terça-feira, 14 de maio de 2019

Angra - Ømni

O álbum Ømni lançado pela banda Angra em 2018, foi escolhido pelo Magician para análise dos Metalcólatras.


Faixas: 1-Light of Transcendence; 2-Travelers of Time; 3-Black Widow's Web; 4-Insania; 5-The Bottom of My Soul; 6-War Horns; 7-Caveman; 8-Magic Mirror; 9-Always More; 10-Ømni Silence Inside; 11-Ømni Infinite Nothing.


The Magician
Olá amiguchos metaleirinhos do meu coração. Trago para vocês mais uma vez a principal famigerada banda de Power/Speed Metal brazuca, mas dessa vez com um trabalho mais recente, e em minha opinião, bem surpreendente.

Quem diria que o Angra um dia voltaria a nos apresentar um álbum sólido novamente hein? Pois eis que surge um trabalho intitulado "ømni" (em latim, "tudo" ou "todos") no início de 2018, após uma reformulação forçada da banda (com a saída de K. Loureiro para o Megadeth), que desbanca a crítica e principalmente o metaleiro que vos escreve, com um conjunto de sons pra lá de qualificados.

Ao iniciar a audição da coleção apresentada nesse trabalho a característica progressiva das músicas obviamente foi o cartão de visitas, o que confesso, me causou preocupação, já que em "Aurora Consurgens" (2006) e em "Aqua" (2010) a banda não conseguiu apresentar nada além desse único atributo. Mas aqui em 'Omni' no decorrer das músicas, uma espécie de veia sonora comum é desenvolvida de modo a amarrar indiretamente todas as faixas e criar uma personalidade própria ao álbum - um DNA necessário para a obra -, coisa que não existia desde o lançamento de "Temple of Shadows" (2004). E isso ficou claro para mim logo após a primeira execução do "CD", gerando uma doce e nostálgica perplexidade que já não sentia há algum tempo quando escutava a primeira vez discos de bandas prog/power como o Angra, algo do tipo: ".... pera aí..., será que esse álbum é assim, bom mesmo? Deixa eu ouvir novamente...". 

Nesse tipo de trabalho, não tenha a ilusão que a primeira audição irá satisfazê-lo, existe sempre a necessidade crescente de dar loop no Mplayer para degustar cada nuança sonora que você não percebeu anteriormente; e acreditem, existe MUITA coisa nova em cada repetição executada das músicas de 'Omni'. Ainda assim, existe espaço para aquelas faixas mais marcantes, que fizeram dos primeiros álbuns da banda as obras clássicas e inesquecíveis que são (composições como Carry On, Nothing to Say, Make Believe, Lisbon ou Speed, por exemplo).

Ao analisarmos o conteúdo musical como um todo (omni) em 'Omni' (¬¬'), percebe-se sua proximidade com o estilo mais recente da banda Dream Theater (fator explicitado inclusive, pelo próprio R. Bittencourt, atual líder do grupo), com suas multi camadas desinibidas de super-distorções sofisticadas e densas de guitarra, além de muito teclado no suporte às orquestrações; adicionalmente, os grooves modernos e rachados (os quais costumo ser bem avesso, é verdade) também aparecem com frequência como base para os vocais mega melódicos de Lione, e oferecem um contraste inovador com resultados verdadeiramente gratificantes. Toda essa "musculatura" sonora ainda é potencializada pelas ótimas linhas de baixo e bateria, que em trabalhos mais modestos, seriam por certo os principais protagonistas.

Mais uma coisa fica clara no direcionamento musical da obra: o Angra volta a navegar nas águas profundas de super-speedy-melodic-metal, um oceano que a banda começou a abandonar desde o lançamento longínquo de "Rebirth" (2001); mas dessa vez estão protegidos por patches mais "gordos" nas bases de 6 cordas, que ofuscam um pouco o excesso de protagonismo que esse estilo naturalmente oferece ao vocal melódico, e ainda promove uma abordagem mais agradável e acessível nesse tipo de composição. O chefe do Angra - Mr. Rafael B. - afirma que toda a concepção de Omni nasceu da faixa Z.I.T.O de "Holy Land", portanto nada mais natural que esse disco voltasse à esbarrar no Speed Metal de forma mais íntima, uma vez que esse é o gênero da faixa original supracitada.

Ao fazer uma leitura sobre a atuação dos membros da banda nas composições do álbum, muito me surpreende como foi saudável para o Angra a saída do "prodígio" Kiko Loureiro - ainda que esse participe de forma direta numa composição desse disco, na excelente faixa "War Horns". Seja direta ou indiretamente, sua substituição parece ter oferecido uma injeção de ânimo ao conteúdo musical do Angra; talvez pela alteração do processo criativo, que devido à "forças maiores" (a força maior é David Mustaine, nesse caso), deixou de ser focado apenas nos dois guitarristas para trazer todo o time para a linha de frente como membros iguais (também, cfe. explicitado por Sr. Rafael De Paula B.). Com essa autonomia o novo guitarrista Marcelo Barbosa desenvolveu ótimos arranjos e solos, e não é demais afirmar que suas referências de trabalhos junto ao Almah (p.e. Fragile Equality) já ecoam em aqui em 'Omni'. Sobre os (as) músicos convidados - Sandy (co-vocalista de Sandy & Júnior) e Alissa White-Gluz (vocalista do Arch Enemy), estão de parabéns: fazem um trabalho providencial em "Black Widows Web", mas acho que foi o suficiente; mais do que isso arriscaria descaracterizar o foco do álbum.

Para fechar, há de se fazer uma menção especial para o trabalho do vocalista italiano tão criticado ao chegar no Angra, e tão criticado pelos "especialistas" ao gravar o seu álbum debut Secret Garden (2014); Sua performance em Omni é perfeita, não ao ponto de apresentar perspectivas verdadeiramente novas para o Angra, mas principalmente ao devolver a dignidade às linhas vocais da banda, que fora judiada por muitos anos em trabalhos anteriores. Sua ótima fluência e sua inequívoca interpretação fica evidente pela primeira vez no Angra, e lhe devolve o título de grande vocalista do gênero que estava trancafiado em algum lugar na Itália. Aproveito para somar à esta menção, a emocionante participação de Rafael Bittencourt em "The Bottom of My Soul", como lead vocal.... se o cara estivesse disposto poderia até pensar em "cortes" na folha de pagamento....

Destaques: "Black Widows Web", "The Bottom of My Soul", "War Horn", "Magic Mirror" e "Always More".

Ótimo trabalho! Grande retomada! Nada como recuperar alguns fãs das antigas, não é mesmo Mr. Bittencourt?

Nota 8,0 ou \m/\m/\m/\m/.


Phantom Lord

Aqui está uma nova categoria de metal: O ufo metal do novo Angra, trazido pelo entusiasta de extra terrestres, Magician. 

Brincadeira. Isto jamais deveria ser considerado um novo gênero de música. 

Omni do Angra é um álbum que resgata um pouco do velho Angra (do Temple of Shadows e talvez um pouquinho dos álbuns anteriores), mas também se aproxima do prog metal. Interessante notar como o vocalista (Lione) alcança um timbre próximo do Falaschi em diversos momentos das músicas. Não sei se precisava ser assim, mas é. Talvez seja um lance de "identidade" da banda, sei lá. 

Apesar de muitas músicas se aproximarem do estilo inicial do Angra, em minha opinião Omni não atingiu o mesmo nível dos primeiros trabalhos da banda, mas nem por isso é um álbum ruim. 

 01-Light of Transcendence 7,3 
02-Traveller in Time 7,5 
03-Black Widow`s Web 5,5 
04-Insania 7,8 
05-The Bottom of my Soul 7,0 
06-War Horns 6,9 
07-Caveman 6,7 
08-Magic Mirror 7,0 
09-Always More 7,2 
10-Omni - Silence Inside 7,5 
11- Omni - Infinite Nothing 7,3 

Nota: 7,1 

 É isso aí, meu. A resenha acabou mesmo. Não enche o saco.


The Trooper
3
Eita resenha difícil de sair! Isso é culpa do Magician, seu amigucho predileto!

O palhaço ficou elogiando um álbum mais ou menos e reprimindo minha avaliação com seu olhar através da bola de cristal ... mas vamos lá.

Omni é um álbum bem produzido e com muita técnica, isso é indiscutível, e não é nenhuma novidade quando isso vem do Angra. O problema ocorre quando você quer ouvir um heavy metal pesado e rápido ... nem vem me dizer que isso é impossível quando o assunto é Angra, no mínimo um dos dois fatores estão presentes, não necessariamente no álbum todo, que o diga Temple of Shadows, aliás, eu deveria usar bastante esse álbum para comparação.

O pior é que existe rapidez e peso em Omni, bem espalhados, é verdade, e quase nunca juntos, mas estão lá, qual o problema então? Depois de todo esse tempo da nova formação eu estou chegando à conclusão de que o problema está nos vocais ... Quê?! Lione é ruim?!

Obviamente, a resposta é não. O problema para mim é encaixar os vocais com o estilo da banda, coisa que o Falaschi fez com facilidade ao substituir o André. Quase nada do que eu ouvi com Lione nos vocais à frente da banda parece Angra. Além das audições que fiz deste álbum, faixas aleatórias ficaram pipocando durante meu dia-a-dia desde que o Magician fez a postagem, e eu comentei com o mesmo que certa vez tocou uma faixa e eu jurava que era Masterplan até reconhecer que era Angra lá pelo meio da música (para você ver que esse Magician é uma farsa, ele não reconheceu o próprio post e me respondeu "O que é Masterplan?").

Eu não sei o que ocorre. Não sei se o timbre da voz dele obriga os caras a comporem com notas alegres, não sei se seu próprio timbre é alegre (algo bem contrastante com os vocais melancólicos do André ou os raivosos do Falaschi) ... não sei. Só sei que não parece Angra e é alegre demais para cair bem nos meus ouvidos.

Sobre o álbum em si, algumas escolhas foram feitas que com certeza não bateram com meu gosto musical. Chamar a Sandy para cantar tinha tudo para dar certo, como o dueto do Tyr que eu comentei no post dos caras aqui. Mas não, chamaram também a substituta da menina chave dos planos de Azmodeus, nossa querida Angela e sua voz infernal, a também infernal, Alissa White-Gluz. Pior, podiam tentar encaixar tudo de maneira orquestral e dar um bom uso para o contraste das vozes, mas não, preferiram cair no chavão do uso de death metal, com as alternâncias irritantes, o que estragou a música de vez, uma coisa chata, parada, um desperdício da voz da Sandy (o Magician teve a pachorra de dar destaque para esta faixa e mais duas baladas sonolentas ... pára véi...pega seus gatos e some daqui...vai se aposentar em outro plano ouvindo um bardo sonolento qualquer).

Outra escolha ruim: pegaram a Companhia Teatral Brasileira do Macaco Louco e botaram os caras pra cantar merda em Caveman. Que porra é essa meu? Vai pastar!

Pra não dizer que o álbum é ruim, Magic Mirror é boa e a faixa que o Kiko compôs (isso não é um bom sinal, a única música que o cara que saiu da banda fez, é a melhor), War Horns, é muito boa.

Enfim, o Angra mudou, senhores, o que é muito comum. Alguns podem achar que foi para melhor, evolução e tal. Not me, bitches.

P.S.: Nem comentei nada da música que é cantada pelo Rafael porque é balada. Canta um metalzão ae pra nóis conversá, truta.

Nota: \m/\m/\m/

Pirika

Eu tinha largado o Angra logo depois que saiu o Aqua, ali pra mim a banda não conseguia mais fazer um som agradável que soasse tão natural, o Aqua me pareceu tão forçado que nem ouvi o Secret Garden além de Newborn Me que é uma ótima música, mas até aí o Aqua também tinha Arising Thunder, então me mantive conservador. Até escutar a bolacha em questão...

Eu confesso que acho a voz do Lione bem versátil para o Angra, melhor até do que a do Edu (Inclusive fui covardemente ofendido por Treebeard e Pentelho por externar uma opinião inofensiva em algum churrasco no passado). Acho que ele faz muito bem as vozes mais graves do Edu ao mesmo tempo que tem muito mais qualidade para notas mais altas, mas aí é questão de opinião (que eu acho que a minha é polêmica, mas ok).

O cd começa bem com Light of Transcendence e Travelers of Time, duas das melhores músicas mais pesadas do álbum. O destaque para esse estilo de música fica para War Horns, com a participação do Kiko, um boa porrada direto na fuça. Magic Mirror também merece seu destaque. Caveman tem um começo onde eu reconheço o esforço na tentativa de fazer algo enraizado, aquela conexão BR e tudo mais porém ficou bem fraco, do meio pro final o a música melhora consideravelmente. 

Silence Inside e Insania meio que passam batido. A Insania até tem uma boa base feita pelo Andreoli que ali e acolá consegue achar um espaço para o seu baixo, coisa difícil em banda do nicho speed/power/melódico onde o baixo é fortemente nerfado. O mesmo ocorre em Always More.

O ponto que mais me chamou atenção nesse cd foi a qualidade das baladas. Tanto The Bottom of my Soul como Always More se destacam no álbum, essa última sendo uma das melhores do cd com um refrão grudento que deixou ela no repeat do spotify por vezes e mais vezes. Infinite Nothing termina o álbum com um instrumental das músicas do cd, não me recordo no momento da resenha de já ter ouvido algo semelhante, achei dahora demais. Ficaria muito melhor se fizessem com músicas antigas, quem sabe uma ideia para o próximo cd como forme de homenagem ao André? :)

Vamos ao destaque Black Widow’s Web, música com Sandy e Alissa White-Gluz. Quando a música saiu muita gente caiu em cima do Angra matando a pau pelo simples fato de a Sandy estar na música, esquecendo que na Late Redemption do ToS eles convidaram o Milton Nascimento e é uma ótima música . O mesmo vale pra essa aqui, eu achei a música muito boa desde  a primeira ouvida. De fato a Alissa tem muito mais impacto na música do que a própria Sandy, o que de nada inviabilizaria a qualidade da música visto que as 2 cantam muito bem dentro de seus respectivos estilos. (A Alissa canta muito bem sem gutural também, não saberei opinar quanto ao oposto).

Em suma: o disco me saiu melhor do que o esperado. Posso facilmente dizer que do que eu ouvi do Angra de mais recente este é o melhor desde o Temple of Shadows. Quem sabe o próximo passo é perder a preguiça e ouvir o Secret Garden? Quem viver, verá.


PS: Abaixo está a prova de que o Angra usou a Sandy de forma completamente fraca, dava pra fazer muito mais.


Top 3: Black Widow’s Web, Always More e War Horns. Shame Pit: Insania.

"And I stood upon the sand of the sea
And saw a best rise up out of the sea
Having seven heads and ten horns
And upon his horns ten crowns
And upon his head the name of Blasphemy."

Nota: 7

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Madame Saatan - Peixe Homem

O álbum Peixe Homem lançado pelo Madame Saatan em 2011, foi escolhido para análise por Phantom Lord.




Phantom Lord


Nada como um momento de improdutividade para cuidar de pseudoprojetos alternativos... Fiquei de trazer esta obra brazuca há anos atrás, mas por uma morbidez generalizada do blog acabei trazendo só agora. 


Peixe Homem do Madamae Saatan é um álbum bastante diferente de tudo que passou por este blog: Um heavy metal de alta qualidade com pitadas de um estilo ou outro e vocal feminino cantando em português mesmo (com um sutil teor nortista), sem dever nada para muitas das bandas gringas. Vocalista afinada, embora me transmitiu um pouco do timbre típico das estrelas do axé (nada contra), principalmente em alguns vídeos da internet. 

A sequência inicial de músicas apresenta muito bem o trabalho, mostrando peso e criatividade em Respira, Fúria e Até o Fim. Sete Dias retoma a pauleira das duas primeiras faixas e A Cicatriz traz uma ambientação mais miserável sem perder o peso. Lá pelo meio, o álbum não me chamou muito atenção, mas recupera a força em Moira e nas últimas duas faixas. 

Enfim... Ouve aí, pois quem não é lambe bota de gringo vai gostar ao menos um pouco. 

01-Respira 7,2 
02-Fúria 7,7 
03-Até o Fim 7,5 
04-Sete Dias 7,7 
05-A Cicatriz 7,2 
06-Invisível 6,6 
07-A Foice 6,7 
08-Moira 7,0 
09-Rio Vermelho 6,9 
10-Insônia 6,7 
11-Sonâmbula 7,3 
12-Sombra em Você 7,0 

Nota: 7,1

The Magician



O álbum nacional da banda Madame Saatan proposto pelo Phantom Lord, é um bom trabalho de Heavy Metal, interessante não só pela sua origem, mas principalmente devido sua  musicalidade.

O som é pesado e direto, as faixas não possuem regressões e na maior parte dos casos são estruturadas em somente versos e refrões, sem muitos interlúdios ou pausas (com excessão dos solos de guitarra). Para algumas faixas - principalmente as 3 primeiras - isso funciona muito bem, já que cria impacto e prende o ouvinte para o que vêm depois; mas com a mesma abordagem ao longo do disco para as 12 faixas, não tem como não cansar um pouco. 

Os riffs no geral são bem feitos com fraseados interessantes, mas quando os vocais entram eles quase sempre recuam para estruturas mais simples, isso porque as estrofes cantadas são longas e elaboradas, e revelam aquele velho problema da nossa 'sofisticada' língua portuguesa com sua abundância de trissilabas e polissílabas, que acabam por roubar forçadamente o protagonismo enquanto ofusca as demais linhas instrumentais. As linhas de guitarra base algumas vezes usam uma abordagem mais moderna, com grooves rachados (em "Invisível", por exemplo, isso é bem claro) no estilo metalcore ou numetal, e quando os guitarristas se limitam nessa técnica, obviamente o som se torna mais simples e repetitivo. 

Nos vocais a moça faz a lição de casa e dá aula no quesito de potência, mas não faz tão bonito nas variações de altura. Aliás fica claro que a intenção da banda não é essa, até pelo timbre da voz mais grave da vocalista e também por causa do peso do som no geral. Confesso que esse estilo meio 'Pitty' dela não me agrada muito, mas provavelmente não ia dar certo aqui em 'Peixe Homem' uma vozinha delicada de menininha tentando brincar com as oitavas.

Quanto as composições, fui surpreendido, pois esperava menos; embora, conforme já escrito, a banda não tenha inserido muitos interlúdios ou bridges nas músicas, os versos e refrões criados são cativantes, e os riffs introdutórios das músicas são quase sempre marcantes. As letras são legaizinhas, e acompanha a tensão das linhas instrumentais (ou vice-versa).

Um bom lançamento brazuca de Heavy Metal, sem muita pretensão é verdade, mas bastante consistente e objetivo. Pena que houve um hiato no poder criativo da banda e o inevitável desmembramento, aparentemente precoce...


Nota 7, ou \m/\m/\m/\m/.


The Trooper
3
Saudações, lixos humanos. De volta a este ambiente pútrido, venho desfilar minhas palavras provindas do caos e entropia.

O alvo da vez é o álbum 'Peixe Homem' da banda brasileira 'Madame Saatan'. Tá, não é bem um alvo. Como disse para o Phantom 'em off', este trabalho me lembrou bastante o álbum que ele mesmo postou do 'Guadaña'. Como semelhanças temos um som pesado com algumas 'modernices', a língua latina e até a foice (ok, forcei, só por causa da faixa 'A Foice').

O trabalho também lembra outras bandas ('Até o Fim', por exemplo, lembrou um pouco Annihilator, principalmente no começo). Se você gosta de um peso mais cadenciado e com algumas experimentações, é bem capaz de gostar bastante deste álbum.

A influência de sons brasileiros se faz presente também (a bateria de 'Sete Dias', por exemplo, lembra algumas 'misturebas' que o Igor fazia). Os instrumentistas são competentes e trazem um trabalho bem sério. A vocalista não tem como não te lembrar a Pity, traz boa interpretação e dá a impressão de ser o carro chefe do álbum, talvez por causa da mixagem/produção bem equilibrada que dá algum destaque aos vocais. As letras são intrincadas, se você gosta de escarafunchar poesias, pode se divertir aqui.

Tudo isso que descrevi até aqui não bateu muito com meu gosto. Achei o trabalho todo muito lento, com um peso que não consegue substituir a falta de velocidade.

Resumindo, é um trabalho bom sim, mas tenho que usar uma abordagem sem sentido 'venanciesca': não despertou nada em mim. E como ele, que não gosta de Megadeth sem sentido algum, eu 'não gosto' do álbum 'Peixe Homem' com pouco sentido, 'não gosto' entre aspas porque não chega a me desagradar, só não agrada mesmo.

Obrigado por me acompanhar em mais uma resenha rasa ... ou não.

Nota: \m/\m/\m/


domingo, 3 de março de 2019

C4 - Call to Arms

O álbum Call to Arms lançado pelo C4 em 2001 foi escolhido por The Trooper para análise.

Faixas: 01-Gotta run; 02-Love in on time; 03-Call to arms; 04-All I want; 05-That's when it hurts; 06-Heartbeat; 07-Basics of a bullet; 08-High life; 09-I want it; 10-Crazy love




The Trooper
3
Olá novamente. Bem-vindos ao blog do Trooper. Esta era uma postagem que estava na manga há um bom tempo, não veio antes porque não era tão bom assim para elogiar e nem era ruim o suficiente para merecer uma postagem só de xingamentos.

Em primeiro lugar, já devo avisar que este é um álbum de hard rock, bem próximo da farofa. Ele também entra em conflito com as regras do nosso Mago Ordeiro Opressivo, porque pode ser considerado de certa forma um álbum de covers.

O C4 foi uma banda formada por Michael Angelo Batio para gravar o álbum Call to Arms, a única música original é a homônima ao álbum, o restante são regravações de músicas que Batio tem direito de autoria da época em que era guitarrista das bandas Nitro e Holland. Aliás, apenas uma música da época do Nitro, Crazy Love, o que foi uma decisão acertada, é só comparar fotos das duas bandas.

Nitro:

Holland:


E isso é confirmado ao chegar na última faixa, uma balada melosa que é de longe a pior faixa do álbum.

De qualquer maneira, o álbum é bem interessante por dar uma roupagem nova ao hard rock. Com certeza a produção ajudou e muito. A faixa-título é heavy metal puro e é uma bela amostra do que Batio poderia fazer se quisesse tocar heavy metal ao invés de querer ser o melhor guitarrista do mundo.

Recomendo ao menos conhecer.

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.: Dan Lenegar manda muito bem nos vocais.








Phantom Lord


Após um longo período de inatividade, cá estamos nós novamente (o que sobrou dos metalcólatras). O Trooper deve ter passado por uma crise existencial ou apenas de tédio para postar novamente neste blog... 

Independente das crises dos metalcólatras, Call to Arms do C4 é um álbum da família do rock, o que inclui alguns de seus gêneros e espécies (subgêneros de acordo com os pseudo-experts em rock, metal e afins). 
Podemos notar um rock a lá David Growl na faixa 2 (Love in on time), uma pirulitagem guitarrística à moda de Impellitteri na faixa 5 (That`s when it hurts) enquanto Heartbeat começa de um modo pop rock muito familiar... 
A faixa título parece que será um pusta heavy metal genial, mas acaba tornando-se uma música lenta e repetitiva apesar dos ocasionais solos de guitarra fritadores. 
Enfim existem variações do hard rock ao um (não tão) heavy metal pelo álbum todo. Isso não é algo horrível, mesmo porque o guitarrista parece bom e os demais integrantes parecem competentes, mas... As duas últimas faixas acabam piorando o álbum, tornando-o um grande tédio meloso e medíocre... 

01-Gotta run; 7 
02-Love in on time; 7 
03-Call to arms; 6,9
04-All I want; 6,7
05-That's when it hurts; 7 
06-Heartbeat; 6,6
07-Basics of a bullet; 7,2 
08-High life; 7,4 
09-I want it; 5,5 
10-Crazy love 4,8 

Nota: 6,5 

P.s.: Engraçado ver esse Trooper borocochô criticando a música Bed of Nails do tio Alice "offline"... E me fazendo ouvir músicas como Crazy Love do C4. 
Pula que barril! 



The Magician


Convocado das trevas infernais e distorcidas de nossa realidade direto para o blog Metálcolatras! Para resenhar sobre.... C4??!

Bom, vale a advertência do segundo parágrafo do review do Trooper sim senhor, este álbum não devia estar aqui para análise dos maiores especialistas em Metal do multiverso (nós) já que nem se trata de um álbum de músicas inéditas, e nem, ao mínimo, é obra de uma banda de verdade.. é um trabalho que primordialmente serve para nutrir o ego de um dos "melhores" guitarristas da época moderna e seus respectivos fãs-boys. 

Dado o momento trevoso de nosso blog, de nosso país e de nosso mundinho orgulhoso de si mesmo, no entanto, essa iniciativa ridícula da postagem do Trooper se torna afinal válida (nem que seja para embutir suas mensagens subliminares nas entrelinhas de suas postagens, pois desconfio que o motivo principal seja a capa do álbum, imagens religiosas reais que sobreviveram à ruína completa de uma igreja texana e deixaram uma mensagem simplória para os beatos "a fé resiste à tudo"). Sendo assim cabe à este mago decadente falar sobre o material sonoro da coleção do Mr. MAB.

A maior parte do conteúdo é hard rock feijão com arroz (e farofa), com criatividade medíocre mas com boa qualidade na prensagem; as distorções das guitarras e as abordagens das linhas de baixo foram bem escolhidas e soam naturalmente, acrescentando um vocal que não destoa do que costumamos escutar em um padrão de Hard Rock segunda-linha, com algum backing de apoio útil, e mais alguns coros de valor em refrões esparsos no trabalho. Até aqui sem novidades, pois MAB é um bom produtor musical, mas sobre seus solos de guitarra..... não preciso falar muito né? (¬_¬') salvo raríssimos momentos iluminados quando o líder da 'banda' pára um pouco seus dedos para sustentar uma única nota, é aquela pusta pirulitagem infinita e desproporcional de sempre, que transita do nada ao lugar nenhum...

Mas admito que o hard me ganha facilmente, meus ouvidos são adaptados à esse estilo de rock (provavelmente por causa do GnR e Skid, bandas que eu escutava nos meus longínquos 6/7 anos de idade) e dependendo da situação acabo não reclamando nem mesmo de alguns trabalhos bem miseráveis do gênero, sendo assim até consigo tirar coisas boas desses discos para minha playlist; o exemplo em Call to Arms é a faixa "High Life", aqui sim um hard de primeira linha que em alguns instantes até me lembrou os grandes clássicos dos mestres Sykes/Coverdale.

Essa é a minha resenha do álbum que está dentro de um conjunto inter-relacionável de sons do gênero hard-rock, mas como na verdade é uma coletânea (né?), existe um Heavy Metal perdido aí no meio... a faixa título. E o Trooper tem razão neste caso, o som é muito bom por sinal, digno de qualquer outro grande álbum de Metal (menos esse, em qual foi inserido). Subiu o sarrafo.

Nota da coletânea: 6,8 ou \m/\m/\m/.



domingo, 17 de fevereiro de 2019

Lou Reed & Metallica - Lulu

O álbum Lulu lançado por Lou Reed e Metallica em 2011 foi escolhido por The Trooper para análise.



The Trooper
3
Saudações! Péssimo ano novo para todos nós! Após um aband... digo, uma pausa de quase um ano, retorno para atormentar os seres vivos presentes. E volto com uma postagem de m....... para combinar com o ano de 2019. Um ano que começou para os brasileiros com tragédias que são apenas o prenúncio do que está por vir.

Para você, que começou no ano passado a dar sua contribuição para 'merdear' nossas vidas (como se precisássemos ... peões sujando suas mãos no tabuleiro sem necessidade), trago um trabalho para lá de especial. Um trabalho que reflete exatamente o que vivemos hoje, algo desconexo, desprovido de sentido, fruto de uma alienação e fantasia sombria. Um pesadelo se tornando realidade.

Lulu é com certeza, uma das piores coisas que já ouvi. Talvez o propósito dos artistas tenha sido exatamente causar esse desconforto nos ouvintes, se esse é realmente o propósito, então Lulu é uma obra-prima.

Para quem ainda consegue ficar triste com tudo isso, ouça o álbum e corra o risco de suicídio. Para aqueles que ainda conseguem rir de nossa burrice e arrogância, dou-lhes esta imagem roubada da Desciclopédia:



Boa tortura para todos nós.

P.S.: Não há lista com o nome das faixas.
P.P.S.: Não há qualquer mãozinha de nota, eu poderia atribuir mãozinhas negativas mas prefiro me recusar a atribuir qualquer valor a isso.

sábado, 31 de março de 2018

Helloween - Better Than Raw

O álbum Better Than Raw, lançado em 1998 pela banda Helloween, foi escolhido para análise por The Trooper.

Faixas: 01-Deliberated Limited Preliminary Prelude Period in Z; 02-Push; 03-Falling Higher; 04-Hey Lord!; 05-Don't Spit On My Mind; 06-Revelation; 07-Time; 08-I Can; 09-A Handful of Pain; 10-Lavdate Dominum; 11-Midnight Sun; 12-A Game We Shouldn't Play



The Trooper
3
Tive que consertar uma injustiça minha ao não incluir Better Than Raw como um dos melhores álbuns do Helloween ... e aqui estamos, senhoras e senhores, eu vos apresento: Better Than Raw.

O álbum abre com a pedrada Push (atualmente, devido ao meu trabalho, eu me lembro com frequência dessa música porque tenho que dar push nos meus commits de git), então entra Falling Higher, e podemos perceber que não são apenas as guitarras e vocais destruindo, o baixo também está muito bom, o que é confirmado na faixa seguinte, Hey Lord! ... Aliás, pausa para citar as letras desse álbum, algumas delas são realmente excepcionais.

E eu ia falar das faixas na sequência, mas puta que pariu! Só vem pedrada! A distorção animalesca nas guitarras que eu cito em The Dark Ride já aparecem por aqui com abundância (em doses um pouco menos cavalares), em Revelations ela é acompanhada pelas cacetadas da bateria.

O que ocorre aqui é um verdadeiro show de habilidade com todos os instrumentos e vocais (um especial destaque para o baixo), uma verdadeira obra-prima. Para o álbum ser perfeito, talvez Lavdate Dominum tivesse que sair em outro álbum (não que ela não seja boa, mas dos pontos extremamente altos do trabalho, ela é o ponto mais baixo).

Enfim, é um dos três melhores álbuns do Helloween, mas sinceramente, minha opinião sobre qual dos três é o melhor muda cada vez que eu ouço um deles.

Nota: \m/\m/\m/\m/\m/

P.S.: As versões que contém A Game We Shouldn't Play não estão muito claras para mim, mas ela é muito boa para eu deixar de fora desta aqui.




Phantom Lord
Este é mais um dos álbuns "super escutados" por mim, então não é difícil "resenhar" sobre. 
Better Than Raw segue uma linha quase padrão do Helloween: Com uma dominância de ritmos acelerados, vocais melódicos e distorção das guitarras dando certo peso às músicas. E como aconteceu com álbuns mais antigos do Helloween, algumas músicas do Better Than Raw parecem ter servido de inspiração para variadas bandas que gravaram álbuns após este lançamento. 
Ritmos mais lentos podem ser percebidos em músicas como Don`t Spit in my Mind, música que por sinal traz um assunto importante que não posso deixar passar batido: 
"We are the people, we are the masses you are for 
We give the power and our desire must be your law" 
Se metade dos brasileiros soubesse que eles tinham direitos, não estaríamos dominados por mídias porcas sensacionalistas, sonegadoras, à serviço da corporação que paga melhor. Não estaríamos perdendo a infra estrutura nem estaríamos correndo o risco de ser "governados" por aqueles que deviam nos proteger de ameaças EXTERNAS. Para quem não manja de inglês, traduzo o trecho da música: "Nós somos o povo, somos as massas que vocês representam Nosso desejo deve ser tua lei" 
Pois bem, isto significa: O desejo do povo deve ser a lei de uma nação democrática. Povo é a maioria e a maioria da pseudo república brasileira são os pobres. Os pobres que quanto mais alienados pela educação sucateada e pelas mídias traíras, menos conhecerá seus direitos... E terá menos e menos direitos. Talvez eu devesse agradecer os caras do Helloween, por seus trechos "esquerdistas" demais para o atual gado brasileiro. A Alemanha tem muitos podres em sua história, mas ao menos quando os caras do Helloween gravaram este álbum, eles pareciam se sensibilizar com a sociedade (hoje não sei, porque mal acompanho novos lançamentos). 
Enfim, voltando ao álbum: I Can, Handful of Pain e Hey Lord também são músicas geniais... Acho que o único ponto fraco do BTR é Laudate Dominum que parece completamente perdida. Deve ser porque se trata de um cover "metalizado" de música clássica, sacra ou algo assim. 

01- Prelude; (vide Push) 
02-Push; 7,8 
03-Falling Higher; 7,6 
04-Hey Lord!; 8 
05-Don't Spit On My Mind; 8,5 
06-Revelation; 7,5 
07-Time; 8 
08-I Can; 8,9 
09-A Handful of Pain; 8,9 
10-Lavdate Dominum; 5,5 
11-Midnight Sun; 7,6 
12-A Game We Shouldn't Play 7,8 

Modificadores: 



Nota final: 8,1

 P.s.: Nem todo "power" metal tem que falar de fadinhas e dragões. Ainda bem.


The Magician
O álbum Better Than Raw (BTR) representa pra mim um marco na carreira da principal banda de Power Metal alemã. É a oficialização da despedida do estilo mais melódico que foi forjado durante a primeira década do Heloween e que já vinha sendo depreciado desde a saída de Kiske, ao tempo que assume de vez o peso das distorções e o uso dos tons mais baixos na maior parte das pautas do disco. Mas é também um evidente e importante ponto médio - e um mix - dessas duas super características musicais do grupo, o que deixa o álbum de certa forma com 'um quê' de experimental épico (mesmo se levando em consideração os muitos anos de estrada do Helloween, e todas suas muitas outras obras "experimentais e épicas").

Um ouvinte distraído escutando o trabalho "por cima" provavelmente irá cravar o disco como uma poluição sonora confusa e sem objetivo, o que em se tratando de Helloween não é nenhuma novidade (e no caso da música "Revelation", bem no meio de BTR, acho que essa seria a melhor descrição mesmo...), mas o segredo da banda está em cada pedaço dessa obra, cada som guarda sua qualidade própria e única com notória dedicação e cuidado dos compositores. As músicas do BTR são como produtos de alquimia, que unificam elementos discrepantes para entregar uma espécie de artefato mágico (pernas de aranha..., remelas de uma velha..., lágrimas de bebê..., chifres de bode..., essência de baunilha, e temos.... TÃ-RÂM: Uma poção do amor!). 

Dentro dessas fórmulas malucas do grupo de tiozões, algumas seguem a mesma lógica: "Falling Higher", "I Can" e "Midnight Sun" são músicas memoráveis que ficam nessa intra-zona do extremamente pesado e também do extremamente melódico, e por isso são o verdadeiro cartão de visitas desse álbum, uma espécie de síntese de qualidade que pode resumir o que é o BTR; "Dont Spit on My Mind" e "Push" atuam com mais peso e menos melodia, enquanto "Laudate Dominvm" entrega mais melodia e menos peso, mas ambas músicas ainda se encontram dentro desse "core" que é a linha principal de composição do BTR; Os sons que saem mais dessa linha peso britadeira+melodia exagerada são justamente os que mais se destacam: "Time", "A Handful of Pain", e "Hey Lord".

Um parágrafo para a música "Time" (os Hellraiser piram): com linhas que não são tão melancólicas como suas as letras - fato - essa é a balada da coleção de BTR, e executa com grandeza essa função; destaca-se a colocação dos arranjos sinceros de cordas nos versos, na verdade um arpejo principal trabalhado em dois tons que não é um dos mais belos ou criativos já escutados nos trabalhos do Helloween mas que de forma bem interessante passa a ideia de tensão sob um padrão repetitivo, e serve afinal como uma bela parede sonora para o canto hipnótico e imersivo de Derris, até a chegada dos explosivos refrões que são a essência da melodia. Os refrões, diferente do que se ensina nos paradigmas do Metal, não são conduzidos pelos acordes de guitarra e sim pelas linhas geniais do contra baixo de Grosskopf, cara que para mim, ultrapassou o nível dos 'maiores baixistas do Metal'. A música não possui um solo de guitarra bem delineado e somente o choro intermitente da guitarra distorcida aparece de forma descompromissada no interlúdio da música, perto do desfecho final, e não é necessário nenhum solo, pois o foco da música está na criação do padrão contínuo e sem pausa que retorna após cada refrão de onde estava antes, da mesma forma que age o próprio tempo. Aliás, o Helloween não dá ponto sem nó sobre o sentido musical figurado ou metafórico, e nas partituras de "Time" o que se destaca mesmo é a cadência e a interpretação da bateria que conduz as linhas à (obviamente) 60 bpm, funcionando literalmente como um relógio, sendo que no 5º compasso Herr Uli imprime em sua bateria uma simulação do tic-tac dos ponteiros até o 26º compasso quando o cara tira não sei de onde um pêndulo de um cuco alemão (sem eliminar o "tic-tac")....

São mesmo músicos de mão cheia....., que só o Heavy Metal pode proporcionar a você.

Ah, a melhor música de BTR na minha opinião é com certeza "Hey Lord!", uma das melhores 'ever' do acervo total da banda, mas que não vou gastar (rasgar) muitas palavras para definir, basta dizer que ela transmite de maneira obliqua um momento particular meu, que questiona as "verdade" / "mentiras" e os "certos" / "errados" criados por alguém e endossados pela sociedade.

Nota 8,5 ou \m/\m/\m/\m/.

...what is it all about? 




terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Scorpions - Taken by Force

O álbum Taken by Force lançado pela banda Scorpions em 1977 foi escolhido por Phantom Lord para análise.




Phantom Lord


Após ouvir a música The Sail of Charon por recomendação do Magician, decidi escutar o álbum Taken by Force do Scorpions. Afinal, "aqui e ali", li frases em artigos e sites, afirmando que Scorpions fez ou fazia heavy metal... Nunca vi muito sentido nestas afirmações, mas dei mais uma chance para a banda alemã de rock... E não me arrependi. 

Para começar, eu diria que o álbum Taken by Force em prática não é heavy metal, mas este é um assunto batido e fútil e não estou afim de reviver tal discussão. 
O que importa é que este é um bom álbum de rock, com pouco espaço para baladinhas e para a monotonia. Taken by Force é o que eu procurava no Scorpions há muito tempo: Um álbum bem trabalhado e com músicas mais agitadas do que a "média" da banda. Creio que até superior ao Blackout, apesar da produção mais rústica... 

Enfim, Taken by Force deve ser recomendável para quem gosta de clássicos do rock e até do heavy metal "tradicional"... Melhor do que as últimas tralhas que passaram aqui pelo blog, com certeza. 

Steamrock Fever 7,1 
We'll Burn The Sky 7,7 
I've Got to Be Free 8,0 
The Riot of Your Time 7,7
Your Light 7 
He's a Woman, She's a Man 7,3 
The Sail Of Charon 8,0
Born to Touch Your Feelings 5,1 

 Nota: 7,3
 


The Trooper
3
Não sou um profundo conhecedor de Scorpions e vocês já devem saber por quê. É muita melação.

Devo confessar que quando me mostraram The Sail of Charon eu pensei 'que caralho é esse?!' Com certeza não parece coisa feita pelo Scorpions, mas foi.

Eu até incentivei o Pharofa Lord a postar este álbum do Scorpions, porque ele não é farofa, nem pop (o álbum). Tem uma música com pegada de blues, um rock meio pop, muito rock 'n roll e algo que com certeza é heavy metal, e heavy metal dos bons. Mas é claro que o Scorpions sentiu aquela vontade de fechar com chave de merda e enfiou uma balada pra lá de sonolenta (com garotas falando em frânces, japonês e sei lá que diabos, pra garantir que você durma antes do fim). Mas eles não desobedeceram minha regra de mais de duas baladas, e isso para uma banda como o Scorpions é algo extraordinário!

Alguém na wikipedia escreveu que o guitarrista X saiu da banda neste álbum porque não concordava com os rumos musicais que a banda estava tomando, e que o Scorpions começou a pender para o heavy metal a partir daqui ... tão escrevendo besteira, né? Só pode ... é pegadinha ... rá, rá! ... Dá um tempo...

Enfim, tirando os pontos fracos (a primeira música é meio alegrona, a última causa coma e as letras do Scorpions serem quase sempre meh - ressalva para a letra baseada no poema da viúva do Hendrix e talvez para a de The Sail of Charon), Taken by Force é um álbum muito bom, com uma música extremamente absurda puxando o carro e sendo seguida por várias músicas que não deixam a peteca cair (exceção para a balada comatosa).

Meu destaque, obviamente, vai para as três músicas mais pesadas, "The Riot of Your Time", "He's a Woman, She's a Man" (tá vendo Ronalducho? Esses caras sim tem colhões e assumem o que fazem :D) e a fodástica, absurda e apelona "The Sail of Charon".

Nota: \m/\m/\m/\m/


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

After Forever - Prision of Desire

O álbum Prision of Desire lançado em 2000 da banda After Forever, foi escolhido por Venâncio para analise.


Faixas: Mea Culpa (The Embrace That Smothers, Prologue); Leaden Legacy (The Embrace That Smothers, Pt. I); Semblance of Confusion; Black Tomb; Follow in the Cry (The Embrace That Smothers, Pt. II); Silence from Afar; Inimical Chimera; Tortuous Threnody; Yield to Temptation (The Embrace That Smothers, Pt. III); Ephemeral e Beyond Me.



Venâncio

Quem diria... eu postando novamente... é muita emoção (falta do que fazer).

Vamos a obra de arte, que pessoalmente gosto muito... Trazendo pra vocês hoje o primeiro álbum da banda After Forever, e que belo começo eles tiveram... o Prision of Desire trás composições dos gêneros sinfônico e gótico do metal (rock rapidinho cheio de frescura e emotivo).

Floor Jansen tem uma linda voz e faz um belo contraste com o vocal gutural... além disso temos uma forte presença de teclados ao longo do álbum e em "Beyond Me" temos o vocal de Sharon den Adel (Within Temptation).

A obra aborda temas religiosos (caso a capa e a prece em latim inicial não tenha te alertado sobre o que estava por vir) que possuem potencial de uma abordagem mais elaborada a qual sou incapaz de providenciar (não to tão sem ter o que fazer)... 

Este álbum foi minha porta de entrada ao gothicmetal... infelizmente após entrar nessa casa acabei por ficar só na porta mesmo e até hoje não achei nada melhor nesse estilo... claro que meu conhecimento é parco nesse assunto e que não procuro muito nesse estilo... quem sabe no futuro.

Destaque: Follow in the Cry

Pontos Altos: Mea Culpa; Leaden Legacy; Semblance of Confusion;

Pontos Baixos: Silence from Afar; Inimical Chimera

8 gim

The Magician
Eis que volto para dar meu parecer sobre mais uma banda de bruxinhas,  vampirinhas e afins.

Confesso que o After Forever nunca me chamou a atenção, mas não estou arrependido de ter dedicado alguns minutos de minha longa vida para escutar a esse álbum e ao seu melancólico repertório musical. A banda holandesa chegou a ter "seu momento" em uma determinada época na virada do milênio, quando os vocais femininos mais técnicos começavam a ter espaço no cenário europeu de Heavy Metal, mas é claro que esse movimento acabou congelando como um cadáver vampírico; mas não sem render antes uma promissora e nostálgica visibilidade à então nova geração do Gothic Metal. A onda desse gênero naquela época chegou a promover - por exemplo - alguns eventos com foco nesse estilo aqui em São Paulo, como os descontinuados 'Vamp Festival' que aconteciam de semestre em semestre. E quando não para isso, serviu pelo menos para sustentar alguns donos de casas soturnas de rock, como o "After Dark", que era localizado no bairro do Belém - ZL.

Sobre o disco em questão, como escrevi à pouco: Melancólico, e não poderia ser de outra forma. Um pouco diferente dos seus comparsas do Within Temptation, o After Forever não explora seus cantos líricos com alguns tons maiores ou melodias mais cromáticas, ao invés disso preenche as brechas sonoras com o peso grave da guitarra e com uma contribuição (indesejada por este Metalcólatra) periférica dos vocais guturais masculinos. Quando os guturais graves trabalham, normalmente não estragam a musica, já os guturais médios e agudos........

Por causa da abordagem instrumental mais lenta e pesada, o After Forever assume de vez sua posição declarada de Gothic Metal, e traz consigo aquilo que é a maior característica do estilo, o tédio. O álbum oferece um alto grau de imersão, mas exige do ouvinte uma atenção que só pode ser mantida se o cidadão que se propõe a escutar estiver realmente com nada mais por demandar seu tempo, senão a música - como um vampiro - vira fumaça nos seus ouvidos, causando ou dispersão, ou irritação profunda (acredito que passei pelos dois estágios em algumas das minhas inúmeras tentativas de concluir a audição do 'Prision of Desire').

Mas enfim, ao terminar de escutar essa proposta do Venâncio, não achei que o resultado foi tão horroroso assim, e mantive uma certa relação de respeito ao cuidado dos músicos envolvidos quanto à criação dessa obra - o que não quer dizer que apaguei da minha memória toda a irritação e tédio que tive que passar ao analisar o álbum). No fim das contas serviu para eu ouvir depois de muito tempo algo do gênero, mas dizer que algum som entrou para minhas listas de MP usuais já é meio difícil...

Nota 5,9 ou \m/\m/\m/.





The Trooper
3
Venâncio, sabe aquela sensação de vazio que você teve ao sair do cinema depois de assistir Star Wars VIII? Foi o que eu senti aqui...

Sim, a Jansen tem uma voz muito bonita, aliás este álbum deveria ser gravado em dvd porque a Jansen É bonita e pelo menos a gente poderia ficar olhando para ela enquanto todo esse tédio rola...

É meio Haggard, eu poderia fazer uma resenha muito parecida com a que eu escrevi em Eppur Si Mueve ...

Mas é mais fácil eu admitir que não tenho capacidade para analisar esse tipo de som ...

Portanto resta apenas apelar para argumentos primevos como o do Pentelho e Mercante: Não é metal!

E vá fazer os outros dormir longe daqui!

Nota: \m/\m/\m/




Phantom Lord


Escutei este álbum uma vez há uns 7 anos atrás. Foi uma mistura de grande tédio e dor. A mocinha cantando óóóóóóóóóó - ó - ó - ó me causou enorme sonolência, e os pseudo brutos cantando grrr grrrour grhumph, ou grhaaah nhaaa shhraaaaah me causaram dor de ouvido, de barriga, de cérebro, de quase tudo... Após mais uma dolorosa audição, decidi fazer uma breve "resenha" direta e clara: A "Prisão de Desejo" é uma ópera com vários trechos de urros e grunhidos e com pouquíssimos trechos que remetem ao heavy metal ou qualquer sonoridade digna de ser chamada de sub gênero. Durante maior parte do álbum as músicas alternam entre trechos com vocais melódicos geralmente "lentos" e trechos de ritmos acelerados mais breves, estes últimos repletos dos urros e grunhidos. As vezes os gritos pseudo brutais também preenchem os trechos lerdos das músicas para causar mais vergonha alheia. Enfim, podem chamar este álbum de ghotic metal ou de opera pupunha death metal, foda-se. Para mim é uma merda. Nota final: 3,9 

P.s.: É tudo questão de gosto meus caros leitores... Um banana posta, os outros elogiam ou xingam mesmo. 
P.s.: Esta merda chegou a tocar em "casas de rock e/ou metal" ou em algum show no Brasil? Tentei imaginar os bananas "curtindo" esta merda. Mas tal merda deve ser inimaginável.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Arandu Arakuaa - Kó Yby Oré

O álbum Kó Yby Oré lançado em 2013 da banda Arandu Arakuaa, foi escolhido por Venâncio para analise.


Faixas "T-atá Îasy-pe"; "Aruañas"; "Kunhãmuku'i"; "A-kaî T-atá"; "O-îeruré"; "Tykyra"; "Tupinambá"; "Îakaré 'Y-pe"; "Auê!"; "A-î-Kuab R-asy"; "Kaapora"; "Gûyrá" e "Moxy Pee Supé Anhangá".



Venâncio
A banda de Brasília, Arandu Arakuaa, traz uma proposta realmente interessante... heavymetal com características do folclore brasileiro.

Existem outras bandas que fazem isso, até ai nada de novo... agora fazer isso cantando em tupi-guarani alternando entre vocal limpo e gutural com certeza chamou minha atenção.

O nome da banda, traduzido para o português, significa “saber dos ciclos dos céus” ou “sabedoria do cosmos”.

Devo dizer que o tupi em conjunto com o vocal gutural traz uma agressividade inesperada mesmo quando a letra da musica não se expressa dessa forma (das que consegui achar uma tradução pelo menos).

Por não ser um apreciador dos estilos musicais nacionais, minha percepção delas se resume a identificar o que soa estranho ao rock/heavymetal... e com certeza posso dizer que não ficou ruim.

Forte: T-atá Îasy-pe , Aruañas , Tykyra , Auê!

Fraco: Tupinambá , Îakaré 'Y-pe

6 Cauim

The Trooper
3
Concordo com Venâncio quando ele diz que essa é uma proposta interessante. Realmente, manter gravações do idioma em áudio, fazer um folk metal brasileiro, colocar as lendas indígenas nas letras.

E daí eu tenho que avaliar o som. A fonética realmente encaixa com heavy metal, a voz da moça aliás, é bem bonita. Os trechos que parecem de viola, em Tykyra, ficaram legais.

E aí vem o famigerado vocal gutural, pior, gutural médio, não grave. E toda aquela discussão do vocal encaixar com a letra, que se perde completamente se você não entende o idioma. Não vou levantar essa bola de novo, já deu no saco.

Por fim, o instrumental: folk metal é foda, viking, indígena, o caralho que o for, se o folk tende menos pro heavy metal e mais para o folk, dificilmente descerá pela minha goela. A exceção até agora foi o álbum do Tyr que postaram por aqui.

O heavy metal apresentado neste álbum é extremamente progressivo, ou disruptivo, se permitem minha nova classificação de gênero musical: disruptive metal.

Enfim, vale a pena conhecer, vai ter quem goste, não é o meu caso.

Nota: \m/\m/\m/



Phantom Lord
Boas intenções às vezes não basta para se fazer algo bom... A banda canta em tupi, toca trechos de música brasileira, talvez não necessariamente tupi e... A parte "metal" do álbum é algum "Death" da vida. Ouvi este álbum duas vezes (um recorde para o gênero) e não sei se tem contexto, pois assim como os demais metalcólatras, não costumo pesquisar a fundo a origem, a discografia, história, conteúdo/letras das músicas das bandas... Por isso as resenhas acabam assim: Se o cara gostou, dá nota boa, caso não, senta porrada. Já dei minha opinião sobre Death metal e suas características, já devo até ter escrito muito sobre o que acho do "folk" em outras resenhas... Então, é o seguinte: Este álbum fica minimamente acima da média déti metal. Nota: 5,3