
Phantom Lord

Álbuns complexos e bem-trabalhados merecem análises mais longas e completas, então tentarei fazer a minha. Nightfall at Middle-Earth é um pouco mais do que um álbum de heavy metal; é uma obra literária, talvez possa ser classificado como uma resenha (ou resumo) do Silmarillion, obra que comecei a ler há muito tempo e ainda não terminei.
Além de “contar uma história”, parece que existe uma preocupação por parte da banda, em não deixar as músicas longas demais e cheias de enrolações, pois todas são separadas por “intros”, interlúdios etc. Logo não há necessidade de se desesperar ao ver o elevado número de faixas do cd, pois muitas delas são breves.
Como conheço um número considerável de álbuns do Blind Guardian, posso comparar o Nightfall com outros da banda: Os dois primeiros álbuns do Blind Guardian são basicamente constituídos de um Heavy Metal veloz e rústico, nada demais em minha opinião. O 3º álbum me pareceu uma evolução, Tales from Twilight World me fez gostar mais das músicas desta banda. O 4º álbum é o meu favorito: o mais diferenciado e equilibrado da banda: Heavy Metal (ou power, que seja...) na dose certa; O 5º álbum me parece mais pesado e agressivo, também muito bom; Agora, finalmente o 6º álbum: Nightfall in Middle-earth é um conjunto de músicas, difícil de ser digerido para aqueles que conhecem pouco (ou nada) deste estilo musical. A primeira vez que ouvi, lá no final dos anos 90, achei um tanto estranho, porém, escutei inúmeras vezes seja por vontade própia ou não, e acabei gostando de várias músicas deste álbum. A sonoridade me parece uma transição do álbum anterior (Imaginations from the Other Side) ao posterior (A Night at the Opera), pois já pode-se perceber os “tais dos canais”, aqueles efeitinhos do vocalista cantando juntamente com seus clones... Apesar de reconhecer que Nightfall in Middle-earth é um trabalho bem-feito, não o classifico como um dos meus favoritos. Minhas músicas favoritas são Into the Storm, Mirror Mirror e Time Stands Still at the Iron Hill. Nota: 7,9
The Trooper

Blind Guardian é membro da minha tríade das melhores bandas do mundo ao lado de Metallica e Iron Maiden (algumas outras bandas seguem essas três bem de perto, mas nenhuma teve tanto impacto na minha mente ao ser ouvida pela primeira vez), e o principal motivo, foi eu ter ouvido o álbum Imaginations From the Other Side antes de ouvir qualquer outra música deles, considero esse álbum o ápice da carreira da banda (infelizmente, depois do ápice a tendência natural é a queda, e Blind Guardian colocou tanta técnica nos álbuns pós-Nightfall, que esses parecem uma cacofonia pomposa), tudo o que eu podia esperar escutar de diferente no heavy metal, vocais, distorções, riffs, etc, veio para mim nesse álbum.
Mas não parou por aí, Nightfall veio para transcender o ápice, ele não é melhor do que o Imaginations, só tem a mesma qualidade e existe em outra dimensão. Quando comprei o álbum ainda não tinha lido O Silmarillion e ainda assim fiquei abismado (o único álbum ao lado do Black Album que eu canto por osmose), quando acabei de ler o livro então, o efeito dobrou.
The Magician citou a habilidade de Bruce em colocar emoção nas letras do The Final Frontier, aqui não só o Hans, mas como toda a composição dirige a emoção de acordo com a história, que o diga Time Stands Still (At the Iron Hills), minha música predileta, onde você cavalga furioso como um espectador invisível ao lado de Fingolfin em sua ensandecida tentativa de derrotar Morgoth.
OK, o Blind Guardian contou com um aliado involuntário para criar esta obra-prima: Tolkien, mas a sua parte (melodia, equalização, enfim, música) foi feita com esplendor. O único defeito desta obra-prima é que, por ser tão perfeita, não pode ser reproduzida ao vivo. Se eu desse notas para os álbuns, com certeza este levaria um 10 com louvor. Longa vida aos bardos!
p.s.: Maglor lives!
Joe The Barbarian

Blind Guardian, com certeza uma das bandas mais envolventes que eu já tive o prazer de ouvir, não conheço a discografia completa da banda por isso vou me ater ao álbum aqui apresentado. O estilo é muito bem delineado dentro do heavy metal nórdico europeu e com certeza foi um marco no heavy metal alemão. A voz imponente Hansi é muito original, para muitos metaleiros tão inconfundível quanto o próprio Bruce D., mas algo que não agradou muito a crítica foi quando ele passou a usar muitos recursos de estúdio nas gravações, eu particularmente não vejo problema, afinal se tem tais recursos porque não usá-los? Enfim uma característica muito forte no som do Blind são as guitarras, com riffs sempre acompanhando as linhas de voz e solos bem elaborados, eu particularmente gosto bastante da forma como as músicas são interpretadas pelos guitarristas André Olbrich e Marcus Siepen.
Mais especificadamente sobre o álbum NFIME, eu considero uma masterpiece da banda e do estilo heavy metal. Destaque para todas as faixas e as narrações que ambientalizam o ouvinte no mundo de JRR Tolkien, e esse álbum com certeza deve muito do seu sucesso a esse escritor que deu um mundo de histórias e poemas que embasaram todas as músicas desse álbum e de outros do Blind Guardian. A nota não teria como ser outra se não a máxima. NOTA: 10
Kill, Crush n' Destroy...
The Magician
Permitam-me:
“ ... Um manto de trevas Ungoliant teceu ao redor de ambos, quando Melkor e ela avançaram: uma Antiluz, na qual as coisas pareciam não mais existir e os olhos não conseguiam penetrar porque ela era vazia (...)”
“... Então a Antiluz de Ungoliant subiu até as raízes das árvores, e Melkor de um salto escalou a colina. E, com sua lança negra atingiu cada árvore até o cerne, ferindo todas profundamente. (...) a ceiva jorrou como se fosse seu sangue (...) contudo Ungoliant tudo sugou, e grudou seu bico negro nos ferimentos até que as esgotou. E o veneno da morte que ela continha penetrou em seus tecidos e as fez murchar, na raiz, nos galhos e nas folhas . E elas morreram (...)”
“Abateu-se assim sobre Valinor a grande escuridão...”
“Teve inicio a perseguição e a terra tremeu (...) porém, assim que qualquer um deles alcançava a Nuvem de Ungoliant, os cavaleiros dos Valar ficavam cegos e apavorados (...) Melkor havia fugido para onde queria, e sua vingança estava consumada...”
As passagens acima citadas são trechos da qual considero a maior obra literária de todos os tempos – O Silmarillion de J.R.R Tolkien. E embora somente este capítulo pudesse ser fonte de inspiração de um ou mais álbuns, ele é muito bem retratado na faixa 2 – Into the Storm, que relata a rebelião do deus-vilão Melkor e sua aliada aranha-demônio monstruosa.
Escolhi os trechos por considerar o conto “Do ocaso de Valinor” e “Into the Storm”, a melhor passagem e a melhor faixa respectivamente em ambas as obras. E fiz questão de escutar a música enquanto lia novamente o capítulo VIII.
Concluo que não ha melhor jeito de se expressar sobre a semântica deste trabalho.
Adentrando o aspecto do musical percebemos a singularidade de “Nightfall in Middle Earth”; A aproximação de músicos-metaleiros com o mundo da música clássica não é tão incomum quanto se pensa, e este álbum reflete este sincretismo.
A utilização de samplers, teclados em excesso, diversidade de canais (principalmente na execução dos vocais) , e por fim o fraseado autônomo de cada uma das guitarras que se interagem como duas partituras-solo dentro da maioria das melodias, simula a idéia de um concerto erudito. Contudo o Guardião não se perde nessa proposta como fez em trabalhos posteriores, e acerta no ponto naquele que é com certeza um dos CD´s mais completos da história do Heavy Metal mundial.
TÚRIN TURAMBAR DAGNIR GLAURUNGA
Metal Mercante

Ah.....finalmente, Nightfall in Middle Earth
“Nightfall in Middle-Earth” + Metalcólatras é a prova incontestável de que a democracia não funciona.
Vou contar uma história...
...Em um belo dia em meados do ano de 2010 um grupo composto com as maiores mentes do universo decidiram juntar-se e fazer algo pela Humanidade, sua proposta era nobre:
- “Compartilhar seu conhecimento sobre Heavy Metal com a humanidade”
Para isso o plano era simples, eles buscariam comunicar-se com o “ser humano médio” através de um blog (meio de comunicação relevante na época) com uma mensagem simples e linguajar adequado. Nesse dia surgiu o “METALCÓLATRAS” com o propósito de compartilhar seu conhecimento de Metal com o mundo.
No conselho ficou decidido, então, que seria criada uma lista suprema onde eram somados os votos dos integrantes do Metalcolatras (com igual peso) nos CDs que estes acreditassem que fossem “obras-primas” da humanidade, os votos seriam computados com um algoritmo imparcial e assim foi criado uma espécie de ranking com os melhores CDs de Metal do mundo
Os postados até hoje:
1 - Grave Digger - Tunes of War
2 -Metallica - And Justice for All
3 - Manowar - Louder than Hell
4 - Bruce Dickinson - Accident of Birth
5 - Blind Guardian - Nightfall at the Middle-Earth
No dia da publicação da lista me perguntei inúmeras vezes: - “Onde foi que erramos? Como é possível ‘Nightfall in Middle-Earth’(NFiME) não ser considerado o ‘melhor CD’?” – Algo estava totalmente errado NFiME era definitivamente a maior obra prima da humanidade, nada podia superá-lo, ainda mais coisas ridículas como “And Justice for all”, será que alguém estava querendo sabotar nossa lista suprema?
Depois de muito refletir e me acalmar do ultraje que havia acabado de presenciar, percebi que esse era um caso perfeito onde a democracia mostra-se burra e que quanto mais igualdade damos aos indivíduos “menos ótimas” são as tomadas de decisão. É por isso que existem coisas como a MTV, a Globo, a Caras, Gente etc, são todos mecanismos para dizer para a turba o que “é legal”, pois as pessoas são incapazes de decidir por si só.
Treebeard

Enfim, após "Into the Storm", temos algumas passagens e ai sim vem a música "Nightfall", que é absurdamente foda, seguida de "Blood Tears", "Mirror Mirror"(musica que geralmente encerra os shows do "Guardião Cego"), "Noldor", "Time Stand Still at the Iron Hill" (uma de minhas favoritas) e enfim, por ai vai, pois são tantas, que eu precisaria de uns 30 posts pra descrever detalhadamente cada uma delas.
Blind Guardian é uma excelentíssima banda! Apesar de seus ultimos CD's terem ficado produzidos demais, com mesas de som com milhares de canais, o que deixa muito a desejar nas apresentações ao vivo e digo isso porque fui ao ultimo show do Blind que ocorreu aqui em São Paulo e achei um PUTA DESPERDICIO DE SHOW eles terem tocado a musica " And then was the silence " de 14 minutos e cheia de "empiriquitações" no CD de estudio e um grande "VOID" no show ao vivo.
APesar de tudo, ainda acho uma grande banda e até pensaria em TALVEZ prestigiar um próximo show, mas depende do meu ânimo!
\m/ Cheers Mates!
Venâncio

Um álbum que fala do inicio da terra média, do eventos ocorridos nos primeiros anos do mundo idealizado por J. R. R. Tolkien?
Além de apreciador de um bom Rock/HeavyMetal e suas vertentes, sou um jogador de D&D há 20 anos, cenários de fantasia medieval sempre estiveram na minha imaginação, pois mesmo antes de começar com tal hobbie, filmes como Clash of Titans, Ladyhawke, Krull, Conan, Willow, Excalibur e Legend facinavam minha infância dentre outros que não me recordo agora.
Assim sendo um trabalho como esse, feito com dedicação e qualidade não poderia me agradar mais, letras bem escritas, instrumental fabuloso e um vocal fora do comum, com proporções épicas. 9 odres de hidromel bem cheios pra ele.
Pirikitus Infernalis

Eu, diferente de provavelmente todos os metalcólatras, não acho Blind Guardian uma banda fenomenal. Blind Guardian é uma boa banda de metal com muitas músicas boas, porém nesse cd eles realmente apelaram.
Um cd baseado em uma obra de Tolkien é obrigado a ser bom, e eles conseguiram isso. Quase todas as músicas são ótimas, esse cd não ganha nota 10 para mim porque no final ele perde um pouco da empolgação (When Sorrow Sang e A Dark Passage não me agradaram muito), tirando isso é um excelente cd. Você não pula uma música (nem as que não são “músicas”), desde War of Wrath até Thorn tudo é muito bem feito.
Falar as preferidas desse cd é uma coisa meio idiota, mas tudo bem. Em um top 5 poderíamos dizer que são Into the Storm, Blood Tears, Mirror Mirror, Noldor e Time Stand Still. Apesar de não ter recebido meu voto, é merecedor de estar na lista.
“I know where the stars glow
sky's unclouded, sweet the water runs my friend
(But) Noldor, blood is on your hands
Tears unnumbered, you will shet and dwell in pain”