo hard rock pesado quase-dançante, desfocando o estilo clássico do Iron Maiden. Esse erro de estratégia foi potencializado pelo descontrolado orgulho de Steve Harris, que brigou com o produtor para fazer de sua composição ("Angel and Gambler") a principal música de divulgação de Virtual XI (em substituição da composição de Blaze - "Futureal" - que em minha opinião, se sairia bem melhor nessa atribuição).

Tudo isso que escrevi, foi julgado ao longo dos anos pelos metaleiros, pelo mercado musical, pelos críticos.... enfim, pelo próprio tempo. O resultado já conhecemos, com a rotulação de Virtual XI como um dos mais esquecíveis e fracassados CD da banda na sua longa história, porém, esse não é o meu julgamento...

Para mim, o disco em questão é um trabalho bem razoável (no bom sentido) do Maiden, e embora suas músicas mais conceituadas se encontrem no começo do trabalho, eu acho que as melhores composições começam à partir de "Clansman". Embora passem de 6 minutos cada - sem necessidade - "When Two Worlds Colide", "The Educated Fool" e "Don't Look to the Eye of A Stranger" seguram muito bem a bronca como composições consistentes no melhor estilo Iron Maiden, com graduações convincentes de linhas mais leves para mais pesadas e de pautas mais cadenciadas para mais aceleradas. Janick mais uma vez imprime nuanças providenciais sobre as partituras, colocando sua guitarra para "cantarolar" as melodias em cada faixa do CD. Janick Gers rocks, once again!

E por fim a faixa de encerramento "Como Estais Amigos" é a jóia de Virtual Eleven; uma canção competente e emocionante com começo meio e fim, onde - embora longe de ser brilhantes - enfim os vocais sinceros de Blaze fazem um trabalho bastante seguro, e os (polêmicos) teclados corroboram com a sensível atmosfera criada pela composição.

Os destaques do álbum são "Clansman" (virou clássico, e Bruce posteriormente imortalizou o som em suas apresentações) e a maravilhosa e irretocável "Como Estais Amigos", que até hoje só pode ser escutada nos vocais de Blaze (é... talvez não seja tão irretocável assim...).

Nota 6,9 ou \m/\m/\m/. 




Phantom Lord


Este é um daqueles álbuns que fez parte da vida de alguns dos metalcólatras: Um daqueles cds comprados com grande esforço, porque parte significante dos metalcolatras eram "moleques sem grana". 


Virtual XI é o 2º disco do Maiden com o peculiar Blaze no vocal. Ouvi dizer que o cara é super gente boa, humilde e pelo que vi, algumas músicas onde ele teve participação na criação, parece mostrar consciência social. 
O problema é que o Maiden foi (e é) uma banda de heavy metal marcada por vocais um tanto "melódicos" e o Blaze... É o Blaze, aquele cara meio fanho, sem agudo nenhum. 
Isto faz do Virtual XI um álbum sem qualidade alguma? Não exatamente, mas é um álbum excêntrico na carreira da donzela de ferro. Algumas músicas são boas se você não é uma brucete nem um "troozão", mas tem umas que dão umas rameladas monstruosas como (é claro) a longa, repetitiva e cafonizada The Angel and the Gambler. Na verdade, se ignorarmos o tecladinho cafona, ela engana até seus 7 minutos. Daí o Harris vira e fala para os demais integrantes da banda: "Puta, tive uma puta ideia caras, vou repetir o refrão 14 vezes seguidas dã-hã-hã." 
Fazer o que né... Como Haris é o dono da banda, prevaleceu o dãhãhã dele. 
De resto, o Maiden continuou mudando sua sonoridade em relação aos álbuns anteriores (principalmente da fase "Bruce") o que casou bem com os vocais de Blaze em uns momentos e em outros momentos como em The Educated Fool ficou um tanto tosco. 
Interessante também é notar as tendências sonoras já rumando para um estilo que domina no próximo álbum (Brave New World), como os trechos de Don`t Look to the Eyes of a Stranger. 

01-Futureal 7,3 
02-The Angel and the Gambler 6,4 
03-Lightining Strikes Twice 7,2 
04-The Clansman 7,2 
05-When Two Worlds Colide 7,1 
06-The Educated Fool 6,7 
07-Don`t Look to the Eyes of a Stranger 7,0 
08-Como estais Amigo 7,0 

Nota: 7,0 (arredondado de 6,98) 

P.S.: Este álbum deve figurar a 8ª posição dos melhores discos do Maiden, disputando com o debut Iron Maiden e pouco à frente de Killers. Álbuns pós Brave New World, No Prayer for the Dead e o X-Factor são os mais esquecíveis da banda.



Pirika

Mais um cd da donzela. É engraçado que fazendo uma resenha em pleno 2020, nota-se que esse cd teve seu destino selado por vários fatores externos e internos. Primeiro que à época já era difícil a banda sobreviver o período pós Bruce, não que o The X Factor tenha sido ruim, mas não chega nem perto do auge oitentista da banda. Segundo que ele precede o mítico Brave New World. Até aí fatores externos totalmente compreensíveis, mas quando você pega pra ouvir você vê que a banda mereceu toda a crítica em cima do Virtual XI com repetições exageradamente sem sentidos que tornam um certo tormento ouvir o cd inteiro. E ainda decidem fazer disso a propaganda do cd, então não tem defesa.

Repetições exageradas sem sentido, isso é o que ficou gravado na minha cabeça pensando no cd como um todo. Acho que nem o diabo sabe onde Harris tava com a cabeça quando decidiu que The Angel and the Gambler precisava ter FUCKING 23 VEZES o seu refrão repetido, sendo que poderia ter ficado apenas na versão de rádio ignorando o no sense da versão do cd. O pior é que isso se repete, de forma menos absurda é verdade, em Don't Look to the Eyes of a Stranger mas até aí o estrago já tava feito.



Além das repetições exageradas sem sentido, sobram as outras repetições. O álbum me soou repetitivo. Obviamente é perceptível a pegada do Maiden e o instrumental segura muito bem bronca, mas mesmo assim deixa uma sensação carregada de repetição nas músicas já citadas e Educated Fool.

Futureal dá uma empolgada mas não tem a qualidade necessária pra abrir o álbum, música ok. Lighting Strikes Twice e When Two Worlds Collide fogem das mesmice do álbum e merecem elogio. O que realmente merece destaque aqui é a já consagrada The Clansman e Como Estais Amigos, essa última para mim sendo a verdadeira jóia escondida do álbum.

Nada contra o Blaze, mas ainda bem que o Bruce voltou pra fazer o Brave New World e todos os cds ruins que vieram depois.

Top 3: Lighting Strikes Twice, The Clansman e Como estais Amigo. Shame Pit: The Angel and the Gambler.



Nota 6

"Don't you think I'm a saviour 
Don't you think I could save you  
Don't you think I could save your life (23X!!!!!!)"