domingo, 13 de março de 2016

Megadeth - Dystopia

O álbum Dystopia de 2016, lançado pela banda americana Megadeth, foi escolhido por The Magician para análise dos Metalcólatras.


1."The Threat Is Real",2."Dystopia",3."Fatal Illusion",4."Death from Within",5."Bullet to the Brain",6."Post-American World",7."Poisonous Shadows",8."Conquer... or Die!",9."Lying in State"10."The Emperor",11."Foreign Policy,"12."Melt The Ice Away".

The Magician
Megadeth de volta ao blog.

Dizer que o Megadeth é a banda consagrada que mais se entregou ao trabalho sério sobre o Heavy Metal com foco apenas na música nesses últimos 10 anos, é apenas constatação dos fatos. Ainda que Mustaine mais uma vez não tenha conseguido segurar um line-up fixo por mais de 3 álbuns, é indiscutível sua disposição para manter a sonoridade da banda em alto nível e ao mesmo tempo em linha ao que produziram durante os anos áureos de estrada do Megadeth.

Para mim, “Dystopia” é o quarto trabalho consecutivo em que, se não se entrega “exatamente” o que o fã espera, pelo menos se apresenta um material plausível no sentido de consistência e fidelidade ao gênero Heavy Metal. E para essa estratégia de continuidade na pancadaria sonora o Coach Dave M. não apostou no velho jargão “em time que está ganhando não se mexe”: saem Broderick e Drover, entram Loureiro e Adler.

Definitivamente não achei que estas modificações “fraturaram” a sonoridade do Megadeth em uma nova e impactante etapa, embora algumas das novas abordagens musicais possam ser percebidas. Se de fato algo mudou desse disco para o anterior foi simplesmente porque o próprio Mustaine conduziu as estruturas dos sons para outro caminho, e não por causa da influência de um dos novos membros do grupo.

Ao escutar o release pela primeira vez já pude perceber que a agressividade é muito mais presente do que, por exemplo, em “Super Colider”, sendo que nas audições que se sucederam ficou claro pra mim que as guitarras passam mais tempo fritando ou repetindo os bordões do que criando riffs melódicos; Essa característica somada às interpretações monotônicas e mais graves do que o de costume dos vocais, fizeram boa parte da mídia especializada vincular Dystopia às joias thrash do MD nos anos 80’s e 90’s. Mas em minha opinião esse álbum tem uma relação mais próxima ao “Endgame” de 2009, só que com menos progressões.

Essa agressividade toda tinha mesmo de ser evidente, já que é consoante à temática do disco que volta a ser usada como uma metralhadora de Mustaine contra a política internacional e militar estadunidense, em um momento em que os líderes da nação parecem bastante interessados em uma Guerra Fria 2.0.

No fim, o disco agrega partes musicais pesadas e super diretas definitivamente convincentes a um material lírico de alta qualidade, o que é na verdade o resumo da banda de 33 anos; que assim como seu líder, ano após ano parece se revigorar. Como destaque um pouco acima das demais eu escolho “The Threat Is Real”, “Bullet to the Brain” e a faixa título “Dystopia”, que mais se distancia do estilo agressivo do restante do álbum.

Quem diria que o impulsivo cachorro-louco dos anos 80 - D.Mustaine - seria o mais consistente e paciente musico de Thrash Metal?? Levando a sua banda e sua carreira ao auge dos 33 anos tocando o fino do Heavy Metal e atingindo enfim o maldito reconhecimento da crítica especializada...

Mustaine hoje é “o cara” do momento no Heavy Metal, o único, o melhor, o maior!

Vai que é sua Mustaine!!!!!!

Nota7,7 ou \m/\m/\m/\m/.
  
p.s: Apenas para não deixar passar a oportunidade, já que sou um grande fã do cara desde suas primeiras gravações no Angra; Kiko Loureiro fez a lição de casa no presente trabalho, sem exageros adequou o seu estilo à uma banda de bases rasgadas de tons quebrados, bem diferentes àquelas usadas pelo Angra. Encurtou as tessituras e economizou nos arpejos e também no estilo “Two-Handed” sobre quase toda escala (à la S. Jordan, que vinha sendo cada vez mais recorrentes em seus trabalhos); mas teve mais tempo de solo do que Broderick em Super Collider, o que mostra a confiança do chefe em seu trabalho. Loureiro é o cara no lugar certo e na hora certa, guiado sem dúvidas pelo seu trabalho duro, vejo um futuro longo do brasileiro junto ao Megadeth caso esteja disposto a “conter” sua técnica para um estilo que necessita muito mais de energia e de criatividade, coisa que para ele, não falta.



Phantom Lord
Megadeth de novo... 
Bom, supondo que o Megadeth pertença ao mainstream, tenho certeza de que, dentro deste "recorte", é a banda mais fiel a musicalidade do "metal". O melhor de tudo é que nem sempre o Megadeth está preso a um subgênero em específico. Aqui em Dystopia, o Megadeth foca mais no heavy / thrash metal, retornando ao tipo de som mais utilizado pela banda em sua carreira (mas não o único tipo de som, claro). 
Particularmente não vejo grande problema nisto, porém acho que é um pouco mais difícil mostrar criatividade e inovação quando o artista foca em um tipo (subgênero) de música. 

O álbum tem alguns pontos interessantes, como a diferenciada faixa-título (Dystopia) e a interpretação em Fatal Illusion, mas de resto, em sua maior parte, é um trabalho que fica entre o bom e o razoável. 

 Em relação ao conteúdo, como Magician citou, Mustaine mostra uma preocupação com a política / economia intervencionista dos EUA. Vinculei economia a política por conta própria mesmo, pois estes temas dificilmente podem ser separados a menos que você seja alienado e não saiba nada (ou só finge saber) sobre tais assuntos. 
De um modo geral as letras não são profundas, nem claras, muito menos diretas, vai ver isto é um "protocolo" do "cenário musical". Acho que se as críticas de Mustaine fossem diretas ele teria de citar nomes de pessoas e instituições envolvidas nas crises sócio econômicas, em atos de violência etc. Supondo que ele não queira se meter em encrenca, sr. Mustaine jamais faria algo assim, afinal poucos músicos/vocalistas fazem. Talvez por isso, a crítica mais nítida seja feita na faixa Foreign Policy mesmo, onde Mustaine bate forte no racismo, na insensibilidade, na paranoia e no ódio de certos "estados-unidenses". 

Concluindo sobre o álbum Dystopia... Em minha opinião algumas das quebras de ritmo e alguns do espaços para solos de guitarra poderiam ser trabalhados de maneira mais interessante... É um álbum bom, mas eu esperava um pouco mais. 

The Threat is Real 7,4 
Dystopia 7,7 
Fatal Illusion 7,6 
Death from Whithin 7,3 
Bullet to the Brain 7,0 
Post American World 7,2
Poisonous Shadow 7,0 
Conquer or Die! / Lying in the State 7,3 
The Emperor 7,5 
Last Dying Wish 7,4
Foreign Police 7,2 

Modificadores: 


Nota Final: \m/ \m/ \m/ (7,4)

Hellraiser
3Eis aqui uma prova que Mr. Mustaine está mais vivo do que nunca. 

Conseguiu montar mais uma formação para sua banda que, até pouco tempo, estava sendo bem questionada. ( Inclusive por este que vos escreve ) 

Confesso que nunca morri de amores pelo Kiko Loureiro, e até estranhei quando imaginei um guitarrista firulento e mega metido, vindo do Power Metal melódico junto de um baterista de Death Metal para se unirem ao bipolar, porém talentoso e um dos criadores do Thrash Metal, Mr. David Mustaine. 

Mas assim que ouvi o álbum pela primeira vez, constatei o seguinte : O melhor disco do Megadeth desde Youthanasia. 

Nunca até hoje, tal reunião de músicos criados em outros estilos, caiu tão bem numa mega banda. 

O disco só tem momentos altos. 

Sinto o Megadeth como a muito tempo não sentia, pois, apesar de sempre virem lançando álbuns bons, esse aqui resgatou completamente a sonoridade que os fizeram tão amados na época do Countdown to Extinction, mesmo soando um pouco mais moderno. ( não daria pra fugir dessa modernidade depois de tantos anos ) 

A nova dupla de pupilos do Mustaine esbanja talento e criatividade, e prova que já em pouco tempo, está afinadíssima. 

Kiko despeja excelentes solos nas canções, que (pasmem) me deixaram de boca aberta !! 
A instrumental ´´Conquer or Die`` é prova disso !

E Chris, esse também mostra que não está para brincadeiras, vide o excelente e incrível bumbo duplo em ``Poisonous Shadows``. 

Junto com o mais novo trabalho do Anthrax, esses dois discos, são até o momento, os dois melhores trabalhos de 2016 na minha opinião. 

Parabéns Mustaine, e parabéns aos recém contratados que fizeram por merecer. 

Nota 8,5 

 

The Trooper
3
A primeira coisa a se dizer sobre esse trabalho é: isso é pesado.

Dystopia despeja um som muito mais pesado e mais pendendo para o thrash metal do que seu antecessor, Super Collider.

Eu cheguei a comentar na resenha que fiz para Super Collider que algumas faixas lembravam trabalhos antigos da banda, aqui a exceção virou a regra, para mim quase todo o álbum lembra a fase anterior ao Rust In Peace (quase, uns 75%?), principalmente por causa das mudanças bruscas de ritmo (e só pra relembrar, eu raramente gosto dessas mudanças, o Rust é uma dessas raras exceções).

Para quem é fã daquele thrashzão agressivo e maluco, esse álbum pode te fornecer o que você quer.

No geral, linhas de baixo muito loucas, distorção pesada na orelha o tempo, bateria cacetando e uns solos de guitarra realmente fudidos.

O que faltou para mim, no entanto, foram algumas faixas que fecham em si como músicas realmente impactantes. Achei que Super Collider entregou mais densidade em alguns picos do que este trabalho que manteve uma qualidade boa mas sem picos.

Destaque para Dystopia, The Emperor e Foreign Policy (quase um punk metal).

Nota: \m/\m/\m/\m/

P.S.:  A intrumental, Conquer or Die, assim como aquela música do Bruce, me lembrou Diablo.

P.P.S.: Pode parecer paranoia minha mas eu senti brevíssimos momentos 'Angra' nesse álbum.


7 comentários:

  1. continuação da caça de Rattlehead:
    https://www.youtube.com/watch?v=bK95lWHl7js

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  2. Essa ja vou mandar amanhã mesmo.
    Tava escutando esse disco e o do Anthrax neste fim de semana.
    Duas pérolas !

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  3. "Vinculei economia a política por conta própria mesmo, pois estes temas dificilmente podem ser separados a menos que você seja alienado e não saiba nada"
    ...soou um pouco como hater do facebook, não acha?

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    1. Tu nem entra em Facebook, como sabes o que é ou o que faz um hater do facebook?
      Além do mais, se eu fosse explicar sobre os interesses econômicos existentes no meio político, minha resenha viraria uma entediante coisa-de-magician.

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