O álbum The Burden of God lançado em 2012 pelo NIghtmare, foi escolhido para análise por Phantom Lord.
Phantom Lord
Nightmare é uma banda francesa de heavy metal apresentada pelo senhor Mercante... Diga-se de passagem melhor do que muitas outras bandas que ele postou aqui no blog.
The Burden of God é um álbum que apresenta uma gama considerável de espécies do gênero heavy metal com uma vaga dominância do tal power metal.
Logo de início, após a introdução, a música Sunrise in Hell me chamou a atenção por combinar o heavy/power metal com um vocal que parece uma mescla de Dio com Zakk Wylde.
Das faixas 3 a 9 o álbum segue o mesmo "estilo" até começar a mostrar características suaves de Nu Metal em Final Outcome... E estas características se intensificam nitidamente na última faixa (Afterlife).
Uma pena... Eu concederia o bônus "Solid" ao álbum se não fosse por estas duas faixas.
De um modo geral, The Burden of God é um bom álbum, difícil de enjoar, devido a variedade e qualidade de suas músicas.
Gateway to the Void/ Sunrise in Hell 8,2
The Burden of God 8,3
Crimson Empire 7,3
Children of the Nation 7,5
The Preacher 7,0
Shattered Hearts 7,7
The Doomsday Prediction 7,6
The Dominion Gate (Part III) 7,0
Final Outcome 6,8
Afterlife 6,0
Nota final: 7,4
The Trooper
Sinceramente, eu não esperava encontrar franceses cantando heavy metal em inglês, tenho na minha cabeça fortemente arraigado, o "conceito-estereótipo" do francês que odeia a intrusão da cultura anglo-saxônica em seu país. Mas enfim, a banda nem é nova, é uma reencarnação da anterior criada em 1979, o baterista deve ter pensado "eu canto muito melhor que esses panguos!", e resolveu remontar a banda em 1999 deixando a bateria com seu irmão e assumindo os vocais. Fez bem o seu papel, embora pareça com uma mistura de Jorn Lande e Dio, carrega bem o rótulo de power metal, um dos problemas disso é que sua voz me remete imediatamente à presença de teclados, o que ocorre logo após a introdução dos bons riffs pesados da guitarra base em Sunrise In Hell. Sim mais uma obra permeada por tecladinhos (até que discretos, vai, mas ainda sim, tecladinhos), e não só isso, se não me engano o Phantom ouviu este álbum pela primeira vez no carro do Mercante, ferrenho opositor de discotecagens (a primeira pedra na vidraça do All Hope is Gone, lembram?), mas logo em Sunrise In Hell há uma bela discotecada lá pelos 3 minutos, mas tudo bem, não vou focar na contradição de novo, já deu no saco.
Pra variar, alguns riffs de guitarras lembram músicas de outras bandas (como os primeiros de The Preacher), mas depois de décadas de heavy metal produzido, não podemos exigir muito sobre isso, certo? Enfim, no geral é um bom trabalho, as guitarras pesadas são o destaque (sempre atrapalhadas por sonzinhos de teclados que tentam passar um clima mais melancólico), em conjunto com a produção e a capa (bonita, pintada em tela talvez?). Eu havia comparado este trabalho ao The Black Halo, em sua falta de mojo, mas este aqui do Nightmare é um pouco menos zumbi.
Ah, a melhor faixa do álbum é Crimson Empire.
Nota: \m/\m/\m/\m/
The Magician
Sim, o fato de ser uma banda francesa me surpreende, país raríssimo de se encontrar nos sumários do Heavy Metal e que é um dos berços culturais do Velho Mundo. O curioso é que geograficamente a antiga Gália teria motivação suficiente para possuir um cenário metaleiro mais competitivo, já que a Inglaterra e a Alemanha (maiores detalhes no post do Sabaton) podem ser considerados verdadeiros Headquarters do gênero.
Na verdade somente o fato de ser muito raro a França fornecer artistas da música popular (Metal, sob uma visão mais ampla, é música popular) já ressalta a característica da "souche supérieure", da convicção francesa, conforme comentado pelo Trooper no primeiro parágrafo de sua análise.
De qualquer modo, diferente de alguns grupos que passaram por aqui, a origem étnica da banda não é o ponto de maior interesse da postagem.
"The Burden of God" é um bom trabalho, forte e bem definido, que se apóia no som robusto das guitarras
que interagem com as nuanças amplas sugeridas pelos teclados, em momentos oportunos. Sobre esta combinação super densa desfila o vocal rasgado do vocalista Jo Amore (João Amor?), dá um ótimo contraste na sonoridade geral, ao mesmo tempo que fornece um perfil próprio para a musicalidade do Nightmare.
Numa análise sobre a sintaxe do álbum, ou seja, sobre a coesão da disposição das músicas e do desenvolvimento completo do trabalho ao escutar o disco de ponta a ponta, acredito que no inicio o álbum é mais direto e impactante; uma espécie de cartão de visitas. Em seguida com atribuição de fatores mais suntuosos e elaborados como a adoção das camadas dos teclados e de riffs oitavados (tom+oitava) mergulhados em distorções super cheias, a banda cria um super preenchimento das bases com ótimas levadas na bateria e oferece o verdadeiro material proposto no trabalho. Estes moldes são utilizados da quarta até a nona faixa, quando então a banda migra de vez para os estilos de metal moderno.
O estilo adotado na maior parte do tempo aqui neste trabalho no entanto, é o de música pesada "sofisticada" que se baseia em fórmulas do Heavy Metal que foram testadas e retestadas até chegar em um nível de refino que fosse aderente e praticamente irretratável.
É importante ressaltar que as bandas que contribuíram para maturação deste modelo são inúmeras e que seus resultados podem ser percebidos em amostras de trabalhos do Metal a cada 5 anos ou 7 anos aproximadamente.., essa história começa sim lá no Sabbath de 1970, mas gostaria de citar dois trabalhos muito mais recentes que são "milestones" fundamentais desse caminho percorrido e que abriram as portas de forma significativa para seus sucessores: "The Chemmical Wedding" e "The Metal Opera". Um trabalho exímio que utilizou essa receita de bolo e deu super certo é "The Black Halo".
Sinceramente, quando esta fórmula é aplicada, acho difícil o material entregue decepcionar.
Os pontos mais baixos do CD do Nightmare ficam à cargo das duas ultimas músicas, e do fato da voz do João Amor cansar o ouvinte depois de um certo tempo.
Nota 7 ou \m/\m/\m/\m/.
É realmente raro agente ver algo sobre a França se relacionar com o Metal, tentei regredir no tempo e lembrar a ultima coisa que escutei sobre metal&frança... e acho que foi o Holy Live do Angra gravado em Paris, e também que o público francês admira a trupe paulista...
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