sábado, 11 de janeiro de 2014

Suicidal Tendencies - Lights Camera Revolution

O álbum Lights Camera Revolution do Suicidal Tendencies lançado em 1990, foi escolhido para análise por Phantom Lord.





Phantom Lord
Lá pelo ano de 2007 ouvi algumas músicas do Suicidal Tendencies com um colega de serviço. Naquele momento percebi que já tinha escutado alguma coisa deles no rádio nos meados dos anos 90... Então alguns meses depois resolvi buscar algumas músicas desta banda, e encontrei uma que eu gostara muito: a regravação de Possessed to Skate (Go Skate! de 1997). Mas ficou por isso, pois ouvi algumas outras e não me interessei em procurar mais músicas ou álbuns do Suicidal Tendencies. 

Muito tempo depois, no fim de 2013, resolvi buscar mais trabalhos desta banda para ouvir após uma discussão com colegas sobre a utilidade do baixista Trujillo no Metallica, aí encontrei o Join the Army e o Lights Camera Revolution. 
O Join the Army (que não contava com a participação de Trujillo) tem seus bons momentos mas é bastante rústico e o vocal segue um estilo muito suave em comparação com a parte instrumental, daí decidi postar o álbum que eu achei mais consistente: Lights Camera Revolution. 

O álbum começa com a pedrada You Can`t Bring Me Down e segue com a boa Lost Again que apresenta mais mudanças de ritmo e vocais mais suaves em alguns trechos (se aproximando do estilo usado em Join the Army)... 
O vocalista, alterna entre o "gritado", falado e um estilo suave. Embora os vocais suaves de um modo geral não me agradem, às vezes parece se encaixar com o estilo e contexto da música como acontece em Lovely que parece uma crítica com uma dose de bom-humor. 
E falando em "críticas", acredito que praticamente todas músicas do Lights Camera Revolution de certa forma são críticas a diversos tipos de corrupção da sociedade. 

A parte instrumental é o ponto forte em minha opinião, mostra bastante criatividade, técnica e peso durante maior parte do álbum, ainda que pareça misturar Heavy Metal, Funk Rock e uma pitada de algum gênero mais "punk" ou "core". Para que o trabalho instrumental ficasse melhor, alguns solos de guitarra poderiam ganhar destaque, pois em certos momentos parecem meros sons de fundo. 
Enfim apesar da influência do Funk Rock (ou Funk Metal), não faltam pedradas de qualidade em Lights Camera Revolution. Bom álbum... Destaque para Get Whacked. 

You Can`t Bring Me Down 7,6 
Lost Again 7,4 
Alone 7,4 
Lovely 6,8 
Give It Revolution 7,5 
Get Whacked 8,7 
Send me Your Money 7 
Emotion Nº13 6,9 
Disco Out, Murder In 7 
Go Breakdown 7,7 

 Nota Final: 7,3

Metal Mercante


Acho que para falar de Suicidal Tendencies primeiro preciso criar uma certa introdução…Meus primeiros contatos com o Metal vieram através do primo do meu pai quando eu era bem jovem, vamos chama-lo de “MetalCousin”.


O MetalCousin foi quem me gravou fitas com coisas como “Live after death” do Maiden, “Master of puppets” do Metallica e os “Keepers” do Helloween em K7 e até certo ponto ajudou a moldar meu gosto por Metal, porém uma banda sempre ficou no mistério para mim e essa banda era o “Suicidal Tendencies”, eu sempre ouvia o MetalCousin falar dessa banda, ele tinha uma ou duas camisetas da banda e aparentemente gostava muito da mesma, porém eu (até hoje não seu porque) acabei ficando sem ouvi-la até 2014!!!

Digamos, então, que quando esse álbum apareceu no Metalcólatras ele não só veio com o peso do blog, mas com o peso de anos sem ter ouvido algo que segundo o MetalCousin era coisa boa…

…Fast forward para 2014, estou eu com essa !@#$% no meu player e eu não consigo pensar em uma decepção maior do que talvez “Indiana Jones 4” ou o “Episódio 1 do Star Wars”, tantos anos com a expectativa de que uma banda era boa jogados pelo ralo.

No final das contas Suicidal Tendencies é pesado, tem umas passagens interessantes, mas no geral é uma bandinha mais sem graça que cerveja choca, talvez lá no final da década de 80, começo da de 90 esse som fosse interessante, porém 24 anos depois ele simplesmente não tem graça nenhuma…

Nota: 4 (de dó…)

The Trooper
3Eu poderia dizer que o Mercante resumiu meu post, mas não posso concordar que Star Wars - Episode I seja uma decepção, pelo contrário, eu gostei bastante do filme, aliás, pelo menos o ator que interpreta o futuro Darth Vader nesse filme, é bom.
Mas devo resenhar sobre coisas menos agradáveis do que Star Wars, já que este blog se chama Metalcólatras e não Forçacólatras ou Sabrecólatras ... ha-ha-ha ... como eu sou engraçado ¬¬'
Enfim, meu maior problema com o Suicidal Tendencies é o vocalista, eu sei, a linha que diz se um vocalista estraga um trabalho ou não é tênue. Por exemplo, em City of Evil, o M. Shadows cruzava essa linha com frequência, mas para mim, aqui em Lights, Camera, Revolution, Mike Muir plantou seus dois pés do lado "errado" da linha e não saiu de lá, ele estraga TODAS as faixas, sem exceção.
OK, é a proposta da banda, skate, hardcore, chicano way of life ... mas eu não consigo analisar esse tipo de som de uma maneira mais técnica, e assim, acabo concordando com o Mercante, este álbum é uma m#$%@. De que adianta uma linha de baixo muito louca, uns riffs de guitarra pesadões, se o vocalista irrita tanto que não dá pra prestar atenção nas faixas.

Destaque negativo para Lost Again, ela só é boa quando acelera, seria um prelúdio do numetal?

Nota: \m/\m/\m/

The Magician
Antes de resenhar o disco gostaria de fazer uma colocação quanto à importância do Suicidal Tendencies no cenário, se não como uma das grandes divulgadoras dos crossovers do HC com Heavy Metal que contribuíram razoavelmente com a criação do Heavy Metal moderno norte americano por volta do ano 2000 (você pode estar aí do outro lado se perguntando: "então foi uma contribuição de bosta, certo???", e eu respondo: "sim, de certo foi uma contribuição de bosta"), o ST (Suicidal Tendencies) deu uma grande contribuição para a péssima imagem do metaleiro na virada da década 80 até meados de 90, quando na mídia dos US a maioria dos cabeludos, com bandana e roupa de couro eram tachados como marginais (os violadores do filme "O Corvo" e a maioria dos meliantes da famosa sequência cinematográfica "Robocop" vestiam este esteriótipo, lembram?). E para constatar basta olhar o visual de Mike Muir, uma espécie de Axl Rose da periferia com SK8.

Mas também... os caras gostavam de chamar a atenção. Uma banda basicamente de negros e latinos, fazendo um hc/metal (com pitada de hiphop e funk) e cantando sobre temas de gangues, não poderia deixar de ser um dos maiores alvos do PMRC naquela época, e acabaram censurados. De qualquer forma o tiro saiu pela culatra, e o Suicidal foi beneficiado pela curiosidade dos bangers atiçados por essa decisão judicial 

Quanto ao álbum, "Lights Camera Revolution" (LCR) é surpreendentemente pesado e técnico, simultaneamente, sendo que suas passagens deixam o campo do CO Trash Metal (gênero ao qual sua identidade é associada nos trabalhos anteriores) para o CO Heavy Metal propriamente dito. Sem essa modificação, provavelmente o resultado do disco não teria sido tão qualificado nas bases maciças de guitarras + baixo. Aliás, essa química, muito bem executada pelos produtores do disco é o trunfo do álbum, de modo que eu facilmente colocaria esse composto de distorções + grooves como um dos melhores que já ouvi sem sombra de dúvidas; muito melhor do que o caminho posterior da banda ao se aproximar do Metalcore alternativo com grande ênfase no contrabaixo e no uso intensivo de Wah e Whammy nas distorções das guitarras (exemplo prático no famoso hit "Possessed to Skate", e nos sons usuais da guitarra de T. Morello).

Um reflexo direto desse acerto em LCR é a PUTA cacetada que é a faixa inicial "You Can't Bring me Down" (video-clipe bonachão, notem Trujillo usando uma "bombetinha" de malaco), simplesmente espetacular, em seus primeiros acordes fui transportado automaticamente para um violento Moshpit imaginário. Música incorporada aos favoritos-ever desse Metaleiro que escreve.

Contudo, embora seja a principal característica da banda e de seu estilo de composição, sendo essenciais para a própria criação de todo o resto, os vocais de Mike Muir (chefe da gangue) são em minha opinião o ponto mais baixo do disco. Contrastam com o resto do material quase que por tempo integral (aos 3:07 min da faixa "Give it Revolution" ele tenta mandar um agudo e o resultado é irrisório), e se salvam apenas nos momentos que utilizam timbres mais ásperos. Mas no fim das contas não pesa tanto na balança, e não acho que estraga definitivamente o material... nada muito diferente de algumas abordagens estranhas de Mustaine no Megadeth.   

Em suma o resultado final é bom e consistente, alem de oferecer pancadarias fora do comum como  "You Can't Bring me Down", "Get Whacked" e "Give it Revolution", que mantêm esse trabalho muito próximo ao terreno produtivo do HM norte americano regado pela escola das infalíveis guitarras arrebatadoras e super distorcidas.   

Nota 7, ou \m/\m/\m/\m/.



15 comentários:

  1. Ótima pedida esse álbum, Phantom. Particularmente eu vejo o "Raimundos" como a versão brasileira do ST, principalmente nos primeiros álbuns... antes de fritarem suas carreiras.

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  2. Parece que todos avaliadores do blog (incluindo eu) não gostaram dos vocais. De fato, Magician, as partes faladas são a mesma coisa que o Mustaine faz no Megadeth, só que o timbre do vocalista do ST deve ter despertado repulsa em alguns metalcólatras. É compreensível essa resistência/aversão a vocais que tentam inserir estilos mais modernos num estilo musical mais velho (heavy metal). Vide posts do City of Evil e All Hope is Gone...
    Enfim, talvez se o vocal do ST fosse o Mustaine, todo mundo ia adorar né...

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  3. Porque o Mustaine é intérprete ... esse cara é só um símbolo fixo de um subgênero zoado...

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  4. "Símbolos" de subgêneros zoados não são necessariamente a causa da repulsa. Porque se fosse assim, quem curte A7x teria maior aceitação ao Emocore (sim, M Shadows simboliza essa vertente em álbuns como City of Evil e Nightmare). Timbre e artifícios (gritos, falatórios etc) utilizados pelos vocalistas devem ser os principais fatores que causam a aversão ou aceitação dos ouvintes.

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  5. O M Shadows é/foi um símbolo oscilante ... esse skater aí é um símbolo FIXO. E como assim? "devem ser"? Vc tá sugerindo uma hipótese de aceitação de vocalistas pelo público de heavy metal? Pelos críticos do blog? Ou "sugerindo" um novo método de avaliação? P.S.: A gente tá saindo do padrão "xinguemoMercante", se quiserem voltar a esse padrão é só prestart atenção nessa frase: "talvez lá no final da década de 80, começo da de 90 esse som fosse interessante, porém 24 anos depois ele simplesmente não tem graça nenhuma…".
    Como assim? Quer dizer que se o Mercante ouvisse esse album na década de 90 iria gostar? Seu modinha!

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    1. Não, Trooper, vamos por partes:

      1. Considerando que o vocal do A7x seja um "símbolo oscilante" por ter berrado nos primeiros cds como um tosco do metalcore, desmunhecado nos "segundos" cds como uma biba-mercenária-emo e segurado a voz genericamente no Hail to the King como Peter "Biff" Byford do Saxon, o Mike Muir do Suicidal também teria de ser considerado "oscilante", porque não apresentava nada de funkrock ou funkmetal nos cds anteriores ao Lights Camera Revolution... Era um vocal hardcore tosco e sonolento (em contraste aos instrumentos...).

      2. Eu quis dizer que se você explica que o motivo de não gostar do disco é o fato do vocalista SIMBOLIZAR um gênero musical, você não está avaliando música e sim simbolismo (ou tribos do suposto cenário rock/metal).
      Consequentemente se tu não gosta do vocal do ST por simbolizar o funkmetal e acha razoável o vocal do A7x no City of Evil, mesmo este simbolizando o crossover do Metal com o Emocore, significa que tu tem maior tolerância ao gênero Emo do que ao Funkmetal.

      Clear Enough? Seu eminho!

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    2. Uma mescla do que vcs falaram.... mas basicamente o Trooper está certo quando cita o Mustaine como intérprete.

      Só que no meu caso, Trooper, eu não presto muita atenção nas letras faladas nos latidos do Mustaine (e muito menos dou a mínima se ele está interpretando um negão ou um nazi prisioneiro querendo socar o pilão na bunda de outro cara enquanto narra "Captive Honour"),
      logo pra mim é tudo a mesma merda:
      - Megadeth em músicas faladas = vocal de bosta + guitarras da hora;
      - Suicidal em músicas faladas = vocal de bosta + guitarras da hora;

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  6. Ah, o Merchant, alem de cabeludo chorão é modinha tbm

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  7. Phantom: 1- O Shadows oscila não só na discografia como no próprio álbum (e eu nunca tive problemas com vocais do tipo Creed ou Nirvana ... só com corinhos chorosos); 2- Eu to avaliando só este álbum, e o vocalista é um símbolo de skater o tempo todo...o problema é que este simbolismo significa cantar do jeito tosco que ele canta (nem seu se o cara é ruim de verdade ou não - o subgênero não permite saber), se os skaters cantassem de uma maneira qu eu gostasse, a nota seria boa, enfim, não tem nada a ver com o simbolismo, mas sim, com o simbolismo impondo vocais extremamente ruins.

    Seu farofeirinho skater.

    Magician: Mustaine não fala em todas as músicas ... ele canta a maioria, e ele não é tão ruim assim que não consiga encaixar seu estilo com as guitarras (nada muito longe do Hetfield no Kill'em All - ou da maioria dos vocalistas de trash metal. O que significa que esse skater é pior que todos os piores vocalistas de trash).

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    1. não concordo, Mustaine falando = Muir falando = Rodolfo falando = eu falando... só não é igual ao Timi Tolki falando, e nem ao Cid Moreira...

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    2. ????????? Agora eu falei do Mustaine cantando e do Muir cantando...

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    3. Trooper, tu acerta quando fala que não gosta do estilo (da voz etc... que seja), afinal é tua opinião.
      O fato é que ele não representa só um estilo: ele alterna, como tu disse ele parece "skater" maior parte do álbum, isso é característica das vertentes "core" do rock/metal (talvez por isso Magician comparou com Raimundos etc). Só que os gêneros / simbolismos não necessariamente impõem um tipo de vocal: Vide Faith no More e Living Colour que fazem vários "funk metal" e possuem vocais bem diferentes do Suicidal.

      O Suicidal muitas vezes é classificado como "crossover"... provavelmente porque mistura vários estilos como thrash metal com funk metal e hardcore.

      Enfim, Trooper, em minha opinião Muir não canta bem... E o M Shadows foi mais ou menos tão ruim quanto durante maior parte da discografia do A7x...

      Seu emo-tanga-metal-core.

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    4. "em minha opinião" ... essa frase sua resume esse blablabla. Eu acho o cara (e as limitações impostas pelo subgênero, somadas) pior que todos os citados e pronto. Minha opinião.

      Seu mongol-começo-xingando-e-ainda-xingo-por-último.

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  8. Agora que notei que o Trooper chamou o Mercante de modinha. Nem o Mercante deve ter percebido ainda...

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  9. Não, filho...eu quis dizer que naquela época não existia muita base para comparação...hoje esse CD parece "batido"...

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